Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Guilherme Del Toro admitiu
que criou o seu mais novo filme Circulo de Fogo, em homenagem aos filmes e
seriados japonês de antigamente que ele assistia. Repletos de heróis coloridos,
robôs gigantescos e monstros, um mais bizarro do que outro, o Brasil teve a presença
desses seres orientais, conquistando uma geração e fazendo com que a gente se
lembre e sinta uma grande nostalgia.
Pensando nisso, solto
um pouco do que eu assistia na minha infância.
SPECTROMAN
Não me lembro se
havia bonecos a venda dele, que por causa disso, incomodava a minha mãe quando
pegava os perdedores dela para montar um Spectroman para brincar. Criado em 1971
por Souji Ushio e exibido na TVS nos
anos 80, o seriado tinha uma forte carga dramática, com alguns momentos bem fortes,
mas acima de tudo era um a espécie de alerta contra a poluição que já acontecia
aceleradamente na terra naquele período.
É claro que hoje
atualmente quando revejo uns trechos do seriado no Youtube, percebo o quanto
era precário em termos de efeitos especiais, mas mesmo assim eram tramas bem
caprichadas que conquistaram uma geração inteira.
Melhor Monstro: O Vampiro
do Espaço
Curiosamente esse foi
o único episódio que o Dr Gori (que era o principal vilão de toda serie) não ter
aparecido e ter deixando o espaço reservado para essa criatura que me meteu medo na
infância. Inspirado na onda de vampiros dos estúdios Inglês Hammer, que fazia
um grande sucesso na época, O Vampiro do Espaço é sem sombra de duvida o
capitulo mais pesado de toda a serie, onde não hesitava em mostrar o vilão
matando as pessoas a noite e fazendo jorrar sangue na tela.
O embate final do herói
e vilão é clássico, terminando de uma forma surpreendente e com certeza fez
muitos católicos por ai desejarem cada vez mais uma cruz por perto.
Com esse final de
semana gelado, chega aos nossos cinemas o mais novo Cult do momento, Circulo de
Fogo. Comandado pelo cineasta Guilherme Del Toro, o filme não se deu bem nas
bilheterias americanas, mas está indo muito bem no mercado internacional,
principalmente no oriente, onde é grande fonte de inspiração do cineasta em
criar esse filme que está ganhando inúmeras criticas positivas. No embalo desse
filme, aguardem no meu blog para matérias especiais sobre os principais filmes de Del Toro.
Lembrando também que
hoje começa o 41º festival de Gramado, onde na noite de abertura tem o esperado
filme Flores Raras, cuja estréia nacional acontece semana que vem. Mais informações
sobre o festival vocês cliquem aqui. Confirma as outras estréias desse fim de
semana.
Círculo de Fogo
Sinopse: Quando legiões de
criaturas monstruosas conhecidas como Kaiju começaram a emergir do mar
iniciou-se uma guerra que acabaria com milhões de vidas e consumiria recursos
da humanidade por anos a fio. Para combater os gigantes Kaiju um tipo especial
de arma foi criado: robôs gigantes chamados de Jaegers controlados
simultaneamente por dois pilotos que têm suas mentes trancadas em uma ponte neural.
Mas mesmo os Jaegers se mostram quase que indefesos em relação aos implacáveis
Kaiju. À beira da derrota as forças que defendem a humanidade não têm escolha
senão recorrer a dois improváveis heróis um esquecido ex-piloto (Charlie
Hunnam) e uma inexperiente aprendiz (Rinko Kikuchi) que se juntam para comandar
um lendário mas aparentemente obsoleto Jaeger do passado. Juntos eles
representam a última esperança da humanidade contra o apocalipse.
Wrong
Sinopse:Ao acordar numa
manhã comum Dolph percebe que perdeu o amor de sua vida seu cachorro Paul.
Durante a empreitada para recuperar o animal ele quase vai à loucura e acaba
mudando radicalmente a vida de outras pessoas.
A aventura de Kon-Tiki
Sinopse:Em 1947 o mundo
está tomado pela emoção do jovem aventureiro norueguês Thor Heyerdahl que
embarca em uma expedição surpreendente - uma épica viagem de 101 dias e 8.000
km através do Oceano Pacífico em uma balsa de madeira juntamente com cinco
homens para provar que os sul-americanos já em tempos pré-colombianos poderiam
ter atravessado o mar e chegar às ilhas polinésias. Apesar de sua incapacidade
de nadar e medo da água Thor decide provar sua teoria tomando a frente dessa
viagem lendária. O filme mostra de onde surgiu a ideia os preparativos e os
eventos da viagem. Heyerdahl filmou sua expedição que mais tarde tornou-se o
premiado documentário pela Academia do Oscar em 1951 e escreveu um livro sobre
a expedição que foi traduzido para 70 idiomas e vendeu mais de 50 milhões de
cópias ao redor do mundo.
As Horas Vulgares
Sinopse:O pintor Lauro
parece ter uma boa vida: ele vive com a querida esposa Erika, e tem sucesso
trabalhando com arte. No entanto, ele não se sente feliz. Certo dia, Lauro
cruza com Théo, um amigo que não vê há anos. Ambos já foram apaixonados pela
mesma garota, Clara, que não mora mais na cidade. Não demora para os dois
começarem a relembrar as histórias do passado, enquanto fazem um longo passeio
pelas ruas de Vitória.
Os Escolhidos
Sinopse:Daniel (Josh
Hamilton) e Lacey (Keri RusseIl) levam uma vida pacata no subúrbio até que seu
filho Jesse (Dakota Goyo) passa a agir de maneira estranha e paranormal. A
partir daí a vida de todos começa a mudar e uma série de acontecimentos
misteriosos passam a fazer parte da rotina da casa. A família terá que lutar
pela sua sobrevivência sendo a única forma de salvação se manterem unidos.
Vendo ou Alugo
Sinopse: Bisavó avó
mãe e filha dividem uma casa luxuosa que não podem mais manter e pela
proximidade da favela também não conseguem vender ou alugar. Agora a UPP ocupou
a favela e possíveis compradores vem ver a casa. Durante a visita começa um
tiroteio deixando todos encurralados . Diante da ameaça de vida pequenos
pecados são revelados e situações tragicômicas tomam forma envolvendo
visitantes e moradores do morro e do asfalto.
Sinopse: O belo e jovem
general Armand de Montriveau tem cruzado os mares à procura da mulher por quem
se apaixonou loucamente há cinco anos. Ele finalmente encontra Antoinette, a
duquesa de Langeais, vivendo enclausurada num convento em Maiorca. No passado,
foi um caso de amor à primeira vista quando Montriveau a conheceu como uma
jovem coquette casada, que freqüentava os mais extravagantes bailes de Paris na
época da Restauração francesa, em 1820. Ali, hipocrisia e vaidade reinavam.
Lisonjeada por suas atenções, Antoinette orquestrou um jogo calculado de
sedução, mas recusava Montriveau repetidamente. Apesar da sinceridade de seu
amor, sua paixão continuou não sendo correspondida. Apenas quando um humilhado
Montriveau arquitetou uma vingança, o amor de Antoinette aflorou. Mas pode ter
sido tarde demais para os amantes.
Não Toque no Machado é um
filme orgulhoso de sua raiz literária. Adaptado duma obra de Balzac, Rivette
inclui até intertítulos que interrompem a narrativa pra descrever a hora e
local de cada cena – e até os sentimentos dos personagens. São dois, aliás: uma
duquesa e um general que pouco entende das regras do clero ou da alta
sociedade. O que começa como um flerte infantil da parte da duquesa se
transforma numa paixão quase doentia da parte do general. Ao longo do filme a
relação entre os dois se torna cada vez mais infernal e antagônica. Mesmo
assim, na triste conclusão, o general define a história entre eles como “um
poema”. Havia sim amor – escondido nas entrelinhas.
Mais informações da mostra
você confere na pagina da sala clicando aqui.
Bom, chego aqui ao final dos
melhores momentos do Superman do cinema e chego há uma conclusão: Christopher Reeve sempre foi e sempre
será o melhor interprete do personagem de todos os tempos. Embora tenha gostado
muito do desempenho de Henry Cavill nesta ultima versão, Reeve ainda esta na
vantagem, pois o filme de Richard Donner, talvez seja o melhor exemplo de bom
casamento de filme de entretenimento com arte, onde nos sentimos a verdadeira
magia do cinema e que ali realmente acreditamos que um homem pode realmente voar.
Reeve provou ser um
verdadeiro homem de aço, tanto na ficção como na vida real: após ter sofrido um
grave acidente com o seu cavalo que o deixou tetraplégico, o ator jamais descansou,
tendo lutado para conseguir uma cura e lutado contra a própria política com
relação a pesquisas de células de tronco. Reeve viria a falecer em 2004, mas
sua força de vontade de viver permaneceu na memória de todos os fãs.
Um ano após o seu acidente,
o ator apareceu de surpresa na cerimônia do Oscar, rendendo um dos momentos
mais emocionantes da premiação.
Com o
Homem de Aço nos cinemas, irei recapitular aqui um pouco sobre as melhores
adaptações que Superman teve no cinema ao longo de sua historia.
Superman
- O Retorno
Sinopse: Após alguns anos de
um misterioso desaparecimento, Superman (Brandon Routh) retorna ao planeta
Terra. Porém a situação em Metrópolis está bastante mudada desde que o Homem de
Aço deixou o planeta, pois a cidade se acostumou a viver sem ele. Além disto
Lois Lane (Kate Bosworth), sua grande paixão, seguiu sua vida após o sumiço do
herói. Ao mesmo tempo em que precisa se adaptar à nova realidade, Superman
precisa enfrentar um antigo inimigo, que planeja um meio de acabar com ele de
uma vez por todas.
Quando eu penso em Superman –
O Retorno, eu enxergo esse filme como uma espécie de conclusão de uma trilogia iniciada
por Richard Donner em 1978, porque convenhamos, Superman III e Superman IV são ruins
de doer. Após anos de tentativas frustradas de levar o herói para o cinema
(como Superman: Lives), a Warner investiu pesado, ao ponto de conseguir
convencer Brian Singer, que na época estava se dedicando aos filmes dos X-men,
a abandonar os mutantes e fazer magia como ele havia feito para os estúdios Fox.
Para Singer, era preciso não criar um filme que reiniciasse as aventuras herói
no cinema, mas sim um que continuasse a visão “pé no chão” que Donner havia criado
anos antes.
Talvez esse seja o maior
acerto, mas ao mesmo tempo grande erro criado para o filme: O Retorno se situa
alguns anos após os eventos de Superman II (ignorando os capítulos III e IV) e
mostra o herói (Brandon Routh) retornando a terra, após a tentativa frustrada
de achar algum sinal de vida em Krypton. Confesso que perdi o fôlego quando
assisti os primeiros minutos do filme, pois tudo estava lá: a trilha clássica de
John Willians, o lado majestoso de Krypton, mas acima de tudo, a voz do eterno
Marlon Brandon soando na sala de cinema e que me fez lamentar ainda mais o fato
de eu nunca ter tido a chance de vê-lo atuando na tela grande.
Mas se por um lado o filme é
uma bela homenagem aos primeiros filmes, por outro isso o prejudicou, pois se
acabou não se criando uma identidade própria e tão pouco superando os capítulos
anteriores. Para piorar, Singer sabendo que todo mundo só pensava no Superman
como Christopher Reeve, decidiu contratar um ator semelhante ao ator e sobrou
para o semi desconhecido Brandon Routh, que embora tenha até certa semelhança
ao inesquecível interprete, sua atuação é tão mecânica, que por vezes parecia
um boneco eletrônico atuando. Por outro lado, embora os produtores tenham
repetido o vilão Lex Luthor, pelo menos acharam um ator de calibre e Kevin Spacey
para mim é o melhor interprete do personagem, ao introduzir um ar de maldade e certa
loucura controlada, algo que não se via na interpretação de Gene Hackman.
MAS
CADE A AÇÃO?
Uma das maiores reclamações que
ouço até hoje sobre esse filme é a falta de ação, sendo que alguns dizem que
ela é inexistente. Mas a ação esta lá, principalmente no inicio do filme, onde o
protagonista salvou inúmeras pessoas de um avião, mas no fim os roteiristas se
concentraram mais no conflito do personagem, em se dar conta que é o único sobrevivente
de seu planeta e no fato das pessoas que ele amava terem mudado e seguido com
suas vidas. Com isso, se inicia uma espécie de novela mexicana entre o herói e
Lois Lane (Kate Bosworth) e as cenas que eles se reencontram nada mais é do que
uma releitura do clássico encontro dos dois no filme de 78.
Deixando de lado esse vai e
vem romântico, do final do segundo, até o final do terceiro ato, o filme se
envereda para ação, onde o herói encara os planos maquiavélicos de Luthor. Mas
se por um lado esses momentos têm ação como todos queriam, por outro não há um
super ser que combata de igual para igual contra o herói como todos queriam e
para piorar (e ai eu concordo 100% com os fãs), o plano do vilão nada mais é do
que (de novo), uma releitura do seu plano mirabolante visto no filme de 78. Se
até aqui tudo parece ser uma releitura, homenagem ou quaisquer que fosse com
relação ao filme de Donner, eis que então Singer teve uma idéia bem original e
que na verdade buscou inspiração em Superman II: como naquele filme o casal
central havia dormido juntos, isso serviria para inventar uma possível possibilidade
de lois ter engravidado e o resultado disso é o fato dela ter gerado um filho do
herói e ele ter descoberto a verdade no final trama.
Embora tenha dividido a opinião
dos fãs com relação a essa virada da historia, eu particularmente gostei
bastante e serviu como um belo gancho para uma eventual seqüência, o que acabou
não acontecendo. Superman: O Retorno teve apenas um relativo sucesso e o que
acabou não cumprido as expectativas do estúdio infelizmente. Com isso, a Warner
se viu novamente com o seu sonho de criar um eventual filme da Liga da Justiça
ser engavetado e tendo que obrigatoriamente concentrar os seus esforços na
trilogia de Batman comandada por Nolan.
Apesar dos pesares, como eu
disse acima, eu vejo Superman: O Retorno como uma espécie de encerramento digno
de uma trilogia que se iniciou em 78, mas que infelizmente não se sustenta como
um filme sozinho e tão pouco tendo uma identidade própria. Felizmente veio
então esse ano o Homem de Aço, que embora não tenha superado o clássico de
Donner, pelo menos não é uma releitura e felizmente se sustenta como belo reinício
para o personagem no cinema.