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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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domingo, 5 de janeiro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Frozen 2' - Conhece a ti mesmo

Sinopse: De volta à infância de Elsa e Anna, as duas garotas descobrem a verdadeira origem dos seus pais.  

Acho que nem os próprios realizadores da Disney tinham tamanha ideia do que "Frozen" (2013) proporcionaria, ao ponto de não se tornar somente um sucesso de bilheteria, como também um símbolo para as jovens feministas e até mesmo para a comunidade LGBT. A Música "Livre Estou" se tornou uma espécie de hino para as garotas que buscam independência e que se identificavam facilmente com a princesa Elsa. Eis que então chega "Frozen 2", filme que não supera o original, mas dá continuidade ao melhor que havia naquele filme e explorando o amadurecimento e novas revelações sobre o passado de Elsa e Anna.
Dirigido por Jennifer Lee, Chris Buck, o filme retorna à infância de Elsa e Anna, onde as duas garotas descobrem uma história do pai, quando ainda era príncipe de Arendelle. Ele conta às meninas a história de uma visita à floresta dos elementos, onde um acontecimento inesperado teria provocado a separação dos habitantes da cidade com os quatro elementos fundamentais: ar, fogo, terra e água. Esta revelação ajudará Elsa a compreender a origem de seus poderes.
No filme não há o típico embate entre o bem o mal, mas sim retrata a encruzilhada de auto descoberta que as duas protagonistas terão que trilhar para saber sobre suas verdadeiras origens e tentar salvar o seu reino. Em meio a isso, o filme é modelado por diversas canções caprichadas e que cada uma delas vai revelando novas camadas da personalidade dos personagens principais vistos na tela. Se por um lado a música "Minha Intuição" não supera a badalada "Livre Estou", do outro, os primeiros acordes da letra com certeza faram com que muitos não se esqueçam dela.
Curiosamente, a trama faz diversas referências ao filme original, porém, consegue criar uma trama em que não obriga o marinheiro de primeira viagem a ter que assistir obrigatoriamente a primeira a aventura. Temos aqui um filme de origem, onde se entrelaça com eventos anteriores, mas soando de um modo fresco e muito bem-vindo. Ponto para Disney que soube não se repetir, mas sim em dar um novo passo para esses personagens tão adorados por pessoas de todas as idades.
Elsa e Anna, por exemplo, são a força matriz do filme como um todo, sendo que a primeira terá que usar todas as suas forças para obter revelações, por vezes, doloridas. Em contrapartida, Anna nos surpreende ao alcançar novos patamares, mesmo não possuindo os mesmos poderes da irmã, mas abraçando uma autoestima contra as adversidades que terá que enfrentar. Aliás, o ato final nos é revelado desdobramentos surpreendentes, onde colocará as duas protagonistas em situações inéditas e abrindo portas para uma nova fase da vida delas.
Infelizmente o filme se perde um pouco ao dar espaço para personagens dispensáveis, como no caso, por exemplo, de  Kristoff que se torna um alivio cômico sem graça, sendo que a sua subtrama em querer se declarar para Anna só atrapalha o ritmo da trama. Em contrapartida Olaf, novamente, rouba a cena no filme, onde a sua nova fase com pensamentos existencialistas irá fazer muitos cinéfilos caírem na gargalhada. Mas também é justamente com o próprio Olaf que o filme nos brinda com uma cena emocionante e que fará a plateia respirar fundo e cair em lagrimas facilmente.
"Frozen 2" é uma continuação digna de nota e que fará muitas meninas saírem por aí com o desejo de se tornarem mais independentes e enfrentarem os problemas do dia a dia de frente. 


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sexta-feira, 19 de julho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'O Rei Leão' - A Nostalgia Está no Ar

Sinopse:  Traído e exilado de seu reino, o leãozinho Simba precisa descobrir como crescer e retomar seu destino como herdeiro real nas planícies da savana africana. 

Tá certo que alguns anos antes a Disney já havia readaptado os seus clássicos em uma nova roupagem, como no caso, por exemplo, de "101 Dálmatas" (1996). Porém, foi a partir de "Alice no País das Maravilhas" (2010) que a ideia começou a ficar mais atraente e culminando em sucessos como "Malévola" (2014) e "Mogli: O Menino Lobo" (2016). Após outras readaptações de sucesso, finalmente chegamos ao novo "O Rei Leão", filme que não supera a obra prima de 1994, mas também não significa que isso a torne dispensável.  
Dirigido por Jon Favreau, do filme "Homem de Ferro" (2008), o filme reconta a saga do pequeno Simba, do qual um dia irá suceder o seu pai Mufasa no posto como rei. Porém, o leão Scar, irmão de Mufasa, arma um golpe que faz o reino cair em desgraça. Cabe Simba saber quem ele é e abraçar o seu destino como verdadeiro rei.  
Sabendo do vespeiro que estavam se metendo, tanto o diretor Jon Favreau, como os demais realizadores, opinaram em não mudar a forma da roda, mas sim prestar uma homenagem a ela. Com isso, o filme é basicamente um replay do grande clássico do estúdio, mas moldado com as últimas tecnologias de ponta e tornando tudo mais realístico e verossímil. Vale destacar que é um erro dizer que seja uma versão live action, já que não há atores ou animais realmente vivos em cena, mas sim personagens digitais super-realistas.  
Ao não se arriscar em incrementar algo de novo dentro da trama, testemunhamos as mesmas passagens do clássico do cinema. O prólogo, por exemplo, é praticamente igual ao filme original, porém, não tendo a mesma carga emocional. É aí que adentramos ao principal problema do filme.  
Se por um lado os realizadores opinaram em criar um filme super-realista, do outro, isso também impediu de enxergarmos o lado expressivo e emocional dos seus respectivos personagens principais. Se a gente testemunhava a dor no olhar do pequeno Simba, do qual era pincelado pelo bom e velho desenho tradicional da época, o mesmo não ocorre aqui e fazendo um dos momentos mais trágicos e emocionais da história perder um pouco do seu impacto. É claro que nem tudo está perdido.  
Vale destacar que todos os números musicais que fizeram uma geração inteira cantarolar estão todos lá. É impressionante como os realizadores conseguiram encaixa-las dentro da proposta realista dessa obra e fazendo nós, os saudosistas, agradecer. Aguarde para rever Hakuna Matata e  fazendo a gente sentir saudade de tempos mais inocentes.  
Falando nessa música, é preciso destacar Timão e Bumba que, assim como visto na versão clássica, roubam a cena. Aliás, de todos os personagens digitais vistos em cena, é por eles que nos desperta um sentimento, que é nos fazer rir e fazendo disso o maior trunfo do filme.  Vale destacar também a personagem Nala, que aqui ela é ainda mais independente e ganhando até mesmo algumas passagens novas dentro da trama.  
Assim como no seu prólogo, o epílogo também é praticamente uma cópia vista do original. Após o encerramento, ficamos com aquela sensação de não sabermos ao certo como administrar o que testemunhamos e ficamos nos perguntando se essa nova versão, por mais que ela seja extraordinária visualmente, era realmente necessária. Assim como outros grandes filmes que vem e vão, somente o tempo dará essa resposta.  
"O Rei Leão" é uma obra visualmente impecável, mas que, por enquanto, fará com que uma nova geração tenha interesse em conhecer o grande clássico de 1994. 

Leia também a minha analise sobre “O Rei Leão” de 1994 no site Cinesofia clicando aqui.

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