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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 27 de julho de 2021

Cine Especial: 'O Violinista que Veio do Mar' (2004)

Sinopse: Após uma tempestade, um misterioso rapaz polonês aparece na praia em frente à casa de duas irmãs solteironas. Elas cuidam de seu tornozelo quebrado e descobrem que se trata de um ótimo violinista. Inevitavelmente se apaixonam e começam a disputá-lo. 

São tanto longas metragens que são lançados anos após anos que alguns passam desapercebidos aos nossos olhos. Em alguns casos, por exemplo, se percebe que tal filme não recebeu a sua merecida atenção, talvez por má divulgação ou simplesmente por ter estreado em época errada. "O Violinista que Veio do Mar" (2004) é um desses casos sobre filmes que passa distante dos nossos olhos, mas que vale uma conferida através da curiosidade e que logo nos conquistar facilmente.  

Dirigido pelo veterano ator Charles Dance, o filme é baseado no conto do consagrado escritor William Locke, onde a trama se passa em 1936. As idosas, irmãs Janet (Maggie Smith) e Ursula (Judi Dench), vivem em uma velha casa na pequena vila em Cornwall, no sudoeste da Inglaterra. Após uma tempestade violenta perto da praia, elas encontram um jovem ferido chamado Andrea (Daniel Brühl) – provavelmente sobrevivente de um naufrágio - levam-no para sua casa e cuidam para que se recupere. Descobrem que ele não fala nenhuma palavra em inglês, mas é um talentoso violinista polonês que queria emigrar para os Estados Unidos. As duas irmãs se enamoram dele, o que conduz a uma rivalidade de quase possessiva tutela. Ele lembra Janet do amor que ela perdeu, quando o marido foi morto na I Guerra Mundial, e desperta em Ursula sentimentos românticos que ela nunca tinha sentido.  

A relação, seja ela de amizade ou amorosa, de pessoas com idades diferentes não é novidade dentro da história do cinema, sendo que muitos casos isso é sempre retratado de forma delicada, pois nem todos enxergam esse quadro com bons olhos. No caso desse filme, logo se percebe que o jovem desperta algo em ambas as irmãs, principalmente em Ursula, cuja as lembranças douradas de um passado distante vem à tona, mas cuja as adversidades do mundo real lhe tiraram tudo e somente restante a companhia de sua irmã. Com a presença de Andrea se abre uma nova janela para as suas vidas, assim como também para os demais do vilarejo que começam a ter bastante curiosidade com o novo visitante.  

Tecnicamente o filme é suave em sua fotografia, mas ao mesmo tempo possuindo uma ótima edição de arte e reconstituindo uma época em que o mundo não sabia ao certo por onde ir, principalmente após o encerramento de uma guerra e o começo de uma outra. Embora aja uma desconfiança sobre a real origem do rapaz, os conflitos entre países e posições políticas ficam em segundo plano, já que arte da música ganha um maior espaço. Falando nela, para os amantes violinistas o filme é um prato cheio, principalmente para aqueles que ainda admiram uma música clássica em todos os sentidos.  

Em termos de atuação é preciso tirar o chapéu para as duas veteranas em cena. Tanto Judi Dench como Maggie Smith estão ótimas em seus respectivos papeis, sendo que a primeira consegue passar em seu olhar os desejos nunca antes conquistados e vendo em Andrea a chance de, enfim, conseguir senti-los mesmo que parcialmente. Embora seja um ótimo interprete, Daniel Brühl economiza na atuação para a construção de seu Andrea, muito embora os seus momentos em que ele toca o violino impressiona em diversas formas. O ato final pode até ser previsível para alguns, mas não deixa de ser emocionante ao vermos os principais personagens da trama alcançando um cenário incomum fora do seu cotidiano e aproveitando, enfim, um momento único em que somente a arte da música pode proporcionar.  

"O Violinista que Veio do Mar" é uma pequena joia a ser descoberta, ao nos revelar o nascimento do amor de diversas formas e cuja a arte da música se torna o coração pulsante da obra.  

Onde Assistir: Youtube 

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segunda-feira, 26 de julho de 2021

Cine Dica: Desconstruindo Woody Allen

UM HOMEM DAS LETRAS, DO JAZZ,

DO HUMOR REFINADO E SARCÁSTICO

Apresentação 

Woody Allen começou a trabalhar como redator de comédia e humor na década de 50, inicialmente para a televisão e o teatro. Na virada da década venceu sua reconhecida timidez e encarou o palco atuando em antológicas apresentações solo de comédia stand up. Logo foi reconhecido por seu talento peculiar que unia humor, crítica e ironia em piadas impagáveis. Em rápido destaque na indústria do entretenimento, Allen logo foi convidado para escrever também para o cinema. Iniciou então uma carreira de roteirista, cujo primeiro trabalho foi o longa-metragem O Que é Que Há, Gatinha? de 1965. Já no ano seguinte estreia como diretor com a comédia What's Up, Tiger Lily?, que no Brasil recebeu o título de O Que Há, Tigresa?. A partir destas duas experiências Woody Allen passa a se dedicar quase que exclusivamente para o cinema.

Desde então foram mais de 50 longas-metragens como diretor, roteirista e ator. Em 1977 recebe a consagração da Academia ao receber quatro prêmios Oscar (Filme, Roteiro, Direção e Atriz) pela comédia Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall). Woody Allen já foi indicado mais de 20 vezes para a maior premiação do cinema norte-americano. Destas indicações, 16 delas foram para o Oscar de Melhor Roteiro, um recorde na categoria. No entanto, apesar de toda esta atenção da Academia para seu trabalho, Woody Allen mantém uma distância regulamentar de Hollywood. Ao invés de comparecer à cerimônias de entrega do Oscar, Allen prefere ir tocar clarinete com seu grupo de Jazz no Bar Carlyle de Nova Iorque.

Objetivos

O Curso online Desconstruindo Woody Allen, ministrado por Josmar Reyes, vai explorar a filmografia do realizador a partir de um olhar analítico sobre sua obra. O curso ressaltará os aspectos narrativos, estéticos e técnicos, bem como as particularidades da carreira do diretor e suas influências artísticas. Serão abordados também os temas recorrentes em seus filmes, assim como curiosidades relativas à produção de seus filmes.


Ministrante: Josmar Reyes

Doutor em Ciências da Comunicação e da Informação, Novas Tecnologias e Artes do Espetáculo (Université de Paris III - Sorbonne Nouvelle). Professor do Curso de Realização Audiovisual (Unisinos). Licenciado em Letras / Português - Francês (UFRGS), Mestre em Estudos Francófonos (UFRGS) e Pós-doutorando em Cinema Coreano. Já ministrou os cursos “Todas as Cores de Pedro Almodóvar” e “Nouvelle Vague do Cinema Coreano” pela Cine UM.


Curso online

DESCONSTRUINDO WOODY ALLEN

de Josmar Reyes

Datas: 07 e 08 / Agosto (sábado e domingo)

Horário: 


Aula 1 - 14h às 16h30

Aula 2 - 15h às 17h30


Duração: 2 encontros online 

(carga horária total: 5 horas / aula) 

Material: Certificado de participação + Apostila 

Investimento 

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Informações

cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714 

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Curso online A ARQUITETURA DO CINEMA

de Paulo Leônidas

* Dias 24 e 25 / Julho (sábado e domingo)

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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Cine Dica: Streaming: 'Loki'

Sinopse: Após roubar o roubar o tesserato dos Vingadores, Loki se vê em uma aventura de viagens no tempo, realidade alternativas e que pode provocar a extinção da linha natural da história.    

Uma coisa que se deve reconhecer é que muitos dos personagens da editora Marvel que foram levados para as telas acabaram sendo muito melhor aproveitados do que nas HQ. Homem de Ferro, por exemplo, ganhou uma personalidade contagiante e que se difere muito de sua contraparte e isso, logicamente, se deve muito a Robert Downey Jr. Se isso ocorreu com o vingador dourado o mesmo aconteceu com Loki.

Vilão megalomaníaco das HQ, Loki sempre foi o principal rival de Thor, mas até onde eu me lembro ele nunca ganhou uma trama que melhor aprofundasse a sua pessoa. Porém, para o cinema, o personagem ganhou novas camadas de conteúdo e isso graças à atuação de Tom Hiddleston e fazendo de Loki um dos personagens mais queridos pelo público. Por conta disso, eis que o personagem ganha a sua própria série intitulada "Loki" (2021) e que nos brinda com diversas possibilidades futuras para o universo do MCU.

A série é um spin-off que segue os passos de Loki (Tom Hiddleston), mais conhecido como Deus da Trapaça, que conseguiu roubar o tesserato dos Vingadores durante a missão de recuperar as Joias do Infinito em "Vingadores - Ultimato" (2019). Com o poder da gema do espaço, o Asgardiano começa a pular no tempo com a intenção de chegar a Midgard. Ao longo de sua jornada, ele acaba interferindo em momentos importantes da história da humanidade – seja para cumprir seus próprios objetivos, seja para se divertir um pouco. O que ele não sabe é que sua intervenção pode gerar uma catástrofe nas linhas do tempo e, assim, colocar em risco todo o universo.

Sendo morto tragicamente pelas mãos de Thanos em "Vingadores -Guerra Infinita" (2018), Loki ganhou uma nova chance no filme seguinte, mas em uma realidade alternativa e desencadeando uma nova linha temporal capaz de influenciar as outras. O charme da série está no fato de não seguir regras, já que o novo cenário em que Loki se encontra, um local em que um grupo de agentes cuida da linha do tempo do universo, acaba se tornando um material farto de inúmeras ideias a serem aproveitadas. Por conta disso, há diversos Lokis que vão surgindo na história, com direito até mesmo uma versão feminina e interpretada com intensidade pela atriz Sophia Di Martino.

Tecnicamente a série é um colírio para os olhos e que o cinéfilo precisa ficar bastante atento, pois visualmente a produção presta homenagem a diversos clássicos da ficção, tanto "Brazil - O Filme" (1985) como o cultuado "Blade Runner" (1982). Curiosamente, a história dá espaço a bastante diálogos, ao ponto de até mesmo esquecermos que estamos diante de uma produção da Marvel e isso é muito bem representado pelo agente Mobius e que é interpretado pelo ator Owen Wison.

Alias, é preciso reconhecer que Owen Wison rouba a série para si em alguns momentos e até mesmo ofuscando atuação de Tom Hiddleston. Astro de filmes como "Marley e Eu" (2008), o ator foi construindo uma carreira sólida em filmes autorais orquestrados, tanto pelo cineasta Woody Allen, como também pelo cineasta Wes Anderson. Aqui, ele está mais do que a vontade como um agente tagarela, que levanta inúmeras teorias sobre Loki e criando uma dualidade entre esse último de uma forma contagiante.

Os últimos capítulos acabam se tornando cruciais, principalmente pelo fato de a história manter inúmeras pontas soltas que que serão, ou não, respondidas em uma segunda temporada ou nos filmes seguintes do estúdio. Embora curta, a série diverte, surpreende e provando que o estúdio não está se limitando a somente a sua fórmula de sucesso da qual a fez chegar até aqui. "Loki" é mais um passo à frente em que estúdio Marvel dá em termos de criatividade e lançando diversas novas possibilidades futuramente. 

Onde Assistir: Disney+ 

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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (22/07/21)

Caros Camaradas - Trabalhadores em Luta

Sinopse: Em 1962, na União Soviética, Lyudmila, uma executiva do Partido Comunista que lutou na guerra pela ideologia de Stalin, está certa de que seu trabalho criará uma sociedade comunista e detesta qualquer sentimento anti-soviético. Durante uma greve em uma fábrica local, Lyudmila testemunha um piquete de trabalhadores baleado por ordem do governo, que busca abafar greves na URSS.

Um Lugar Silencioso - Parte II

Sinopse: A família Abbott precisa enfrentar os terrores do mundo exterior enquanto luta pela sobrevivência em silêncio. Forçados a se aventurar no desconhecido, eles percebem que as criaturas que caçam pelo som não são as únicas ameaças no caminho da areia.


Irmãos à Italiana

Sinopse: Irmãos à Italiana se passa em Roma, 1976. Valério (Mattia Garaci) é um menino de dez anos cheio de imaginação. Sua infância é virada de cabeça para baixo quando ele testemunha um ataque terrorista a seu pai, Alfonso (Pierfrancesco Favino). A partir desse momento, o medo e o sentimento de vulnerabilidade marcam a vida do menino. Mas é justamente nestes dias difíceis que Valério conhece Christian (Francesco Gheghi). Este encontro, em um verão cheio de descobertas, mudará suas vidas para sempre.


Dupla Explosiva 2 - E a Primeira-Dama do Crime

Sinopse: O guarda-costas Michael Bryce (Ryan Reynolds) terá que abandonar sua licença sabática para proteger Darius (Samuel L. Jackson) e Sonia (Salma Hayek), o casal estranho mais letal do mundo. Enquanto Bryce é levado ao limite por seus dois protegidos, o casal Kincaid se mete em uma trama global, onde são perseguidos por um louco vingativo e poderoso (Antonio Banderas).


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quarta-feira, 21 de julho de 2021

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 22 A 28 DE JULHO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim

SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES
MÚSICA PARA QUANDO AS LUZES SE APAGAM *ESTREIA

 

SALA 1 / PAULO AMORIM


15h30 – DOCE ENTARDECER NA TOSCANA

(Dolce Fine Giornata - Itália/Polônia, 95min, 2019). Direção de Jacek Borcuch, com Krystyna Janda, Kasia Smutniak, Vincent Riotta. Arteplex Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Marie Linde é uma poeta de origem polonesa, que vive na região italiana da Toscana e é festejada por ter sido reconhecida com o Prêmio Nobel de Literatura. Progressista e independente, ela não aceita o sentimento de xenofobia que toma conta do lugarejo onde mora depois de um ataque terrorista à Roma – e isso pode trazer consequências difíceis para sua família. Krystyna Janda ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Sundance. Assista o trailer aqui.


17h30 – UM DIVÃ NA TUNÍSIA

(Un Divan à Tunis - França/Tunísia, 2020, 90min. Direção de Manele Labidi, com Golshifteh Farahani, Majd Mastoura, Aïcha Ben Miled. Imovision, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Depois de muitos anos vivendo e estudando na França, a psicanalista Selma resolve abrir uma clínica em Túnis, capital da Tunísia, onde nasceu. Ela se depara com um país moderno, tomado de contrastes e conflitos culturais latentes, e tudo isso se reflete em seus novos pacientes. Assista o trailer aqui.


* Não haverá sessão na terça-feira, dia 27.

Nesta data, a Sala Paulo Amorim se integra à programação Mulher Negra na Arena e exibe três curtas-metragens de realizadoras negras em comemoração ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Entrada franca, com distribuição de senhas a partir das 16h30min.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – CHICO VENTANA TAMBÉM QUERIA TER UM SUBMARINO

(Chico Ventana También Quisiera Tener un Submarino – Uruguai/Argentina/Brasil/Holanda/Filipinas, 95 min, 2020). Direção de Alex Piperno, com Daniel Quiroga, Inês Bortagaray. Sessão Vitrine, 12 anos. Drama fantástico.

Sinopse: E se, de repente, uma simples porta permitisse acessar outras pessoas, em outras partes do mundo? No filme de estreia deste jovem diretor uruguaio, esta viagem fantástica une três realidades bem distintas: a rota de um navio de cruzeiro pela Patagônia; um apartamento de classe média em Montevidéu; e uma aldeia rural nas Filipinas. Em comum, todos os personagens têm seus questionamentos e pequenas ambições. Assista o trailer aqui.


16h30 – MIGLIACCIO: O BRASILEIRO EM CENA

(Brasil, 85min, 2021). Documentário de Alexandre Rocha, Marcelo Pedrazzi e Tuco. Bretz Filmes, 10 anos.

Sinopse: Flavio Migliaccio (1934 - 2020) foi ator, diretor, produtor, desenhista, dramaturgo - e, segundo suas próprias palavras, um ser humano amador. Com este filme, ele teve a oportunidade de nos deixar uma visão bem particular da arte como um ofício; além disso, mostra como foi possível dar vida a tantos personagens e histórias diferentes tendo como inspiração a sua própria vida. Assista o trailer aqui.


18h30 – MÚSICA PARA QUANDO AS LUZES SE APAGAM *ESTREIA*

(Brasil, 2019, 70min). Direção de Ismael Caneppele, com Emelyn Fischer e Júlia Lemmertz. Arthouse Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Primeiro título do gaúcho Ismael Caneppele como diretor, o filme mistura ficção e documentário para mostrar a trajetória de Emelyn, uma jovem trans. A história se passa em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, onde uma autora começa a seguir os passos da jovem insatisfeita com seu corpo. Assim, ela inicia o processo para se tornar Bernardo e vive várias inquietações pessoais e também com os pais e amigos. O filme é adaptado do livro de mesmo nome, que o diretor lançou em 2007. Assista o trailer aqui.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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terça-feira, 20 de julho de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Sibyl'

Sinopse: Sibyl é uma psicoterapeuta que luta para se manter sóbria. Quando ela decide interromper os atendimentos com pacientes para dedicar-se à escrita, sua nova paciente, uma atriz problemática, revela-se uma tentadora fonte de inspiração.  

Os filmes que apresentam uma trama, cujo o cenário se passa durante uma produção de um filme, acaba se tornando o pano de fundo para a história principal e rendendo ao longo da história longas em que mostra o clima de tensão entre os bastidores. Em alguns casos, por exemplo, tudo gira em torno da aproximação dos realizadores um com o outro, o que acaba rendendo diversos atritos e até mesmo a destruição do que eles acreditavam e pregavam. "Sibyl" (2019) é um filme que vai muito além disso, onde se explora ao estremo o lado psicológico dos personagens que se encontram a beira de uma explosão iminente.

Dirigido por Justine Triet, o filme conta a história de Sibyl (Virginie Efira), uma psicoterapeuta que luta para se manter sóbria após superar o vício em álcool. Quando decide interromper os atendimentos de pacientes para se dedicar à escrita, recebe a visita inesperada de Margot (Adèle Exarchopoulos), uma atriz em crise durante uma filmagem. Apesar da recusa inicial, Sibyl aceita atendê-la, e logo percebe que a vida conturbada da artista representa o material perfeito para seu novo romance.

Justine Triet procura criar um mosaico de informações com relação a figura de Sibyl, cujo o passado nós conhecemos somente pela superfície, mas que, aos poucos, é revelado através de flashbacks ao longo do tempo. Não é preciso ser gênio para perceber que ela tem sérios problemas não resolvidos com relação ao seu passado, principalmente quando a questão envolve relacionamentos entre pais e filhos e cujo os assuntos não ficaram resolvidos. Se por um lado não fica muito claro as desavenças que ela tinha com relação a sua mãe, do outro, fica explicito o conflito que ela tem com relação ao verdadeiro pai de sua filha e cujo o olhar da mesma sintetiza uma situação da qual é tudo moldado por questões não resolvidas do passado.

Tecnicamente Justine Triet surpreende na direção com a questão dos seus personagens quase nunca encararem a si mesmo, mas sim deixando que os problemas vão se intensificando e fazendo com que tudo saia dos trilhos. Não deixa de ser interessante, por exemplo, ao vermos os protagonistas em frente de um espelho, mas nunca encarando o seu reflexo, como se encarar os seus próprios problemas não seja a solução, mas sim sempre buscando a solução através do próximo.

É isso que acaba ocorrendo na relação de Sibyl e Margot, sendo que uma precisa da outra, mesmo quando a última acha que é a única problemática da história. Ambas as atrizes estão ótimas em seus respectivas papeis, mas é realmente Virginie Efira que toma a frente de todo o filme, cuja a sua personagem lida com demônios interiores e cuja a sua força não é o suficiente para que ela evite certos desastres iminentes. O terceiro ato, por exemplo, é o ápice do filme, onde ela se deixa envolver com o caso de Margot e participando até mesmo do filme em que ela está envolvida.

E para os cinéfilos de plantão, não deixa de ser curioso que Justine Triet presta algumas homenagens ao cinema clássico, que vai desde ao francês "Desprezo" (1963) do mestre Jean-Luc Godard, como o italiano "A Aventura" (1960) de Michelangelo Antonioni. No caso desse último filme citado, a homenagem é mais do que explicita, já que ambos os filmes se passam em uma ilha vulcânica, mas diferente do clássico de Antonioni, a protagonista não desaparece e Sibyl é sugada pelos conflitos internos e pelo lado hipócrita do que rola no mundo dos bastidores de uma produção de um longa-metragem. Ao final, contatamos que os problemas dos demais personagens em volta não eram nada se comparados aos dela própria.

"Sibyl" é sobre casos e assuntos familiares não resolvidos e cuja a situação pode desencadear em uma situação irreversível. 


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segunda-feira, 19 de julho de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Viúva Negra’

Sinopse: Ao nascer, a Viúva Negra, então conhecida como Natasha Romanova, é entregue à KGB, que a prepara para se tornar sua agente suprema. Porém, o seu próprio governo tenta matá-la quando a União Soviética se desfaz. 

Quando Viúva Negra (Scarlett Johansson) deu Adeus ao universo do MCU pelo filme "Vingadores - Ultimato" (2019) muitos ficaram tristes pelo fato, mesmo quando a situação era de extrema necessidade para salvar a metade da vida do universo. Porém, a personagem era tão querida pelo público que muitos achavam inadmissível o fato dela ter participado de sete filmes do estúdio, mas jamais ter ganho o seu filme solo. Após vários anos de espera, finalmente chega "Viúva Negra" (2021), filme que nos dá um pouco de luz sobre o passado da personagem, mas que poderia ser explorado ainda mais se os realizadores quisessem.

Dirigido por Cate Shortland, do filme alemão "Lore" (2012), o filme mostra Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) precisando confrontar partes de sua história quando surge uma conspiração perigosa ligada ao seu passado. Perseguida por uma força que não irá parar até derrotá-la, Natasha terá que lidar com sua antiga vida de espiã, e também reencontrar membros de sua família que deixou para trás antes de se tornar parte dos Vingadores.

Antes de mais nada é preciso se curvar perante ao ótimo e longo prólogo que apresenta os personagens principais do longa, do qual é formado pela protagonista, pela sua "não" irmã Yelena, interpretada pela atriz Florence Pugh do filme  "Midsommar" (2019), sua "não" mãe, interpretada Rachel Weisz e pelo seu "não" pai Guardião Vermelho, interpretado pelo ator David Harbour da série "Stranger Things". O início da trama se passa em 1995, onde vemos essa família espiã Russa infiltrada em terras americanas e fazendo a gente se lembrar de uma temática parecida vista na série "The Americans". Após essa abertura, os realizadores foram engenhosos em criar um resumo ágil de como Natasha viria se tornar uma espiã da sala vermelha para, posteriormente, se tornar uma Vingadora.

Curiosamente, o primeiro ato se passa logo após os eventos vistos em "Capitão América - Guerra Civil" (2016), mas o filme pode ser compreendido independente de alguns nunca terem assistido aos filmes do MCU. Para dizer a verdade, o filme está mais para aqueles que apreciam um filme de espionagem, com direito a cenas de ação mirabolantes e que desafiam em alguns momentos as leis da física. São cenas de ação que empolgam, mas não é por aí que se encontra o coração do filme como um todo.

A produção tem o seu charme graças aos seus personagens principais, que precisam enfrentar os seus erros do passado, assim como as desavenças que carregam um contra o outro. Neste último caso isso é muito bem representado pela dualidade entre Natasha e Yelena, sendo que a ótima atuação de Florence Pugh cria um peso maior para a sua personagem que não esconde uma dor psicológica que é encontrada em seu olhar. E se por um lado Rachel Weisz cumpre com competência a sua atuação, David Harbour, por sua vez, se torna o lado cômico da trama ao interpretar um herói russo aposentado e abandonado pelo próprio governo.

Mas o filme não se prende nas questões políticas envolvendo tempos de Guerra Fria, mesmo quando o prólogo escancara uma grande cutucada com relação a essa época. O projeto nasceu mais para, não somente dar um filme solo a personagem, como também quebrar certos tabus e fazer graça do olhar machista que certos diretores tinham no passado quando dirigiam filmes de ação protagonizados por mulheres. Em um determinado momento, por exemplo, há uma piada mais do que certeira da maneira como os realizadores da Marvel apresentaram a personagem lá atrás em "Homem de Ferro 2" (2010), o que não deixa de ser uma crítica bem ácida.

É claro que estamos falando de um filme de aventura da Marvel e o ato final não poderia faltar monumentais cenas de ação que, por vezes, são absurdas e que nos fazem duvidar se a personagem realmente sobreviria em determinadas cenas. Mas, como eu disse acima, o filme nos conquista graças ao quarteto central e cujo o reencontro de todos em uma mesa de jantar no final do segundo ato supera qualquer show de luzes e pirotecnia da qual Hollywood sempre gosta de se viciar. Ao menos, eles se lembram que devem sempre fazer desses personagens genuinamente humanos, para que assim possamos nos identificar facilmente com os mesmos.

Com uma cena pós crédito que nos dá uma ideia sobre o que acontecerá futuramente, "Viúva Negra" é um bom filme de ação que a personagem sempre mereceu, mesmo quando nos passa aquela sensação que poderia ter sido ainda melhor. 


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