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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 20 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Amazônia Groove' - Luz, Cor e Estilos

Sinopse: Um mergulho na música regional da Amazônia. Um retrato aprofundado, um mergulho apaixonado na música regional da Amazônia, especialmente a música característica do Pará. 

O documentário Amazônia Groove, de Bruno Murtinho, tem uma proposta, no mínimo, curiosa e original, que é explorar a ligação da natureza da Amazônia paraense e a farta música da região. Isso resulta em um documentário com belíssimas imagens e ótimo som que traz um ponto do Brasil pouco explorado em nosso cinema.
A fotografia de Jacques Cheuiche é muito bela, diga-se de passagem, aproveita como um todo o belo mosaico da Floresta, com suas cores quentes, céu e rio, criando assim inúmeros detalhes e que somente valoriza o nosso patrimônio.  Mas é na música que o filme possui coração, trazendo figuras conhecidas do local, com ritmos distintos, como no caso de Carimbó, Búfalo Bumbá, Guitarrada, violão clássico amazônico e tecnobrega.
“Quanta fé e ancestralidade transporta esse rio? Quantas músicas cabem nesse rio”? pergunta uma voz, no início da obra. E é a essa pergunta que "Amazônia Groove" tenta nos passar e responder.  O mosaico musical visto na tela impressiona, e acompanhamos de cabo a rabo o que se cria lá, desde o já clássico-local, como o instrumentista Sebastião Tapajós e Dona Onete, até Gina Lobrista, jovem que vende seus CDs num mercado popular e que rouba a cena quando surge na tela.
Murtinho, diretor de videoclipes, cria um ritmo autoral apresentado em seu documentário, é como se a montagem, elaborada por Pablo Ribeiro, segue o movimento do rio e dos ritmos dando tempo para contar suas histórias, apresentar a sua música. Há uma qualidade na forma como o longa é construindo, despistando do perigo de se transformar em uma dispensável colagem de pessoas e sons extravagantes. O respeito que o diretor tem pelos artistas em cena é grande, e isso fica mais do que claro.
"Amazônia Groove" é uma homenagem ao que há de melhor da cultura e da música vinda da Amazônia.  


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Cine Dica: “RELATOS DO FRONT” ESTREIA EM 20 DE JUNHO NO CINEBANCÁRIOS


Depois de ser exibido em diversos festivais, longa de Renato Martins sobre a realidade da segurança pública no Brasil chega ao CineBancários no dia 20 de junho nas sessões das 15h e das 19h.
"RELATOS DO FRONT – FRAGMENTOS DE UMA TRAGÉDIA BRASILEIRA”, de Renato Martins, é um documentário sobre segurança pública no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, que aborda os dois lados dessa “guerra civil” na qual vivem aqueles que participam das rotinas de combate entre o tráfico e a polícia. A partir de relatos de policiais e ex-criminosos, costurados com depoimentos de familiares de vítimas e especialistas, o diretor apresenta um cenário de violência urbana e problemas sociais, causados pela ineficiência das políticas públicas.
De acordo com o Atlas da Violência do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o número de homicídios no Brasil em 2016 foi de mais de 62,5 mil, registrando aumento de 25,8% em relação a 2006. O filme levanta um debate sobre as estatísticas, os laços com a escravidão e o custo social e financeiro dessa política de segurança pública, sempre marcada pelo confronto.
“RELATOS DO FRONT” pretende mostrar como a repetição das políticas de segurança pública e o modelo vigente de investimento em armamento e não em treinamento e inteligência mostraram-se ineficazes, além de questionar também a “pacificação”, que já foi testada por outros governos sem resultados efetivos. A sociedade, em constante pânico com a crise na segurança, pressiona o governo, o que acaba desencadeando ações policiais pirotécnicas retratadas pela mídia, que dão uma falsa impressão de que o estado vence a “guerra” contra o crime.
“É fundamental pararmos para discutir com maturidade, sem ódios ou vinganças, o problema que enfrentamos na segurança pública do país. Pois ele está diretamente ligado ao nosso passado escravocrata, de genocídio da população indígena e negra e de políticas públicas equivocadas que nos levaram às desigualdades sociais. Acredito que o momento seja de perdão e resgate, para decidirmos conjuntamente enquanto sociedade, como queremos viver os próximos 30 anos”, diz o diretor Renato Martins.
O filme oferece respostas a algumas perguntas fundamentais sobre a segurança pública. Ao humanizar personagens que só são conhecidos pelas manchetes dos jornais, exibe uma inteligência crítica e atualizada da questão mais importante e sensível do Brasil hoje. E apresenta depoimentos de um policial civil e de um ex-traficante que, apesar de estarem de lados opostos desta “guerra”, concordam que a segurança está sendo administrada da pior maneira possível pelos políticos eleitos, com cada vez mais mortes de ambos os lados.
Com participação na Mostra Internacional de Cinema de SP 2018, no Festival do Rio 2018 (Première Brasil) e no CPH:DOX – Copenhagen 2019 (F: ACT AWARDS), o longa também foi selecionado para o festival Docs Barcelona 2018 na categoria Latim Pitch. “RELATOS DO FRONT” é uma produção Jacqueline Filmes, em coprodução com Globo News, Globo Filmes, Canal Brasil, Film Pro e Syndrome Films, com distribuição da ArtHouse.

SINOPSE: Através de relatos das pessoas que vivem ou viveram a rotina de combate entre tráfico de drogas e polícia, misturado com os relatos de especialistas em segurança pública, psicólogos, escritores e jornalistas, queremos apresentar para o público os dois lados de uma mesma tragédia. Sem tomar partido para nenhum dos lados, trazendo o expectador para uma reflexão sobre nossa política atual de segurança pública e suas consequências na vida da população.


FICHA TÉCNICA
Direção: Renato Martins
Roteiro: Gabriel Pardal, Renato Martins, Sergio Barata
Argumento: Renato Martins, Sergio Barata
Produção: Jacqueline Filmes
Coprodução: Globo News, Globo Filmes, Canal Brasil, Filmpro e Syndrome Films
Coprodutores: Daniel Van Hoogstraten, Valentina Scanziani
Produção executiva: Leticia de Souza, Matilde Villela, Renato Martins
Produtores associados: Fernanda Tornaghi, Marcello Maia, Pedro Peregrino, Rafael Dragaud
Direção de fotografia: Manuel Aguas
Fotografia do front: Jadson Marques
Edição: Pedro Asbeg, EDT.
Som direto: Marcel Costa
Trilha Original: Roberto Pollo
Desenho de som: Waldir Xavier
Edição de som: Fernando Aranha
Edição de som e mixagem: Bernardo Adeodato
Direção de produção: Lili de Paula, Paulão Costa
Pesquisa: Cecilia Oliveira, Eduardo Biaia, Natasha Neri, Patricia Pamplona
Fotografia aérea: Pedro Von Kruger
Câmeras: Alberto Bellezia, Eduardo Br, J.Vitorino
Ano: 2018
Duração: 100 min
Classificação indicativa: 12 anos

SOBRE O DIRETOR
Renato Martins é diretor, montador e produtor, formado em comunicação social. Foi sócio da produtora Urca Filmes e em 2012 abriu a produtora independente, Jacqueline Filmes. Renato é diretor de dois longas-metragens premiados no Brasil e exterior; “Geraldinos” e “Carta para o Futuro”, e de três curtas também premiados. Entre seus principais trabalhos como montador, estão os filmes: “Tropa de Elite 2”, “Até que a sorte nos separe 2 e 3”, “Democracia em Preto e Branco”, “O Concurso”, “Os Desafinados”, “Quanto tempo o tempo tem”, entre outros. Atualmente trabalha no desenvolvimento do seu primeiro longa de ficção, “Caldo de Cana”, e no lançamento do seu terceiro longa documentário “Relatos do Front”.

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: Dias Vazios - Uma Geração Em Risco

Sinopse: Jean e Fabiana são namorados, que cursam o último ano do ensino médio em uma pequena cidade do interior e vivem o típico dilema de deixar a cidade em busca de um novo destino ou ficar e continuar a história dos seus pais. Após passarem o dia juntos, Jean toma uma decisão inesperada e Fabiana desaparece. Dois anos depois Daniel e Alanis tentam entender o que está por trás do que aconteceu.
Quando se é jovem é uma época de emoções a mil. Acontecem mudanças graduais, desde a forma de pensar e tendo planos para o futuro, mesmo quando alguns planos, infelizmente, não acontecem. Com isso, há o nascimento de insegurança com relação ao futuro, se criando um lado precipitado e culminando em decisões, por vezes, irreversíveis.
Baseado no livro "Hoje Está um Dia Morto" de André de Leones, "Dias Vazios", filme de estreia do diretor Robney Bruno Almeida, traz jovens protagonistas nessa fase da vida, sendo que a situação se complica ainda mais pelo fato de viverem uma cidade esquecida por Deus. Isso faz com que aja uma sensação de desesperança, rebeldia, tanto pelo fato de não gostar no lugar onde vive, como também a sempre falta de oportunidades que quase nunca surgem. Se cria, portanto, uma sensação de angustia e que acaba envolvendo os jovens protagonistas com força.
Envolvidos nesse clima mórbido vindo desse cenário, Jean e Daniel acabam possuindo uma ligação, mesmo que indiretamente, e vivendo em tempos diferentes do local. Daniel está escrevendo um livro sobre a história de Jean e sua namorada Fabiana, ao mesmo tempo em que ele próprio precisa lidar com sua conflituosa relação com a namorada Alanis. Curiosamente, a trama nos leva de uma maneira que não saibamos separar ambas as histórias, já que elas são bem parecidas em situações familiares. Isso se fortalece principalmente nas conversas com a freira do colégio onde os jovens estudam, e que, aparentemente, há uma repetição em ambos os casos, principalmente com relação a freira, cujo o seu discurso de alto ajuda, por vezes, se repete em ambos os casos.
Dividido em três arcos, o filme vai revelando a ligação das duas tramas, mesmo que isso não seja o foco principal da obra. Nem mesmo o caso do desaparecimento de Fabiana em suas versões vistas no filme sejam algo indispensável para ser analisado.  O que conduz o filme como um todo é a inevitável sensação de beco sem saída, como se não houvesse lugar para escapar daquele lugar e obtendo um futuro indefinido por assim dizer.
Ainda que não vá ao ponto sobre os sentimentos complexos dos personagens, a trama traz algo verossímil para a tela e que nos envolve por completo. Mesmo em situações, cuja as atitudes são inconsequentes, elas acabam soando verdadeiras e fazendo com que a gente se identifique com elas. Isso faz com que engrandeça os arcos e fazendo com que se tornem bem realizados.
Esse pensamento se fortalece ainda mais na medida que a história de Fabiana e Jean é contada a partir do livro que Daniel está escrevendo.  Isso faz com que se nasça inúmeras possibilidades sobre o que vai acontecer, principalmente pelo fato que tudo que ele escreve pode não ter sido ou tão pouco irá acontecer. Todo esse clima de angústia é elaborado também nas escolhas de imagens, momentos e até mesmo objetos de muito significado.
O fato da freira que conversa com os jovens, por exemplo, culminando dela quase sempre fumar, sintetiza o seu lado fraco e também traz um vel que encobre diversas possibilidades sobre o destino de alguns personagens. "Dias Vazios" é um filme poético e bem construído, crescendo em nossos pensamentos e nos fazendo refletir sobre o nosso mundo. 

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Cine Dica: Diamantino e Alien: 40 anos (20 a 30 de junho)

DIAMANTINO EM CARTAZ
CICLO CELEBRA OS 40 ANOS DE ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO

A partir de quinta-feira, 20 de junho, a produção portuguesa Diamantino, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, entra em cartaz na Cinemateca Capitólio Petrobras, com uma sessão diária às 14h. O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos. No sábado, 22 de junho, às 14h, haverá uma sessão acessível do filme com entrada franca.

ALIEN: 40 ANOS
Entre os dias 28 e 30 de junho, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta o ciclo Alien: 40 Anos. Com cinco filmes, a programação celebra o aniversário da obra-prima de Ridley Scott.
A programação apresenta no sábado, 29 de junho, às 18h, uma sessão especial de Alien, o Oitavo Passageiro comentada por Tainara Fraga, co-organizadora da mostra, e Carina Schröder. As duas pesquisadoras trabalham a representação da mulher no contexto da ficção-científica. O ciclo ainda apresenta uma edição do Projeto Raros com a pérola italiana Alien 2 - Sulla Terra, de Ciro Ippolito e Biagio Proietti, e três obras marcantes do gênero que dialogam com filme de Ridley Scott: Enraivecida na Fúria do Sexo, de David Cronenberg, O Planeta dos Vampiros, de Mario Bava, e A Ameaça que Veio do Espaço, de Jack Arnold.
O valor do ingresso para os filmes do ciclo Alien: 40 Anos é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos. A sessão do Projeto Raros tem entrada franca.

FILMES
DIAMANTINO
99′ / Brasil-Portugal-França / 2018 / DCP
Classificação: 16 anos
Direção: Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt
Distribuição: Vitrine Filmes
Diamantino, o maior jogador de futebol do mundo, perde seu talento e encerra sua carreira em desgraça. Em busca de um novo propósito na vida, o ícone internacional embarca numa odisseia delirante, onde ele enfrenta o neofascismo, a crise dos refugiados, mutações genéticas, e a busca pela origem de seu gênio.

ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO
(Alien)
Estados Unidos/Reino Unido, 1979, HD, 116 minutos
Direção: Ridley Scott
Sessão comentada por Tainara Fraga e Carina Schröder
Ao retornar para Terra, uma nave espacial recebe estranhos sinais vindos de um asteróide. Investigando o local, um dos tripulantes é atacado por um estranho ser. O que parecia ser um ataque isolado se transforma em um terror constante, pois o tripulante atacado levou para dentro da nave o embrião de um alienígena, que não para de crescer e tem como meta matar toda a tripulação.

PROJETO RAROS:  ALIEN 2 – SULLA TERRA
Itália, 1980, HD, 92 minutos
Direção: Biagio Proietti e Ciro Ippolito
Um módulo espacial retorna a Terra depois de uma missão desastrosa. Trazem, no lugar dos astronautas, pedras sinistras que contém criaturas que querem acabar com a raça humana. O filme é uma continuação italiana não-oficial e sem vergonha na cara da obra de Ridley Scott. A sessão será comentada pelos pesquisadores Cristian Verardi e Carlos Thomaz Albornoz.

ENRAIVECIDA NA FÚRIA DO SEXO
(Rabid)
Estados Unidos, 1977, HD, 96 minutos
Direção: David Cronenberg
Mulher sofre grave acidente e adquire uma sede de sangue insaciável. Clássico de Cronenberg estrelado pela diva do pornô Marilyn Chambers.

O PLANETA DOS VAMPIROS
(Terrore nello Spazio)
Itália, 1965, digital, 86 minutos
Direção: Mario Bava
Seguindo um sinal de emergência enviado do distante planeta Aura, a tripulação da espaçonave Argos enlouquece durante o processo de aterrissagem. Uma vez que a ordem é restabelecida, descobrem que uma diabólica forma de vida alienígena está dominando o corpo dos tripulantes mortos.

A AMEAÇA QUE VEIO DO ESPAÇO
(It Came From Outer Space)
Estados Unidos, 1953, 81 minutos, HD
Direção: Jack Arnold
John Putnam e sua namorada Ellen vivem em uma pequena cidade dos Estados Unidos. Certa noite, enquanto espiavam as estrelas através de um telescópio, veem uma grande bola de fogo caindo perto de sua casa. Ao investigar, John acaba se deparando com uma nave alienígena e tenta alertar o povo de sua cidade.

GRADE DE HORÁRIOS
20 a 30 de junho de 2019

20 de junho (quinta-feira)
14h – Diamantino
16h – Operações de Garantia da Lei e da Ordem
18h – 120 Batimentos por Minuto
20h – Uma Juventude Alemã

21 de junho (sexta-feira)
14h – Diamantino
16h – A Segurança Interna
18h – A Assembleia
20h – Secundas + Escolas em Luta

22 de junho (sábado)
14h – Diamantino (Sessão Acessível)
16h – Morrer aos 30 Anos
18h – Os Anos de Chumbo
20h – A Terceira Geração

23 de junho (domingo)
14h – Diamantino
16h – Uma Juventude Alemã
18h – O Teto Sobre Nós + Era o Hotel Cambridge
20h – Alemanha no Outono

25 de junho (terça-feira)
14h – Diamantino
16h – Morrer aos 30 Anos
18h – A Segurança Interna
20h – Secundas + Escolas em Luta

26 de junho (quarta-feira)
14h – Diamantino
16h – Os Anos de Chumbo
18h – A Assembleia
20h – Secundas + Zero de Conduta

27 de junho (quinta-feira)
14h – Inferninho
16h – As Consequências do Crime
18h – Operações de Garantia da Lei e da Ordem
19h30 – Uma Juventude Alemã + debate com a cineasta Liliana Sulzbach e a cientista política Silvana Krause 

28 de junho (sexta-feira)
14h – Inferninho
16h – O Planeta dos Vampiros
18h – A Ameaça que Veio do Espaço
20h – Projeto Raros: Alien 2 - Sulla Terra

29 de junho (sábado)
14h – No Tempo das Diligências – Homenagem a Décio Andriotti
16h – Enraivecida na Fúria do Sexo
18h – Alien, o Oitavo Passageiro + debate

30 de junho (domingo)
14h – Inferninho
16h – A Ameaça que Veio do Espaço
18h – O Planeta dos Vampiros
20h – Zoravia + debate

terça-feira, 18 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Deslembro' - Memorias Fragmentadas

Sinopse: Joana é uma adolescente que mora em Paris com a família. Quando a anistia é decretada no Brasil, ela volta ao Rio de Janeiro, cidade onde nasceu e onde seu pai desapareceu nos porões do DOPS. Lá, seu passado ressurge.

O documentário "Diário de Uma Busca" (2010), da diretora Flávia Castro, buscava pelas suas próprias memorias tentar compreender a morte do seu pai, Celso Castro, que ocorreu em circunstancias misteriosas em 1984. A obra sintetizava as lembranças da profissional como um todo, sobre tempos em que a sua família ficava passando de país em país, numa época em que boa parte dos países Sul Americanos vivia em conflitos e golpes políticos. É aí que chegamos a "Deslembro", um filme ficcional, mas que fala muito de sua vida pessoal.
Com produção de Walter Salles, o longa metragem aborda os desafios de uma família exilada e que prepara a sua volta para o Brasil, após a entrada em vigor da Lei da Anistia, em 1979. Portanto, A cidade carioca não é nada familiar para Joana (Jeanne Boudier), adolescente que teve o pai refém como prisioneiro político durante os anos de ditadura no Brasil. A menina agora está, a contragosto, de volta a sua cidade natal e memórias amargas de tempos difíceis vêm à tona, causando um forte desconforto e aos poucos revelando verdades amargas.
Embora seja uma trama que mantenha certa distância de fatos verídicos, é notório que estamos diante de uma obra em que Flávia Castro coloca na tela um pouco sobre o que foi a sua juventude. Portanto, vemos uma jovem protagonista tentando se encaixar em uma nova realidade, da qual se vê diante de um novo país, mas cuja as suas raízes se encontram lá. A questão dela, gradualmente, é tentar compreender o seu passado, aflorar as suas lembranças e compreender o posicionamento dos seus pais em tempos de repressão política.
Embora seja o seu primeiro longa-metragem de ficção, Flávia Castro ainda faz questão de trazer para o seu novo longa tudo o que aprendeu na área documental. Em muitos casos, por exemplo, ela nos brinda com planos-sequências, onde a sua câmera, por vezes, se encontra tremida, como se ela quisesse passar a sensação de estar presenciando imagens de um passado longínquo. Falando nisso, é sempre curioso observarmos certos detalhes que sintetizam aqueles tempos, desde o que as pessoas ouviam, como também da maneira que as crianças brincavam.
Jeanne Boudier se sai bem interpretando a jovem Joana, sendo que ela praticamente carrega o filme como um todo nas costas. Facilmente nos identificamos com ela, já que pelo seu olhar de observadora, enxergamos não somente aquela realidade, como também o seu próprio amadurecimento e transição para o mundo adulto. Curiosamente, as cenas ao lado da veterana atriz Eliane Giardini, sintetizam o entrosamento de duas gerações, mas que tem muito o que aprender uma com a outra.
Em sua reta final, Flávia Castro não procura dar respostas sobre o real paradeiro do pai da protagonista, já que muitos como ele naquela época, infelizmente, ainda continuam desaparecidos. A bela fotografia de Heloísa Passos, por exemplo, procura representar a transição de tempos obscuros para um futuro mais iluminado, mesmo quando a realidade lhe diz ao contrário. "Deslembro" é sobre memorias fragmentadas, mas que em dias atuais precisam ser destrinchadas mais do que nunca.  



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Cine Dica: Curso Crítica de Cinema - Inscrições abertas

                             INSCRIÇÕES ABERTAS
 
 
                                               Curso
  
 
                                               Apresentação
 

No ambiente contemporâneo, em que o jornalismo passa por reformulações de discursos e práticas, em grande parte motivados pela mudança de suportes e mídias, essas particularidades parecem se acentuar. Contudo, paradoxalmente, surgem novos pontos de convergência: o crescimento exponencial da produção provoca uma necessidade de seleção prévia de filmes, tendências e movimentos escolhidos para serem objetos da crítica, o que resulta em olhares de perspectiva semelhantes, necessariamente distanciados, seja na crítica de imprensa ou na academia.

 
 

Objetivos
 

O Curso A CRÍTICA DE CINEMA HOJE, ministrado por Daniel Feix, a partir da análise de trechos de artigos publicados, pretende observar como a crítica se estrutura na contemporaneidade, tendo como referenciais, ainda, os estudos do norte-americano David Bordwell (teórico e historiador do cinema), particularmente a “anatomia da interpretação”, e o pensamento do crítico francês Jaen-Michel Frodon. Em sua recente passagem por Porto Alegre, no seminário “O Estado da Crítica” (realizado pela ACCIRS e Unisinos) Frondon defendeu que o texto crítico possui um estatuto próprio, cuja potência advém da sua própria forma.

 


Curso


A CRÍTICA DE CINEMA HOJE
de Daniel Feix
 
 
Datas: 29 e 30 / Junho (sábado e domingo)
Horário: 14h às 17h
Local: Cinemateca Capitólio Petrobras
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)

Material: Certificado de participação e Apostila
 

Investimento
Pagamento p/ Cartão de crédito: R$ 95,00
- Pagamento p/ Depósito: R$ 90,00
***
Promoção: R$ 80,00
(Válido para as primeiras 10 inscrições p/ depósito)
 

Informações
cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714
 

Inscrições on line
www.cinemacineum.blogspot.com.br
 
 

Realização
Cine UM Produtora Cultural - 10 Anos
 

Apoio
Cinemateca Capitólio Petrobras

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Turma da Mônica - Laços' - Obrigado Senhor Mauricio

Sinopse: O Floquinho desapareceu. Para encontrar seu cachorro de estimação, Cebolinha conta com os amigos Cascão, Mônica e Magali e, claro, um plano infalível. 
 
No início do filme "Coraline" (2009) vemos a pequena jovem protagonista pegar um graveto e começar a procurar um possível poço de água por perto. É uma cena que facilmente nos identificamos, já que ela remete tempos mais coloridos da infância e que pequenas situações rendiam uma grande aventura. "Turma da Mônica - Laços" segue esse meu raciocino, onde vemos pequenos conhecidos nossos se aventurar em uma perigosa aventura, mas da qual nos soa familiar do começo ao fim dela.  
Dirigido por Daniel Rezende, do filme “Bingo - O Rei das Manhãs” (2017), o filme conta a história da vila Limoeiro, onde Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali vivem o seu dia a dia entre brincadeiras, imaginações e travessuras. Certo dia, Floquinho, o cachorro verde de Cebolinha, desaparece e lançando um mistério por todo o bairro. Cabe a união das quatro jovens crianças partirem para uma imprevisível cruzada em busca do seu amigo.  
Em tempos em que inúmeras HQ americanas são adaptadas para o cinema, era inevitável que o próprio Brasil não ficasse de fora e sendo uma questão de lógica que uma das suas adaptações teria uma das suas mais conhecidas marcas nacionais. Não há criança no Brasil que não tenha conhecido as HQ da “Turma da Mônica” um dia e ao testemunharmos aquele universo criado por Mauricio de Sousa ser transportado para o cinema nos dá aquela deliciosa sensação de nostalgia. Embora seja uma adaptação de uma releitura daquele universo, criado pelos escritores e desenhistas e irmãos Vitor e Lu Cafaggi, o filme possui todos os elementos dos quais nós víamos quando liamos os nossos gibis, seja da Mônica ou do Cebolinha, em tempos longínquos.   
Falando no Cebolinha, é notório que o pequeno personagem é o que mais se destaca entre os quatro, principalmente nas situações em que ele terá que saber lidar contra a sua própria prepotência e saber agir em equipe. Kevin Vechiatto surpreende numa atuação que nos emociona e nos brindando com as melhores partes do filme. Giulia Benite (Mônica), Laura Rauseo (Magali) e Gabriel Moreira (Cascão) estão todos ótimos em cena, sendo que esse último nos rende os melhores momentos de humor da trama.  
Em termos técnicos, Daniel Rezende se sobressai novamente. Se em "Bingo - O Rei das Manhãs" ele já criava um bom ritmo graças a uma edição criativa, aqui não é diferente, já que os jogos de câmera, principalmente no ato final da trama, nos rendam momentos de pura adrenalina e olha que estamos falando de um filme para todas as idades. Visualmente, o filme parece uma HQ em movimento, não se distanciando de nossa realidade, mas moldado com cores quentes para que, talvez, remeta tempos mais inocentes.  
Só acho uma pena que o elenco adulto não possua o mesmo pique da trupe mirim, sendo que eles estão lá unicamente para complementar a trama. Porém, é preciso tirar o chapéu para curta, porém, importante participação de Rodrigo Santoro em cena. É pelo seu personagem, aliás, que o Cebolinha toma decisões importantes e que fará com que ele e os demais possam alcançar o final de sua aventura. 
"Mônica - Laços", não é somente uma deliciosa adaptação da famosa HQ, como também consegue nos enlaçar emocionalmente e nos lembrar de épocas mais inocentes.    


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