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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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domingo, 21 de julho de 2019

Cine Especial: O melhor da Oficina de Crítica de Cinema

Pulp Fiction

Neste último sábado (20/07/19) ocorreu no Farol Santader de Porto Alegre a "Oficina de Crítica de Cinema" e da qual foi ministrada pelo crítico de cinema Roberto Sadovski. Durante quatro horas, Sadovski falou da importância da crítica escrita, do papel das mídias digitais de hoje e de como é importante nós sempre olharmos para trás e revisitar o bom e velho cinema. É por esse angulo que o crítico fez umas pequenas analises sobre os grandes clássicos e quem compareceu só teve que agradecer.  
Confira abaixo as cenas que foram analisadas e das quais geraram um bom bate papo ao longo das horas.   


Abertura - "Marca da Maldade" (1958)
 Dirigido por Orson Welles, o filme possui uma intrigante abertura, onde acompanhamos em um plano-sequência uma inevitável tragédia.  

A Surpresa - "Intriga Internacional" (1959) 
Dirigido pelo mestre de suspense Alfred Hitchcock, o filme foi pioneiro ao nos apresentar uma das grandes cenas de ação do cinema e que muitos ficam se perguntando se Cary Grant sabia ou não sobre o que aconteceria com ele em cena.  

O bom, o feio e o mal - "Três Homens e um Conflito"(1966) 
O duelo final orquestrado pelo mestre Sergio Leone se torna ainda mais fascinante graças a trilha sonora orquestrada pelo mestre Ennio Morricone. 

O Resgate de Lois Lane - "Superman" (1978) 
Para salvar Lois Lane (Margot Kidder) Superman (Christopher Reeve) se revela pela primeira vez para os olhos do mundo e o cinema jamais foi o mesmo. Richard Donner cumpriu o que queria e nos fez acreditar que um homem poderia voar.  

Quer Creme? - "Apertem os Cintos o Piloto Sumiu"(1980) 
Em tempos de hoje politicamente corretos, esse clássico da comédia nos faz relembrar de piadas adultas, imprevisíveis e que, na nossa maior inocência, ouvíamos em plena luz do dia. 

Eu Sei - "Star Wars: O Império Contra-Ataca" (1980) 
No melhor capítulo da franquia, Han Solo (Harrison Ford) comprova ser um verdadeiro canalha, mas de bom coração, e que não se esquece de deixar a sua marca antes do seu, aparentemente, derradeiro final.  

CORRA - "Os Caçadores da Arca Perdida" (1980) 
Junto com o filme "O Império Contra-Ataca", Harrison Ford faz dobradinha no mesmo ano, ao interpretar o personagem que se tornaria sinônimo de aventura.  

Saiam todos da sala - "O Enigma de Outro Mundo" (1980) 
"O Monstro do Ártico" (1951) é um ótimo filme, mas a sua refilmagem, comandada por John Carpenter, é um espetáculo de gore e de imprevisibilidade.  




Hasta la vista, baby - "O Exterminador do Futuro 2:  Julgamento Final" (1991)   
A união de velhos recursos e com efeitos visuais revolucionários, culminou em um dos melhores filmes de ação e ficção cientifica do início da década de 90. A cena em que o Exterminador (Arnold Schwarzenegger) solta uma famosíssima pérola contra vilão T1000 (Robert Patrick) fez as plateias dos cinemas da época irem abaixo.    

Eu quero dançar - "Pulp Fiction" (1994) 
Se inspirando no clássico francês "Bando a Parte" (1964), de Jean Luc Godard, o cineasta Quentin Tarantino realiza um dos grandes momentos da história do cinema e dos quais muitos, incluindo eu, pagariam o maior mico imitando essa dança inesquecível 

O que há na Caixa?  - Seven (1995) 
Acreditem, mas eu assisti esse grande clássico nos tempos da escola, pois tínhamos que fazer um trabalho sobre os sete pecados capitais. Muitas meninas foram assistir por causa de Brad Pitt, mas saíram horrorizadas ao encarar um dos finais mais imprevisíveis da história do cinema.  


Resgatando Morpheus - "Matrix" (1999) Em um dos melhores anos do cinema, as irmãs Wachowski lançam uma produção revolucionária, criativa e que mudaria a cara do cinema na virada do século.  

A Queda de Gandalf - "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" (2001) 
No início da trilogia que mudaria os alicerces do cinema fantástico, o cineasta Peter Jackson transporta do livro para o cinema personagens carismáticos, humanos e dos quais sentimos uma tremenda dor quando acreditamos que um dos mais queridos poderia ter perecido. 

TESTEMUNHE - "Mad Max: Estrada da Fúria" (2015)
Segundo as próprias palavras Roberto Sadovski, "Mad Max: Estrada da Fúria" ainda é um dos melhores filmes desde o ano de 2015. George Miller criou um dos filmes mais extraordinários do cinema recente, com imprevisíveis cenas de ação e que presta até mesmo uma homenagem aos tempos da era  de ouro do cinema.  


E foi assim. Uma tarde inesquecível, da qual me fez desejar escrever ainda mais sobre cinema e da qual é uma arte que sempre amarei de coração. 
Roberto Sadovski e eu após o encerramento da atividade. 

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sexta-feira, 19 de julho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'O Rei Leão' - A Nostalgia Está no Ar

Sinopse:  Traído e exilado de seu reino, o leãozinho Simba precisa descobrir como crescer e retomar seu destino como herdeiro real nas planícies da savana africana. 

Tá certo que alguns anos antes a Disney já havia readaptado os seus clássicos em uma nova roupagem, como no caso, por exemplo, de "101 Dálmatas" (1996). Porém, foi a partir de "Alice no País das Maravilhas" (2010) que a ideia começou a ficar mais atraente e culminando em sucessos como "Malévola" (2014) e "Mogli: O Menino Lobo" (2016). Após outras readaptações de sucesso, finalmente chegamos ao novo "O Rei Leão", filme que não supera a obra prima de 1994, mas também não significa que isso a torne dispensável.  
Dirigido por Jon Favreau, do filme "Homem de Ferro" (2008), o filme reconta a saga do pequeno Simba, do qual um dia irá suceder o seu pai Mufasa no posto como rei. Porém, o leão Scar, irmão de Mufasa, arma um golpe que faz o reino cair em desgraça. Cabe Simba saber quem ele é e abraçar o seu destino como verdadeiro rei.  
Sabendo do vespeiro que estavam se metendo, tanto o diretor Jon Favreau, como os demais realizadores, opinaram em não mudar a forma da roda, mas sim prestar uma homenagem a ela. Com isso, o filme é basicamente um replay do grande clássico do estúdio, mas moldado com as últimas tecnologias de ponta e tornando tudo mais realístico e verossímil. Vale destacar que é um erro dizer que seja uma versão live action, já que não há atores ou animais realmente vivos em cena, mas sim personagens digitais super-realistas.  
Ao não se arriscar em incrementar algo de novo dentro da trama, testemunhamos as mesmas passagens do clássico do cinema. O prólogo, por exemplo, é praticamente igual ao filme original, porém, não tendo a mesma carga emocional. É aí que adentramos ao principal problema do filme.  
Se por um lado os realizadores opinaram em criar um filme super-realista, do outro, isso também impediu de enxergarmos o lado expressivo e emocional dos seus respectivos personagens principais. Se a gente testemunhava a dor no olhar do pequeno Simba, do qual era pincelado pelo bom e velho desenho tradicional da época, o mesmo não ocorre aqui e fazendo um dos momentos mais trágicos e emocionais da história perder um pouco do seu impacto. É claro que nem tudo está perdido.  
Vale destacar que todos os números musicais que fizeram uma geração inteira cantarolar estão todos lá. É impressionante como os realizadores conseguiram encaixa-las dentro da proposta realista dessa obra e fazendo nós, os saudosistas, agradecer. Aguarde para rever Hakuna Matata e  fazendo a gente sentir saudade de tempos mais inocentes.  
Falando nessa música, é preciso destacar Timão e Bumba que, assim como visto na versão clássica, roubam a cena. Aliás, de todos os personagens digitais vistos em cena, é por eles que nos desperta um sentimento, que é nos fazer rir e fazendo disso o maior trunfo do filme.  Vale destacar também a personagem Nala, que aqui ela é ainda mais independente e ganhando até mesmo algumas passagens novas dentro da trama.  
Assim como no seu prólogo, o epílogo também é praticamente uma cópia vista do original. Após o encerramento, ficamos com aquela sensação de não sabermos ao certo como administrar o que testemunhamos e ficamos nos perguntando se essa nova versão, por mais que ela seja extraordinária visualmente, era realmente necessária. Assim como outros grandes filmes que vem e vão, somente o tempo dará essa resposta.  
"O Rei Leão" é uma obra visualmente impecável, mas que, por enquanto, fará com que uma nova geração tenha interesse em conhecer o grande clássico de 1994. 

Leia também a minha analise sobre “O Rei Leão” de 1994 no site Cinesofia clicando aqui.

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Cine Dica: Estreias do Final de Semana (19/07/19)

O Bar Luva Dourada 

Sinopse: Na década de 1970, os habitantes da cidade de Hamburgo sofreram quando os jornais começam a noticiar o desaparecimento sucessivo de vários cidadãos seguindo um padrão específico. 


A Jornada da Vida 

Sinopse: Um ator francês de ascendência senegalesa faz uma viagem à África para promover seu novo livro. No local, descobre que um de seus maiores fãs é Yao, garotinho que fez sozinho uma longa viagem apenas para vê-lo. 


Palace II: Três Quartos Com Vista para o Mar 
 
Sinopse: No dia 22 de fevereiro de 1998, o conhecido prédio Palace II sofreu um desabamento inesperado, deixando 8 mortos e quase 200 famílias desabrigadas. 

A Busca da Cerveja Perfeita 

Sinopse: Durante uma viagem de mais de 10.000 km, o diretor Heitor Dhalia explora o universo cervejeiro com o objetivo de responder a pergunta "Existe uma cerveja perfeita?". 


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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema: “Santiago, Itália”


Bom dia pessoal, tudo bem ? Seguem as informações sobre a sessão do próximo Sábado (dia 20 de julho de 2019) . E após a sessão acontecerá o Almoço dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (Accirs) no Restaurante Copacabana .O objetivo é o fortalecimento das nossas relações cinéfilas com uma designação Sessão Clube de Cinema/Accirs e um convite especial aos associados das duas entidades. A Fatimarlei Lunardelli também irá neste Almoço e informou que já estão confirmadas as presenças do Goida e Dayse, Hélio Nascimento e Enéas de Souza. Pedimos que as pessoas que forem ao Almoço, que o façam até as 12:30 . 
No próximo Sábado (dia 20/07/2019) as 10:15 na Sala Paulo Amorim (Casa de Cultura Mário Quintana) assistiremos ao filme “Santiago, Itália” (Santiago, Italia) .

“Santiago, Itália” (Santiago, Italia) .
Sinopse: ​​Durante um dos mais duros golpes militares da história do Chile, responsável por derrubar o presidente Allende e instituir uma sanguinária ditadura no país, a embaixada italiana tornou-se uma das protagonistas da situação. Muitos dos opositores buscaram abrigo no local e rapidamente conseguiram também asilo.

Ano de produção: 2018
Data de Lançamento Mundial: 30 de Novembro de 2018 (Festival de Cinema de Torino - Itália)
Direção: ​​Nanni Moretti
​Duração: 1h 20min
Elenco: ​​Nanni Moretti
Gênero: Documentário
Colorido
Nacionalidade: Itália
Idioma: Itália
Distribuidor: Pandora Filmes
Não recomendado para menores de 12 anos

Abraço a todos .

Antonio A. B. Boaretto 
E-mail principal: boaretto@gmail.com
Skype / E-mail alternativo: boaretto@outlook.com
Cel:.. (51) 99987.3632 (Claro) Telegram e Whatssapp

Cine Dica: Clássico 'O Rei Leão' volta em cartaz em Porto Alegre.

A Cinemateca Paulo Amorim na Casa de Cultura Mário Quintana (CCMQ) irá exibir a animação original de 1994, a partir desta quinta-feira, 18, até 24 de julho. A exibição ocorre sempre no horário das 14h e dublado. O ingresso custa R$ 4. Aproveite e confira a minha analise especial sobre o clássico no site Cinesofia clicando aqui. 


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Cine Dica: A Noite Amarela, Giuseppe Penone e Anos 90 (18 a 24 de julho)

A Noite Amarela

Na quinta-feira, 18 de julho, às 19h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a sessão de abertura da mostra Cinema, Ciência e Tecnologia: Diálogos Possíveis, com uma das primeiras exibições brasileiras do longa-metragem A Noite Amarela, destaque do Festival de Rotterdam deste ano. O diretor Ramon Porto Mota estará presente para um debate após a sessão. Outra sessão de destaque da mostra acontece no sábado, 20 de julho, às 20h, com a exibição do documentário Giuseppe Penone, sobre a obra de um dos grandes nomes da Arte Povera, comentada pelas pesquisadoras Marina Câmara e Maria Ivone dos Santos.
Anos 90, o primeiro longa-metragem de Jonah Hill, segue em exibição até o dia 24 de julho.

INGRESSOS
Cinema, Ciência e Tecnologia: Diálogos Possíveis – R$ 10,00
Anos 90 – R$ 16,00

FILMES

A Noite Amarela
Brasil, 2019, 100 minutos, DCP
Direção: Ramon Porto Mota
O que pode ser morrer, frente ao medo de existir? Uma viagem de turma de adolescentes paraibanos para uma cidade pequena.

Giuseppe Penone
Brasil, 2018, 52 minutos, HD
Direção: Pedro Urano
Em seu estúdio em Turim, o artista apresenta alguns de seus trabalhos mais emblemáticos e o entendimento sobre a natureza e o tempo que eles contém. Acompanhamos a instalação da obra “Elevazione” no Inhotim, visitamos o “jardim das esculturas fluidas” – uma expressiva coleção de esculturas ao ar livre instalada permanentemente por Penone nos arredores de Turim – e flagramos o artista trabalhando no bosque próximo a sua casa de campo em San Raffaele.

Anos 90
(Mid90s)
ESTADOS UNIDOS, 2019, 84 minutos, DCP
Direção: Jonah Hill
Distribuição: Diamond Films
Aos 13 anos, Stevie (Sunny Suljic) é um garoto de Los Angeles tentando curtir o início da adolescência enquanto tenta relevar o relacionamento abusivo com o irmão mais velho. Em plena década de 1990, ele descobre o skate e aprende lições de vida com o seu novo grupo de amigos.

GRADE DE HORÁRIOS
18 a 24 de julho de 2019

18 de julho (quinta)
14h – Anos 90
16h – A Vida de Galileu
19h30 – A Noite Amarela + debate com Ramon Porto Mota

19 de julho (sexta)
14h – Anos 90
16h – Branco Sai, Preto Fica
18h – O Mistério de Oberwald
20h30 – Cavaleiros Divinos – Os Deuses Vivos do Haiti

20 de julho (sábado)
14h – Anos 90
16h – Z – A Cidade Perdida
18h30 – Branco Sai, Preto Fica
20h – Giuseppe Penone + debate

21 de julho (domingo)
14h – Anos 90
16h – A Vida de Galileu
18h30 – Sun Tunnels + debate
19h30 – O Mistério de Oberwald

23 de julho (terça)
14h – Anos 90

16h – Matrix
18h30 – Um Homem com a Câmera
20h – O Fundo do Coração

24 de julho (quarta)
14h – Anos 90
16h – O Fundo do Coração
18h – Um Homem com a Câmera
19h30 – O Auge do Humano + debate com integrantes da Gogó Conteúdo Sonoro

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Anos 90' - A Síntese de Uma Época

Sinopse: Em pleno anos 90, Stevie (Sunny Suljic) é um garoto de Los Angeles tentando curtir o início da adolescência enquanto tenta relevar o relacionamento abusivo com o irmão mais velho. . 

Através dos filmes, séries, músicas e leituras, existe atualmente um desejo em resgatar o melhor da cultura pop dos anos 80, cujo a época foi rica, ao menos, para as pessoas que a recém haviam nascido naqueles tempos jaz longínquos. Quanto aos anos 90, há também um resgate por aquele período, muito embora ele pareça menos colorido, mais selvagem, porém, não menos fascinante. "Anos 90" (2018) é a reconstituição de uma época e da qual muitos irão se identificar com ela.
Estreando como diretor, o ator Jonah Hill, conhecido por filmes como "O Lobo de Wall Street" (2013), conta a história de Stevie (Sunny Suljic), um garoto de Los Angeles, que sofre nas mãos de um irmão abusivo (Lucas Hedges), do filme “Lady Bird” (2017) e que quase não recebe acolhimento da mãe (Katherine Waterston), vista em filmes recentes como "Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald"(2018). Fora de casa, ele começa acompanhar uma pequena gangue de skatistas e com eles começa a experimentar diversas experiencias. Na medida que o tempo passa, Stevie começa a enxergar uma outra realidade de sua vida e da qual ele próprio desconhecia.
O início da trama é um primor de qualidade, já que Stevie se torna uma espécie de nosso Avatar e fazendo com que presenciamos um período que não volta mais. Jonah Hill faz uma belíssima reconstituição daqueles tempos, ao ponto do formato da imagem, de 1x1:33, evoca diretamente a proporção televisiva, mais quadrada do que a maioria das projeções de cinema, enquanto a textura granulada do 16mm remete à época pré-digital. A edição fragmentada e o uso estridente de música são herdeiros de uma geração MTV e que assistia “Beavis and Butt-Head".
Portanto, não é preciso ser gênio em adivinhar que muitos elementos da cultura pop daquela época irão aparecer no decorrer do filme. Elementos como CDs, Nintendo 64, skates, gibis, pôsteres de banda nas paredes do quarto, aluguel de filmes na locadora do bairro, canções como “Kiss From a Rose” e demais ingredientes que nos coloca a frente de um passado que, por vezes, se torna cada vez mais dourado. É um filme em que nós, principalmente os da faixa de 30 anos, facilmente nos identificamos, pois ele sintetiza uma geração perdida e que procurava algum sentido na vida.
Na medida que o filme avança, Stevie começa atravessar diversas experiências, das quais irão faze-lo com que o próprio amadureça, mesmo quando algumas sejam um tanto que inapropriadas. Porém,  Jonah Hill procura fazer com que a gente não julgue os personagens perante as situações em que eles participam, já que muitos de nós passávamos por situações semelhantes e, portanto, não estamos em posição de julgar mas  sim refletir. Cada situação que Stevie passa é proposital para nos provocarmos um déjà vu, independente de vir à tona boas ou más lembranças dentro de nós.
Embora Stevie seja o protagonista, alguns coadjuvantes roubam a cena. Embora tanto o irmão como a mãe sejam personagens secundários, por outro lado, isso não os impedem de serem personagens trágicos e dos quais buscam compreender, não somente Stevie, como também a própria realidade em que eles vivem. Ao interpretar o irmão de Stevie, por exemplo, Lucas Hedges comprova novamente porque é considerado a mais nova promessa do cinema norte americano.
Mas é pela gangue de skatistas que pulsa o coração do filme como um todo. Rebeldes, porém, humanos, os jovens personagens não escondem o carinho que sentem por Stevie, na medida que ele se descobre com relação a masculinidade e do amadurecimento relacionada às drogas, ao álcool, ao sexo. E se Fuckshit (Olan Prenatt) representa a inconsequência da geração Nivana, do outro, Ray (Na-kel Smith) é o lado paterno e maduro de uma geração que, mesmo sem muitas expectativas, mantem as esperanças na medida que o tempo avança.
"Anos 90" é um filme que nos faz resgatar lembranças e sensações antes guardadas, mas que agora elas se tornam cada vez mais preciosas. 


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