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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 27 de maio de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Planeta dos Macacos: O Reinado'

Sinopse: Muitas sociedades de macacos cresceram desde quando César levou seu povo a um oásis, enquanto os humanos foram reduzidos a sobreviver e se esconder nas sombras.  

Desde que o clássico "O Planeta dos Macacos" (1968) estreou nos cinemas a sua história se expandiu por continuações, séries, desenhos e até HQ. A última trilogia comandada magistralmente por Matt Reeves se encerrou de forma digna, ao ponto que a ideia de continuar com novas histórias após o encerramento daquela história significaria um alto risco. Mas foi então que eles se arriscaram e assim veio "Planeta dos Macacos: O Reinado" (2024), filme que não possui exatamente um equilíbrio perfeito dos filmes anteriores, mas respeita o que já foi construindo e expandindo a ideia para novos rumos.

Dirigido dessa vez por Wes Ball, de "Maze Runner - Correr ou Morre" (2014), o filme se passa 300 anos após os eventos em que César levou o seu povo para uma terra tranquila, mas pagando com a sua própria vida. Nesta nova realidade, a sociedade dos macacos está dividida, sendo que o clã dos pássaros desconhece a história do grande líder que foi César. Porém, um outro grupo de macacos usa a história dele para se tornarem mais poderosos e fazendo com que a sociedade dos macacos se vê completamente dividida.

Embora possua um laço forte com relação a trilogia original, esse novo filme convida até mesmo aquele marinheiro de primeira viagem que nunca tinha visto nenhum capítulo da franquia. Os primeiros minutos, por exemplo, são eficazes para nos localizarmos na história e fazendo com que a gente foque as ações e consequências do protagonista Noa, vivido pelo ator Owen Teague. Noa é o típico personagem que participa da já conhecida "Jornada do herói", e do qual ele busca saber qual o seu verdadeiro papel dentro do seu clã.

Uma vez que acontece o embate entre os clãs é então que o filme ganha ares de um verdadeiro faroeste, aonde o protagonista vai em busca de seus amigos e famílias raptados e que fará de tudo para reavê-los. Curiosamente, é neste ponto que a obra me lembrou muito também “Apocalypto" (2006), épico de Mel Gibson e cuja jornada de ambos os protagonistas possuem certa similaridade e cuja razão e crença fazem parte dos ingredientes principais da história. É notório, por exemplo, que o nome César acabou sendo usado de forma errônea por outros clãs e se criando assim uma certa familiaridade com relação ao que as diversas religiões do mundo real fizeram ao promover as suas ideias retóricas com o nome de Cristo.

Curiosamente, o filme não é somente uma mera continuação da trilogia anterior, como também possui elementos familiares vistos no primeiro grande clássico lançado em 1968. Logicamente que há uma intenção desses novos filmes se conectarem cada vez mais ao filme original, mas desde que consigam obter uma identidade própria e se sustente individualmente. Embora esse capítulo consiga isso, por outro lado, se percebe uma preocupação por essa conexão, o que pode gerar um certo esgotamento de ideias, mesmo quando esse nível não chega ameaçar a obra como um todo.

O debate sobre o papel do ser humano e do macaco estão ainda muito presentes, ao ponto de que esse embate possa voltar a crescer novamente em uma eventual continuação. Essa observação é ainda mais fortificada principalmente com a presença da personagem Nova, vivida pela atriz Freya Allan e que consegue construir para a sua personagem uma carga de ambiguidade tão forte que nunca sabemos ao certo se devemos ou não confiar na sua real pessoa. Mas se por um lado ela carrega essa dúvida, do outro, o vilão proximus caesar, vivido por Kevin Durand, descarrega todo o seu lado megalomaníaco em querer obter a tecnologia dos humanos e fazendo dele sim um vilão escancarado ao longo da trama.

Embora o final feche de forma mais do que satisfatória, ao mesmo tempo, ela nos dá certos ganchos para uma eventual continuação. A meu ver, o estúdio terá que fazer trabalho redobrado para que essa nova trilogia nos convença, mesmo com os pontos positivos dessa nova história. Até aqui, a história não se repete, embora corra o risco de começar a adentrar no território de Déjà vu.

"Planeta dos Macacos: O Reinado" é um ótimo filme que respeita a trilogia anterior, mas ficando no ar a dúvida se irá ter força em continuar a franquia nas telas do cinema.  

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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO RETOMA A PROGRAMAÇÃO

Toy Story

A Cinemateca Capitólio retoma a programação da sala de cinema nesta quinta-feira, 30 de maio, com a mostra Ao Sentido Comunitário. Com filmes produzidos entre os anos 1930 e 2020, a programação apresenta narrativas da vida partilhada em comunidades formadas em diferentes contextos. De Morro do Céu a Paris, do Kentucky a Havana, dos campos da Ucrânia ao interior do Irã, da periferia de Tóquio ao Vale do Taquari no Rio Grande do Sul; entre metrópoles, vilarejos, ilhas, aldeias, povoados, nas fazendas cooperativas e no corpo social das vizinhanças: o cinema encontra novos sentidos a partir das histórias que retratam a experiência comunitária.

Uma edição especial da Sessão Vagalume, projeto do Programa de Alfabetização Audiovisual que exibe filmes para crianças de todas as idades na Cinemateca Capitólio, exibe Toy Story, marco da animação dirigido por John Lasseter, nos dias 01 e 02 de junho.


PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

https://www.capitolio.org.br/novidades/7311/ao-sentido-comunitario/


A renda da mostra será destinada ao projeto Futuro Audiovisual RS.


Sobre a iniciativa “Futuro Audiovisual RS”

https://www.futuroaudiovisualrs.com/

O ecossistema do audiovisual gaúcho, composto por instituições, produtoras, empresas da cadeia produtiva, fornecedores, profissionais e prestadores de serviço do audiovisual precisa agora, mais do que nunca, de um futuro para vislumbrar. Considerando este contexto, surge o movimento “Futuro Audiovisual RS”, uma iniciativa que reúne os principais agentes do audiovisual do estado em um movimento histórico de ajuda a centenas de profissionais do audiovisual que foram impactados pelas inundações de maio de 2024 no estado do Rio Grande do Sul.


DISTOPIA ITALIANA NO PROJETO RAROS

Nesta sexta-feira, 31/05, às 19h30, o Projeto Raros da Cinemateca Capitólio apresenta Os Exterminadores do Ano 3000 (1983, 90'), de Giuliano Carnimeo, exemplar icônico da onda italiana de filmes inspirados em Mad Max. Entrada franca. A sessão será apresentada pelo crítico e pesquisador Cristian Verardi. Entrada franca.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7277/projeto-raros-os-exterminadores-do-ano-3000/


GRADE DE HORÁRIOS

30 de maio a 05 de junho de 2024


30 de maio (quinta-feira)

15h – O Pão Nosso

17h – O Sol Brilha na Imensidão

19h – Francisco, Arauto de Deus


31 de junho (sexta-feira)

15h – Terra

17h – Batismo Fatal

19h30 – Projeto Raros: Os Exterminadores do Ano 3000


01 de junho (sábado)

15h – Sessão Vagalume: Toy Story

17h – Onde Fica a Casa do Meu Amigo?

19h – Morro do Céu


02 de junho (domingo)

15h – Sessão Vagalume: Toy Story

17h – Terra

18h30 – PomPoko: A Grande Batalha dos Guaxinins


04 de junho (terça-feira)

15h – O Sol Brilha na Imensidão

17h – Morro do Céu

19h – O Pão Nosso


05 de junho (quarta-feira)

15h – Onde Fica a Casa do Meu Amigo?

17h – Francisco, Arauto de Deus

19h – O Crime de Monsieur Lange

sexta-feira, 24 de maio de 2024

Cine Especial: Revisitando 'A Queda da Casa de Usher'

Quando se pensa em Roger Corman logo vem em nossa mente o nome Edgar Allan Poe. Corman era fascinado pelos contos que o escritor havia escrito em sua curta vida, mas que foram os suficientes para entrar na história. Coube então ao realizador tomar um passo importante de sua carreira e que daria um papel relevante no cinema de horror norte americano.

No final dos anos cinquenta o estúdio inglês Hammer começou a se destacar ao levar para o cinema produções baseadas em contos clássicos de horror, começando por "A Maldição de Frankenstein" (1957) e "O Vampiro da Noite" (1958) e o resto é história. O estúdio deu novo fôlego ao gênero de horror, ao inserir cores, sangue e um grau de violência até então inédito para aquela época. Não demorou muito para que algum estúdio entrasse nesta briga para obter uma fatia desse sucesso e neste caso foi o estúdio norte americano "American International Pictures".

Conhecida por produções em preto e branco e de baixo orçamento, o estúdio obteve revitalização quando Roger Corman se tornou um dos seus produtores, mas a intenção do realizador era também roteirizar e ao mesmo tempo dirigir algumas produções. Tendo uma predileção pelos livros de Edgar Allan Poe, o realizador e o estúdio decidiram investir todas as suas fichas em "A Queda da Casa de Usher" (1960), talvez a primeira e grande produção do estúdio, contendo todo um cuidado perfeccionista e que somente Corman poderia idealizá-lo. Sucesso de público e crítica, o filme foi o primeiro de muitas produções que Corman levou ao cinema baseado nas obras de Edgar Allan Poe.

A trama é sobre um jovem chamado Philip Winthrop (Mark Damon), que viaja até a Casa dos Usher, uma mansão sinistra e isolada em um grande pântano. Lá, ele pretende encontrar a sua noiva Madeline Usher (Myrna Fahey), para levá-la de volta a Boston e se casarem. Porém, o irmão de Madeline chamado Roderick (Vincent Price), insiste para que ela se mantenha na mansão, já que ela se encontra doente, mas há um segredo que envolve a sua família além da mansão e resultando em situações sinistras.

Rodado em apenas 15 dias, Roger Corman demonstra total paixão pela obra de Poe em cada cena em que ele dirige, cujo perfeccionismo é sentido, mesmo tendo sido tudo rodado em pouquíssimo tempo. Com cores dos tempos de technicolor, o filme ganha um patamar maior visualmente, como se o vermelho, por exemplo, visto nas roupas exalasse sangue e fazendo a gente se preparar psicologicamente. Falando nisso, por mais que visualmente o filme seja algo já visto naquela época, a produção se diferenciava dos demais, ao nos entregar uma trama em que o principal monstro poderia ser a própria mente doentia de alguns dos protagonistas.

Era o início dos anos sessenta, onde o suspense e o horror estavam mudando e revelando uma nova faceta do gênero. Era o início de tempos questionadores, onde o monstro talvez não viesse da Transilvânia, mas sim das próprias ações do ser humano. Alfred Hitchcock, por exemplo, construiu uma carreira de suspense em que o sobrenatural não tinha o seu espaço e "Psicose" (1960) foi o início dessa tendência para época e o resto é história. Pode-se dizer que "A Queda da Casa de Usher" transite para os dois lados, sendo que por um momento parece que há algo de sobrenatural naquela casa, mas o lado psicológico se sobressai logo em seguida.

O fator primordial para isso é a presença de Vincent Price, ao construir para o seu Roderick um personagem enigmático, cuja suas ações nós questionamos já de início, pois não sabemos ao certo se há alguma lógica no que ele diz referente a Mansão e a sua irmã, ou se tudo não passa de algo vindo de uma mente fragmentada. Price já era conhecido na época por estrelar filmes de horror como "Museu de Cera"(1953), mas foi a partir dessa produção de Roger Corman que ele se tornaria conhecido como astro dos filmes de horror por um longo tempo. A partir desse filme Price atuaria em quase todas as produções baseadas na obra de Edigar Allan Poe, como no caso de "O Corvo" (1963) e A Mansão do Terror (1961).

Na medida em que a trama avança tudo começa a ficar cada vez mais complexo, onde não sabemos ao certo se tudo é uma grande armação de Roderick, ou se há algo de peculiar, seja na mansão, ou com relação a sua família. O ato final se encaminha para momentos até mesmo pesados para época, onde a loucura, violência e o sobrenatural(?) se fundem como um todo e fazendo do cenário principal algo insuportável. Embora os minutos finais possam soar convencionais isso não tira o brilho do resultado da produção, mesmo quando nos passa a sensação de que ela poderia ir mais longe do que se imagina.

"A Queda da Casa de Usher" é a união inventiva e cinematográfica de Roger Corman com o lado mais sombrio e enigmático de Edgar Alan Poe e cuja união mudaria uma parte da história do cinema de horror norte americano. 

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quinta-feira, 23 de maio de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'La chimera'

Sinopse: Apaixonado por arqueologia, o inglês Arthur radicou-se na Toscana. Neste território repleto de tumbas etruscas, ele acaba fazendo seu ganha-pão do saque de antiguidades que encontra nelas. 

O tempo destrói tudo e cabe mantermos os fragmentos para que a história seja contada. Porém, é interessante observar que a própria história pode servir de lucros para alguns, pois estes não conseguem manter a sua própria história que se vai aos poucos ao vento. "La Chimera" (2023) fala sobre o indivíduo comum se aventurando por relíquias antigas, mas tendo que encarar de frente as suas consequências.

Dirigido pela cineasta italiana Alice Rohrwacher, a trama se passa na zona rural da Toscana da década de 1980, O protagonista Arthur (Josh O’Connor) é um jovem arqueólogo que uni forças com um grupo de ladrões para escavar e obter relíquias antigas para obterem algum lucro. Mas é através dessa atividade que Arthur busca pela sua amada desaparecida, nem que para isso tenha que atravessar até mesmo crenças da mitologia grega.

Alice Rohrwacher parece buscar inspiração na realização do seu filme, já que a obra se inicia com o rosto da amada do protagonista olhando para a câmera, como se quase quebrasse a quarta parede, para logo em seguida entendermos que o protagonista está sonhando com ela. Essa passagem me lembrou alguns dos melhores momentos do clássico francês "O Demônio das Onze Horas" (1965), do mestre Jean-Luc Godard e cujo mesmo fazia uma trama que nos conduzisse a um cenário, por vezes, surreal para dizer o mínimo. É o mesmo que acontece com Arthur, principalmente na abertura do filme, onde ele acorda dentro do trem e nos dando a impressão de que ele não está realmente acordado no mundo real.

O mundo real, por sua vez, é um tanto sujo e retorcido do qual ele convive, principalmente na pequena casa que ele ergueu e para assim colecionar as antiguidades que ele vai encontrando no meio do percurso. Arthur se vê totalmente deslocado naquele ambiente, mesmo quando existe pessoas que buscam alinhá-lo ao mundo em que vive. Se por um lado há os antigos colegas que buscam um meio de levá-lo novamente a escavar tumbas, do outro, a jovem Itália se torna uma espécie de razão indireta para que Arthur busque um caminho mais coerente para trilhar e quem sabe encontrar o amor que tanto procura.

Alice Rohrwacher busca retratar uma Itália rica, festiva e colorida dos anos oitenta, mesmo quando as adversidades se encontram latentes em cena. Arthur por sua vez age como observador dessa realidade, como se ela não fosse exatamente coerente e somente buscando algum sentido no momento que busca algo precioso. Em meio a esse percurso é curioso quando ele e seus demais colegas encontram uma estátua valiosa, mas revelando o lado ambicioso daqueles que veem nisso somente algo para gerar lucro. Em contrapartida há uma sensação mórbida, de que há algo que jamais poderia ser violado e fazendo com que Arthur perca ainda mais o seu rumo.

Josh O'Connor constroi para o seu personagem alguém que nos transmite uma certa inocência perante o mundo em que vive, mas não escondendo certa ambição pelo desejo em alcançar o que realmente quer. Já a nossa Carol Duarte se sai bem como uma espécie de equilíbrio emocional para Arthur e não somente um possível novo relacionamento, já que ele se encontra em uma cruzada que pode-lo levá-lo até mesmo em um cenário desconhecido. Esse por si só já nos deixa com mais perguntas do que respostas.

O ato final é cheio de simbolismo, desde para aqueles que nutrem de certas crenças, como também para aqueles que apreciam diversas teorias cinematográficas. A meu ver, Alice Rohrwacher busca uma forma de nós mesmos tirarmos as nossas próprias conclusões, muito embora haverá pessoas que não estejam muito dispostas para isso, mas sim que a conclusão fosse mais bem explicada. Ao menos o filme nos guia para esse desafio e para alguns cinéfilos como eu aceitam de bom grado.

"La chimera' nos conduz a uma odisseia improvável de um protagonista que busca por algo precioso, mas não sendo exatamente o que nós imaginamos.    



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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (23/05/24)

 FURIOSA: UMA SAGA MAD MAX

Sinopse: A trama conta a história de origem da guerreira renegada Furiosa (interpretada anteriormente por Charlize Theron), mostrando sua jornada até se juntar a Max em Mad Max: Estrada da Fúria (2015).


MEU SANGUE FERVE POR VOCÊ

Sinopse: Em 1979, Magal, um dos artistas mais populares e celebrados do país, segue a rotina de ensaios e compromissos em Salvador. Durante um programa de TV conhece a deslumbrante Magali e é acometido por uma paixão inédita e avassaladora. 


DE REPENTE, MISS!

Sinopse: Monica abandonou uma promissora carreira publicitária para criar os filhos, Luiza e Léo, e agora, prestes a completar 40 anos, está em crise. Sua filha adolescente, uma influenciadora digital em ascensão, não sente mais admiração por ela.


MORANDO COM O CRUSH

Sinopse: Os jovens Luana e Hugo se apaixonam. No entanto, a possível relação amorosa de ambos fica ameaçada após terem de se mudar para a mesma casa, já que o pai da menina e a mãe do garoto também se apaixonaram. 


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Cine Dica: Em Cartaz - 'Morando Com o Crush'

Sinopse: Os jovens Luana e Hugo se apaixonam. No entanto, a possível relação amorosa de ambos fica ameaçada após terem de se mudar para a mesma casa, já que o pai da menina e a mãe do garoto também se apaixonaram. 

O filme tem direção de Hsu Chien Hsin, do filme "Um Dia Cinco Estrelas" (2023) e roteiro assinado por Sylvio Gonçalves. O elenco também conta com Ed Gama como o faz-tudo Cledir, Júlia Olliver como a vizinha Patrícia e Juliana Alves como Karina, diretora da escola e mãe de Patrícia. Infelizmente a trama e os diálogos são fraquíssimos e não agrada em nenhum momento. Tudo é por demais apressado, sendo que já de início o longa não constrói nenhuma forma que nos convença as relações que surgem na história, seja do jovem casal central, assim como também a improvável relação entre os seus pais.

Talvez um dos seus principais problemas seja sem sombra de dúvida o seu roteiro preguiçoso.  São vários pontos que são apresentadas de maneira tão agilizada e sem aprofundamento que fica cansativo tentar se identificar com a história como um todo. Para começar, a forma como os personagens dos pais contam como eles vão se mudar, sendo que mal começaram a namorar, e a questão da protagonista Luana, que declara que sente medo de engravidar no meio de uma conversa que surgiu do nada.

As justificativas apresentadas para que tanto os pais quanto os filhos finjam ser uma família tradicional não convencem em nenhum momento, como a questão de eles serem gêmeos por falta de vaga na nova escola e mesmo com a mentira eles resolvem participar de uma competição feita exclusivamente para irmãos. Alguém conseguiu entender isso?

Concluindo, é cinema nacional que não vi exatamente problemas na atuação, já que o elenco se esforça. Porém, a direção e principalmente o roteiro, por vezes, absurdo prejudicam o resultado que estava destinado a ser para toda a família, mas cujo a sessão será muito cansativa.   

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quarta-feira, 22 de maio de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Imaculada'

Sinopse: Cecilia, uma jovem religiosa, se torna freira em um convento isolado na região rural italiana. Após uma gravidez misteriosa, Cecilia é atormentada por forças perversas. 

Não falta filmes de terror do qual a igreja católica esteja envolvida, seja para o bem ou para o mal. Neste último caso, a própria se vê bastante incomodada quando o cinema a envolve como a principal vilã, ou quando se questiona certas doutrinas e se elas são realmente validas ainda em pleno século 21."Imaculada" (2024) é um filme que irá incomodar muitos católicos fervorosos, mas é justamente para isso que foi lançado.

Dirigido por Michael Mohan, o filme conta a história de Cecilia (Sydney Sweeney), uma jovem religiosa e que é muito bem recebida por um convento no interior da Itália. Porém, ao longo do tempo, a jovem percebe certas coisas estranhas acontecendo no local, desde ao comportamento peculiar das freiras, como também o próprio ambiente em si. A situação piora quando certo dia ela descobre que está gravida e fazendo com que os demais do local a enxerguem como a nova Virgem Maria.

Michael Mohan segue a fórmula de sucesso de outros filmes de horror que foram lançados nestes últimos dez ou quinze anos, desde ao usar vultos na escuridão, como também algo surgindo repentinamente em meio as sombras. Porém, existe uma ambiguidade genuína com relação aos personagens que moldam a trama, já que não sabemos ao certo quais são as suas reais intenções de forma imediata, mas uma vez que descobrimos tudo se torna ainda mais peculiar para dizer o mínimo. O filme em si transita entre horror convencional para o psicológico e indo contra as expectativas daqueles que estão assistindo.

É claro que é um filme que irá incomodar muita gente, principalmente para aqueles que levam a religião bastante a sério e não querem ver sobre o que acreditam ser questionado na forma de um filme de horror. É um longa que questiona sim o papel da igreja como um todo, que prega sempre vinda de Cristo, mas que não nos surpreenderíamos se ela forçasse a vinda o mais rápido possível. É aí que o filme entra até mesmo em um território perigoso, mas que não irá mudar o mundo, mas sim somente tendo o direito de questionar o sistema da igreja como um todo.

Vale destacar a ótima atuação de Sydney Sweeney, que desde a primeira temporada de "Euphoria" tem atuado em diversos gêneros, seja drama, comédia e o mais puro terror e aqui ela não faz feio nas cenas que exigem dela até mesmo coragem. Com certeza será alvo de polêmicas, principalmente em uma determinada cena em que os habitantes do local fazem dela uma nova Virgem Maria. Curiosamente, Sydney Sweeney ficou tão imóvel nesta cena que eu jurei por um momento que não era ela, mas sim uma estátua.

O ato final aguarde para muito sangue, violência e minutos finais que irão dar o que falar, principalmente que vai da questão sobre as discussões do aborto que são tanto debatidos hoje em dia. Não é todo o dia, portanto, que um filme de terror venha para questionar, chocar e ao mesmo tempo fazendo a gente debater após a exibição.

Com a participação assustadora de  Álvaro Morte, o eterno professor de "La Casa de Papel", "Imaculada" é um filme de horror incomodo, que usa as fórmulas de sucesso até certo ponto, para logo depois nos jogar em um cenário bem questionador para dizer o mínimo. 

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