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Quem sou eu
- Marcelo Castro Moraes
- Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
- Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Cine Dica: Em Blu-Ray e DVD: Memória que Contam
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Cine Especial: Palma de Ouro em Cannes: Parte 4
Com a chegada do
aguardado filme Azul é a cor mais quente nos cinemas brasileiros, vamos nos
relembrar um pouco dos principais grandes vencedores de anos anteriores no
Festival de Cinema de Cannes e que levaram a cobiçada Palma de Ouro.
ELEFANTE (2003)
INSPIRADO EM UM TRÁGICO CASO REAL, DIRETOR UNE FATOS VERÍDICOS COM CRIATIVIDADE PARA CRIAR UM FILME INCOMUM
Sinopse: Um dia
aparentemente comum na vida de um grupo de adolescentes, todos estudantes de
uma escola secundária de Portland, no estado de Oregon, interior dos Estados
Unidos. Enquanto a maior parte está engajada em atividades cotidianas, dois
alunos esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semi-automática, com
altíssima precisão e poder de fogo. Munidos de um arsenal de outras armas que
vinham colecionando, os dois partem para a escola, onde serão protagonistas de
uma grande tragédia.
Gus Van Sant é um
diretor que tem uma carreira um tanto irregular de altos (Gênio Indomável) e
baixos (Psicose 1998) mas quando acerta, ele acerta em cheio e aqui ele não só
acerta o alvo como cria uma obra prima corajosa, engenhosa e polemica.
Inspirado no trágico acontecimento da escola de Columbine em 1999, o filme
retrata o dia a dia de jovens perdidos em suas vidas e não sabendo o que querem
e com isso, são facilmente seduzidos pelo caminho errado da vida, uma juventude
sem brilho e desprovida de perspectivas
O filme possui
inúmeras historias paralelas em que ambas se passam em um mesmo cenário e todas
somente irão se cruzar somente no trágico ato final. Até lá, o diretor usa a
sua criatividade na montagem, sempre apresentando uma determinada historia para
depois cortá-la e ir para outra historia que se passa perto da historia
anterior, tudo isso para elaboramos um incrível quebra cabeça nas nossas mentes
e conhecer melhor o dia a dia de cada um dos personagens que surgem na tela.
Ousado, criativo e
trágico esses e outros elementos que fazem desse filme indispensável para
qualquer cinéfilo que queira saber o que rolou de bom na primeira década do
cinema no século 21.
Entre os muros da
escola (2009)
Filme francês
conquista críticos do mundo e vira assunto entre as escolas
Sinopse: François
Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de língua francesa em uma
escola de ensino médio, localizada na periferia de Paris. Ele e seus colegas de
ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam
algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o
descaso e a falta de educação são grandes complicadores.
O tema levou a Palma
de Ouro no Festival de Cannes em 2009. A historia é baseada no cotidiano
de um professor, François Bégaudeau, que escreveu um livro com o mesmo titulo e
também protagoniza o filme. No livro ele conta suas experiências como professor
de língua francesa para os adolescentes. No filme, quase um documentário, os
alunos são convidados a escrever e a falar sobre as suas vidas. O resultado vai
além do cotidiano dos alunos de uma escola do subúrbio de Paris, já que traça
um retrato da atual sociedade francesa. O melhor deles, por exemplo, enfrenta
dificuldades nos estudos porque sua mãe é imigrante chinesa ilegal e corre o
risco de ser deportada. Lançado na França em Setembro do ano passado, Entre os
Muros da Escola fez 1,5 milhões de espectadores. Para a escolha do elenco o
diretor Laurent Cantet selecionou alunos de uma escola no 20º distrito de
Paris. Os pais dos estudantes são os mesmos da vida real.
Curiosidades: O diretor Laurent
Cantet veio ao Brasil para o lançamento do filme.
Foi o 1º filme
francês a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes desde 1987.
A ÁRVORE DA VIDA (2011)
A ODISSEIA SOBRE
TODOS NOS
Sinopse: Conta a
história que aproxima o foco na relação entre pai e filho de uma família comum,
e expande a ótica desta rica relação, ao longo dos séculos, desde o Big Bang
até o fim dos tempos, em uma fabulosa viagem pela história da vida e seus
mistérios, que culmina na busca pelo amor altruísta e o perdão.
Assim como foi
Stanley Kubrick, Terrence Malick é um cineasta que dirigiu ao longo dos anos poucos
filmes, mas o suficiente para cada um deles passar algo totalmente fora do
convencional para o espectador e seu ultimo trabalho não foge desse padrão. A
Árvore da Vida é uma historia aparentemente simples, sobre o nascimento,
desenvolvimento, degradação e redenção de uma família, e se por um lado ela é
criada de uma forma de elementos já
vista em outros filmes, como do clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço e do
recente A Fonte de Vida, por outro, é criado com um toque especial do diretor,
o que o torna fresco, individual e com isso, a historia aparentemente
simples, ganha contornos inusitados. Ao
começar pela meia hora inicial, em que Malick apresenta a premissa principal da
historia, mas a envolve com o que ele quer passar para o espectador, sobre qual
a ligação entre o homem e a natureza? Deus criou realmente o universo, ou foi
tudo ao acaso?
São perguntas
difíceis de serem respondidas, mas talvez as respostas estejam em cada gesto de
olhar, ou do tocar dos personagens um com os outros, ou simplesmente no fato,
de que a união de uma família, não importa qual o obstáculo, é que sempre irá
gerar o laço que envolve o ser humano com o que vem depois desse plano. Ou
seja: um filme para ser visto de mente aberta, não importa qual a sua crença, pois a pessoa sai pensativa e até mesmo recapitula o que aconteceu durante a sua
própria vida. Em meio a tudo isso, Malick cria um jogo de câmera pouco visto no
cinema atual. Com ângulos inusitados, onde foca e filma por completo, todo o
cotidiano daquela família, aliada com uma montagem rápida, mas que jamais
cansa, pois quando agente menos percebe, já nos simpatizamos com cada um dos
personagens junto com as imagens, e com isso, nos viciamos em cada detalhe de
suas reações, desde com o próximo ao lado ou com o contato deles com a vida em
volta, não importa em qual forma.
Apesar de Brad Pitt e
Sean Penn estarem ótimos em seus papeis, a trama e as imagens deslumbrantes de
A Árvore da vida é o que falam por si, e só por isso, é um filme que o torna
indispensável nos próximos anos. Devido principalmente a sua mensagem corajosa
que tenta passar, para um público acostumado com o convencional, mas com o
desejo de apreciar algo incomum.
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Cine Dica: Em Blu-Ray e DVD: UM FINAL DE SEMANA EM HYDE PARK
Sinopse: A história
de amor entre Frankin D. Roosevelt (Bill Murray) e sua prima distante Margaret
Stuckley (Laura Linney), centrada em um fim de semana de 1939, quando o rei
George VI (Samuel West) e a rainha Elizabeth (Olivia Colman) do Reino Unido
visitaram os Estados Unidos pela primeira vez na história, em missão oficial
para pedir apoio contra as forças nazistas na iminente Segunda Guerra Mundial
Houve certo erro na tradução
desse filme quando veio para cá: a trama não se passa no parque de Londres, mas sim nos Estados Unidos,
na casa de campo do então presidente dos
EUA, Franklin Delano Roosevelt (Bill Murray,ótimo como sempre), em um fim de
semana de 1939 ( no momento que a Segunda Guerra Mundial começou a ter inicio)
em que o presidente recebe uma visita ilustre do Rei George VI (o mesmo rei
gago de “O Discurso do Rei”, aqui interpretado com eficiência por Samuel West)
e da Rainha Elizabeth (Olivia Colman, numa interpretação aquém do esperado),
buscando aliados para enfrentar o exército alemão. Ao mesmo tempo, Franklin
Roosevelt, que, quando não está na capital americana comandando, mora com uma
mãe meio desequilibrada, vive um romance (?) com sua prima, Margaret Stuckley
(Laura Linney ótima como sempre). O diretor Roger Michell quis dar a mesma importância
para ambas as tramas, mas o resultado ficou abaixo do esperado e muita coisa
poderia ser mais explorada, se não fosse a sua curta duração. Na realidade o
filme se envereda mais para uma comedia sobre os costumes norte americanos, que
por vezes choca a realeza inglesa, e rende alguns bons momentos (a passagem
sobre o cachorro quente é hilária). O problema é que o filme se envereda para um
drama romântico que fica devendo por não saber explorar direito no momento
certo. Baseado em cartas escritas por Margaret, e encontradas embaixo de seu
colchão após sua morte, aos 100 anos, “Um Final de Semana em Hyde Park” poderia
ir muito mais além do que foi apresentado, mas vale mais para assistir ao Bill
Murray interpretando um presidente histórico, num desempenho muito melhor, mais
leve e solto, do que aquele visto por Daniel Day-Lewis em Lincoln.
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terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Cine Dica: Em Cartaz: Um Toque de Pecado
Sinopse: Na China dos dias
contemporâneos, quatro pessoas de regiões e classes sociais muito distintas se
cruzam. A história, descrita como um "road movie com cenas de ação",
passa tanto pela barulhenta metrópole de Guangzhou quanto pela calma província
rural de Shanxi.
Um olhar cru de um
diretor chinês, que através de quatro histórias que ele cria, inspirada em
fatos verídicos, sobre como é a China atual, assusta pelo fato daqueles
acontecimentos não acontecerem somente lá, como também muito perto de nós. O sangue
já jorra de uma forma inesperada, numa situação que poderia acabar de uma forma
melhor, mas aqui é mostrada para retratar a reação do homem (ou mulher) perante
a violência que não aceita mais tão facilmente, desencadeando então um lado obscuro
da pessoa e que o leva ao caminho sem volta. Um retrato não somente da China
atual, como também da própria civilização do século 21 infelizmente.
Em pouco mais de duas
horas, Jia Zhang-ke (Em Busca da Vida) retrata o dia a dia de quatro pessoas
comuns, que embora se cruzem umas com as outras no decorrer da projeção, suas
tramas trabalham independentemente uma da outra, mesmo com o fato da violência
ser um assunto que tenham em comum. Assunto que este, vai da pessoa mais velha,
para o jovem a recém começando com a vida, mas que não consegue administrar o descontrole
de uma sociedade, que embora tenha a
faca e o queijo na mão para tudo ficar bem, não esconde o fato de não saber
lidar com o despertar da besta do interior de um ser humano. O despertar esse
que começa através das más ações de pessoas que acreditam que acham que podem
fazer o que bem entenderem, mas que no fim, querendo ou não, sofrem as conseqüências.
Acima de tudo, o
filme é sobre a perda dos valores de um ser humano, desmoronamento da família contemporânea,
o viver do dia a dia difícil, corrupção a torto e a direito, o lado cruel do
ser humano contra animais indefesos, o valor abusivo do dinheiro na vida das
pessoas que a transformam em seres como pedra e o nascimento do seu lado brutal. O filme se concentra em quatro historias, enlaçadas
através de inúmeros detalhes que exigem um pouco de nossa atenção. Bom exemplo
disso é o titulo do filme que é visto num papel de parede que avistamos na
terceira historia do longa.
Sublime é a forma de
apresentação dos personagens de cada historia que às vezes eles surgem rapidamente
dentro da historia de outro personagem. O protagonista da segunda trama surge
no inicio da trama do primeiro, que já desencadeia uma onda de violência sem precedentes
e já fazendo o cinéfilo se preparar para o que está por vir. Existem os encontros
em ônibus e trens e um dos personagens da terceira trama vai voltar ao cenário da
primeira história e fechando assim um circulo.
Talvez um dos mais trágicos
personagens do longa seja Dahai, da primeira história, um trabalhador de uma
mina que se revolta contra a corrupção local. Tenta debater, argumentar,
reclamar pelos direitos do povo aonde ele vive, mas tudo acaba de uma forma inútil.
O seu rifle enrolado em um tigre enfurecido que molda um pano, irá encher a
tela de sangue sem dó. A segunda leva a roubo e assassinato de um trabalhador
deslocado de sua região natal, que perde o contato da mulher, o filho e a
família. O terceiro caso traz à bela Zhao Tao, a mulher do diretor, que faz uma
moça que trabalha como recepcionista de uma sauna e não consegue que o homem
que ela está apaixonada deixe a sua esposa. Sem querer, ele deixa um canivete
com ela e o objeto se tornara uma arma para ela, num dos momentos mais
angustiantes do filme.
É triste a quarta historia
que envolve um jovem que tenta ajudar a família, mas que não consegue suportar
a pressão dela e o leva num caminho trágico e sem volta. Em frente aos restos
de um passado longínquo e mais dourado, a cantora de ópera chinesa pergunta
para uma platéia que se encontra quieta:
“Você entendeu o seu
pecado?”
Um toque universal apresentado
neste filme, vindo desse cineasta genial, que fala não somente sobre a China, como
também de todos os povos desse planeta.
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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Cine Dica: Em Cartaz: 9º Festival de Verão 2013: O RIO NOS PERTENCE
Sinopse: Após 10 anos
longe da cidade do Rio de Janeiro, Marina (Leandra Leal) recebe um cartão
postal misterioso que a faz retornar à cidade. Sem saber claramente os motivos
que a fizeram retornar, ela procura por respostas. Aos poucos, sua mente é conturbada
com paranoias e os sonhos começam a se confundir com a realidade.
Nos primeiros momentos de
projeção, a protagonista interpretada por Leandra Leal está relaxada ao lado do
namorado, falando inglês (não espere explicação por isso) e se esquecendo por
completo do mundo lá fora. Contudo, um cartão postal que ela recebe, faz com que
ela de encontro com o passado, para resolver assuntos não resolvidos, tanto com
sua família como também de amores não resolvidos. A partir daí, somos levados a
ir juntos ao lado da protagonista, numa realidade familiar, mas pouco
convencional aqui.
Escrito e dirigido por
Ricardo Pretti (Estrada para Ythaca, 2010, e No Lugar Errado, 2011), O Rio nos
Pertence por vezes lembra Nina de Heitor Dhalia, onde ambos os filmes possuem
uma realidade filtrada, onde faz parecer que determinados ambientes que nos conhecemos,
acabam por ser apresentados de uma forma jamais vista. É como se aquela visão
sempre esteve lá, mas nunca nos demos conta, ou faz entender que há duas
realidades, mas que nunca dão espaço uma para outra e somente nos, num determinado
momento da vida, é que nos damos conta disso.
Mas diferente de Nina, a
questão não é o fato de a protagonista estar vendo coisas, mas talvez não se
dando conta de onde realmente está. Numa das melhores cenas do filme (que me
lembrou O Som ao Redor), a protagonista começa a rasgar uma parede, que por sua
vez se mostra ser uma grande janela que da de encontro com a paisagem carioca. Mas
o visual é sombrio, para não dizer melancólico e com que faz a protagonista
gritar por alguém, mas sem ser respondida.
Gritos e escuridão é que
fazem também o clima da produção se tornar bem estranho, beirando até mesmo num
clima de filme de terror clássico, mas muito distante daqueles vistos do cinema
americano. Na realidade o filme de Pretti está mais para A Hora do Lobo de Ingmar
Bergman, onde só faltou mesmo a protagonista dialogar com a gente. Mas em vez disso,
ela se encontra com um amor antigo chamado Mauro e com sua irmã vivida com
maestria por Mariana Ximenes, onde ambas se digladiam numa conversa reveladora
e que da uma dica (ou não) do que está acontecendo na tela.
É um filme que poderia ser
filmado da forma mais simples, mas o cineasta preferiu ir contra a maré e
apresentar uma obra mais experimental e que fizesse com que a gente tirasse inúmeras
interpretações do que estamos vendo realmente. Podemos até mesmo ir para um
caminho fácil sobre a verdadeira natureza da jornada da protagonista, mas ir
para esse caminho seria obvio demais, então o diretor nos joga outros inúmeros detalhes
para fazermos uma teia de teorias sobre inúmeros significados das seqüências
apresentadas. Fora o momento da janela
já citada, não há como ignorar a enigmática cena da praia, onde a personagem da
a entender que está sendo puxada contra a sua vontade por algo, mas não se
importando muito com isso.
Assim como o já cultuado
Doce Amianto, Rio nos Pertence é mais um de muitos filmes experimentais brasileiros
que veio para ficar. Mesmo indo contra a onda de comedias que assola nossos
cinemas, mas são obras como essa de Pretti, que faz com que a trama continue em
nossas mentes e nos convencendo a dar mais uma conferida na sala escura.
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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LUTO...
Peter O'toole (1932 -
2013)
O deserto nunca mais
foi o mesmo depois que ele surgiu. Em Laurence da Arábia, O'toole interpretou
um dos melhores personagens da historia do cinema, onde sua presença se mistura
com o incrível cenário do filme.
JOAN FONTAINE (1917 -
2013)
Dona de um ar de simpatia,
Fontaine foi uma das primeiras musas do mestre do suspense e sem duvida nenhuma uma das minhas favoritas.
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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Cine Especial: Palma de Ouro em Cannes: Parte 3
Com a chegada do
aguardado filme Azul é a cor mais quente nos cinemas brasileiros, vamos nos
relembrar um pouco dos principais grandes vencedores de anos anteriores no
Festival de Cinema de Cannes e que levaram a cobiçada Palma de Ouro.
Coração Selvagem (1990)
Sinopse: Numa
estranha homenagem ao filme "O Mágico de Oz", Sailor e Lula são dois
amantes que vivem intensamente a vida e a paixão. Tentando fugir das garras da
mãe da garota, os dois caem na estrada para uma viagem violenta e psicodélica,
uma vez que a mãe de Lula contrata um grupo de assassinos profissionais para
matar Sailor.
Vencedor da Palma de
Ouro no Festival de Cannes, o filme é outra homenagem de Lynch á violência
escatológica, ao grotesco e com pitadas de bizarrice, que desta vez, é
temperada com o gosto pela caricatural. Existe uma versão original de quatro
horas e meia de duração, sendo que os cortes contribuirão para realçar a
obsessão pelas imagens fortíssimas, marcadas pela presença do fogo e pela
trilha sonora de Angelo Badalamenti. A todo o momento, o filme faz referencias
ao clássico de O Mágico de Oz, em momentos imaginativos e muito bem amarrados.
Destaque para monstruosa participação de Willem Dafoe, cujo destino de seu
personagem é grotesco, porém hilário. Um final inesperado, mesmo parecendo
convencional para alguns.
Pulp Fiction: Tempo
de Violência (1994)
Sinopse: Três
histórias são apresentadas de forma não cronológica ao público. Em uma,
conhecemos Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson),
dois mafiosos que devem fazer uma cobrança, que termina em chacina e com uma
violenta seqüência no carro. Em outra história, Vincent deve levar a mulher de
seu chefe (Uma Thurman) para se divertir enquanto ele viaja, mesmo com todos os
boatos que rodeiam o caso. Por último, conhecemos Butch Coolidge (Bruce
Willis), um boxeador que deve lutar em um combate com vencedor pré-definido,
mas que surpreende a todos, vence e foge com o dinheiro da luta para provar o
seu valor, sendo perseguido logo após.
O mais importante (e
melhor) filme Americano da década de 90, premiado com o Oscar de roteiro
Original (do diretor Tarantino) e Palma de Ouro em Cannes em 94. É pouco para
esse filme pop, nervoso, violento, mordaz, verborrágico e na maioria das vezes
genial. Começa melhor e termina brilhantemente. Tem atuações perfeitas como
Jackson e marca o retorno de Travolta em especial a uma cena de dança com Uma
Thurman. Se muitos achavam que Cães de Aluguel era o máximo que poderiam
esperar de Quentin Tarantino, muitos desses então devem ter ficado de queixo
caído com a revolução da forma de filmar e contar historia que foi esse filme
de 94. Assim como o filme anterior, a trama explora o mundo dos gângsteres, mas
de uma forma similar do que já foi visto, onde os diálogos afiados e muito
espertos dominam durante todo o filme de uma forma, que não tem como cansar
deles, porque são soberbos.
Mas o mundo não
estava preparado naquela época para Pulp Fiction, tanto que muitos colegas
cinéfilos da época, simplesmente não entenderam o vai e vem da historia, sendo
que muitos ficaram confusos, quando um dos personagens centrais da historia,
morre repentinamente no meio do filme, para depois surgir ainda vivo perto do
final da trama. Essa forma de se contar a historia, foi sem sombra de duvida,
uma forma de Tarantino fazer o espectador prestar 100% de atenção do que está
vendo, sendo que ao longo dos anos, essa forma de apresentar um enredo, foi
ainda mais aprimorada e atingindo o auge em filmes como Amnésia e 21 Gramas.
Tarantino ainda por cima não deixa de focar em nenhum momento os seus
personagens, onde vemos eles não só falando, mas vendo suas mudanças de
expressões no rosto a cada momento, de acordo com a situação em que eles estão
passando, fazendo das sequências, quase uma espécie de filme documentário.
Como sempre, a trilha
sonora é outro grande trunfo da trama, sendo que cada seguimento da historia
(dividida em quatro partes, mais um prólogo e um epilogo) possui suas trilhas
sonoras, que de uma forma bem redondinha, faz um ótimo casamento com as cenas,
em especial, dos momentos juntos dos personagens de John Travolta e Uma
Thurman. Alias, o seguimento onde aparecem os dois lado a lado, é sem sombra de
duvida o melhor de toda a produção, já que ambos estão a vontade em seus
respectivos personagens, onde imediatamente se cria um laço de sintonia de
ambos, sendo no dialogo (onde as palavras do mundo de Tarantino saem da boca
deles) ou então nos olhares. Uma Thurman faz aqui o papel de sua vida e merecia
realmente ter levado um Oscar para casa, pois sua imagem de Mia Wallace
(dançando com Travolta) ficou registrada para sempre na mente dos cinéfilos.
Samuel L. Jackson é outro que saiu ganhando, tanto, que não foi somente o seu
personagem, mas também o próprio ator, que acabou virando um ícone pop. As
cenas onde ele dispara (literalmente) palavras da bíblia, ou quando tenta
buscar redenção no momento em que excita em não matar um casal de assaltantes é
momentos nos quais até hoje Jackson tenta se superar (apesar de ter chegado
perto em Jackie Brown, também de Tarantino).
Ao longo dos anos, os
fãs do filme levantaram inúmeras teorias sobre inúmeras mensagens subliminares,
ou até mesmo situações não explicáveis no decorrer da trama, como do porque de
não aparecer o que tem dentro da maleta, ou qual o significado do curativo na
nuca Marcelos Wallace. Isso e muito mais, serviu para aumentar a aura pop e de
obra prima do cinema que Tarantino lançou com esse filme, fazendo do cinema
independente algo tão importante quanto à super produções, que pipocaram os
anos 90, e que na maioria delas, se tornaram dispensáveis. Nada mal para um
filme com orçamento modesto ( R$12 milhões de dólares), mas com um grande
conteúdo significativo e que merece ser sempre visto e revisto inúmeras vezes.
O Pianista (2002)
Sinopse: O pianista
polonês Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) interpretava peças clássicas em uma
rádio de Varsóvia quando as primeiras bombas caíram sobre a cidade, em 1939.
Com a invasão alemã e o início da 2ª Guerra Mundial, começaram também
restrições aos judeus poloneses pelos nazistas. Inspirado nas memórias do
pianista, o filme mostra o surgimento do Gueto de Varsóvia, quando os alemães
construíram muros para encerrar os judeus em algumas áreas, e acompanha a
perseguição que levou à captura e envio da família de Szpilman para os campos
de concentração. Wladyslaw é o único que consegue fugir e é obrigado a se
refugiar em prédios abandonados espalhados pela cidade, até que o pesadelo da
guerra acabe.
Talvez um dos melhores
filmes do diretor Roman Polanski e um dos melhores ao retratar o horror do
holocausto. Devido ao fato de sua mãe ter morrido no gueto na época, era obvio
que o diretor faria um filme como esse, só que ninguém imaginava que faria de
maneira tão fantástica. Adrien Broody (King Kong) levou um merecido Oscar por
seu ótimo desempenho como judeu que sobrevive graças ao seu talento com o
piano. Indispensável para qualquer cinéfilo.
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