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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 11 de abril de 2018

Cine Especial: Uma noite de cinema em Porto Alegre e o lado Persona de Ingmar Bergman



 sessão lotada

Em comemoração aos 100 anos do nascimento do cineasta sueco Ingmar Bergman, a Sala Redenção da UFRGS começou essa semana exibindo os grandes clássicos do mestre para o público e com entrada franca. Em contrapartida, os sócios do Clube de Cinema de Porto Alegre e eu, participamos da exibição nessa última terça e que, após a sessão, ocorreu um debate onde se gerou inúmeras hipóteses sobre o filme exibido em questão que foi a obra prima Persona. Além disso, tive o prazer de conhecer o novo visual da sala, onde um artista pegou frames de inúmeros clássicos do cinema e os recriou através de pinturas. O novo visual da sala pode ser conferido logo abaixo. 
 Paulo Daisson Gregório Casa Nova, sócio do Clube de Cinema, iniciando o debate após a sessão.


Lembrando que o Clube de Cinema de Porto Alegre está comemorando 70 anos e, portanto está havendo uma mostra dedicada esse histórico momento e do qual a programação completa pode ser conferida também logo abaixo. Segue uma pequena e nova crítica minha sobre o filme Persona.

 

Persona (1966)



Sinopse: Uma atriz teatral de sucesso sofre uma crise emocional e para de falar. Uma enfermeira é designada a cuidar dela em uma casa reclusa, perto da praia, onde as duas permanecem sozinhas. Para quebrar o silêncio, a enfermeira começa a falar incessantemente, narrando diversos episódios relevantes de sua vida, mas quando descobre que a atriz usa seus depoimentos como fonte de análise, a cumplicidade entre as duas se transforma em embate.

Talvez o melhor filme ao explorar o lado psicológico do ser humano. Um ensaio rápido e certeiro de Bergman, onde ele cria um verdadeiro tour de force para as duas grandes atrizes centrais, pois a câmera jamais as abandona de forma alguma e, com isso, conhecemos cada expressão das duas e tendo uma ligeira ideia do que elas estão pensando. Eu digo ligeira, pois são múltiplas possibilidades sobre o que Bergman quer passar em seu filme, pois cada revisão que nós fazemos da sua obra acaba sendo levantadas novas interpretações. 
Uma verdadeira tensão em cada sequência, pois o que vemos, são duas personagens com uma fortíssima personalidade e que, ao se chocarem essas duas personalidades, há de surgir momentos inquietantes para o cinéfilo que for assistir. Não tenho duvidas de que o cineasta criava as suas obras de acordo com o seu estado de espírito e pensamento da época. Embora não seja o teor principal da obra, há de se destacar que o filme foi lançado em 1966, época em que a Guerra do Vietnã ainda estava explodindo e numa cena perturbadora, da qual se tornou um dos símbolos desse conflito, é usada para, não somente representar os conflitos internos de uma das protagonistas, como talvez os próprios demônios que consumiam Bergman naquele momento. 
Um filme que jamais envelhece e que serve para ser analisado sempre em diversos ângulos em tempos em tempos.
    
Saiba mais sobre a mostra dos 100 anos de Ingmar Bergman clicando aqui.
Saiba mais sobre a mostra dos 70 anos do Clube de Cinema de Porto Alegre clicando aqui. 

 Novo visual da frente da Sala Redenção
 
78 frames do melhor do cinema ao lado da entrada da sala.

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Cine Dica: Clube de Cinema de Porto Alegre promove mostra comemorativa aos seus 70 anos de fundação



Clássicos serão exibidos de 12 a 18 de abril na Cinemateca Paulo Amorim
                                Tempos Modernos                                                                                                                                                                                                         
O Clube de Cinema de Porto Alegre completa 70 anos de atividades com uma mostra especial de 12 a 18 de abril, na Cinemateca Paulo Amorim (Casa de Cultura Mario Quintana - Rua dos Andradas, 736). Serão exibidos clássicos de diferentes décadas e gêneros da cinematografia mundial sempre às 19 horas.
No dia 13 (sexta-feira), às 15 horas, acontece uma homenagem ao crítico de cinema Hiron Goidanich (Goida), além da sessão extra
(esta sessão será gratuita)  do filme "Tempos Modernos". Será realizado um bate-papo conduzido por Márcio von Diemen, o atual presidente da entidade.

Clube de Cinema de Porto Alegre

Foi fundado em 13 de abril de 1948 pelo jornalista Paulo Fontoura Gastal - juntamente com jornalistas, cinéfilos e intelectuais de Porto Alegre - inspirados no movimento cineclubístico europeu, buscando estabelecer um espaço dedicado à expansão da cinefilia. Ao longo de sua história o CCPA adquiriu prestígio, organizando grandes mostras retrospectivas e divulgando produções fora do circuito comercial. Desde então e até hoje o Clube é ativo e persistente em promover exibições semanais, sem esquecer de uma boa conversa após cada sessão sobre o filme recém visto.  A mostra tem apoio da Cinemateca Paulo Amorim e da locadora E O Vídeo Levou. O ingresso pode ser adquirido na bilheteria da Cinemateca por R$4,00. A sessão extra tem entrada franca.

Programação:

Quinta, 12.04
19h - Tempos Modernos (Charles Chaplin, 1936, 87 min)
Filme produzido e dirigido por Charles Chaplin, protagonizado por seu  mais famoso personagem, The Tramp (o vagabundo), que vive um trabalhador em busca de sobrevivência, em tempos difíceis de grave crise social.

Sexta, 13.04
19h - Cantando na Chuva (Gene Kelly, 1952, 102 min)
Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) são dois dos astros mais famosos da época do cinema mudo em Hollywood. Seus filmes são um verdadeiro sucesso de público e as revistas inclusive apostam num relacionamento mais íntimo entre os dois, o que não existe na realidade. Mas uma novidade no mundo do cinema chega para mudar totalmente a situação de ambos no mundo da fama: o cinema falado, que logo se torna a nova moda entre os espectadores. Decidido a produzir um filme falado com o casal mais famoso do momento, Don e Lina precisam entretanto superar as dificuldades do novo método de se fazer cinema, para conseguir manter a fama conquistada.

Sábado, 14.04
19h - A Estrada da Vida (Federico Fellini, 1954, 108 min)
Gelsomina (Giulietta Masina) é vendida pela mãe para o brutamonte Zampanò (Anthony Quinn), estrela de um número em que arrebenta correntes amarradas em seu corpo. A jovem auxilia Zampanò e passa a também ser apresentar como palhaça, seguindo o estilo de Chaplin. A garota é constantemente maltratada pelo homem, que ainda a agride sempre que tenta fugir. Quando os dois se juntam a um circo, Gelsomina fica encantada com Bobo (Richard Basehart), provocando ciúmes em Zampanò.

Domingo, 15.04
19h - Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha, 1964, 110 min)
Manuel (Geraldo Del Rey) é um vaqueiro que se revolta contra a exploração imposta pelo coronel Moraes (Mílton Roda) e acaba matando-o numa briga. Ele passa a ser perseguido por jagunços, o que faz com que fuja com sua esposa Rosa (Yoná Magalhães). O casal se junta aos seguidores do beato Sebastião (Lídio Silva), que promete o fim do sofrimento através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Porém ao presenciar a morte de uma criança Rosa mata o beato. Simultaneamente Antônio das Mortes (Maurício do Valle), um matador de aluguel a serviço da Igreja Católica e dos latifundiários da região, extermina os seguidores do beato.

Terça, 17.04
19h - O Enigma de Kasper Hauser (Werner Herzog, 1974, 110 min)
Um homem jovem chamado Kaspar Hauser (Bruno S.) aparece de repente na cidade de Nuremberg em 1828, e mal consegue falar ou andar, além de portar um estranho bilhete. Logo é descoberto que sua aparição misteriosa se deve ao fato de que ele ficou trancado toda sua vida em um cativeiro, desconhecendo toda a existência exterior. Quando ele é solto nas ruas sem motivo, muitas pessoas decidem ajudá-lo a se integrar na sociedade, mas rapidamente Kaspar se transforma em uma atração popular.

Quarta, 18.04
19h -  Rapsódia em Agosto (Akira Kurosawa, 1991, 98 min)
Uma mulher idosa mora em Nagasaki, no Japão, e está tomando conta dos seus quatro netos durante as férias. Lá, eles aprendem sobre a bomba atômica que atingiu o local em 1945 e como o fato acabou matando o avô deles.
 


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Cine Dica: Workshop Cinema Noir


Abertas as inscrições para os workshops
do PORTO ALEGRE NOIR

CINEMA NOIR E SEXUALIDADE

O Noir, como objeto artístico cinematográfico, é "o gênero que nunca existiu". Durante sua ocorrência original, localizada em algum ponto entre o princípio dos anos 40 e meados dos anos 50, nem indústria, nem crítica, nem público jamais utilizaram o termo, em terras americanas, em referência ao que hoje se cultua como Filme Noir. A criação foi dos franceses, inundados por filmes de Hollywood no período pós-Segunda Guerra Mundial.

O Noir não é propriamente um gênero. É um fenômeno, e acima de tudo social. A maior prova que existe? A fascinação que produz e o desejo que desperta a "mística noir".

O Workshop Cinema Noir e Sexualidade, de Fernando Mascarello, vai tratar das bases e conceitos que permeiam toda a produção cinematográfica do período, enfocando com destaque a estética fílmica e o comportamento (a)moral das personagens, particularmente das femme fatales, figuras indissociáveis do imaginário clássico do Noir.

***

FERNANDO MASCARELLO é Doutor em Cinema pela ECA/USP, professos do CRAV (Curso de Realização Audiovisual), coordenador da Especialização em Cinema da UNISINOS e organizador dos livros "História do Cinema Mundial" (7ª edição) e "Cinema Mundial Contemporâneo (2ª edição).


Workshop
CINEMA NOIR E SEXUALIDADE
de Fernando Mascarello

Data: 15 de abril (domingo)

Horário: 16h15 às 18h45

Local: Cinemateca Capitólio Petrobras

Investimento: R$ 45,00
(depósito / transferência bancária ou cartão de crédito)

Realização
Cine UM Produtora Cultural
Fio Produtora Cultural
Cesar Alcázar

Patrocínio
L&PM Editores
Versátil Home Video

Apoio
Cinemateca Capitólio Petrobras
Prefeitura de Porto Alegre - Secretaria da Cultura

terça-feira, 10 de abril de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Jogador Nº1




Sinopse: Situado numa Terra distópica do futuro, a população gasta a maior parte do tempo em um espaço virtual interconectado chamado OASIS. Quando o fundador do OASIS morre, ele deixa a propriedade do programa para a primeira pessoa que encontrar o tesouro escondido nele (um Easter Egg), jogando e resolvendo enigmas para conseguir as três chaves (Bronze, Jade e Cristal). Uma corrida segue entre um jovem (Wade Watts) e seus amigos, porém uma megacorporação maligna disputa também pelo controle do OASIS.

Vivemos atualmente em um mundo cada vez mais conectado nas redes sociais, ao ponto que, as pessoas em sua maioria, andam se esquecendo um pouco de apreciassem mais o mundo real. Porém, eu acredito que existe cada vez mais um numero maior de pessoas que sentem falta de tempos mais simples, onde curtir uma série, filme, gibi, games ou até mesmo um RPG eram os maiores entretenimento de tempos mais dourados. Dirigido pelo mestre Steven Spielberg, Jogador Nº1 reúne então o melhor e o pior desses dois mundos, onde se cria altas doses de diversão, mas não se esquecendo também de altas doses de reflexão.
Baseado na obra de Zak Penn e Ernest Cline, o filme retrata a humanidade do futuro com poucos recursos naturais, onde a maioria vive num jogo virtual chamado OASIS, em que lá se consegue obter e ser qualquer tipo Avatar que bem entender e se esquecendo dos problemas do mundo real. Porém, após o falecimento do criador (Mark Rylance), é revelado que ele havia deixado um desafio para os jogadores e que, caso alguém consiga reunir três chaves especiais, esse jogador irá herdar OASIS por inteiro. Um jovem (Wade Watts, o Ciclope de X-Men: Apocalipse) e seus amigos decidem partir para o desafio, mas terão pela frente uma corporação ambiciosa que não medirá esforços para obter esse mundo virtual.
Por vários anos, Steven Spielberg se dedicou a filmes com teor mais histórico, mesmo não deixando de lado a sua marca autoral na elaboração de seus projetos. Porém, sempre carregou consigo o rotulo de mestre do gênero dos filmes de aventura, ficção e fantasia, ao ponto de se tornar sempre como referencia entre os nerds de plantão. Portanto, não era surpresa que, mais cedo ou mais tarde, ele se renderia novamente aos seus fãs nostálgicos, mas me dá a impressão que, tudo que o cineasta não faz ao longo desses últimos anos, ele faz tudo agora de uma só vez.
Para começar, o universo de OASIS é cheio de inúmeras referencias da cultura pop, que vai desde ao cinema, musica, HQ, RPG e vídeos games. Não se surpreenda se, já nos primeiros minutos de projeção, você for já dar de cara com inúmeras homenagens das obras do cineasta, que vai desde “De Volta para o Futuro” a “Parque dos Dinossauros”, como também até mesmo figuras conhecidas do outro lado do mundo, como no caso de Akira, Godzilla e Gudam. Tudo é então batido num enorme liquidificador e transformando, então, no filme que melhor representa esses tempos de nostalgia em que a música e o cinema, por exemplo, estão nos passando atualmente.
É difícil até mesmo dar mais detalhes sobre a obra sem estragar algumas surpresas. Porém, já adianto que o cineasta foi de uma forma tão longe, que não tem como você não soltar as palavras “não acredito” em alguns momentos surpreendentes do filme. Se você acha que eu estou exagerando, esteja então preparado quando os protagonistas adentrarem em um cenário de um dos clássicos filmes do mestre Stanley Kubrick e tornado a situação em um dos melhores momentos desse ano no cinema.
As cenas de ação podem até ser um tanto que vertiginosas, além de alguns personagens serem um tanto que caricatos. Mas tudo isso é feito de uma forma proposital para nos remeter aos bons e velhos tempos em que tudo era muito mais simples e quando nos sentávamos no chão na sala para assistir a um bom filme numa longínqua sessão da tarde. Jogador Nº1 é um delicioso convite para adentrarmos num futuro um tanto que nebuloso, mas que guarda dentro dele a esperança de sabermos apreciar momentos mais humanos e nostálgicos.    




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