Sinopse: O Homem-Formiga e a Vespa lutam contra Kang, o Conquistador, no reino quântico.
Os dois filmes anteriores do "Homem Formiga" nada mais eram do que filmes que nasceram para entreter e sem ter muito peso com relação a interligação com o universo do MCU. Porém, o protagonista se tornou peça fundamental em "Vingadores - Ultimato" (2019) e abrindo a possibilidade de que o seu papel teria participação de algo maior dentro desse universo compartilhado. Pois bem, "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" (2022) veio para se tornar uma peça importante da construção da saga do "Multiverso", mas nem por isso deixa de ser um passatempo divertido e com um belo visual a ser defendido.
Dirigido novamente por Peyton Reed, a trama acontece quando Cassie (Kathryn Newton), filha de Scott Lang (Paul Rudd), desenvolve um dispositivo que permitiria a comunicação com o reino quântico, o experimento termina em desastre: Cassie, Scott e sua companheira e heroína, Vespa, Hope van Dyne (Evangeline Lilly) involuntariamente se encontram no reino místico. Unindo forças com os pais de Hope, Hank Pym (Michael Douglas) e Janet van Dyne (Michelle Pfeiffer), o trio trabalha um caminho de volta enquanto os atrai para o misterioso mundo do Reino Quântico, onde encontram criaturas alienígenas e uma civilização oculta.
Como eu disse acima, diferente dos títulos anteriores, esse filme é elevado para um novo patamar, porém, não deixa de ser um filme leve para todas as idades, mesmo indo em direções que só se compara aos filmes dos "Vingadores". Mas o que deixa o filme leve é realmente atuação descontraída de Paul Rudd, do qual a sua veia humorística está quase sempre em destaque e se casando quase perfeitamente com a fórmula Marvel que o estúdio até hoje insiste em usar. Embora a fórmula esteja desgastada, é preciso reconhecer que a presença do ator faz com que tudo fique nos eixos e fazendo com que algumas piadas façam até mesmo obter de nós alguns sorrisos.
Mas, embora o roteiro insista colocá-lo como protagonista, principalmente da maneira como é apresentado o prólogo e o epílogo, é preciso destacar o fato que Janet rouba a cena quando tudo se direciona a ela. E não é somente pelo fato dela ser interpretada pela veterana Michelle Pfeiffer, mas sim porque a personagem possui um arco dramático interligado com o reino quântico, do qual havia se iniciado no primeiro filme e se encerrando aqui de uma forma que ninguém imaginava. Aliás, é preciso destaca o visual do reino quântico, cujo efeitos visuais são primorosos, cheios de detalhes e baixando o tom dos críticos que até então estavam achando que o estúdio estava relaxando neste lado técnico.
Mas o filme como um todo pertence realmente ao vilão Kang e interpretado de forma intensa pelo ator Jonathan Majors. Até aqui, pode-se dizer que ele é a figura central da saga do Multiverso que o estúdio está criando aos poucos, já que a primeira versão do personagem foi vista na série Loki (2021) e aqui conhecemos sua outra contraparte e da qual não mede esforços para sair do reino quântico nem que para isso terá que matar muitos. Em determinado ponto, por exemplo, acreditamos que alguns dos heróis irão perecer durante o percurso, já que o vilão realmente nos convence que ele pode cometer tal feito.
Voltando ao reino quântico, é nítido que o estúdio está construindo o seu "Star Wars", já que o local é povoado pelos mais diversos tipos de seres interessantes, abrindo o leque com as mais diversas possibilidades e cuja cereja do bolo é a presença da figura de M.O.D.O.K e da qual sintetiza toda essa loucura construída. Mas isso não é novidade, já que desde "Thor: Ragnarok" (2017) essa é a real pretensão do estúdio e resta saber se ela irá se manter ao longo dos próximos anos. Neste último caso, o maior vilão que o estúdio terá que enfrentar talvez seja a sua própria ambição, da qual já é sentida algum tempo e que pode declinar a qualquer momento.
Neste último caso, isso faz com que o filme não esconda os seus defeitos, desde o fato que o título em si se encontra um tanto que errado, já que a Vespa de Evangeline Lilly se torna bastante secundária durante a trama. Já Cassie se torna uma mera promessa para o futuro do MCU, já que ela começa a usar o traje igual do seu pai, mas se tornando uma peça quase descartável dentro da trama. O ato final transita tanto para bons momentos para o lado previsível, mas fazendo com que tudo fique nos eixos e valendo assim o ingresso.
Com uma participação especial hilária de Bill Murray, "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" funciona com uma boa aventura espacial, mas da qual não se pode exigir muito dela, mesmo sendo parte de algo maior para o MCU.
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