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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: O PREDESTINADO

COMO PROMETIDO, INICIO 2015 ESCREVENDO SOBRE UM DOS MELHORES FILMES DO ANO QUE PASSOU.    

Sinopse: Um agente temporal (Ethan Hawke) encara sua última missão após anos de viagens no tempo caçando criminosos e executando a lei. O desafio final será finalmente capturar seu inimigo mais desafiador, o homem que há muito o intriga e ludibria.

Nos últimos dias de 2014, muitos críticos lançaram as suas listas sobre os melhores filmes do ano, sendo que houve inúmeros títulos indispensáveis que foram lembrados merecidamente, mas que infelizmente alguns ficaram de fora dessas listas. Alguns que são realmente bons nem passaram nos cinemas, o que torna uma verdadeira injustiça, pois a qualidade de alguns títulos merecia ser vista na tela grande. O Predestinado infelizmente não chegou aos nossos cinemas, indo direto para locação, mas merece ser descoberto, pois possui uma das tramas mais surpreendentes dos últimos anos.
Dirigido pelos irmãos Michael Spierig e Peter Spierig (2019: O Ano da Extinção)  o filme acompanha as missões de um agente temporal (Ethan Hawke), cuja a missão é viajar no tempo e impedir que um terrorista continue viajando na linha temporal e matando pessoas. Ao mesmo tempo, o mesmo agente começa a ter uma inusitada conversa com um homem estranho chamado John (Sarah Snook, espetacular), que começa a contar a sua intrigante origem. A conversa do bar é ponto de ignição para muitos eventos que irão prosseguir ao longo da trama.
Falar mais sobre a história seria estragar inúmeras surpresas que irão ocorrer durante a projeção. Se muitos ficam confusos com certas tramas de viagem do tempo (vide De Volta para o Futuro ou O Exterminador do Futuro) é porque vocês ainda não viram nada. Os irmãos Spierig levantam na trama inúmeras questões: quem nasceu primeiro? A galinha ou ovo? Por incrível que pareça a resposta se encontra nesse filme!
Ao mesmo tempo que é uma mirabolante trama de ficção, o filme também é uma metáfora sobre o ego, ou melhor dizendo, sobre se sentir sempre superior perante as pessoas e não permitir uma aproximação com relação ao próximo. O que leva a pessoa ao individualismo e até mesmo o desejo a si próprio. Entenderão a charada?
Os cineastas foram incríveis ao criar um filme onde quase não há efeitos visuais, mesmo numa trama que poderia exigir muito de pirotecnia. Em vez disso, tecnicamente é tudo feito de uma forma simples, sendo que o roteiro é a principal fonte de energia para o filme como um todo. Porém, os irmãos Spierig se empenharam em fazer belas reconstituições de época em que os personagens viajam no tempo (dos anos 40 até os anos 70) e criaram um estilo que remete muito bem ao gênero noir.
O Predestinado é aquele tipo de filme que merece ser visto e revisto inúmeras vezes, pois uma ou duas vezes jamais será o suficiente. Na primeira vez que assiste você fica confuso, mas na segunda começa a fazer sentido e na terceira em diante você se maravilha cada vez mais. É claro que nem tudo é perfeito, pois se for um cinéfilo mais atento (ou entendedor sobre o paradoxo) irá reparar um furo ou outro, mas nada que denegrida o resultado final. 
Com uma cena final que representa exatamente o que a gente sente após ter assistido a trama, coloco a mão no fogo em dizer que O Predestinado será um filme a ser debatido, questionado e cultuado nos próximos meses.  

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Cine Especial: O MELHOR DE 2014

Cinema, cursos, HQ e reconhecimento. Foi um ano recompensador onde novas portas se abriram para mim e que podem me ajudar em ir mais longe. Gostaria de agradecer O Antonio da Silva Junior que, além de ter me dado a chance de publicar as minhas criticas de cinema no seu site A Hora do Cinema, me deu a chance de participar na divulgação e criação de pelo menos dois festivais de curtas metragens exibidos no  Santander Cultural de Porto Alegre. Agradecer também ao João Colombo que, é dono do site Cinema Sem Frescura  e me deu a oportunidade de expandir e melhorar as minhas criticas.
Agradeço também ao Jorge Ghiorzi que, tem criado novos cursos dentro do Cena Um (agora será Cine Um),o que fez me tornar o maior participante das atividades (43 cursos no total) e tem feito eu ter um conhecimento maior sobre essa arte que tanto amo. Agradeço ao Cinebancários, Usina do Gasômetro, Casa de Cultura Mario Quintana, Santander Cultural e Sala da Redenção por serem espaços culturais que nos brindam com um cinema mais autoral e alternativo. Não posso deixar de citar os festivais de cinema que, deram espaços á filmes que quase não são exibidos no circuito comercial, como o genial Fantaspoa.
Em termos de HQ, foi um ano que novamente tive a oportunidade de pegar para ler incríveis historias indispensáveis. Agradeço ao meu amigo Leo Radd que, é dono da pagina Submundo HQ e que sempre dá dicas certeiras para um publico interessado em boa historia. Não posso deixar de citar sobre Fernanda B Paiva que, de uma forma descontraída e nostálgica, criou um divertido blog (Arca de Rabiscos), onde desenterrou diversas HQ antigas e que me fizeram relembrar uma época mais dourada. 
Antes que me esqueça, lanço aqui o Top 10 do Cinema Nacional, Estrangeiro e as melhores HQ lançadas nesse ano.
Nota: As criticas dos filmes se encontram nos seus títulos. 

Cinema Estrangeiro:





5º) Ela




9º) Sob a Pele

10º) Interestelar 

Não esta na lista, mas não descarto de forma alguma: Capitão America 2: Soldado Invernal, Guardiões da Galaxia, X-Mem: Dias de Um Futuro Esquecido, Malévola, Godzilla, No Limite do Amanhã,  O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos, ABUTRE,  Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1, Se Nada Der Certo, Era Uma Vez em Nova York, Bem-Vindo a Nova York, MAGIA AO LUAR, PLANETA DOS MACACOS: O CONFRONTO, Lucy,Ninfomaníaca (volume 1 e 2), Clube de Compras Dallas, Nebraska,  A grande beleza.

Não  recomendo de forma alguma: Drácula: A Historia não Contada.

 Cinema Nacional: 









9º) De Menor

10º) Tim Maia

Não esta na lista, mas não descarto de forma alguma: Getúlio, As aventuras do avião vermelho, Meninos de Kichute, Ao Oeste do Fim do Mundo, Educação Sentimental, Quando eu era Vivo.

Não  recomendo de forma alguma: A Noite da Virada

Melhores HQ
DO INFERNO
Maus 

ZDM: Sangue em jogo

Invisíveis 

Monstro do Pantano (De Alan Moore)

Fabulas

OldBoy

Vertigo Especial ( Atire)

Vertigo Especial (Fantasmas e Viagem no Tempo)

DEMOLIDOR
É isso, para todos boas festas, um feliz final de ano e que 2015 tenhamos novamente ótimos filmes e boas leituras. Abraços a todos. 

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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Cine Curiosidade: UM DOS MELHORES FILMES DO ANO INJUSTAMENTE INDO DIRETO PARA DVD


Eu preciso de mais tempo para escrever melhor sobre esse filme, mas já adianto que O Predestinado, dirigido pelos irmãos Michael Spierig e Peter Spierig (2019: O Ano da Extinção) é um dos mais criativos filmes do ano, cuja a trama que, caso você não preste atenção, irá lhe dar um nó no cérebro. Ethan Hawke e Sarah Snook tem desempenhos fantásticos em meio a uma trama de viagens no tempo, misturado com gênero noir, gerando então algo inédito e pouco visto em outros filmes. Lançado por aqui direto em DVD, esta produção australiana ainda não estreou nos EUA, mas com certeza, independente do seu sucesso ou não, já é forte candidato a ser um novo cult do momento.  

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Cine Dica: Em Cartaz: OPERAÇÃO BIG HERO

Sinopse: Cidade de San Fransokyo, Estados Unidos. Hiro Hamada (voz de Ryan Potter) é um garoto prodígio que, aos 13 anos, criou um poderoso robô para participar de lutas clandestinas, onde tenta ganhar um bom dinheiro. Seu irmão, Tadashi (voz de Daniel Henney), deseja atraí-lo para algo mais útil e resolve levá-lo até o laboratório onde trabalha, que está repleto de invenções. Hiro conhece os amigos de Tadashi e logo se interessa em estudar ali. Para tanto ele precisa fazer a apresentação de uma grande invenção, de forma a convencer o professor Callahan (James Cromwell) a matriculá-lo. Entretanto, as coisas não saem como ele imaginava e Hiro, deprimido, encontra auxílio inesperado através do robô inflável Baymax (voz Scott Adsit), criado pelo irmão.

Transformers já teve ao todo quatro filmes para o cinema que, embora tenham sido sucessos de bilheteria, será lembrada como uma franquia que não tinha do que era essencial para agradar a critica em geral: emoção!
Emoção é a palavra de ordem para a mais nova animação da Disney, Operação Big Hero que,  pela primeira vez, é uma animação com selo Marvel, já que a casa do Mickey explora uma da filiais japonesas da Casa das Ideias  e que reúne o melhor dos dois mundos. Assistindo a esse filme se encontra elementos, tanto do que já foi visto em outras animações Disney, como também do que já foi visto em outras animações japonesas. Belo exemplo disso são os minutos iniciais, onde vem em nossa mente animações como Pokemon.
O próprio protagonista Hiro Hamada (voz de Ryan Potter) tem as tão conhecidas características  de um tipico protagonista de animações japonesa: Cabelo preto (meio arrepiado), olhos grandes e roupa com partes vermelhas. Porém, a sua personalidade apresentada gradualmente no decorrer do filme, assim como o caminho que irá trilhar, lembra e muito os personagens típicos da Marvel como o Homem Aranha. Acima de tudo, o filme possui uma alta dose de mensagem positiva com relação a saber superar os obstáculos e realizar os seus sonhos.
Hiro tem um irmão chamado Tadashi (voz de Daniel Henney), que servirá de empurrão para que ele vá atrás do seus objetivos. Infelizmente Tadashi morre num (aparentemente) acidente, fazendo com que Hiro siga o caminho do herói que irá começar a percorrer, mesmo que num primeiro momento não era essa a sua real intenção. Nesse percurso, Hiro terá companhia da maior criação de seu irmão: Baymax!
Se eu cutuco na ferida com relação a Transformers, é pelo fato que, mesmo com inúmeros robôs apresentados na tela, nenhum é carismático e tão pouco nos passa vida. Já Baimax, mesmo sendo um robô, já nos conquista de imediato pela sua pureza, ingenuidade, visual (que lembra um boneco de marchimelo) e que nele, guarda o melhor do irmão de Hiro, literalmente. Os melhores momentos de humor do filme são protagonizados por Baymax, sendo que a cena que ele tapa os seus furos com fita adesiva é hilária.
Acima de tudo, Operação Big Hero é uma representação do domínio dos nerds nestes primeiros anos do século 21. Antes reclusos ao segundo plano do universo cultural, agora a maioria dos filmes de aventura, ficção e fantasia (na maioria baseada em HQ) são uma representação desse domínio que, vem gerando lucro aos estúdios, mas que felizmente tem rendido boas historias para nós. O grupo de amigos nerds de Hiro, onde cada um cria seus próprios trajes e poderes para combater o crime, é nada mais do que uma representação dessa mania sem precedentes.
Como todo o filme desse porte, há um vilão com segundas intenções. Porém, os roteiristas foram engenhosos em não cair no óbvio, sendo que a verdadeira identidade vilanesca e suas motivações são uma das grandes surpresas do filme.  Aliás, o filme é carregado de inúmeras surpresas que, quando se acha que irá acontecer algo que nós já estamos montando em nossas mentes, sempre ocorre algo inesperado.
Em termos técnicos, Operação Big Hero mantem as mesmas qualidades de som e imagem dos últimos filmes da Disney, sendo que cada cena vista no decorrer da animação é de encher os olhos. Por ser um universo que reúne o melhor dos dois mundos, a cidade de San Fransokyo é uma mistura tanto de San Francisco como também de Tókio, gerando então um mosaico cultural dos dois países, sendo algo que somente vi em filmes como Blade Runner, mas com uma realidade mais limpa e esperançosa.
É claro que nem tudo são flores para esse filme, pois eu acredito que a Disney não foi 100% corajosa na hora de encerrar a trama. Digo isso porque o filme poderia muito bem em deixar em aberto com relação ao destino de um dos personagens. Porém, nos últimos segundos do segundo tempo, eles decidem resolver tudo tão facilmente, que acaba meio que soando forçado demais.
Apesar desse deslise, Operação Big Hero pode facilmente ser rotulado como a melhor e a mais divertida animação desse ano e provando o verdadeiro potencial positivo da parceria Disney e Marvel. 

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: Êxodo: Deuses e Reis

Sinopse: Exodus é uma adaptação da história bíblica do Êxodo, segundo livro do Antigo Testamento. O filme narra a vida do profeta Moisés (Christian Bale), nascido entre os hebreus na época em que o faraó ordenava que todos os homens hebreus fossem afogados. Moisés é resgatado pela irmã do faraó e criado na família real. Quando se torna adulto, Moisés recebe ordens de Deus para ir ao Egito, na intenção de liberar os hebreus da opressão. No caminho, ele deve enfrentar a travessia do deserto e passar pelo Mar Vermelho.

O novo longa-metragem dirigido por Ridley Scott recebe o título de “Êxodo: Deuses e Reis” e, conforme o nome diz, conta a história da libertação do povo hebreu que eram escravos dos egípcios. Para aqueles cinéfilos mais familiarizados com o clássico Os Dez Mandamentos, a trama é a mesma que a gente conhece. Sendo assim, veremos Moisés no exílio, tendo uma transformação de sua pessoa de numa forma gradual, até se tornar o libertador dos cativos, aliado com a chegada das pragas e o início para a liberdade.
Embora a trama se apresente de uma forma resumida, o filme nos convence, mesmo a gente sabendo de que, se tratando de um personagem histórico como Moisés, daria para fazer mais de um filme. A historia como todos sabem é bíblica, mas logicamente passou por algumas adaptações nas mãos dos roteiristas, transformando diversas situações de uma forma mais realista. Certas coisas vistas na tela são diferentes do que está escrito no velho testamento, mas nem por isso o crente mais ferrenho irá deixar de gostar.
O curioso é observar da maneira como é mostrado as obras de Deus no filme, sendo num clima "pé no chão" ou melhor dizendo, num alto grau de verossimilhança. Pegamos, por exemplo, o primeiro encontro entre o protagonista e Deus: uma simples pedrada na cabeça pode de um lado levantar, tanto teorias científicas, como também uma forma  de apresentar de um jeito mais convincente o possível (ou não) encontro com o todo poderoso. 
Embora eu goste dessa coragem de misturar fantasia e realismo, a impressão que se dá em alguns momentos, é o que filme não sabe em que direção quer tomar. Porém é de se tirar o chapéu com relação aos efeitos especiais fantásticos, principalmente com relação a travessia do Mar Vermelho que, de todos os momentos, é o de maior grau de realismo e por isso mesmo se torna tão grandioso. A trilha sonora se casa muito bem com esses momentos onipresentes, mesmo quando eles se tornam forçados demais.
Entretanto, se um momento ou outro parece forçado, a trama tem a ousadia de se dividir entre ciência e crença: os conselheiros do faraó sempre dão imersão na ciência egípcia, que de fato sabiam muita coisa sobre medicina e a natureza. A própria travessia pelo Mar Vermelho segue um conceito que já foi explicado em diversos documentários no mundo a fora. Com isso, se percebe a intenção dos roteiristas em agradar, tanto os que vivem da fé cega, como também  da lógica, mas que infelizmente (e com razão) não agradou muito a critica internacional. Não culpo Ridley Scott por ter optado por essa escolha em agradar tudo e a todos, pois o próprio mundo no que hoje vivemos se encontra dividido entre a fé e a razão e o filme corresponde um pouco a esse dilema contemporâneo.
Polêmicas a parte, tecnicamente o filme é perfeito em termos de reconstituição. Ao começar pela ambientação, que foi pensada em fazer com que o público se sentisse vendo um retrato fiel daquele período. Além disso, o título retrata bem os vilarejos construídos em partes distantes, dando um contexto significativo à história. Os cenários internos também deixam claro como era a realidade dos escravos e é difícil encontrar algum defeito nesse quesito.
O figurino também foi feito de uma forma com que parecesse realmente saído daquela época: às vestimentas do Faraó e dos membros do conselho egípcio, juntando aqui a questão das armas, que ganha destaque na espada de Moisés, temos uma obra coerente e muito bem detalhada. As atuações dão vida aos personagens históricos, com destaque a Bale como Moisés, que nos convence em quase todos os momentos durante a projeção, tanto nas cenas de ação, como em momentos em que exige uma dramatização maior do seu ser.  Porém, os coadjuvantes não ficam muito atrás: Joel Edgerton (Ramses) tem um desempenho daqueles que fazem o restante do elenco em cena desaparecer e John Turturro (Seti) e Aaron Paul (Josué) não decepcionam nos seus respectivos papeis. Entretanto, não podemos desmerecer Ben Kingsley, Sigourney Weaver e a belíssima María Valverde.
Com pouco mais de duas horas e meia de duração, “Êxodo: Deuses e Reis” é um filme que nos prende do começo ao fim, mas fica a impressão se era realmente necessário haver mais outra versão sobre essa conhecida história para o cinema. 

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: ABUTRE

Sinopse: Enfrentando dificuldades para conseguir um emprego formal, o jovem Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) decide entrar no agitado submundo do jornalismo criminal independente de Los Angeles. A fórmula é correr atrás de crimes e acidentes chocantes, registrar tudo e vender a história para veículos interessados.
Ao longo da vida eu conheci pessoas que, no princípio, se apresentavam como verdadeiros maus-caracteres,  mas que mesmo assim se davam bem na vida. Num primeiro momento, podemos dizer que talvez essas pessoas tenham se vendido para conseguir uns degraus a mais da vida, mas e se eles mesmo se colocaram lá, sujando as mãos e manipulando outras pessoas? Esse pensamento me veio ao assistir o filme Abutre que, para o bem ou para o mal, é uma representação do homem comum contemporâneo que, não importa o que acharem de sua imagem, desde que ele consiga chegar aos seus objetivos!
Estreando como diretor (antes roteirista de filmes como Gigantes de Aço), Dan Gilroy conduz a história de Lou Bloom (Jake Gyllenhaal), que busca a oportunidade de crescer na vida. Para isso, busca meios nada politicamente corretos, para registrar as melhores cenas de crimes e acidentes que ocorrem na cidade de Los Angeles. Não demora muito para ele ganhar prestígio e atingir os seus objetivos.
Independente de qual a profissão que a pessoa exerça, quem for assistir irá se identificar com a trama. O que vemos é um protagonista sem escrúpulos, que não mede esforços para conseguir os seus objetivos, nem que isso custe até a vida das pessoas em volta. Por mais cru que possa ser, é um retrato de inúmeras pessoas que usam meios nada corretos para se ganhar na vida hoje em dia que, na maioria das vezes, pisa em outras pessoas antes que seja pisado por elas.
Num ano que tem provado cada vez mais versatilidade em seu trabalhos (os últimos foram Os Suspeitos e O Homem Duplicado) Jake Gyllenhaal surpreende novamente ao criar para o seu personagem uma personalidade forte, persistente, cuja ambição e genialidade andam de mãos dadas no decorrer do filme. Por mais que desprezemos suas atitudes para alcançar suas ambições, seu Lou Bloom é aquele personagem que você odeia, mas ao mesmo tempo o ama, pois as suas palavras sobre como movem as engrenagens do mundo dos negócios, independentemente de quais elas forem, faz com que nós, querendo ou não, concordemos com ele.
Em parte, não o culpamos por ele ser o que é, pois o mundo no qual ele trabalha (ou seja a imprensa) chega a ser tão culpada quanto ele. Nesse caso, a personagem Nina Romina (Rene Russo, ótima) que comanda um jornal do qual transmite as imagens que Bloom filma, só não é pior do que ele porque ela tenta, mesmo que de uma forma hipócrita, passar uma conduta de pessoa insubornável e justa. Mas verdade seja dita: uma vez demonstrando interesse pelo material de Bloom, ela acredita num primeiro momento que está com a galinha dos ovos de ouro em mãos, mas ela mesmo se torna uma peça para o jogo de xadrez e ambição do protagonista.
Para não dizer que todos desse universo são comprados de acordo com os seus desejos, o assistente de Bloom, Rick(Riz Ahmed), que o ajuda na busca dos crimes e acidentes pela cidade, se torna uma especie de "bom senso" perante ao seu chefe. Ele quer apenas trabalhar e ganhar o necessário para sobreviver, mesmo quando começa a se dar conta de que tipo de pessoa é Bloom. Porém, até as ovelhas podem ser compradas, mesmo tendo a consciência de estar se encaminhando para o caldeirão.
Tecnicamente o filme é impecável em termos de agilidade, sendo que a sua montagem rápida, faz com que as cenas em busca de um furo jornalístico se tornem um verdadeiro balé de imagens rápidas e eficazes. Na realidade isso é proposital, pois tanto o protagonista como outro rival  do seu ramo (aqui interpretado por Bill Paxton) correm sempre contra o relógio para ver quem consegue chegar mais rápido no local dos acontecimentos, para capitar as imagens que lhe darão algum lucro. Porém, o filme se beneficia mais ainda nos momentos de pura tensão, em que Bloom se arrisca ao máximo para conseguir um furo, nem que para isso consiga que determinados crimes se tornem piores para então se beneficiar disso.
Com um final corajoso para os padrões do cinema norte americano atual, Abutre é aquele tipo de filme que nos faz pensar e  questionar até aonde iriamos para alcançar os nossos objetivos. Vale mais a pena alcançar degraus acima profissionalmente ou manchar a imagem da sua pessoa? Para o bem ou para o mal  a gente sempre colhe o que planta!

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Cine Dica: Em Cartaz: A NOITE DA VIRADA

SinopseDurante uma festa de Réveillon na casa de Ana (Julia Rabello) e Duda (Paulo Tiefenthaler), o banheiro é o foco de todas as fofocas e polêmicas. É onde Duda confessa à esposa que vai deixá-la pela vizinha Rosa (Luana Piovani), que, por sua vez, leva um casamento bem monótono com Mario (Marcos Palmeira). É também onde Alê (Luana Martau) conta a Ana suas aventuras sexuais com o namorado (João Vicente de Castro), e onde um convidado traficante (Taumaturgo Ferreira) faz os seus negócios. Na noite da virada do ano, tudo pode acontecer.

Existe um incentivo cada vez maior atualmente de se querer fazer outros filmes de gênero dentro do nosso cinema brasileiro e não ficarmos presos somente a uma fórmula de sucesso. O que move a massa e dá lucro atualmente aos estúdios são as comédias brasileiras que, mesmo com roteiros previsíveis, garantem um retorno garantido. Infelizmente essa fé cega por esse gênero acaba gerando filmes tão horrorosos, que não me surpreenderia que chegamos ao ápice da mediocridade.
A Noite da Virada talvez seja o princípio do fim com relação a trajetória das comédias de sucesso do país, pois é uma hora e meia de filme, cuja a proposta é querer fazer o público rir, mas no máximo que irá puxar de nós nesse meio tempo será um leve sorriso forçado e mentiroso. A trama sobre vizinhos e amigos que, se reúnem para a festa da virada, nada mais é do que uma mistura de ideias e formulas já bem manjadas de outros filmes e americanos inclusive, demonstrando então total falta de identidade própria. Quando se assiste A Noite da Virada, vem a mente imediatamente filmes como Se Beber não Case e Projeto X. Ou seja: uma copia de uma copia de outra copia e tudo beirando ao artificial.
Traições, sexo e drogas são os ingredientes que moldam trama, alinhado com piadas politicamente incorretas, mas da maneira de como são dirigidas, soam tão falsamente chocantes, que poderia ser tranquilamente exibido numa Sessão da Tarde qualquer da vida. O elenco Global conhecido não ajuda muito: Luana Piovani novamente atuando como ela mesma e Marcos Palmeira, mesmo com o talento de interprete na veia, entra e sai no piloto automático.
Júlia Rabello como a mulher traída e artha Nowill e Luana Martau que, interpretam as personagens que só tem sexo em suas mentes, acabam meio que sobressaindo em meio a esse humor sem sal, mas o trio acaba não sendo o suficiente para salvar esse barco que fura antes mesmo de entrar na água. E como se a situação não poderia piorar mais, o filme enlaça todas as sub-tramas e as resolvem de uma forma tão ruim no seu ato final, que você se arrepende de ter embarcado na uma hora e meia mais  longa de sua vida.
Com uma ponta medíocre e rápida de Alexandre Frota (dando a entender que precisava participar para pagar as suas contas atrasadas) A Noite da Virada pode não ser a ultima pá de terra para o gênero da comédia por aqui, mas bem que se esforçou para se criar tal feito. 


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