Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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A partir de sexta-feira, 10 de novembro, a Cinemateca
Capitólio
Petrobras apresenta a produção argentina Terra Vermelha, dirigido por Diego
Martinez Vignatti, também conhecido como diretor de fotografia do
premiado cineasta mexicano Carlos Reygadas em títulos como “Japón”
(2002) e “Batalha no céu” (2005). Terra Vermelha foi co-produzido
pela brasileira Panda Filmes.
Cidade dos
Sonhos, a obra-prima de David Lynch, segue em cartaz na sessão das 17h30.
O valor do
ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
TERRA VERMELHA
La
Tierra Roja
Argentina/Bélgica/Brasil, 102 minutos
Distribuição: Imovision
Direção: Diego Martinez Vignatti
Pierre é um engenheiro
belga, ex-jogador de rugby que trabalha para uma
multinacional de celulose.
Vem para a Provincia de Misiones, na fronteira com
o Brasil, para devastar
mais uma floresta nativa e plantar pinus. Os conflitos
locais e seu envolvimento
com a comunidade criarão um impasse de grandes
proporções. Pierre precisa
escolher seu lado. Exibição em DCP.
GRADE DE HORÁRIOS
9 a
15 de novembro de 2017
9 de novembro (quinta)
17h30 – Cidade dos Sonhos
20h – Sessão de lançamento Invisível (debate com o
diretor)
10 de novembro (sexta)
17h30 - Cidade dos Sonhos
20h – Terra Vermelha
11 de novembro (sábado)
15h30 – FITA
17h30 - Cidade dos Sonhos
20h – Terra Vermelha
12 de novembro (domingo)
15h30 – FITA
17h30 - Cidade dos Sonhos
20h – Terra Vermelha
14 de novembro (terça)
15h30 – Terra Vermelha
17h30 - Cidade dos Sonhos
20h – Sessão de lançamento do documentário Gabeira
Sinopse: Num vilarejo
na Inglaterra do século 17, as crianças locais lentamente são convertidas em
adoradores do diabo.
No final dos anos 60,
o cinema de horror inglês, sendo esse comandado por estúdios como Hammer e
Amicus, estavam entrando em decadência. Vampiros e lobisomens não assustavam
tanto como antigamente. Era preciso então inovar, mas que ao mesmo tempo se
comunicasse com o mundo real daquele tempo. Porém, eis que o
clássico O Bebê de Rosemary (1968) deu a ideia para o surgimento de um novo
tipo de horror, onde o foco eram seitas demoníacas, sejam elas comandadas por fanáticos
ou até mesmo por bruxas. O Estigma de Satanás é um título curioso dessa leva
que, embora tenha envelhecido em alguns aspectos, surpreende pela ousadia em
alguns momentos chaves da trama. O Estigma de Satanás é um dos expoentes da
onda de horror pastoral que afluiu no cinema britânico dos anos 70 e que fez
surgir títulos indispensáveis como O Homem de Palha (1973).
Criado pela produtora
inglesa Tigo, e dirigido por Piers Haggard (O Diabólico Dr. Fu Manchu, 1980), o
filme é interessante pelo seu olhar sobre o tema confuso que é o satanismo
quando examinado sob uma ótica reducionista: em uma pequena comunidade rural da
Inglaterra do século XVII, pessoas começam a desaparecer e cadáveres a surgir
na mesma proporção. Enquanto isso, uma espécie de culto toma forma no interior
das florestas que cercam o vilarejo.
O Estigma de Satanás é
ligeiramente atmosférico em seu início, mas um tanto que frustrante ao se
entregar em algumas soluções ligeiramente fáceis. Localizado em uma época
profusa em obras parecidas, talvez tenha envelhecido um pouco mal por conta de
seu flagrante conservadorismo e da falta de lidar com exatidão sobre o oculto.
Contudo, o filme tem a sua importância histórica mais do que justificável, já
que colaborou para aumentar esse subgênero que ainda hoje resiste em filmes indispensável
como A Bruxa. Trata-se afinal de uma pequena obra que acabou sendo esquecida e
que, ironicamente, colaborou para o surgimento dessa leva de filmes satânicos.
Sinopse: Ely tem 17 anos e
mora no bairro da Boca em Buenos Aires. Ela cursa o último ano do ensino médio
e trabalha num petshop para completar a renda familiar. Ao descobrir que está
grávida do Raúl, dono do Pet Shop, seu mundo interno entra em colapso. Enquanto
tenta manter sua rotina diária como se nada tivesse acontecido ela é tomada
pelo medo e angústia. A sociedade que a pressiona e o estado de saúde frágil da
sua mãe a isolam e a obrigam a amadurecer precocemente. Tomar a decisão que
mudará sua vida para sempre lhe permitirá ter um novo começo.
Borg vs McEnroe
Sinopse:O jogador de tênis
sueco Bjorn Borg (Sverrir Gudnason) é conhecido por sua calma. Já seu rival, o
americano John McEnroe (Shia LaBeouf), faz fama pelo temperamento explosivo.
Dentro e fora de quadra, os dois colocam a rivalidade num alto patamar,
tornando as competições históricas.
Gosto se Discute
Sinopse: Um chef
perde o paladar quando precisa fazer um novo cardápio para conquistar a jovem e
bela gerente de seu restaurante.
No intenso agora
Sinopse: Documentário
político que justapõe, através de imagens de arquivo, uma série de
acontecimentos diferentes da década de 1960, como: a revolta estudantil em
Paris, a Primavera de Praga em meio a dominação da União Soviética e a China de
1966 sob o regime de Mao, experienciado pela mãe do diretor na época.
O outro lado da
esperança
Sinopse: Henlsinki.
Os destinos de Wikhström, um cinquentão que decide mudar de vida, abandonando a
esposa alcólatra e seu emprego para abrir um restaurante, se cruza com Khaled,
um jovem refugiado Sírio que tem seu visto negado ao chegar na cidade. Tocado
pela história do jovem imigrante, Wikhström decide o esconder em seu
restaurante.
Um Perfil para dois
Sinopse: O viúvo
Pierre não sai de casa há dois anos. Ele descobre as alegrias da internet
graças a Alex, um jovem contratado pela filha para lhe ensinar informática. Em
um site de encontros, Pierre se interessa por Flora. O problema é que, em seu
perfil, o viúvo colocou a foto de Alex e não a sua.
Vazante
Sinopse: Brancos,
afrodescendentes nativos e recém-chegados da África sofrem as mazelas derivadas
da incomunicabilidade em uma fazenda imponente, na decadente região dos
diamantes, em Minas Gerais, no início do século 19.
"A Última Cena" de Rodney Borges foi exibido em 02
festivais na Itália e no Uruguai com atriz internacional Cris Lopes como
protagonista
O Filme "A Última Cena" com direção de Rodney Borges fala
dos últimos momentos de uma atriz de teatro perseguida pela ditadura militar no
Brasil.
Rodado em película 8 mm, já foi selecionado e
exibido em festivais internacionais: 2 na Itália e 1 no Uruguay, além
dos festivais brasileiros, e agora está concorrendo
em diversas categorias (Direção, Roteiro, Fotografia, Ator, Atriz,
Edição) no Festival de Cinema Pop Corn 2017 realizado na UNIP em
Sorocaba/São Paulo, que vai até o dia 10 de novembro e já está em sua
5a. edição.
A protagonista é a atriz internacional de
cinema Cris Lopes que já recebeu 2 indicações na Categoria Melhor
Atriz: recentemente no Curta Canedo 2017 e em 2015 recebeu
Menção Honrosa como Atriz Destaque no Instituto Moreira Salles - Festcine Poços
MG).
Cris acaba de retornar da Argentina onde esteve
promovendo outro filme que também protagonizou (madame francesa em "AGS"),
exibido em cinema em Buenos Aires na semana passada e já exibido também na
Espanha, Uruguai e no Brasil. Na edição de 2016
do Festival Pop Corn em Sorocaba/São Paulo, AGS com direção de Rodney Borges
recebeu prêmio de Melhor Roteiro (ator e roteirista Euler Santi).
Em breve a atriz Cris Lopes vai estrelar
mais 2 filmes: 01 nacional e 01 internacional em espanhol, além das
estréias dos longas e série que já atuou(USA/Canadá e Brasil)
Sinopse: Um caçador de
coiotes e predadores traumatizado pela morte da filha adolescente encontra o
corpo congelado de uma menina em um local ermo e decide iniciar uma
investigação sobre o crime.
Embora Sicario – Terra de
Ninguém tenha sido um trabalho genial nas mãos do cineasta Denis Villeneuve (Blade
Runner 2049), o crédito merece ser dado também ao roteirista Taylor Sheridan.
Não bastasse ter criado uma boa história sobre a guerra sem fim contra as drogas,
eis que ele decidiu então escrever o roteiro do filme A Qualquer Custo, do qual
chama atenção por parecer uma espécie de faroeste contemporâneo. Como uma espécie
de fechamento de uma trilogia, Terra Selvagem marca a estreia do roteirista na
direção, resultando então num trabalho do qual nos faz pensar sobre qual será
os seus próximos trabalhos futuros.
A
trama se passa numa pequena comunidade dos Estados Unidos, onde há uma forte
presença de descendentes de índios. É lá que vive o caçador Cory, interpretado por Jeremy
Renner (Guerra ao Terror e Vingadores), do qual é convocado para dar cabo de um
animal que vem dizimando o gado de um habitante, mas no caminho, ele acaba se
deparando com o corpo de uma jovem. Em seguida, FBI precisa ser chamado e é
então que entra em cena a agente Jane (Elizabeth Olsen, de Vingadores – A Era
de Ultron), da qual se vê inexperiente naquele ambiente, mas que consegue ajuda
de Cory para tentar solucionar o caso.
Mais de que um filme
investigativo, o filme propõe fazer uma dura crítica contra o governo americano,
do qual não dá voz ao povo indígena, sendo que as mortes desses não se
encontram nas estatísticas. Os indígenas são o único grupo demográfico que não
conta com recenseamento próprio no que tange às taxas de homicídio
contabilizadas na América. Em tempos de "era Trump", do qual há um grande número
de mortes por arma de fogo, fico me perguntando se esses números não seriam maiores
ainda se esse povo, sendo os verdadeiros donos da terra, fosse realmente reconhecido
nas estatísticas.
Embora o cenário possua
um belo visual vindo da natureza, ela por sua vez não esconde o seu lado
selvagem, mas não somente vindo dos animais, como também do próprio homem. Taylor
Sheridan cria então um mosaico de personagens desgarrados, dos quais a maioria
tenta criar a sua própria sorte, para que então não sejam consumidos pela violência
vinda de outros ou da natureza gélida implacável. Uma espécie de faroeste contemporâneo,
onde um crime acaba tendo consequências e afetando tudo e todos.
Cory se apresenta
então como um sobrevivente, do qual sabe como são feitas as regras nesse ambiente
hostil, mas não escondendo as feridas internas dos quais ele guarda. Jeremy
Renner novamente nos brinda em um trabalho competente, onde o seu personagem nos
passa um ar sereno, mas não escondendo a dor de um passado doloroso e ainda não
resolvido. E se Elizabeth Olsen se esforça (no bom sentido) ao passar
autoridade como uma agente do FBI, Gil Birmingham (A Qualquer Custo) surpreende
no papel do pai da vitima, sendo que suas poucas cenas já valem um Oscar.
Tecnicamente o filme
não nos apresenta nada de novo, mas ao mesmo tempo há um realismo cru, aonde
cada cena de ação que venha acontecer gerará então consequências imprevisíveis.
Taylor Sheridan cria então no terceiro ato um cenário cheio de violência, sendo
que ela ataca sem prévio aviso e fazendo a gente se perguntar o que estará por
vir. Embora as soluções de tais atos possam soar um tanto que previsível isso
não diminui o fato de que os personagens permanecem em sua busca pela paz interior
naquele lugar opressor.
Terra Selvagem é mais
do que um filme sobre um crime, como também de inúmeros feitos pelo homem no
passado e que ressoa num presente cada vez mais indefinido.