De 28 de abril a 6 de
maio, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta uma série de sessões especiais
em diálogo com a Bienal11, que nesta edição destaca a arte africana e
afro-brasileira a partir do tema central O Triângulo Atlântico. A programação
tem entrada franca.
A programação da
Cinemateca apresenta obras seminais realizadas no continente africano, como a
cópia restaurada de A Negra de… primeiro longa do pioneiro senegalês Ousmane
Sembène, considerado o pai do cinema realizado na África subsariana, o curta
Monangambé, de Sarah Maldoror, nome influente do cinema político realizado na
Angola, e Carta Camponesa, da senegalesa Safy Faye, o primeiro longa-metragem
africano dirigido por uma mulher a ser distribuído comercialmente.
Dois grandes filmes
de Nelson Pereira dos Santos que buscam diálogo com a cultura afro-brasileira
serão exibidos em cópias 35mm restauradas: O Amuleto de Ogum e Tenda dos
Milagres.
A programação também
apresenta uma sessão especial do Cineclube Adélia Sampaio, programada pelo
coletivo Criadoras Negras – RS, em parceria com o projeto Curta na Cinemateca,
e exibe pela primeira vez em Porto Alegre dois documentários: Candeia e
Mokambo.
FILMES
O Amuleto de Ogum
(Nelson Pereira dos Santos, 1974, 35mm)
A história é narrada
pelo cego Firmino, um violeiro nordestino. No sertão, Maria leva seu filho
Gabriel a um centro de umbanda, a fim de buscar proteção. O rapaz ganha um
amuleto, capaz de gerar grande cobiça.
A Negra de… (Ousmane
Sembène, 1966, DCP)
Diouana é uma jovem
senegalesa que chega a Riviera Francesa para trabalhar como babá. No entanto, o
casal que a contratou a faz executar todo tipo de função doméstica sem receber
salário. Confinada no pequeno apartamento de frente para o mar, ela reflete
sobre a discrepância entre sua vida na França e seus sonhos antigos de viver na
Europa. Cópia da Cineteca di Bologna.
Mokambo (Soraya
Mesquita, 2017, HD)
O filme idealizado e
dirigido pela jornalista Soraya Mesquita retrata a materialidade e a
espiritualidade que o povo Bantu trouxe ao Brasil, responsáveis pela introdução
da capoeira, do samba, da culinária e do candomblé.
Carta Camponesa (Safy
Faye, 1971, DVD)
Carta Camponesa conta
a história de Ngor e Coumba, casal que vive em uma pequena vila no Senegal e há
tempos tenta se casar. Os dois enfrentam muitas dificuldades para sobreviver e
se manter juntos, porque a colheita de amendoim, única opção comercializável
“herdada” da colonização, está sofrendo com a falta de chuvas. Permeando uma
linha fluída entre documentário e ficção, uma vez que a diretora filma o
cotidiano de sua própria vila, expondo as agruras e as delícias do dia a dia de
seu povoado, Safie Faye trabalha a dicotomia entre tradição e modernidade, além
de fazer uma dura crítica à colonização francesa dos povos africanos. Foi o
primeiro longa metragem africano dirigido por uma mulher a ser distribuído
comercialmente. Cópia do Arsenal Institut de Berlim.
Monangambé (Sarah
Maldoror, 1968, DCP)
A história de um
casal em Angola enfrentando uma perseguição política. O título era um grito de
mobilização dos anos 1960 da Frente Popular de Libertação. Cópia do Arsenal
Institut de Berlim.
Tenda dos Milagres
(Nelson Pereira dos Santos, 1977, 35mm)
A Bahia do século 20 e a forte mistura
de raças e religiões são temas da adaptação do romance homônimo de Jorge Amado.
A narrativa conta a história de Pedro Archanjo, intelectual autodidata que
contestou ideias racistas.
Candeia, o Filme (Luiz Antonio Pilar,
2017, HD)
Documentário sobre a vida e a obra do
cantor e compositor brasileiro Candeia, um dos principais nomes do samba.
Mulheres Negras: Projeto de Mundo (Day
Rodrigues, Lucas Ogasawara, 2016, HD)
Há poucas coisas tão poderosas e
transformadoras no mundo do que a união entre mulheres. Quando se tratam de
mulheres negras, as experiências coletivas regem as trajetórias desde a vinda
forçada para o Brasil; a resistência e luta pela liberdade, e quando livres,
ainda padecem do racismo persistente na sociedade brasileira. No documentário
“Mulheres Negras: Projeto de Mundo”, nove vozes femininas negras são
apresentadas de maneira suave e potente. Em seus depoimentos, cada mulher fala
da sua experiência de sobrevivência calcada em sua raça, gênero, classe e
desvendam o que significa habitar em pele negra.
Das Raízes às Pontas (Flora Egécia,
2015, HD)
Luiza tem 12 anos e fala com orgulho
de seu cabelo crespo e sua ancestralidade. A história de Luiza é uma exceção. O
cabelo crespo como elemento do tornar-se negro e ato político. Os
entrevistados, dos mais diversos perfis falam sobre o papel do cabelo crespo
como elemento do tornar-se negro e como ato político contra imposições
estéticas. Questionar os padrões de beleza, que são impostos cada vez mais
cedo, além de tratar a afirmação do cabelo crespo como um dos elementos
fundamentais da identidade negra são a principal temática do filme, que também
avalia a aplicação da Lei 10.639/03 que regulamenta o ensino da História Afro-Brasileira
GRADE DE HORÁRIOS
28 a 06 de maio de 2018
28 de abril (sábado)
14h - O Dia Depois
16h – Arábia
18h – O Amuleto de Ogum
20h – Mokambo + debate
29 de abril (domingo)
14h – O Dia Depois
16h – Monangambé + Carta Camponesa
(apresentação da pesquisadora Carla Oliveira)
18h – Tenda dos Milagres
20h30 – Candeia, o Filme + debate
1º de maio (terça)
14h – O Dia Depois
16h - Arábia
18h – A Negra de…
19h30 – Curta na Cinemateca +
Cineclube Adélia Sampaio (Mulheres Negras: Projeto de mundo + Das raízes às
pontas)
02 de maio (quarta)
16h – O Dia Depois
18h – Arábia
03 de maio (quinta)
18h – Mostra Destrua-se – Maio de 1968
no cinema (divulgação em breve)
20h - Mostra Destrua-se – Maio de 1968
no cinema (divulgação em breve)
04 de maio (sexta)
18h – Mostra Destrua-se – Maio de 1968
no cinema (divulgação em breve)
20h - Mostra Destrua-se – Maio de 1968
no cinema (divulgação em breve)
5 de maio (sábado)
14h - Arábia
16h – A Negra de…
18h – Mostra Destrua-se – Maio de 1968
no cinema (divulgação em breve)
19h - Mostra Destrua-se – Maio de 1968
no cinema (divulgação em breve)
6 de maio (domingo)
14h - Arábia
16h – Monangambé + Carta Camponesa
18h – Mostra Destrua-se – Maio de 1968
no cinema (divulgação em breve)
20h - Mostra Destrua-se – Maio de 1968 no cinema
(divulgação em breve)