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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 3 de julho de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: Mulher á Tarde




Sinopse: O filme acompanha o cotidiano de três jovens mulheres, que vivem juntas em uma grande cidade do Brasil e atravessam momentos cruciais na vida.

Embora seja um filme de pouco mais de uma hora de duração, para alguns vai parecer mais longo, pois o filme a todo o momento não acontece nada, sendo que apenas vemos uma das protagonistas, por exemplo, sentada em um sofá ou observando a rua pela janela por vários minutos. O que a primeira vista pode ser monótono para alguns, se torna interessante da maneira que o cineasta  Affonso Uchoa conduz essa trama, pois boa parte dela se passa dentro de uma casa, em pouco espaço, com somente três garotas e que nenhum momento temos uma exata idéia do que elas são uma para outra. Seriam irmãs? Amigas? Amantes? Fica na opinião do espectador, de acordo com o que viu!
De uma forma bem Hitchcock, a câmera viaja nos cenários em busca de suas protagonistas, para daí então se tornar algo que Ingmar Bergman sempre gostava de fazer, que é focar ao máximo suas personagens, conhecer suas personalidades, para então conseguir tirar algo dali. Muito embora as personagens vivam em seus universos interiores separadamente, mesmo convivendo num mesmo ambiente. Se nos formos mais fundo, Uchoa talvez tivesse a intenção de se fazer um cinema com relação a pintura, pois em muitos momentos, a câmera fica por inúmeros minutos parada, focando somente aquela cena, como se aquilo devesse ser registrado e moldado em um quadro. Fazendo isso, pode se dizer então, que é uma referencia aos primórdios do cinema, em que muitos consideravam como a maquina que se fazia fotografia em movimento.  
Uma sessão de cinema para poucos, mas que enche os olhos de um publico mais exigente.

Em cartaz somente na SALA P. F. GASTAL:  Avenida Presidente João Goulart, 551 - Marcílio Dias, Porto Alegre. Sessões 15horas e 19horas.


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Cine Dica: Em Cartaz: SOMBRAS DA NOITE


Sinopse: Barnabas é rico poderoso e um playboy inveterado até que ele comete o erro grave de quebrar o coração de Angelique uma bruxa em todos os sentidos da palavra Angelique condena-o a um destino pior que a morte transformando-o em um vampiro e enterrando-o vivo. Dois séculos mais tarde Barnabas é libertado de seu túmulo e surge nos dias modernos.


Na maioria dos casos, personagens incompreendidos e que sempre sofrem perante a sociedade comum, são sempre os verdadeiros protagonistas dos filmes de Tim Burton e em Sombras da Noite o quadro não é nenhum pouco diferente. Baseado fielmente de uma novela exibida na tevê americana nos anos 60, a produção (como toda obra autoral do cineasta), carrega inúmeras cenas góticas, que remetem o melhor da era do expressionismo alemão. Com isso, não é de se surpreender, que inúmeras cenas remetem aqueles clássicos, principalmente Nosferatu, contudo, o filme enlaça esse visual com o colorido dos anos 70, onde o protagonista acorda, depois de vários anos embaixo da terra. As cenas em que ele se levanta e se depara com o novo mundo é hilário, com o direito de ele chamar o tão conhecido símbolo de Mcdonald de Mefistófoles!
Feito essa seqüência, vemos Barnabas se ajustar a essa realidade, ao lado da nova geração de sua família, liderada por Elizabeth (Michele Pfeiffer, ainda no auge da beleza), mas além de ter que se acostumar a esse novo mundo, ele precisara se confrontar com seu algoz do passado, que é uma bruxa totalmente obcecada por ele, interpretada de uma forma bem à vontade pela atriz Eva Green, que desde que surgiu no reboot de 007, não tinha um papel tão significativo como esse. Mas como é de costume, Johnny Depp é que sempre da um show de interpretação, mesmo quando o seu desempenho, carrega algumas características de seus personagens anteriores, mas que sempre é ajustado de acordo com o universo que o cineasta cria para ele.
Embora oscile de um cinema autoral para um comercial (principalmente em seu ato final), Sombras da Noite agradara em cheio os fãs de longa data do diretor. Muito embora ainda estejam na espera por uma historia 100% original, que já faz um bom tempo que o cineasta esta devendo. 

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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Cine Especial: O Cinema Surrealista de Luis Buñuel: EXTRA


O UNIVERSO  INTERIOR DE LUIS BUÑUEL

Não é de hoje que o ser humano tem certa dificuldade em tentar se expressar, sem se preocupar em ser rotulado pelos outros, talvez por temer por ser excluído ou até mesmo ser  rotulado como louco. Em tempos mais conservadores a situação era bem pior, porém, houve pessoas que arriscaram o seu próprio pescoço para dizer o que bem entendesse que na maioria dos casos, foi através da literatura como do Marques de Sade, que para muitos era um gênio, outros (como a igreja católica), consideravam subversivo e pagão. Em uma de suas muitas declarações, Luis Buñuel disse uma vez, que caso não fosse um cineasta, seria com certeza um escritor. Atualmente fica até difícil imaginar uma realidade em que ele fosse somente envolvido na literatura, mas acredito que se houvesse algo que ele quisesse escrever, com certeza ele passou tudo o que ele queria passar de um livro, para a tela de um cinema.
Todo mundo conhece Buñuel por não ser somente um cineasta ousado pela criação de seus filmes que fascinam, mas por suas declarações polemicas, como a tão famosa frase, “sou ateu graças a Deus”.  Mas o buraco é muito mais fundo do que se possa imaginar, pois acredito que Buñuel não era uma pessoa descrente com relação a um ser superior, mas que gostava de ter a mais pura liberdade para se expressar do que pensava e sentia com relação a determinados assuntos e que com certeza não estava gostando dos rumos que a igreja católica tomava em sua época até a sua morte. Em seus filmes, ele gostava de expressar o que sentia no mais fundo do seu consciente, e se por um lado houve pessoas que o rotularam como louco outros viram que as imagens estranhas (principalmente de filmes como Cão Andaluz e a Idade Do Ouro), eram uma forma dele se expressar o que ele sentia e que por mais que possa ser estranho dizer, nada mais era também, do que sentimentos que ás outras pessoas guardavam para si.   

No final do filme a Idade do Ouro, por exemplo, vemos uma rápida adaptação de um dos contos de Marques de Sade, em que um Duque sai de um castelo, onde está acontecendo  uma orgia que dura há dias e para a surpresa de muitos na época, o Duque tem a cara de Jesus Cristo. Em Paris, o cinema que passava esse filme naquele tempo (inicio dos anos 30), foi completamente incendiado e por vários anos o filme se tornou proibido por lá, mas o que esperaria de um homem, que até mesmo disse uma vez que sentia atração sexual pela Virgem Maria? Era de se esperar algo do mesmo nível!
Mas acredito que o que ele quis sempre passar, não era somente o que ele sentia, mas o que todos nos às vezes sentimos ao longo da vida, mas que tínhamos medo de dizer publicamente seja com relação a opiniões ou pensamentos que para muitos é um verdadeiro tabu. Eu por exemplo, nunca senti o que ele sentiu com relação à imagem a Virgem Maria, mas quando eu era pequeno, sentia certo medo de ficar olhando, não só para ela, mas como também a imagem de Jesus Cristo. Com o tempo, essa sensação que tinha logo foi se dissipando e comecei a seguir sempre a religião dos meus pais (católica), mas não vejo a imagem da Virgem Maria como algo sagrado e sim há vejo como uma mulher bem afortunada por ter sido escolhida para a criação do filho de Deus. Os meus sentimentos internos por fim, dariam um ótimo filme com Buñuel no controle e imagine então se todos nos tivéssemos tido uma oportunidade de colocar para fora os sentimentos para ele. Com certeza ele teria grande material para filmar.

SURREALISMO, CONSIENCIA E  SONHOS

Em Cão Andaluz, o filme começa com o típico letreiro de “era uma vez”, para então vermos um homem (o próprio Buñuel) afiando uma lamina. Imediatamente o homem vai para uma sacada, observar uma nuvem cortando a lua cheia, cuja cena se casa com o homem cortando um olho de uma mulher. A cena chocante, imediatamente deixa a pessoa, tão acostumada com começo, meio e fim de uma trama, ficar se perguntado o que exatamente viu anteriormente. A Trama se segue, em cenas que aparentemente confusas, que a única coisa que se pode tirar dali e compreender, é de uma relação complicada de um casal, envolvido em momentos, em que homem vê sua mão se encher de formigas, para então depois a mesma mão, aparecer cortada no meio da rua.
Com a ajuda do Salvador Dali, um dos grandes representantes do surrealismo da época, Buñuel quis fazer uma espécie de conto vindo de um sonho, ou simplesmente expressar os seus sentimos que tinha em sua consciência em celulóide, mas por mais que tente explicar os significados das imagens, sempre haverá novas interpretações para serem levantadas, pois Cão Andaluz é o típico filme que possui tantas camadas de interpretação, que pode muito bem se escrever um livro sobre o assunto. Imagine então se o filme fosse um longa metragem, mas em pouco mais de 15 minutos, foram o suficientes para entrar para historia, sendo que para alguns, é o melhor que expressa  a consciência interior do cineasta. Falando em consciência, não me surpreenderia se ele tivesse a capacidade de nos hipnotizar e enganar nossa perspectiva, pois é fato que ele aprendeu muito sobre hipnotismo quando era jovem. No filme Esse obscuro Objeto de Desejo, vemos uma protagonista, que faz de tudo para manter uma obsessão a um homem mais velho. O que poderia ser retratado de uma forma simples, Buñuel nos prega uma de suas maiores peças de sua carreira, onde simplesmente troca a atriz por outra, sem mais nem mesmo e o que é mais assustador, foi o fato que a maioria do publico (e eu) não percebeu num primeiro momento a troca das atrizes. Sinceramente, não me lembro de algo parecido em outro filme e que com certeza jamais acontecera algo semelhante, nem mesmo com a mais alta das tecnologias atuais, mas que bastou com simplicidade (com hipnotismo?) para Buñuel passar a perna  na gente com maestria.


UMA AULA DIFERENTE DAS OUTRAS

Escrevo tudo isso sobre esse cineasta, pois ainda estou sobre efeitos dos dois  dias do curso sobre ele, que foi criado pelo CENA UM e ministrado pelo escritor Mario Alves Coutinho. Diferente dos outros cursos que eu participei a intenção da atividade não era para dissecar cada filme do cineasta, mas sim, tentar pelo menos chegar perto sobre quem era esse homem e do porque ele fazia os filmes dessa forma. A minha conclusão, é como eu disse acima, de que ele era mais humano do que qualquer um, mas tinha mais coragem do que muitos, para passar na tela o que ele pensava e dizia com relação ao mundo em que vivia.  Buñuel se foi em 1983, mas deixou um legado a muito a ser analisado e discutido, principalmente hoje, num mundo em que cada vez mais as pessoas têm a mente aberta e que vivem um pouco  mais livres para se expressar e dizer o que bem entender. Buñuel talvez tenha visto o futuro e já havia um bom tempo se adiantando. Nos cinéfilos só temos que agradecer.      

“O acaso é o grande mestre de todas as coisas. A necessidade só vem depois, não tem a mesma pureza."

Luis Buñuel


Leia também: Especial, o Cinema Surrealista de Luis Buñuel: Partes 1,2,3,4,5,6 e 7

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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Cine Especial: O Cinema Surrealista de Luis Buñuel: FINAL


No dia 30 e 1º de Julho, estarei participando do curso O Cinema Surrealista de Luis Buñuel, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico e escritor Mário Alves Coutinho. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei, desse corajoso cineasta, que batia de frente com a igreja católica e que se dizia ateu "graças a Deus".  
  
Este Obscuro Objeto do Desejo

Sinopse: A história de uma jovem que instiga e faz de tudo para manter a obsessão de um homem mais velho por ela, mas que não permite que ele concretize sua fantasia. Baseado em obra de Pierre Louys. 

No principio, eu achava que era o único que não percebeu que Buñuel usou duas atrizes diferentes para interpretar a personagem Conchita, mas segundo a minha pesquisa, não fui o único que foi pego desprevenido. Buñuel além de nos pregar essa peça criativa, confere também dupla face á personagem, que se torna obviamente o objeto de desejo do título.
De um lado, Carole Bouquet confere um ar de um anjo doce  e etéreo a Conchita, com sua pele macia e branca e os olhos verdes. Por outro, ela se  transforma em uma fogosa    espanhola quando vivida por Angela Molina, a qual seduz mais por um vigor erótico do que pela beleza e simplicidade encerradas no olhar. Brincando com as duas personalidades de sua personagem (bem ao estilo Dr Jekyll), Buñuel cria uma obra original e inesperada do começo ao fim, que afasta o tradicional surrealismo de suas obras e o concentra nos minutos finais da trama. Este Obscuro Objeto do Desejo foi o ultimo filme do cineasta e que sem sombra de duvida, fecha com chave de ouro sua incrível filmografia. 


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Cine Dicas: Estreias no final de semana (29/06/12)


Final de semana de grandes estréias, eventos e sessões especiais na capital do RS. Começando por hoje à noite, na sala P.F. Gastal, com a estréia do filme Mulher a Tarde, e logo em seguida, á sessão especial do Projeto Raros, com o filme Demência. A exibição desse clássico nacional, nada mais é de que uma forma da sala homenagear Carlos Reichenbach, que morreu recentemente. Portanto eu estarei por lá hoje, quem quiser me acompanhar, não irá se arrepender.
Quanto a sábado e domingo, estarei envolvido com o curso sobre Luis Buñuel, que promete ser imperdível. Infelizmente, não poderei novamente estar presente na exibição especial do CineClubeZH, que irá exibir ao publico, o mais novo filme do viajante Wood Allen, Para Roma com Amor, mas muito em breve conseguirei assistir.   
Confiram o restante das estréias:                  

DEMÊNCIA
(NOTA: Somente hoje em exibição no projeto raros da Sala P.F Gastal, as 20h30)

Sinopse: A falência da pequena fábrica de cigarros que herdara do pai deixa Fausto sentindo-se derrotado. Vendo ruir também sua vida matrimonial, refugia-se em fantasias em que imagina um lugar (Miraceli) e uma menina (Margarida) que simboliza sua infância longínqua. Quando sua mulher não o suporta mais, ele pega um revólver e mergulha na noite da metrópole, onde conhece vários personagens. 

 Mulher à Tarde

Sinopse: O filme acompanha o cotidiano de três jovens mulheres, que vivem juntas em uma grande cidade do Brasil e atravessam momentos cruciais na vida. 


QUEM SE IMPORTA

Sinopse: Documentário sobre empreendedores sociais ao redor do mundo. Os personagens são pessoas que criaram organizações inovadoras capazes de causar um impacto social suficiente para que suas ideias possam ser transformadas em políticas públicas aplicadas.


Para Roma Com Amor

Sinopse: O longa é dividido em quatro segmentos. Em um deles, um casal americano (Woody Allen e Judy Davis) viajam para Roma para conhecer a família do noivo de sua filha. Outra história envolve Leopoldo (Roberto Benigni), um homem comum que é confundido com uma estrela de cinema. Um terceiro episódio retrata um arquiteto da Califórnia (Alec Baldwin) que visita a Itália com um grupo de amigos. Por último, temos dois jovens recém-casados que se perdem pelas confusas ruas de Roma. 


Cairo 678

Sinopse: Uma comovente história baseada em fatos reais de três mulheres - de diferentes idades e classes sociais - que buscam justiça contra o abuso sexual diário existente no Egito. 


O QUE EU MAIS DESEJO

Sinopse: Separado do irmão mais novo após o divorcio dos pais, garoto sonha com a família junta novamente.

Os Acompanhantes

Sinopse: Tentando ganhar um dinheirinho extra, o experiente dramaturgo Henry Harrison (Kevin Kline) decide trabalhar como acompanhante, tendo como público alvo viúvas ricas. Ele acaba conhecendo Louis Ives (Paul Dano), um jovem que sonha em ser escritor, mas que foi obrigado a deixar seu emprego em Nova York por causa de um embaraçoso incidente. 


A Era do Gelo 4

Sinopse: Sempre em busca de sua cobiçada noz, o esquilo Scrat provoca, sem querer, a separação dos continentes. A situação provoca mudanças no terreno de vários locais, entre eles onde os amigos Manny (Ray Romano/Diego Vilela), Diego (Denis Leary/Márcio Garcia) e Siid (John Leguizamo/Tadeu Mello) estão alojados. Um terremoto faz com que o trio fique preso em um iceberg, enquanto que Ellie (Queen Latifah/Carla Pompílio) e a pequena Amora (Keke Palmer/Bruna Laynes) permanecem no continente. Em alto mar, Manny promete que irá encontrá-las a qualquer custo, mas para tanto precisará enfrentar perigosos piratas e o canto das sereias.



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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Cine Dicas: Em DVD e Blu-Ray (28/06/12)


Neste mês eu andei tão ocupado indo ao cinema, eventos e cursos, que eu simplesmente não tive muito tempo, em assistir filmes em casa. Mas antes tarde do que nunca, portanto solto aqui umas dicas em DVD e Blu-Ray, para ser assistido no conforto da casa.      

O Artista

Sinopse: Na Hollywood de 1927, o astro do cinema mudo George Valentin (Jean Dujardin) começa a temer se a chegada do cinema falado fará com que ele perca espaço e acabe caindo no esquecimento. Enquanto isso, a bela Peppy Miller (Bérénice Bejo), jovem dançarina por quem ele se sente atraído, recebe uma oportunidade e tanto para traballhar no segmento. Será o fim de sua carreira e de uma paixão?

Em tempos em que o cinema cada vez mais se rende as mais avançadas tecnologias (vide 3D e Imax), para atrair cada vez mais o publico as salas, O Artista surpreende por ir contra a corrente dessa onda, apresentando uma trama muda e em preto e branco. Por mais bizarro que possa ser para o publico em geral atualmente, para os fãs cinéfilos de carteirinha, o filme dirigido por Michel Hazanavicius (Os Infiéis) é um verdadeiro prato quente, em que retrata um dos períodos mais importantes da 7ª arte, que foi a transição do cinema mudo para o falado. Mas assim como foi mostrado no clássico Cantando na Chuva, nem tudo foi flores com relação a essa mudança.                
Quem sente o peso dessa virada é George Valentin (Jean Dujardin, ótimo), que diferente do personagem de Gene Kelly naquele clássico, George sofre o diabo, perdendo emprego, prestigio e o dinheiro, unicamente por não conseguir se adequar nesta nova forma de atuar nas telas. Mas somente com o laço de esperança, representados pela atriz aspirante Peppy Miller (Berennice Bejo) e pelo simpático cão Uggie, é que acaba havendo luz no final do túnel. Um filme sobre perseverança e empenho em si próprio, sendo que basta acreditar, para conseguir os seus objetivos, mesmo com todas as adversidades. Vencedor do Oscar de melhor filme mais que merecido.
  
Curiosidade: A dupla Jean Dujardin e Bérénice Bejo ensaiaram suas cenas de dança no mesmo estúdio de Debbie Reynolds e Gene Kelly.
  
Shame

Sinopse: Brandon (Michael Fassbender) é um cara bem sucedido e mora sozinho em Nova York. Seus problemas de relacionamento, aparentemente, são resolvidos durante a prática do sexo, tendo em vista que é um amante incontrolável. Contudo, sua rotina de viciado em sexo acaba sendo profundamente abalada quando sua irmã Sissy (Carey Mulligan) aparece de surpresa e pretende morar com ele.

A quem diga que Michael Fassbender (X-men: Primeira Classe) só não foi indicado ao Oscar de melhor ator neste ano, unicamente porque ele surgiu com um nu frontal no inicio desse filme. Polemicas à parte, o filme de Steven McQueen (Hunger) nos brinda com umas das interpretações mais fascinantes do cinema recente, que é justamente de Fassbender, onde ele não se intimida em dar tudo de si, em cenas fortes de sexo, porém, indispensáveis para trama. Quase durante todo filme, vemos a personalidade e o dia a dia do seu personagem Brandon se descascar a tal ponto, que ele se torna indefeso, tanto perante aos outros, como consigo próprio e encarando o fato de estar caindo num buraco sem fim devido ao seu vicio carnal. Sendo que ele se entrega ao seu vicio, unicamente para satisfazer os seus desejos, ou para fugir da responsabilidade de cuidar da sua problemática irmã Sissy (a ótima Carey Mulligan de Drive).
Um filme corajoso, inquietante e que permanece nas nossas mentes após a sessão.

Curiosidade: A companhia Fox Searchlight Pictures investiu apenas US$ 400 mil para distribuir o filme nos Estados Unidos.
  
O Abrigo

Sinopse: Atormentado por uma série de visões apocalípticas, um homem não sabe se deve proteger sua família da tempestade que se aproxima ou dele mesmo.

Infelizmente, esse fascinante filme passou em branco em nossas salas de cinema, mas que agora chega em DVD. Uma verdadeira bola fora da distribuidora em ter excluído esse filme nas telonas, pois a trama é uma extraordinária metáfora escancarada da paranóia pós “11 de Setembro”, muito embora toda a paranóia tenha sua razão, mesmo que ela soe às vezes inverossímil. Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho) apresenta aqui uma de suas melhores interpretações de sua carreira, ao construir a personalidade de seu personagem Curtis, de uma forma na qual não temos nenhuma certeza, se o que ele vê e sonha ao longo do filme, seja tudo fruto de uma mente perturbada ou se são realmente sinais de algo muito ruim que está por vir. A cena em que ele desabafa em um restaurante, na frente da maioria das pessoas da pequena cidade aonde vive, é digna de uma indicação ao Oscar, pois sentimos ali, um ser dividido em acreditar no que o assombra, mas que também está ciente que possa estar muito doente.
Todas as duvidas que atormentam o protagonista e a sua família, é somente esclarecido nos últimos minutos da projeção, que mesmo assim, nos deixa com a sensação de fazer agente não acreditar exatamente no que nos foi apresentado.


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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Cine Especial: O Cinema Surrealista de Luis Buñuel: Parte 6

No dia 30 e 1º de Julho, estarei participando do curso O Cinema Surrealista de Luis Buñuel, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico e escritor Mário Alves Coutinho. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei, desse corajoso cineasta, que batia de frente com a igreja católica e que se dizia ateu "graças a Deus".    

Nazarin
Sinopse: Na adaptação do romance de Benito Perez Galdós, Nazarin é um padre que procura seguir à risca os preceitos de Cristo. Na sua jornada tem a companhia de uma prostituta acusada de assassinato e da tia de um moribundo que curou.
Nazarin é (novamente) uma crítica a hipocrisia da Igreja e da sociedade por Luis Buñuel. Francisco Rabal tem uma atuação digna de nota, no papel de um padre, que vive de acordo com os princípios da igreja católica apostólica romana e é traído, humilhado e odiado pelas pessoas que ele ajuda e pela igreja que ele serve.Uma das grandes cenas produção, é quando Nazario é protegido por um criminoso na prisão e o homem conclui que Nazario é um homem bom, ele é um assassino e eles estão no mesmo lugar.

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