Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
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Nos dias 15 e 16 de agosto, estarei participando do curso SERGIO
LEONE - ERA UMA VEZ O SPAGHETTI WESTERN, criado pelo CENA UM e
ministrado pelo professor Rodrigo Carreiro. E enquanto os dois dias
não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei desse
cineasta, que deu novo status para o gênero do Western e que se sente isso até
hoje.
O Colosso de Rodes (1961)
Sinopse: Darios (Rory
Calhoum), um militar grego, visita o tio na cidade de Rodes, no ano 280 A.C. A
cidade acabou de construir um colosso do deus Apolo para guardar o porto de
entrada e planeja uma aliança com a Fenícia quepoderá ser prejudicial à
Grécia.Darios se envolve com um grupo de rebeldes, ao mesmo tempo em que flerta
com Daiala(Lea Massari), filha do construtor da estátua. O herói se vê em meio
a uma sinistra conspiração e precisa demonstrar sua habilidade na luta de
espada para sobreviver.
Segundo historia conta,
Sergio Leone começou o seu contato no mundo cinematográfico, sendo assistente técnico
de O Ladrão de Bicicletas e Quo Vadis. A quem diga que ele fez boa parte do
trabalho de direção, no filme Os Últimos dias de Pompéia, mas que acabou não
sendo creditado, e seu colega Mario Bonnard, foi que acabou recebendo os louros
do reconhecimento.
Oficialmente, sua estréia na
direção, viria mesmo em O Colosso de Rodes, um grandioso épico, e que não devia
nada se comparecemos as superproduções épicas do cinema americano daquele período.
Com uma fabulosa fotografia e a direção de arte exuberante, Leone teve a ótima idéia
também de convocar o astro americano Rory
Calhoun (Rio Das Almas Perdidas), para ser o herói da trama, no qual acabou se
encaixando muito bem para o papel. O final é de tirar o fôlego, com o melhor
dos efeitos especiais que a época poderia oferecer. Mas por ter ficado marcado
como o cineasta do western spaghett, infelizmente esse é um filme menos lembrado na carreira de
Leone, mas não custa ser redescoberto pelos cinéfilos de hoje.
Dia 11, às 19h - Debate sobre os
períodos de resistência e redemocratização no Brasil, Chile e Argentina com
UBIRATAN DE SOUZA, FLÁVIO KOUTZII, RAUL
ELWANGER e CARLOS ZANZI GONZÁLES.
Clássico brasileiro é um dos grandes destaques da mostra
No ano em que o Brasil conseguiu
finalmente instalar a sua Comissão da Verdade para investigar os casos de
violação dos direitos humanos contra os cidadãos brasileiros durante o período
da ditadura militar, o CineBancários em parceria com o Sul21 e o Comitê Carlos
de Ré - Da Memória Verdade e Justiça traz sua contribuição ao tema com a mostra
Imagens da Verdade - Memória e Resistência na América Latina.
A mostra conta com o patrocínio do
Banrisul, através do financiamento da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e com
o apoio do Sintrajufe, Versátil Home Vídeo e Programadora Brasil .
Ao longo de uma semana, serão
mostrados seis títulos que colocam em cena regimes de exceção em três
diferentes países da América Latina que estão entre os que mais sofreram com os
desmandos da violência de Estado: Argentina, Brasil e Chile. Histórias
tristemente comuns, recuperadas pelas lentes de grandes diretores, para que o
passado não seja esquecido e a justiça possa enfim se fazer.
PROGRAMAÇÃO:
ARGENTINA
Crônica de uma Fuga (Crónica de una
Fuga), de Adrián Caetano (Argentina, 2006, 103 minutos)
Buenos Aires, 1977. Agentes secretos
trabalhando para a ditadura militar sequestram Claudio Tamburrini (Rodrigo de
la Serna), goleiro de um time da segunda divisão, e o levam para uma casa
abandonada, onde funciona uma prisão clandestina conhecida como Mansion Seré.
Ali, Claudio enfrenta o inferno de interrogatórios e torturas, sem saber exatamente
porque foi detido. Conversando com outros detentos ele descobre que foi
delatado por um amigo, participante de um grupo da luta armada, que firmou um
pacto para entregar pessoas não envolvidas e, assim, ganhar tempo para que os
reais militantes pudessem escapar. Em uma noite de tempestade, Claudio e três
outros prisioneiros tentam fugir. Um dos grandes filmes recentes sobre a
ditadura militar na Argentina, dirigido pelo mesmo diretor dePizza, Birra y
Faso.
O Dia em que Eu Não Nasci (Das Lied in
Mir), de Florian Micoud Cossen (Argentina/Alemanha, 2010, 95 minutos)
Ao fazer uma escala em Buenos Aires, a
alemã Maria se vê perturbada por uma canção de ninar cantada por uma jovem
mulher. Ao contar o fato ao seu pai, descobre que passou os três primeiros anos
de sua vida em Buenos Aires, em plena ditadura militar, e que foi adotada por
ele. Diante disso, ela resolve sair em busca de seus verdadeiros pais para
tentar entender um pouco de seu passado. Neste processo, descobre o quanto sua
história pessoal está relacionada à sangrenta história recente da Argentina.
Prêmio de melhor filme no Festival de Zurique.
BRASIL
Pra Frente, Brasil, de Roberto Farias
(Brasil, 1982, 104 minutos)
Em 1970 o Brasil inteiro torce e vibra
com a seleção de futebol no México, enquanto prisioneiros políticos são
torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta
violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família
quando um dos seus integrantes (Reginaldo Faria), um pacato trabalhador da
classe média, é confundido com um ativista político e "desaparece".
Um clássico do cinema brasileiro, Pra Frente, Brasil foi o primeiro filme
nacional a enfrentar abertamente a questão da ditadura militar no país, contribuindo
decisivamente para o processo de abertura política instaurado na segunda metade
dos anos 80.
Nunca Fomos Tão Felizes, de Murilo
Salles (Brasil, 1984, 90 minutos)
A história da relação de um filho com
seu pai, um homem desconhecido e misterioso (Cláudio Marzo), que vive na
clandestinidade em função de seu envolvimento com a guerrilha durante os anos
da ditadura militar. Um filme em ritmo de thriller que mobiliza o espectador,
esta adaptação do conto Alguma Coisa Urgentemente, do escritor gaúcho João
Gilberto Noll é um marco do moderno cinema brasileiro.
CHILE
A Batalha do Chile (La Batalla de Chile), de
Patricio Guzmán (Cuba/Chile/França/Venezuela, 1975-1979, Parte 1, 100 minutos;
Parte 2, 90 minutos; Parte 3, 82 minutos)
Considerado um dos melhores e mais
completos documentários latino-americanos, A Batalha do Chile é o resultado de
seis anos de trabalho do cineasta Patricio Guzmán. Dividido em três partes (A
Insurreição da Burguesia, O Golpe Militar e O Poder Popular), o filme cobre um
dos períodos mais turbulentos da história do Chile, a partir dos esforços do
presidente Salvador Allende em implantar um regime socialista (valendo-se da
estrutura democrática) até as brutais consequências do golpe de estado que, em
1974, instaurou a ditadura do general Augusto Pinochet no país.
A Casa dos Espíritos (The House of the
Spirits), de Bille August (Portugal/Alemanha/Dinamarca/Estados Unidos, 1993,
145 minutos)
A história do Chile da década de 20
aos anos 70 é contada através da saga da família Trueba, que começa com a união
de um homem simples, que fica rico, com uma jovem de poderes paranormais. A
saga se desenvolve até esta família ser atingida pelo golpe militar que no
início da década de 70 derrubou o presidente Salvador Allende. Superprodução,
com elenco estelar (Meryl Streep, Glenn Close, Jeremy Irons, Antonio Banderas,
Vanessa Redgrave, Winona Ryder), que adapta para o cinema o best seller da
escritora chilena Isabel Allende.
GRADE DE HORÁRIOS
11 de setembro (terça-feira)
15h – Nunca Fomos Tão Felizes
17h – A Casa dos Espíritos
19h – Debate sobre os períodos de
resistência e redemocratização no Brasil, Chile e Argentina com UBIRATAN DE
SOUZA, FLÁVIO KOUTZII, RAUL ELWANGER e
CARLOS ZANZI GONZÁLES.
Sinopse:São Paulo, inverno de 1971.
João Pedro (Emílio de Mello) é um diretor de teatro que está bastante atarefado
com os ensaios para uma nova peça. Nas folgas do trabalho ele recebe
ocasionalmente a visita de um integrante do Partido Comunista, que não
compreende as opções estéticas e políticas da peça, parcialmente financiada
pelo partido. Paralelamente, Getúlio (Geraldo Rodrigues) e a namorada Lilian
(Júlia Ianina), ambos idealistas, decidem colaborar com a resistência à
ditadura militar, abrigando dois fugitivos. Eles decidem escondê-los na casa do
avô (Walmor Chagas) de Lilian, um militar da reserva.
As pessoas agem das formas mais diversas, perante uma
determinada situação em que vivem. No caso do período da ditadura militar, houve
diversos tipos de pessoas, desde aquela a serviço (cegamente) do governo, como aqueles
que fizeram de todas as formas para combater aquele equivocado período. O mais
novo filme do diretor Ugo
Giorgetti (O príncipe), procura não retratar um fato verídico naquele tempo,
muito menos pessoas históricas, mas sim uma trama, na qual a maioria das
pessoas que viveram naquela época pudessem se identificar, sendo através de
personagens fictícios, que podem ou não ter realmente existido. A trama nos
joga em plena ditadura, mas não ficamos presos a fatos históricos, mas sim na
forma em que as pessoas comuns se comportavam perante aquele período: do
defensor do regime, para quem não quer saber de política, que vê, mas não
enxerga, e de quem pertenceu um dia, mas que já está cansado e já teve a sua época.
Não estamos diante de heróis ou vilões, mas sim pessoas presas num universo paranoico,
no qual as deixam confusas e não sabendo em que direção irá tomar na vida. Mas é
ai que surgem dois fugitivos (a serviço do partido comunista), que fazem de uma
parte desses personagens, serem testados e conhecerem a si próprios. Muito
embora, o roteiro não se prende a soluções fáceis, e fazem com que os personagens
se apresentem do começo ao fim, de uma forma ambígua e levantando mais perguntas
do que respostas sobre cada uma delas.
Embora o
filme seja liderado por elenco jovem e semi-desconhecido, o filme nos brinda
com interpretações magistrais de veteranos, como o ranzinza taxista (Otavio Augusto) que possui
visão preconceituosa, acreditando cegamente nos ideais do governo na época, mas
que não esconde certa bondade e inocência quando o assunto é sobre família. Porém,
é Walmor Jhagas, ao interpretar um aposentado general, que nos brinda com um
personagem de múltiplas camadas de personalidade, na qual nunca temos uma exata
certeza, de ele estar tendo plena consciência ou não, da situação em que ele se
passa em determinados pontos da historia. Embora seja
uma produção simples, o filme possui um visual fiel daquele período, graças uma
reconstituição de época, que embora em sequencias fechadas, é eficaz. E ao
terminar o filme, nos perguntamos sobre os destinos de cada um dos personagens,
mas tendo uma absoluta certeza, que embora se apresentassem numa forma de parecerem
estar sempre em cima do muro, eles tinham muito mais a oferecer do que nos podíamos
imaginar.
Estou
aproveitando esse feriado para recarregar minhas baterias, pois amanha, estarei
participando da sessão com debate do filme Cara ou Coroa, com a presença do próprio
cineasta do filme. Confiram as estréias desse final de semana e um ótimo feriadão
para todos.
Abraham
Lincoln: Caçador de Vampiros
Sinopse:
Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros explora a vida secreta de um dos maiores
presidentes dos Estados Unidos em uma história não contada que definiu uma
nação.
O Legado Bourne
Sinopse: 'O
Legado Bourne' expande o universo Bourne criado por Robert Ludlum com uma
história original que apresenta um novo herói: Aaron Cross (Jeremy Renner). Ele
passou pelo mesmo tipo de recrutamento de Bourne no misterioso programa
conhecido como Treadstone.
ParaNorman
Sinopse:
Norman (Kodi Smit-McPhee) é um menino que fala com os mortos. Para salvar sua
cidade de uma maldição secular, ele terá de lidar com zumbis, bruxas, fantasmas
e, pior, adultos idiotas. Porém, em sua missão, o jovem aniquilador de feitiços
poderá ter suas habilidades paranormais levadas além de seus limites.
Totalmente Inocentes
Sinopse: A
comunidade do DDC está em
guerra. O branquelo Do Morro (Fábio Porchat) e o travesti
Diaba Loira (Kiko Mascarenhas) disputam o poder na comunidade. Alheio a isso,
Da Fé (Lucas D' Jesus) acredita que precisa se tornar o chefe do morro para
conquistar o amor de Gildinha (Mariana Rios), sua musa. Tudo piora quando o
atrapalhado repórter Vanderlei (Fábio Assunção) forja uma capa que vai dar o que
falar. A história traz ainda Felipe Neto como um narrador em intervenções
pontuais.
Projeto Dinossauro
Sinopse:
Uma equipe de filmagem segue em uma expedição exploratória até o Congo – na
qual, escondidas bem no meio da floresta, eles acabam descobrindo algumas
espécies de dinossauros que deveriam estar extintas há 65 milhões de anos. Mas
o tempo amadureceu estes predadores, que um dia dominaram a Terra, e
rapidamente os exploradores humanos são colocados no papel de presas, correndo
por suas vidas. Quando as fitas desta viagem são encontradas, a verdade
finalmente vêm à tona para quem achou que eles estavam extintos.
Cara ou Coroa
Sinopse:
São Paulo, inverno de 1971. O diretor de teatro João Pedro, seu irmão Getúlio e
a namorada Lilian são pessoas que, como tantas outras na mesma época, levam a
vida entre problemas comuns, decisões corriqueiras e uma questão fundamental:
engajar-se ou não na resistência política, atuando, ainda que modestamente,
contra a ditadura militar.
Cosmópolis
Sinopse: Eric Packer (Robert
Pattinson) é um milionário egocêntrico que acordou com uma obsessão: cortar o
cabelo no seu barbeiro localizado do outro lado da cidade. Para isso, o gênio
de ouro das finanças terá que atravessar, em sua limousine, uma caótica Nova
York que irá revelar uma ameaça a seu império a cada quilometro percorrido. Com
o ritmo alucinante do diretor David Cronenberg, e participações de Juliette
Binoche, Paul Giamatti, Samantha Morton e Mathieu Amalric, ele está prestes a
viver as 24 horas mais decisivas de sua vida.
Os Infiéis
Sinopse: A infidelidade masculina
analisada a partir do ponto de vista de sete diretores: Michel Hazanavicius,
Gilles Lellouche, Jean Dujardin, Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Eric Lartigau
e Alexandre Courtès. Cada um deles é responsável por uma esquete, que passa por
uma conferência de hotel e também um grupo de apoio para viciados em sexo.
Sinopse: A
trama traz histórias de amor, raiva, traição e diversos relacionamentos ao
redor do mundo numa verdadeira ciranda amorosa entre pessoas de diferentes
gerações, nacionalidades, classes sociais e personalidades. Os cenários dessas
histórias são Veneza, Paris, Londres, Rio de Janeiro, Bratislava, Denver e
Phoenix.
Muitos críticos
tem comparado a esse mais novo trabalho de Meirelles, com o filme Babel de Guillermo
Arriaga, mas aqui não há questões políticas, muito menos uma historia que começa apartir de um tiro de espingarda,
mas sim começa através de atos e conseqüências e da complicada vida de se
conviver com elas. Adaptação da peça A
Ronda, o roteiro de Peter Morgan (Frost/Nixon, A Rainha) bate na mesma tecla,
que num mundo tão conectado em que vivemos, sempre haverá atos que irão gerar conseqüências
em outras pessoas, como por exemplo, uma prostituta que pode (sem querer)
destruir um casamento, que por sua vez ambos estão traindo um ao outro, que
acaba afetando uma desiludida brasileira, em que ela a caminho do aeroporto, conhece
um senhor em busca da filha desaparecida há anos, e que ao mesmo tempo, ela
conhece também um ex presidiário com um passado nebuloso.Parece confuso? Isso é
apenas um resumo de uma enorme teia de eventos, mas onde cada uma delas, pode
ser vistas como pequenas historias, que embora conectadas, funcionam
isoladamente!
Com tantos
personagens pipocando na tela, nem todos acabam tendo o prestigio de ganhar um
melhor aprofundamento em suas historias, como no caso do casal vivido por Jude
Law e Rachel Weisz. Porém, a melhor sorte fica para o arco envolvendo Maria
Flor, Anthony Hopkins e Ben Foster. Sendo que esse último possui o personagem
melhor construído, graças ao seu ótimo desempenho, que é colaborado pela ótima fotografia
de Adriano Goldman e do montador Daniel Rezende, que conseguem criar na telona todas
as sensações e desconforto que o personagem passa na tela. A montagem de Rezende em questão
é outro trunfo da produção, na qual torna as tramas ágeis, e cria um belo jogo
de cenas, onde inúmeras imagens se sobre põem umas as outras e fazendo das
historias bem mais compreensíveis. Não é a toa que desde Cidade de Deus,
Rezende tem sido um dos montadores mais requisitados do mercado cinematográfico.
Embora não
seja superior aos seus trabalhos anteriores (Ensaio sobre a cegueira é disparado
o melhor de sua carreira), esse mais novo trabalho de Fernando Meirelles cumpre
o que promete. Muito embora, a temática de inúmeros personagens conectados numa
mesma teia de eventos, é algo que o diretor já usou e abusou o suficiente, ao
ponto de começar a pensar a escolher novos horizontes, assim como alguns personagens
vistos na trama.
Sinopse:
Dodge (Steve Carell) foi abandonado pela esposa após descobrir que um meteoro
se chocará com a Terra em um curto espaço de tempo. Decidido a recuperar o
tempo perdido, ele sai numa viagem para encontrar uma namorada dos tempos de
escola e acaba conhecendo Penny (Keira Knightley) no meio dessa confusa
história.
Nas
vésperas para o final do mundo (a quem diga que todos nos iremos dessa para
melhor em 21 de dezembro desse ano), era inevitável que o cinema norte
americano aproveitasse desse assunto, que embora já tenha rendido todos os
tipos de inúmeros filmes catástrofes, sempre irão procurar uma forma de se
criar uma nova historia para gerar algum lucro. Embora muitos comparem esse
filme com a obra prima Melancolia de Lars Von Trier, a produção se envereda
mais para um humor não exatamente definido, que por ora lembra humor negro ou
pastelão e o que acaba criando certa irregularidade no decorrer da trama. Mesmo com
essa indefinição de tom da historia, o filme dirigido pela estreante Lorene
Scafaria, consegue passar uma proposta que soa honesta em alguns momentos, em
como mostrar o que realmente às pessoas fariam numa situação como essa: desde a
beber, transar, ou simplesmente não fazer nada e esperar o inevitável fim.
Neste ponto, somos apresentados a Dodge (Steve Carell), que não sabe o que irá
fazer em seus últimos dias de vida, principalmente se sentindo meio que
perdido, desde que a esposa o abandonou. Neste trajeto, conhece Penny (Keira
Knightley), e que dessa união, nasce uma decisão de ambos caírem na estrada em
meio ao caos, onde cada um tem o seu objetivo a ser resolvido antes do
inevitável fim. O filme se torna interessante, quando dupla se depara com
inúmeras situações inusitadas durante a viagem, onde sempre encontram pessoas,
que agem das formas mais estranhas perante o que está por vir.
Mas o
foco principal está mesmo entre os dois e suas motivações. Sabemos desde os
primeiros minutos, que eles naturalmente irão se apaixonar, mas até lá, ambos
vivem num dilema se devem realizar os seus objetivos antes do fim, ou se
entregar a união dos dois. Embora previsível neste aspecto, acabamos nos
simpatizando pelo casal, principalmente por nos convencer a nos colocarmos no
lugar deles, pois tanto eles, como as situações que eles se envolvem são
criveis, mesmo quando o filme tenta se enveredar por alguns momentos absurdos.
Mas se por um lado Steve Carell se da bem num tipo de humor mórbido (ele já
havia demonstrado bem isso em Pequena Miss Sunshine), ainda não foi dessa vez
que Keira Knightley demonstrou ser capaz de ter uma boa veia cômica. Seus
momentos em querer passar humor acaba por soar caricato demais, principalmente
em que ela passa uns trejeitos e careta meio incômodos, algo que já sinto algum
tempo vindo dela, desde o filme Um Método Perigoso.
Embora
com um final em que o publico em geral não esteja muito acostumado
habitualmente, o filme é previsível, mas não tinha como ser muito diferente
disso. O filme talvez nada mais seja, do que uma forma de dizer para nos, que
poucos podem fazer algo a respeito a esse tipo de situação, a não ser ficar ao
lado daqueles que amamos. Mórbido, mas sincero.