De 08 á 11 de
outubro, estarei participando do curso EXPRESSIONISMO ALEMÃO - UMA SINFONIA DE
LUZES E SOMBRAS, criado pelo Cena Um e ministrado pelo especialista no assunto
Carlos Primati. E enquanto os quatro dias não vêm, por aqui, estarei postando
os principais filmes, sobre o melhor período cinematográfico da Alemanha.
O Anjo Azul
Sinopse: O filme baseia-se em Professor
Unrath, romance do escritor alemão Heinrich Man, irmão de Thomas Mann. La
Dietrich é Lola-Lola, uma cantora de cabaré por quem o rígido e severo
professor Unrath (Emil Jannings) acaba se apaixonando. Eles se casam, mas a
união vira um inferno e leva o homem pobre e conservador à ruína.
Longa-metragem de
Josef Von Sternberg(Mulher Satânica), com Marlene Dietrich e Emil Jannings nos
papéis principais. Baseado num romance de Heinrich Mann, a produção, talvez a
mais emblemática de Sternberg, que ajudou a projetar a carreira de Dietrich
que, após a distribuição internacional do filme, recebeu convites para
trabalhar em Hollywood, criando então
uma carreira solida no cinema americano, onde se destaca clássicos como A Marca
da Maldade. Curiosamente, o filme foi rodado em duas versões, uma germânica e
outra inglesa. Imortalizada nos anais da História do cinema, ficaria a cena
onde Dietrich, mostrando as pernas, canta "Falling in Love Again". A
magnífica direção de fotografia a preto e branco, que tão bem ilustra a
decadência da moral de Rath, esteve a cabo da dupla Günther Rittau e Hans
Schneeberger. O filme viria a ser (junto com M) um dos últimos ótimos filmes do
cinema alemão, antes da entrada da segunda guerra mundial, que viria por
arruinar e encerrar o período do expressionismo.
O Estudante de Praga
Sinopse: Balduin, um
jovem estudante, exímio esgrimista, enfrenta problemas financeiros que o
impedem de cortejar a condessa pela qual se apaixonou. Mas um homem sinistro
surge, oferecendo uma solução para os seus problemas e exigindo, em troca, a
sua sombra.
Além de ser a mesma
trama da produção de 1913, Henrik Galeen repete também sua parceria de sucesso:
Conrad Veidt e Werner Krauss que, seis anos antes, conquistaram o mundo nos
papéis de Cesare (o sonâmbulo) e Caligari (o doutor-hipnotizador assassino) no
fantástico "O Gabinete do Doutor Caligari", filme principal do
expressionismo e responsável por colocar o cinema alemão no mapa mundial
cinematográfico. Conrad, agora no papel do estudante, volta a ser manipulado
por Krauss, no papel do maquiavélico Scapinelli, numa relação muito próxima
entre a de Fausto e Mephisto. Mesmo com tantas combinações de sucesso, e
apoiado no grande talento dos atores do que em uma mise-en-scène inventiva, a
versão de 1926 de "O Estudante de Praga" deixa algo a desejar. Tanto
na comparação com o original de 1913, como na comparação com as outras
produções expressionistas da época, o filme de Galeen carece de emoções e
originalidade. Há alguns momentos de destaque, em especial as filmagens em
frente ao espelho, assim como a seqüência em que o demônio rouba uma declaração
de amor apenas com a sua sombra, contudo no geral é uma produção que acaba por
se perder no meio de tantas outras realizadas neste período dos mais férteis e
inventivos do cinema alemão. Quem tiver sorte de achar, recomendo a versão de
1913.
O Golem - Como Veio
ao Mundo
Sinopse:Ambientado em
Praga, século XVI, onde uma pequena vila de judeus é posta em cheque pelo
kaiser. Para defender a cidade, o velho cientista Rabbi Lowe se volta aos
antigos recursos alquimistas para criar o Golem, um ser de cera de enorme porte
e força. À princípio, a criatura apenas obedece seu mestre, mas, à medida em
que o tempo passa, ele passa a ter consciência da própria existência, e decide
tomar os rumos de suas ações.
Belo e misterioso, contendo
detalhes enredísticos que, após a leitura do clássico livro de Siegfried
Kracauer ("De Caligari a Hitler"), enche-nos de curiosidade acerca da
controversa relação entre população germânica e comunidade judaica... Apesar de
achar o ritmo do filme um tanto problemático (por exemplo, o modo como a paixão
proibida da filha do rabino é apresentada me pareceu demasiado confusa), o
personagem-título é fascinante e a cena que estampa o cartaz é belíssima, com
certeza, a grande inspiração para as obras hollywoodianas do mestre James Whale
(Frankenstein).