Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Sinopse: A região de Azeroth
sempre viveu em paz, até a chegada dos guerreiros Orc. Com a abertura de um
portal, eles puderam chegar à nova Terra com a intenção de destruir o povo
inimigo. Cada lado da batalha possui um grande herói, e os dois travam uma
disputa pessoal, colocando em risco seu povo, sua família e todas as pessoas
que amam.
Os anos 90 foi um período em que
houve inúmeras tentativas de levar adaptações de vídeo games para o cinema, mas
que os resultados saíram desastrosos. Naquele período, os jogos de vídeo games
eram superiores aos Ataris dos anos 80, mas mesmo assim, não possuíam uma trama
que se comportasse de forma correta num filme de duas horas. Se naquele tempo
era complicado, hoje a situação ainda é mais complicada, pois os jogos se
tornaram realistas, ao ponto de ser realmente um filme, mas que você controla
os personagens e numa jornada de várias horas de entretenimento.
Sendo assim, para que então fazer
adaptações para o cinema desses jogos se eles próprios já são praticamente um
filme de longuíssima duração?
O
cinema americano, graças a sua escassez de falta de idéias originais, busca
meios para gerar novas franquias e para assim gerar novos lucros. Levou tempo,
mas eles conseguiram graças aos estúdios Marvel, por exemplo, construir
franquias milionárias com as adaptações das HQ e que tão cedo não irá acabar.
Mas a ambição fala mais alta e é aí que surge mais uma tentativa para uma
adaptação de um jogo de vídeo game para as telas e o novo candidato é Warcraft - O Primeiro Encontro de Dois Mundos.
Dirigido por Duncan
Jones (Lunar), acompanhamos o embate entre humanos e orcs, sendo que esses
últimos vieram ao mundo mágico da terra dos homens através de um misterioso
portal. Entre os guerreiros com dentes grandes se encontra Durotan (Toby
Kebbell), que acredita estarem no caminho errado da história e deseja criar uma
aliança com o reino dos homens. Contudo, ambições e traições aos milhares fazem
com isso gere mais conflito.
Pois bem, para começo
de conversa nunca joguei Warcraft, mas prefiro não ter essa vantagem, pois fiquei
livre em não ficar perdendo tempo em fazer comparações com a sua fonte de
origem. Portanto, assistir ao filme, e analisá-lo, se tornou bem mais fácil, ao
ponto de não ficar perdendo tempo com as possíveis readaptações que
possivelmente os fãs mais ferrenhos irão se incomodar. Mas se por um lado não
perdi tempo me incomodando com isso, por outro, fiquei fisgando a todo o
momento momentos da trama que me lembravam outros filmes, até mesmo os mais
recentes.
Para começar, não há
como negar que Warcraft bebe muito da fonte do universo visto em O Senhor dos
Anéis, sendo que, anões e elfos, mesmo que vistos brevemente, estão ali em
momentos que me fizeram lembrar a já clássica trilogia. E se temos o universo
criado pelo escritor Tolkien como referencia, não há como negar que o mundo de
Azeroth, por vezes, lembra o planeta de Avatar, pois até mesmo vi em alguns instantes
umas montanhas flutuantes, sendo elas muito parecidas com as que foram vistas
na super produção de James Cameron. E se isso só já não é o bastante, há uma
porção de referências ao velho e antigo testamento, sendo uma delas uma
referência explicita ao libertador dos hebreus Moises.
Claro que isso não
torna um defeito do filme, pois não é a primeira e nem será a última vez em que
veremos uma obra se sustentar através de idéias já aproveitadas em outras
obras. O que torna o filme rico, em termos técnicos, por exemplo, são sem
sombra de dúvida os Orcs. Criados através pela capturas de movimento, o
realismo visto aqui é algo semelhante com o que foi visto em Avatar, sendo que,
se tivesse sido lançado pouco tempo depois da obra de Cameron, o impacto seria
ainda maior.
Mas, se por um lado
os efeitos impressionam, as interpretações dos atores reais vistos na tela soam
um tanto que artificiais. No princípio, se percebe a dificuldade de alguns
atores ao contracenarem com os personagens digitais, sendo que, durante a
produção, logicamente eles contracenaram com o nada. Bom exemplo disso é o
desempenho do ator Travis Fimmel (da série Vikings), que embora seja um bom
ator, parece que a todo o momento ele se encontra travado, até mesmo nas cenas
das quais se exige mais dramaticidade. Curiosamente, Dominic Cooper (Drácula: A
História não Contada) do qual eu sempre considerei um ator regular, acaba
impressionando como rei de Azeroth, principalmente nos momentos finais da
trama.
É bom lembrar que,
embora ação seja o grande chamariz da trama, o cineasta Duncan Jones foi habilidoso em dar espaço para o melhor desenvolvimento
dos seus personagens, principalmente quando eles colocam pra fora o seu lado
mais humano em situações de desespero. Medivh (Ben Foster) possui um momento
tocante, onde revela um pouco do seu passado e demonstra total peso que sente
nas costas devido a sua responsabilidade. Mas talvez o meu personagem preferido
seja mesmo Garona (Paula Patton), uma guerreira que possui o sangue dos dois
mundos e que carregará o grande fardo de uma grande consequência, que é
disparado o melhor momento do filme.
Mesmo com duas horas, infelizmente o filme tem pouco tempo para
desenvolver melhor tantos personagens. Porém, se percebe alguns cortes dos
quais são bem nítidos e dando a entender que o filme deveria ter sido mais
longo do que foi visto nas telas do cinema. Provavelmente veremos uma edição
especial do filme futuramente.
Com final em que possui inúmeros ganchos para uma possível sequência, Warcraft - O Primeiro
Encontro de Dois Mundos tem o potencial para o nascimento de uma grande
franquia. Resta saber se o público em geral irá aceitar, tanto os seus acertos,
como também os seus defeitos.
MOSTRA “CLINT EASTWOOD – O GEMINIANO QUE NÓS AMAMOS” APRESENTA OBRAS MENOS CONHECIDAS DO MESTRE AMERICANO
Entre os dias 14 e 19 de junho,
a Sala P. F. Gastal da
Usina do Gasômetro (3º andar) apresenta o ciclo
Clint Eastwood – O Geminiano Que Nós Amamos, com um panorama de
obras importantes e menos populares de um dos nomes mais talentosos da
história do cinema. Com projeção digital e várias exibições em alta
definição, a mostra é uma parceria
com a distribuidora MPLC e a locadora E O Vídeo Levou.
Entre os destaques da mostra, estão o tenso primeiro longa-metragem de Clint,
Perversa Paixão, sobre a obsessão amorosa;sua apropriação sombria do polêmico policial Dirty Harry,
Impacto Fulminante; o melancólico retrato de um cantor apaixonado pela música,
A Última Canção; e oseu primeiro faroeste como diretor, o violento
O Estranho Sem Nome. Também ganham exibição a obra-prima Um Mundo Perfeito, reconhecido por muitos fãs como seu grande filme, e o subestimado
Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal. Duas das atuações mais marcantes de sua trajetória,
O Estranho que Nós Amamos, de Don Siegel, e O Último Golpe, de
Michael Cimino, completam a programação.
GRADE DE PROGRAMAÇÃO
Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal
(Midnight In The Garden Of Good And Evil, 1997, 155 minutos)
John Kelso
(John Cusack), um escritor e jornalista de Nova York, vai até Savannah,
Geórgia, para cobrir a festa de natal de Jim Williams (Kevin Spacey), um
noveau-riche (segundo ele mesmo) que se tornou
a pessoa mais importante da cidade. Durante
a festa na casa
do milionário Kelso, sem ter noções de certos fatos, presencia uma
briga entre o anfitrião e Billy (Jude Law), que parecia não ter tido
grandes conseqüências. Mas, um
pouco mais tarde, ele fica sabendo que Jim matara Billy, com quem tinha
uma ligação íntima. Deste momento em diante tudo em Savannah passa a
girar em torno do julgamento e Jim, que alega legítima defesa, espera
usar seu prestígio e poder para ser absolvido,
mas parece que tanto a defesa quanto a acusação decidiram mascarar a
verdade de todas as formas, para terem um veredicto favorável. Exibição
em HD.
Um Mundo Perfeito
(A Perfect World, 1993, 137 minutos)
Nos
anos 60, presidiário sequestra criança como refém, após fugir de sua
sentença. Segue para o Alaska, terra onde seu pai foi morar, para um
acerto
de contas com o passado. Porém, com o tempo, cria uma amizade com o
menino, que também desconhecia a presença de uma figura paterna.
Enquanto são perseguidos por um veterano policial, os dois compartilham
emoções que lhes eram desconhecidas. Exibição em HD.
Impacto Fulminante
(Sudden Impact, 1983, 115 minutos)
Harry Callahan (Clint Eastwood) é um policial de São Francisco que é criticado por seu método, no qual mata diversos criminosos
em seu trabalho. Assim é mandado em uma missão na Califórnia,
enquanto a situação
se acalma. Entretanto lá uma artista, Jennifer Spencer (Sondra Locke)
foi atacada sexualmente juntamente com a irmã, que enloqueceu. Assim ela
jura vingança e começa
a eliminar os homens que a violentaram, fazendo com que Callahan tenha
que evitar que ela continue matando. Exibição em DVD.
A Última Canção
(Honkytonk Man, 1982, 118 minutos)
Na
década de 30, durante a terrível depressão americana, somente uma coisa
era capaz de garantir a sobrevivência de um homem: seus sonhos. Red
Stovall
(Clint Eastwood), um apaixonado pela música e pelo Whisky, decidiu
correr as estradas empoeiradas atrás de uma chance para se tornar um
grande cantor country. Junto com seu fiel sobrinho (Kile Eastwood), cuja
função era manter longe de problemas, eles seguiram
de Oklahoma até Nashville vivendo aventuras e decepções em nome de seus
sonhos. Exibição em HD.
O Último Golpe
(Thunderbolt and Lightfoot, 1974, 110 minutos)
Direção: Michael Cimino
Sete
anos após um assalto a banco, um experiente ladrão que se disfarçava de
sacerdote religioso se reúne com um companheiro mais jovem e
irreverente,
reencontrando seu antigo grupo para organizar um novo e audacioso
golpe. Exibição em HD.
O Estranho Sem Nome
(High Plains Drifter, 1973, 105 minutos)
Eastwood
interpreta um estranho misterioso que surge das escaldantes areias do
deserto e cavalga decidido para amedrontada cidade do Lago. Após cometer
vários crimes em vinte minutos, o Estranho é contratado pela cidade
para protegê-la de três pistoleiros fugidos da prisão. Exibição em
blu-ray.
Perversa Paixão
(Play Misty For Me, 1972, 102 minutos)
Dave
(Clint Eastwood) é um locutor paquerador que perdeu a namorada (Donna
Mills) por causa de suas traições. Na cidade de Carmel ele vive sua
rotina
de passeios noturnos pelo circuito de bares e cantadas picantes
dirigidas às ouvintes que escutam as cinco horas diárias de seu
programa. Certo dia, ele sai como uma fã (Jessica Walter) e na sequência
um romance se inicia, apesar dele deixar claro para ela
que não gostaria de nada sério. Quando a ex-namorada retorna para a
cidade, Dave pensa em mudar de vida e tornar-se fiel, mas Evelyn não
está disposta a perder essa disputa amorosa e revela-se mais perigosa e
imprevisível do que ele poderia imaginar. Exibição
em blu-ray.
O Estranho que Nós Amamos
(The Beguiled, 1971, 100 minutos)
Direção: Don Siegel
Clint
Eastwood e Geraldine Page estrelam este tenso drama psicológico sobre
amor e traição. Durante a Guerra Civil Americana, um soldado da União
ferido
é abrigado pela diretora e pelas estudantes de um colégio para garotas
no Sul do país. Enquanto sua saúde melhora, seu desejo aumenta. Contudo,
poderia ele confiar que estas mulheres do inimigo não iriam entregá-lo?
Exibição em blu-ray.
GRADE DE PROGRAMAÇÃO
14 a 19 de junho de 2016
14 de junho (terça)
15h – Perversa Paixão
17h – A Última Canção
19h – Um Mundo Perfeito
15 de junho (quarta)
15h – O Estranho que Nós Amamos
17h – O Estranho Sem Nome
19h – Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal
16 de junho (quinta)
15h – Impacto Fulminante
17h – A Última Canção
19h30 – Lançamento do documentário Olhos Fechados Pro Azar, com a banda Dingo Bells
17 de junho (sexta)
15h – O Estranho Sem Nome
17h – Meia Noite no Jardim do Bem e do Mal
20h – Projeto Raros (O Relatório, de Abbas Kiarostami + debate com Ivonete Pinto)
18 de junho (sábado)
17h – O Último Golpe
19h – Impacto Fulminante
19 de junho (domingo)
15h – Perversa Paixão
17h – O Estranho que Nós Amamos
19h – Um Mundo Perfeito
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro