Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: Dois Dias, Uma Noite

Sinopse: Sandra (Marion Cotillard) perde seu emprego pois outros trabalhadores da fábrica prefiram receber um bônus ao invés de mantê-la na equipe. Ela descobre que alguns de seus colegas foram persuadidos a votar contra ela. Mas Sandra tem uma chance de reconquistá-lo. Ela e o marido (Fabrizio Rongione) têm uma tarefa complicada para o final de semana: eles devem visitar os colegas de trabalho e convencê-los a abrir mão de seus bônus, para que o casal possa manter o seu emprego.

Os diretores e irmãos franceses Jean-Pierre e Luc Dardenne já são reconhecidos internacionalmente por seus filmes extremamente artísticos. Esse ano, pela primeira vez, eles viram uma de suas obras ser, merecidamente, indicada ao Oscar. E não importa que isso seja alcançado somente por causa de Marion Cotillard. 
É complicada a situação da protagonista Sandra (Marion Cotillard) que após um período afastada do trabalho por motivos de saúde se depara com o desemprego eminente. Ela é motivada por uma colega de trabalho e marido a lutar para manter esse emprego. Então ela acaba indo de porta em porta pedir para esses colegas que votem ao seu favor para que assim permaneça com seu emprego, mas para isso eles terão que abrir mão do abono salarial generoso que para muitos é uma salvação. 
É angustiante ver ela ter que se humilhar para pedir isso, ela tem que se desprender de seu orgulho em cada porta que se abre ou fecha, afinal ela entende a posição deles, mas precisa lutar pela sua também. A jornada da personagem entre negativas e apoios é sofrida, violenta e reveladora. Sandra encontra apoio onde menos imaginava e indiferença onde sempre teve certeza de acolhimento. Conceitos de solidariedade, coletividade e empatia (a difícil tarefa de se colocar no lugar do outro) acompanham a história que em raríssimos momentos nos levam ao riso.
O contínuo processo de cura dos deprimidos a travar uma luta diária por sua existência parece ser o objetivo da personagem. O destaque fica pelo papel amoroso e companheiro de seu marido, seu grande protetor e incentivador. Notamos no filme os poucos amigos de Sandra, pouquíssimos por sinal, que se mostram realmente anjos da guarda, tal como na vida real. 
Com uma Europa em crise nos tempos atuais, o grande mérito dos irmãos Dardenne é trazer à tona essa história que beira ao absurdo, mas que pode realmente acontecer a todos nós e de diversas formas algum dia.




Me sigam no Facebook, twitter e Google+

Cine Dica: Homenagem a Sergio Leone abre a programação de 2015 da Sala P. F. Gastal

 Sala P. F. Gastal retoma as atividades em 2015 com a mostra Viva Leone! Entre os dias 24 de fevereiro e 8 de março, serão exibidos todos os filmes assinados por Sergio Leone, mestre do faroeste moderno, no cinema da Usina do Gasômetro (3º andar). Com boa parte das sessões em alta definição, a programação tem apoio da distribuidora MPLC e da locadora E o Vídeo Levou.
Entre os destaques da mostra, estão os três filmes da célebre trilogia dos dólares – Por um Punhado de Dólares (1964), Por uns Dólares a Mais (1964) e Três Homens em Conflito (1966) –; o épico moderno Era uma Vez no Oeste (1968), o desencanto revolucionário de Quando Explode a Vingança (1971) e sua derradeira obra-prima, Era uma Vez na América (1984). Também será exibido o primeiro longa-metragem assinado pelo italiano, O Colosso de Rodes (1961).


SERGIO LEONE


Entre o período pós-guerra e o início da década de 1960, Leone trabalhou como diretor assistente em uma série de produções importantes, que vão desde o clássico neorrealista Ladrões de Bicicletas, de Vittorio de Sica e dramas de Luigi Comencini, como Mercado de Mulheres, a grandes épicos hollywoodianos como Helena de Tróia, de Robert Wise, e Ben-Hur de William Wyler. Antes de mergulhar de cabeça no faroeste, Leone inaugura sua trajetória justamente com O Colosso de Rodes, em 1960, no auge do chamado Peplum, a apropriação italiana dos grandes filmes épicos de Hollywood, calcada nas adaptações de narrativas bíblicas ou mitológicas.
Durante a década de 1960, o cinema italiano iria aos poucos trocar as espadas e sandálias por pistolas e cavalos: Surgia o Western Spaghetti, intensificando a ruptura proposta por cineastas norte-americanos na década anterior, lidando de uma forma mais desconcertante com a figura do herói e os maniqueísmos típicos das narrativas do velho oeste – com doses bem maiores de violência. Um dos filmes definidores do gênero foi justamente o primeiro faroeste de Leone, Por um Punhado de Dólares, releitura de Yojimbo, de Akira Kurosawa, que revelou de vez ao mundo a persona misteriosa e durona de Clint Eastwood.
Eastwood esteve presente nos dois filmes seguintes, Por uns Dólares a Mais e Três Homens em Conflito, ao lado de outros atores lendários do gênero, como Lee Van Cleef, Gian Maria Volonté e Eli Wallach. Reconhecido internacionalmente pela Trilogia dos Dólares, em 1968 Leone realiza aquele para muitos é sua obra-prima, Era uma Vez no Oeste, com Claudia Cardinale, Henry Fonda e Charles Bronson no elenco. O filme reafirma várias marcas estilísticas que fizeram a fama do diretor: o tempo alongado, visto por muitos como uma faceta psicodélica do faroeste, o uso singular dos close-ups, as digressões narrativas, a valorização da música de Ennio Morricone. 
Nos anos 1970, respirando os ares da ressaca política pós-68, o italiano lança seu último e mais melancólico faroeste, Quando Explode a Vingança, reforçando a descrença pessoal nos ideias da revolução. Naquela década, ainda trabalharia em importantes faroestes italianos como Meu Nome é Ninguém, de Tonino Valerii (como produtor e roteirista), e Trinity e seus Companheiros, de Damiano Damiani (como assistente de direção). Após 13 anos de preparação, Leone lançou seu último filme, Era uma Vez na América, em 1984, um épico de 229 minutos que introduz sua estética particular no universo dos gangsteres na Nova York da década de 1920. Leone morreu aos 60 anos, em 1989.
      


GRADE DE PROGRAMAÇÃO
24 de fevereiro a 8 de março de 2015



O Colosso de Rodes (Il colosso di Rodi, 1961, Itália, 140 minutos)



Um herói militar grego chamado Darios está visitando seu tio em Rodes, no ano de 280 antes de Cristo. A cidade acabou de construir um enorme Colosso em homenagem a Apolo para guardar o seu Porto e está planejando uma aliança com a Fenícia para atacar a Grécia. Ao mesmo tempo em que Darios flerta com a bela Diala, ele se envolve com rebeldes que querem tirar o tirânico rei Serse do poder. Mas os rebeldes são presos e colocados como diversão na arena. É quando um terremoto destrói não apenas o Colosso, mas também o equilíbrio político de Rodes. Exibição em DVD.


Por um Punhado de Dólares (Per un Pugno di Dollari, 1964, Itália, 101 minutos)


Joe (Clint Eastwood) é um pistoleiro barra pesada que chega a uma cidade que está em guerra. Quando percebem o potencial de Joe, ambas as partes se interessam por contratá-lo; é quando ele percebe que pode ganhar um dinheiro com a situação aceitando a proposta dos dois lados. Exibição em blu-ray



Por uns Dólares a Mais (Per Qualche Dollare in Più, 1965, Itália, 131 minutos)


Quando dois caça-recompensa rivais compreendem que os dois estão atrás do mesmo assassino, eles juntam forças na esperança de entregá-lo à justiça. Exibição em blu-ray.


Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo, 1966, Itália, 161 minutos)


O inimitável Homem sem Nome se alia a dois pistoleiros para ir atrás de uma fortuna em ouro roubado. Mas o trabalho em equipe não é uma atividade comum aos fora-da-lei, e eles logo descobrem que seu maior desafio é ficar vivo em um país devastado pela guerra. Exibição em blu-ray


Era uma Vez no Oeste (C'era una Volta il West, 1968, Itália/Estados Unidos, 165 minutos)


Em virtude das terras que possuía serem futuramente a rota da estrada de ferro, um pai e todos os filhos são brutalmente assassinados por um matador profissional. Entretanto, ninguém sabia que ele, viúvo há seis anos, tinha se casado com uma prostituta de Nova Orleans, que passa ser a dona do local e recebe a proteção de um hábil atirador, que tem contas a ajustar com o frio matador. Com Claudia Cardinale, Henry Fonda e Charles Bronson. Exibição em blu-ray.


Quando Explode a Vingança (Giù la Testa, 1971, Itália 157 minutos)


Juan Miranda (Rod Steiger) é um camponês rude com coração de Robin Hood. Sean Mallory (James Coburn) é um revolucionário irlandês que é especialista em dinamite e vive agora no México. Após um início complicado eles passam a atuar juntos e se envolvem em um ousado plano de fuga para libertar prisioneiros políticos e na defesa de seus compatriotas contra a milícia de um sádico oficial. Exibição em DVD.


Era uma Vez na América (Once Upon a Time in América, Estados Unidos, 1984, 229 minutos)


Na década de 20, David Aaronson (Robert De Niro) e Maximillian Bercouicz (James Woods), dois amigos de descendência judaica, crescem juntos cometendo pequenos crimes nas ruas do Lower East Side, Nova York. Gradualmente estes crimes assumem proporções maiores e a Máfia judaica passa a ter tanta força que os amigos do passado se tornam rivais. Esta saga percorre desde seus dias de infância, atravessa o apogeu durante a Lei Seca e retrata o reencontro deles após 35 anos. Exibição em blu-ray


GRADE DE HORÁRIOS
24 de fevereiro a 1 de março de 2015

24 de fevereiro (terça)

16:00 – O Colosso de Rodes
19:00 – Por um Punhado de Dólares

25 de fevereiro (quarta)

16:00 – Por uns Dólares a Mais
19:00 – Três Homens em Conflito

26 de fevereiro (quinta)

16:00 – O Colosso de Rodes
19:00 – Era uma Vez no Oeste

27 de fevereiro (sexta)

16:00 – Três Homens em Conflito
19:00 – Quando Explode a Vingança

28 de fevereiro (sábado)

15:00 – O Colosso de Rodes
18:00 – Sessão Aurora (O Nascimento de uma Nação, de D. W. Griffith)

1 de março (domingo)

15:00 – Por um Punhado de Dólares
17:00 – Por uns Dólares a Mais
19:15 – Três Homens em Conflito


  
Sala P. F. Gastal

Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Cine Especial: PATRICIA ARQUETTE




Antes 2014, eu estava me perguntando onde estava Patrícia Arquette, mas eis que graças ao filme Boyhood, eu acabei adquirindo algumas informações: estrela dos anos 90 no cinema, Arquette acabou dando uma boa sumida, mas ganhou novamente evidencia na série de TV Medium, onde foi indicada á inúmeros prêmios. Com Boyhood decidi dar uma olhada para trás e rever essa promissora atriz que surgiu nos anos 90 ao lado da irmã Rosana Arquette.

Amor à Queima Roupa

 

Embora tenha estreado em A Hora do Pesadelo 3, Arquette foi somente ganhar os holofotes a partir desse filme de Tony Scott (Sede de Viver). Aqui, Arquette interpreta uma garota de programa, mas que se apaixona pelo seu primeiro cliente (Christian Slater) e ambos iniciam uma ardente e perigosa relação, aonde envolve cinema e drogas. Com roteiro de Quentin Tarantino, o filme possui um elenco estelar, humor negro acalorado, muitos doses de violência  e um final surpreendente. 
   


Ed Wood

Num dos melhores filmes da década de 90, Tim Burton reconstrói com sucesso a vida e carreira de Ed Wood, considerado um dos piores diretores de cinema de todos os tempos. O filme é uma bela homenagem, não somente ao cineasta, como também a todos que amam a 7ª arte. Arquette aparece mais no final, mas tem um papel fundamental na trama.



A Estrada Perdida

Num dos melhores e mais bizarros filmes de David Lynch (Cidade dos Sonhos) Arquette interpreta duas personagens diferentes, mas que ao mesmo tempo parecem (ou não) ser a mesma pessoa. Estrelado por Bill Pullman (Independence Day), o filme possui inúmeras reviravoltas e cada um tira a sua própria interpretação sobre o que viu na tela.  

 

Vivendo no Limite

Numa verdadeira mistura de Plantão Médico e Taxi Drive, o mestre Martin Scorsese nos brinda com uma trama de paramédicos de uma ambulância, em que eles convivem com noites terríveis nas ruas de Nova York. O protagonista é Nicolas Cage que, vive assombrado por pessoas que ele não conseguiu salvar, mas que talvez consiga uma rendição ao tentar salvar a vida de um senhor que, é pai de Arquette na trama. Curiosamente Cage e Arquette eram casados na época.   



Boyhood: Da Infância à Juventude

Depois de alguns anos se dedicando a carreira televisiva, Arquette se torna forte candidata a ganhar o Oscar de atriz coadjuvante por esse filme. Por quê? Leiam a minha critica clicando aqui.  

Me sigam no Facebook, twitter e Google+

Cine Curiosidade: PRÉ-ESTREIAS DO FILME SNIPER AMERICANO A PARTIR DE 12 DE FEVEREIRO

Filme dirigido por Clint Eastwood tem estreia prevista para 19 de fevereiro
A Warner Bros. Pictures realizará pré-estreias públicas pagas do aguardado filme do diretor Clint Eastwood, Sniper Americano. A partir de quinta-feira, 12 de fevereiro, até sua data oficial de estreia, em 19 de fevereiro, cerca de 95 salas espalhadas pelo Brasil apresentarão o filme em circuito especial. Para saber onde será possível assistir em primeira mão ao longa estrelado pelo indicado ao Oscar®, Bradley Cooper, consulte os sites e a programação das redes de cinema.

Sniper Americano, dirigido pelo aclamado diretor Clint Eastwood e com lançamento previsto para 19 de fevereiro, está concorrendo a seis estatuetas do Oscar® 2015, incluindo Melhor Filme.
Membro das Forças de Operações Especiais da Marinha dos Estados Unidos, Chris Kyle é enviado para o Iraque com uma única missão: proteger seus irmãos de armas. Sua precisão salva inúmeras vidas no campo de batalha e as histórias de suas corajosas façanhas se espalham até que ele receba o apelido de "Lenda”. No entanto, sua reputação também está crescendo por trás das linhas inimigas, colocando sua cabeça a prêmio e tornando-o alvo principal de insurgentes. Ele também está enfrentando um tipo de batalha diferente à frente de seu lar: se esforçando para ser um bom marido e bom pai mesmo estando do outro lado do mundo. 
Apesar do perigo e do preço pago pela sua família deixada em casa, Chris serve por quatro angustiantes vezes no Iraque, personificando-se no lema "não deixar ninguém para trás" nas Forças Especiais da Marinha. Mas ao retornar para sua esposa, Taya Renae Kyle (Sienna Miller), e para as crianças, Chris descobre que é a guerra que ele não pode deixar para trás.
Duas vezes indicado ao Oscar® por seus trabalhos em "O Lado Bom da Vida” e "Trapaça", Cooper lidera o elenco, que também inclui Sienna Miller (da série "The Girl" da HBO), Jake McDorman, Luke Grimes, Navid Negahban e Keir O'Donnell.
O cineasta vencedor do Oscar® Clint Eastwood ("Menina de Ouro", "Os Imperdoáveis") dirige Sniper Americano a partir de um roteiro escrito por Jason Hall, baseado no livro de Chris Kyle, com Scott McEwan. A autobiografia ficou 18 semanas na lista de best-sellers do New York Times, sendo 13 em primeiro lugar.
O filme é produzido por Eastwood, Robert Lorenz, Andrew Lazar, Bradley Cooper e Peter Morgan. Tim Moore, Jason Hall, Sheroum Kim e Bruce Berman são os produtores executivos.
A equipe criativa por trás das câmeras inclui o diretor de fotografia indicado ao Oscar® Tom Stern ("A Troca"), o desenhista de produção indicado ao Oscar James J. Murakami ("A Troca"), a desenhista de produção Charisse Cardenas, o editor vencedor do Oscar® Joel Cox ("Os Imperdoáveis ​​"), o editor Gary D. Roach e a figurinista Deborah Hopper.
Uma apresentação da Warner Bros. Pictures, em associação com a Village Roadshow Pictures, Sniper Americano tem previsão de estreia para 19 de fevereiro e será distribuído pela Warner Bros. Pictures, uma empresa da Warner Bros. Entertainment e em alguns territórios pela Village Roadshow Pictures.


Para mais informações à imprensa:

assinaturaEZ-poa-amanda

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: MISS VIOLENCE



Sinopse: Aggeliki (Chloe Bolota) no seu aniversário de 11 anos se joga da varanda de casa com um sorriso no rosto. Sua família alega que não foi suicídio, mas sim um acidente e  parece conformada com a morte da menina tentando, de todas as formas, continuar com suas vidas, perfeitamente organizadas. Em busca de respostas, promotores começam uma investigação para saber se foi, ou não suicídio e quais são os segredos obscuros que essa família, aparentemente perfeita guarda.


Cortinas semiabertas, lâmpadas amarelas e carpetes muito limpos criam a cena: uma família de classe média, em algum lugar da Grécia, dissimula um cotidiano de muita violência em tons pastéis e álbuns sorridentes. Miss Violence, o último filme grego a ganhar destaque nos festivais internacionais, é pesado e discreto.
Dirigido por Alexandros Avaranas, Miss Violence é carregado de dor e sofrimentos internos. O mal estar é construído de maneira progressiva pelo roteiro bem desenhado e argumentos bem articulados, apresentados em uma ordem cronológica surpreendente. Impactante seria uma boa descrição.
O cinéfilo assume um papel de coadjuvantes nesta produção, pois sente o clima pesado o tempo todo. A perturbação aflora ao longo do filme e o mistério do lugar ao asco. A impotência e a falta de esperança de uma sociedade são expostas por uma família fora do convencional. Aparentemente uma família grega comum, com aspectos tradicionais, é comandada pelo patriarca. A filha e suas netas apresentam, ao longo da película, aspectos conflitantes. Nestes pontos, o mal estar vai sendo construído através da figura autoritária e machista do chefe da família.
Conforme a trama de Miss Violence  segue adiante, o drama atinge níveis irreversíveis. O filme caminha crescente até chegar ao pico. O extasiante é que este extremo é mantido por muito tempo. Até o final da história, a impotência, o desespero e outros sentimentos explodem em lindos planos com bela fotografia.
O primeiro mérito do filme que deve ser destacado está em sua abertura, que já inicia a narrativa com uma cena de puro impacto. O ponto de reviravolta é sonorizado pela voz de Leonard Cohen em Dance me to the end of love, que prenuncia o suicídio da menina Angeliki, acontecimento que começa a denunciar o pacto de silêncio que a família guarda há décadas. A construção quase geométrica da cena segue no filme inteiro. Os enquadramentos são muito bem calculados, com muitos planos abertos que mostram a impecabilidade ordeira da direção de arte.
O conjunto de planos com trilhas adequadas passam contrastes e diversos significados para cada ato da tragédia familiar. A impotência exposta gera ações e reações que surpreendem até o fim do longa. Já a impressão do espectador é clara. O incomodo presente chega a impedir elogios no fim das sessões. Justamente por isso, a película atinge seu objetivo e impressiona, causando mal estar latente.
O longa funciona como uma denúncia, sendo mais uma forma de escancarar esta violência silenciosa do que uma busca investigativa por motivo, culpado, e cena do crime. Mesmo trazendo cenas explícitas perto do final, ele consegue ser ainda mais brutal com portas se fechando, rezas na mesa do jantar e com uma câmera parada no corredor de um apartamento. Treinar bem os atores é um dos méritos que garantiu a Avranas o prêmio de melhor cineasta. No lugar de criar um drama cheio de choros, gritos e gestos pantomímicos, os atores buscam a eliminação de qualquer fala em tom desregular, gestos efusivos e expressões fortes. A postura da família, que funciona de maneira quase mecânica e muito bem pensada, causa sempre estranhamento e é sempre evidenciada com a espontaneidade de personagens que não fazem parte do núcleo central. 
Miss Violence é pesado, mas não procura escandalizar. A aparente normalidade que o filme vende não deixa a história ser lida como absurda, no sentido de excepcional. Apesar de toda a violência, tem o cuidado de não criar um distanciamento entre o público e os personagens, permitindo que criemos empatia e instigando a discussão para fora do cinema. O que ele tem de absurdo consegue ser transposto e pensado para realidades mais comuns, mas não menos violentas.

Me sigam no Facebook, twitter e Google+