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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: GIGANTES DE AÇO

TUDO QUE A FRANQUIA TRANSFORMERS NÃO TINHA, TEM AQUI!
Sinopse: Hugh Jackman é Charlie Kenton, um lutador decadente que perdeu sua chance de ganhar um título quando robôs de aço de mais de 900 quilos e mais de dois metros e quarenta de altura entraram no ringue. Charlie, então um mero e insignificante promotor, ganha apenas o suficiente, juntando sucatas de metal de robôs, para passar de uma arena de boxe para outra. Quando Charlie chega ao fundo do poço, ele relutantemente se une a seu filho afastado, Max (Dakota Goyo), para construir e treinar um competidor para disputar o campeonato. Conforme as apostas na brutal arena sem limites aumentam, Charlie e Max, contra todas as probabilidades, têm uma última chance de dar a volta por cima.
A principio, todos imaginavam que esse filme seria um simples caça níquel para pegar carona com a onda de sucesso que a franquia Transformers adquiriu, porém, essa nova produção de Steven Spielberg (também produtor de Transpormers) tem muito mais personalidade e coração do que qualquer filme daquela trilogia desenfreada. Dirigido por Shawn Levy (Uma Noite no Museu), essa produção, irá fazer o cinéfilo mais atento, descobrir certos elementos já usados em outros filmes, que fora o fato de lembrar um pouco Transformers, a trama carrega ao maximo momentos que lembram Falcão: O Campeão dos Campeões e a serie Rocky, ambos estrelados por Silvéster Stallone nos anos oitenta, mas dessa mistura, se criou algo fresco e muito bem vindo.
O acerto da trama foi criar a construção do relacionamento do pai ausente (Hugh Jackman, cada vez mais se afastando de sua imagem como Wolverine) com o seu filho esperto Max (Dakota Goyo, um achado). A principio, ficamos até horrorizado com falta de afeto de o personagem de Jackman tem pelo garoto, mas graças as circunstâncias (e com a ajuda de um certo robô) essa relação vai mudando gradualmente, nunca de uma forma forçada, mas bem redonda e crível, o que torna a dupla central bem humana. É claro, que como um dos pontos centrais da historia é luta livre de robôs, o filme nos brinda com boas lutas desses gigantes robóticos, e diferente do que acontecia na franquia transformers, agente vê muito bem todos os movimentos e o que acontece com eles em cena, e até mesmo sentir os sentimentos desses personagens, coisa que não acontecia naquela franquia de forma alguma.
Embora o filme começa e já tenhamos uma vaga idéia do seu final, Gigantes de Aço foi uma grata surpresa do gênero ficção do ano passado. Não é um filme que irá mudar a vida de ninguém, mas é uma sessão para toda a família e que poderá muito bem se tornar um filme de uma sessão da tarde clássica um dia. Destaco também, a presença da atriz Evangeline Lilly, que se em Guerra ao Terror ela fez somente uma pequena ponta, aqui ela tem a chance de aparecer mais e fazer melhor parte da trama, embora ainda não seja dessa vez que ela tenha desvencilhado de sua imagem como Kate da serie Lost.

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cine Curiosidade: Vencedores do Oscar 2012

NUMA CERIMÕNIA DE MAIS ACERTOS DO QUE ERROS, O ARTISTA E A INVENÇÃO DE HUGO CABRET, SÃO OS GRANDES VENCEDORES DA NOITE E UMA VITORIA PARA O CINEMA EM SI!
Gente, não vou escrever muito hoje porque estou meio dormindo, sendo que estou assim porque fui dormir só depois do Oscar e já fui me levantar as seis para o serviço. Portanto não tem cabeça que agüente, mas em poucas palavras, posso dizer que esse ano a academia conseguiu fazer alguns acertos melhores durante a cerimônia e Billy Cristal é realmente o Curinga deles, portanto que ele não se ausente mais em nenhuma cerimônia seguinte. O Artista confirmou o seu favoritismo merecido, levando os Oscars principais de melhor filme, melhor diretor e melhor ator. A invenção de Hugo Cabret, se por um lado não levou as estatuetas principais, por outro confirmou suas qualidades de super produção, com o melhor exemplo de como se fazer um filme em 3D, e com isso, levou as principais categorias técnicas. Como Rio não estava entre os indicados de melhor animação, torci pela vitoria de Rango, sendo que, num ano em que as animações não convenceram muito, esse filme surgiu como não quer nada, e logo foi conquistando a simpatia de todos. A Separação foi uma vitoria merecida na categoria de filme Estrangeiro, sendo que o filme é um reflexo critico de uma sociedade cansada do lugar aonde vivem. Por fim, Meryl Streep finalmente quebra um jejum de trinta anos e finalmente leva para casa o seu terceiro Oscar, pelo filme a Dama de Ferro.

Confiram a lista de todos os vencedores:


Melhor Filme Oscar 2012: The Artist (O Artista)
Melhor Atriz Oscar 2012: A Dama de Ferro, Meryl Streep
Melhor Ator Oscar 2012: The Artist, Jean Dujardin
Melhor Atriz Coadjuvante Oscar 2012: Histórias Cruzadas, Octavia Spencer
Ator Coadjuvante Oscar 2012: Toda Forma de Amor, Christopher Plummer
Melhor Diretor Oscar 2012: The Artist, Michel Hazanavicius
Melhor Edição Oscar 2012: Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres
Melhor Documentário Oscar 2012: Undefeated
Melhor Animação Oscar 2012: Rango
Melhor Trilha Sonora Oscar 2012: The Artist (O Artista)
Melhor Canção Original Oscar 2012: Man or Muppet, Os Muppets (Bret McKenzie)
Melhor Roteiro Original Oscar 2012: Meia Noite em Paris
Melhor Roteiro Adaptado Oscar 2012: Os Descendentes, de George Clooney
Melhor Som Oscar 2012: A Invenção de Hugo Cabret
Melhor Edição de Som Oscar 2012: A Invenção de Hugo Cabret
Melhores Efeitos Visuais Oscar 2012: A Invenção de Hugo Cabret
Melhor Curta-Metragem de Animação Oscar 2012: The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore
Melhor Filme Estrangeiro Oscar 2012: A Separação
Melhor Maquiagem Oscar 2012: A Dama de Ferro
Melhor Figurino Oscar 2012: The Artist (O Artista)
Melhor Direção de Arte Oscar 2012: A Invenção de Hugo Cabret
Melhor Fotografia Oscar 2012: A Invenção de Hugo Cabret


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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

NOTA: EM BREVE NO MEU BLOG......



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Cine Especial: David Cronenberg: EXTRA!

Sim, quando se acha que eu já falei de tudo sobre David Cronenberg neste mês, eis que surge mais uma oportunidade para fazer mais um post sobre ele. Ontem a noite, recebi umas fotos que foram tiradas durante o curso, pelo organizador dos eventos do CENA UM, Sr Jorge. Na primeira fila, lá estou eu trocando idéias com Rosangela, que nos colocou a par sobre todo o universo que envolve Cronenberg.

Confira as imagens abaixo:

Mesmo no calor (o curso começou em meio à maior onda de calor do estado), agente curtiu adoidado.

O curso atraiu muitas pessoas, provando que Cronenberg é popular entre os gaúchos
Eu trocando umas idéias com Rosangela, sobre o que rola na mente de Cronenberg


Leia também: Tudo sobre David Cronenberg clicando aqui.

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Cine Dica: Estréias no final de semana (24/02/12)

Em final de semana, onde todos os olhos do mundo cinéfilo estão voltados para o Oscar, o cinema de Porto Alegre tem poucas estréias para esse final de semana, mas significativas, como HIROSHIMA – UM MUSICAL SILENCIOSO. Lembrando, que entra em pré-estréia, Drive, aguardado filme que ganhou ares de Cult pelo mundo no ano passado, mas foi esnobado pelo Oscar, o que não é novidade, já que a academia adora fazer injustiças.

Confiram as estréias:

A Mulher de Preto
Suspense: No suspense Radcliffe vive o jovem advogado Arthur Kipps que viaja para uma região remota da Inglaterra para cuidar dos papéis de um cliente recém-falecido. Enquanto trabalha em uma isolada casa antiga Kipps começa a descobrir seus trágicos segredos. O fantasma de uma mulher amaldiçoa a casa e todo o vilarejo.



Tão Forte e Tão Perto
Sinopse: Oskar Schell aos 11 anos de idade é uma criança excepcional: inventor amador admirador da cultura francesa pacifista. Depois de encontrar uma misteriosa chave que pertencia a seu pai que morreu no World Trade Center no 11/09 ele embarca em uma incrível jornada -- uma urgente e secreta busca por um segredo pelas cinco regiões de Nova York.



HIROSHIMA – UM MUSICAL SILENCIOSO
Sinopse: Juan é um jovem uruguaio, que trabalha numa padaria durante o dia e toca numa banda de rock à noite. Calado e meio solitário, Juan também gosta de vagar pelas ruas de Montevidéu, onde vive histórias bem cotidianas..

FAÇA-ME FELIZ!
Sinopse: Ariane (Frédérique Bel) está convencida de que seu marido Jean-Jacques (Emmanuel Mouret) está interessado em outra mulher. Para salvar seu casamento, ela pede que ele tenha um caso com essa mulher, acreditando que essa é a melhor solução para acabar com as ilusões de Jean-Jacques. Mas, quando ele vai até a casa dessa mulher que mal conhece, ele ainda não sabe que ela é filha do presidente da República.


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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cine Especial: DAVID CRONENBERG: FINAL


Não foi fácil, mas em fim, chego ao fim minha jornada dentro da filmografia de David Cronenberg. Durante quase um mês, fiquei escavando seus filmes, sendo que isso tudo, começou devido ao curso criado pelo CENA UM e ministrado pela Rosangela Fachel. Porém, não consegui assistir a todos os filmes do diretor, antes do curso começar, portanto eu continuei com os especiais por aqui, mesmo com o termino das atividades lá no museu da comunicação de Porto Alegre. Abaixo, deixo sobre o que eu achei de cada filme que faltou eu assistir, e mais abaixo, todos os posts anteriores desse especial, onde reúnem todas as minhas criticas de cada filme desse cineasta. Os especiais sobre David Cronenberg acabou, mas aguardem para novos especiais ao longo dos meses!    

From The Drain (1967)
Sinopse: Num futuro não muito distante, dois homens completamente vestidos sentam em uma banheira de um lar para veteranos de guerra. Subitamente, algo mórbido acontece…
O segundo curta metragem da carreira de Cronenberg (o primeiro é Transfer que simplesmente não achei). Já nesta pequena produção de inicio de carreira, Cronenberg já mostrava sinais que seria um diretor que faria filmes no mínimo incomuns. Apesar de aparentar o curto orçamento, o cineasta é bem inventivo e cria uma situação bizarra em uma simples conversa de duas pessoas que aparentemente, parecem bem excêntricas.
STEREO (1969)
Sinopse: Um grupo de jovens é voluntário de uma pesquisa de desenvolvimento telepático através da exploração sexual. Mas o experimento começa a fugir do controle e os pesquisadores passam a tomar providências, que não ajudam muito.
Filme praticamente mudo e em preto e branco, onde unicamente ouvimos um narrador contar os fatos apresentados na tela. Mesmo com poucos recursos, Cronenberg cria um verdadeiro clima claustrofóbico futurístico, em um prédio qualquer que ele usou como cenário, mas que o tornou num clima melancólico. Além de usar temas e elementos que viríamos ele usar nos seus filmes posteriormente.

Crimes do Futuro (1970)
Sinopse: O filme acompanha Adrian Tripod, antigo diretor de uma clínica dermatológica chamada A Casa da Pele, que está a procura seu mentor, Antoine Rouge. Rouge desapareceu, seguido de uma peste catastrófica resultada de produtos cosméticos, responsável pela morte de toda a populão de mulheres adultas sexualmante desenvolvidas.
O mais ousado dos seus primeiros filmes (antes da consagração em Calafrios). A trama me lembrou muito Filhos da Esperança de 2006, onde misteriosamente não se nascia mais bebês. Aqui, Cronenberg até da certa explicação, mas novamente a produção é mais experimental, na qual o próprio espectador tem que tirar suas próprias conclusões sobre o que achou durante a projeção do filme. Atenção para o ousado ato final da trama, que não a como a pessoa não ficar meio que apreensiva e incomodada.

Mistérios e Paixões (1991)
Sinopse: Bill Lee é um escritor fracassado que trabalha como dedetizador de insetos para sobreviver. Porém, seu emprego está por um fio, já que, misteriosamente, o estoque de seu inseticida vive se esgotando. É quando ele descobre que sua mulher está viciada no produto, e, incentivado por ela, experimenta-o e inicia uma viagem alucinógena recheada de absurdos, na qual passa a servir a uma agência secreta chamada Interzone, convive com alienígenas e máquinas de escrever que se transformam em agentes secretos e inicia um tratamento a base de droga produzida por centopéias brasileiras.
Uma mistura interessante da biografia do escritor Willian S. Burroughs com os processos literários que são induzidos pela droga. Uma verdadeira fantasia paranóica misteriosa, com um clima noir dos anos 40 e 50. Embora alguns na época tenham achado o filme um tanto distante da obra, uma vez que conseguir um resultado fiel é praticamente impossível. Por isso, Cronenberg opta por pontuar o roteiro com relevâncias a vida pessoal do escritor para criar uma alucinação metafórica da redação da obra e da percepção do escritor. Surge assim, seu maior sucesso, vencedor de diversos prêmios da associações de críticos (a maioria pelo roteiro), 11 prêmios Genie no Canadá (incluindo melhor filme, melhor adaptação e melhor edição) e colocação como um dos melhores do ano em diversas listas da época.

 M BUTTERFLY (1993)
Sinopse: Rene Gallinard é um diplomada francês a serviço em Pequim, na China. Politicamente dedicado e reponsável homem de familia, o destino-lhe reserva uma surpresa. Ao assistir a uma apresentação da opera " Madame Butterfly" de Puccini ele fica obcecado pela graça e beleza da contara Song Liling. Gallinard passa então a persegui-la por todos os lugares, envolvendo-se cada vez mais com o exótico mundo ca cultura chinesa. Quando finalmente, a força de sua paixão transforma-se em um intenso romance, ele acaba conduzindo a um jogo imprevisível de interesses políticos e revelações que mudarão por completo sua vida.

Baseado numa peça de David Henry Hwang, que foi sucesso na Brodway, a primeira vista, o filme parece se distanciar bastante do resto da obra do cineasta, mas até certo ponto, pois novamente o diretor explora e muito o lado psicológico dos personagens, além de novamente explorar as mudanças do corpo de uma forma bem original e inesperada. É claro que após assistir o filme, alguns com certeza compararão a produção com Atraídos pelo Desejo na época, mas o filme fala por si, graças ao bom desempenho do elenco, em especial, a Jeremy Irons. Em seu segundo trabalho com Cronenberg (o primeiro foi Gêmeos - Mórbida semelhança) Irons faz um trabalho extraordinário, onde seu personagem se descasca aos poucos durante há historia, e em seu ato final, sua imagem se torna uma vaga lembrança do que ele foi no inicio do filme. Num momento forte e poético, uma das melhores interpretações do ator em sua carreira!


eXistenz (1999)
Sinopse O eXistenZ do título é o nome de um jogo de realidade virtual, o mais perfeito que já foi inventado. E para participar, e ter sensações semelhantes a prazeres sexuais ou efeitos de droga forte, é só colocar uma tomada na coluna vertebral. Jennifer Jason Leigh é Alegra Geller, famosa designer que cria o eXistenZ e passa a ser perseguida por fanáticos religiosos que querem matá-la. É forçada a fugir junto com um pacato assistente de marketing transformado em segurança (Jude Law). Na fuga, eles circulam por um mundo onde fantasia e realidade se confundem a toda hora.
Entre 1998 e 1999, o cinema foi invadido por filmes que explora a possibilidade de nossa realidade não ser real, ou simplesmente colocar o protagonista num mundo onde nem tudo é o que aparenta ser. Filmes como Cidade das Sombras, Show de Truman e Matrix, foram produções que exploraram muito bem esse assunto, mas fora desse grupo, o mais elogiado que foi eXistenz, me passou desapercebido na época. Alguns consideram esse filme como continuação direta de Videodrome, já que alguns elementos vistos naquele filme foram novamente utilizados neste, embora não aja nenhuma ligação direta ou muito menos uma referencia.
mbora tenha certa complexidade, o filme pode ser muito bem entendido, desde que você não tire os olhos da tela, já que a trama explora a possibilidade da realidade virtual dentro de outra (algo visto posteriormente em A Origem, mas através de sonhos), e apesar do ato final nos apresentar um verdadeiro pega ratão, mas que logo é tudo explicado, segundos depois, revelações surgem e novamente deixam o espectador com mais duvidas sobre o que realmente estavam assistindo. Curiosamente o personagem principal da trama é uma mulher, algo raro na filmografia de Cronenberg, e muito bem representado por Jennifer Jason Leigh (Mulher solteira Procura).

UM METODO PERIGOSO (2011)

Sinopse: Sinopse: O longa é uma mostra de como a relação entre Carl Jung (Michael Fassbender) e Sigmund Freud (Viggo Mortensen) faz nascer a psicanálise. Aborda a intensa e polêmica relação da dupla com a paciente Sabina Spielrein (Keira Knightley).
Ainda inédito em nossas salas gauchas, a produção é a mais contida da carreira do diretor, mas não menos genial. Baseado em uma pequena parte da vida de pessoas conhecidas do mundo da psicanálise, Cronenberg novamente retorna com temas sobre conceitos psicanalíticos que tanto abordou em seus primeiros filmes e ousou de uma maneira jamais vista em Filhos do Medo. Além de novamente explorar as transformações do corpo, onde aqui, é muito bem representado pela atriz Keira Knightley (A Duquesa) onde faz uma personagem, que sofre, tanto mentalmente como fisicamente, mas ao mesmo tempo, não é uma personagem que se deva subestimar pelos seus problemas. Sendo que graças a sua inteligência e beleza, faz o lado profissional de Carl Jung (Michael Fassbender, X-men: Primeira Classe) ir para um caminho sem volta, ao despertar os desejos sado masoquistas e sexuais dela, embora não espere algo parecido como Crash.
A trama também aborda de uma forma interessante os conceitos  diferentes do mundo da psiquiatria, pelos  psicanalistas Carl Jung e Sigmund Freud (Viggo Mortensen no terceiro trabalho com Cronenberg), que se no inicio a relação parecia de professor e aluno, gradualmente suas opiniões fazem com que se tornem meio que rivais, gerando certas tenções em determinadas cenas onde ambos os atores se sobressaem. Destaque também, para uma rápida, mas importante participação do ator Vincent Cassel, em seu segundo trabalho com o diretor (o primeiro foi em Senhores do Crime).

Leia também: Partes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.


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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: A Invenção de Hugo Cabret

COM A TECNOLOGIA ATUAL DE PONTA, SCORSESES PRESTA HOMENAGEM AOS PRIMODIOS DO CINEMA
Sinopse: Paris anos 30. Hugo Cabret é um órfão que vive escondido nas paredes da estação de trem. Ele guarda consigo um robô quebrado deixado por seu pai. Um dia ao fugir do inspetor ele conhece Isabelle uma jovem com quem faz amizade. Logo Hugo descobre que ela tem uma chave com o fecho em forma de coração exatamente do mesmo tamanho da fechadura existente no robô. O robô volta então a funcionar levando a dupla a tentar resolver um mistério mágico.
Em 28 de dezembro de 1895, os irmãos Lumière exibiram no grand café em Paris, aquele que seria a primeira exibição de um filme na historia. Conhecido no inicio como o "cinematografo", os irmãos exibiram uma cena curta de um trem parando na estação, mas eficaz, pois a primeira reação das pessoas que estavam assistindo foi saltar das cadeiras, acreditando que seriam atropeladas. Na mesma sessão, um talentoso mágico chamado Georges Mélliès, teria ficado fascinado com o que estava assistindo, pois via ali a chance de criar algo de novo jamais visto, diferente do que os Lumiêre pensavam, achando que sua cria seria apenas uma curiosidade passageira, e que mais tarde, seria esquecida. Com a ferramenta em mãos, Mélliès foi o primeiro cineasta a colocar historias na tela, tendo se tornado um grande pioneiro da sétima arte.
Essa pequena historia verídica, mesmo tendo se passado no final do século 19, é um reflexo do que se vê hoje em dia com relação ao uso do 3D nos filmes, pois existe um lado que acredita que esse formato, se usado de uma forma errada, será gradualmente esquecido, embora haja cineastas que querem provar, que se usado de uma forma correta, pode sim ser uma maravilhosa ferramenta na hora certa. Martin Scorsese é o mais novo integrante desse segundo grupo, ao fazer A Invenção de Hugo Cabret, baseado não só num famoso livro juvenil, como também justamente na historia verídica contada acima. A primeira vista, é de se estranhar Scorsese trabalhar num filme como esse, principalmente se comparado aos clássicos com um teor mais adulto que ele criou no passado (como o clássico Taxi Drive), mas essa estranheza logo é deixada de lado, quando a tela é invadida por uma Paris nunca antes vista na historia do cinema. Com o 3D, Scorsese não o usa para jogar a cada minuto uma coisa no expectador, e sim ele usa a ferramenta para colocar mais profundidade nas cenas que surgem, seja numa cena da rua, ou até mesmo uma panorâmica da capital francesa, e o resultado é plasticamente perfeito, auxiliado com uma perfeita edição de arte e fotografia, o que torna cada cena um quadro vivo em movimento.
Ainda que a historia fosse ruim, o filme valeria pelo visual, mas a trama não só é ótima, como é um verdadeiro prato cheio, para aqueles que amam o cinema como um todo. Os jovens protagonistas (vividos por Asa Butterfield e Chloe Grace Moretz), ao tentar descobrir respostas sobre a herança que o pai de Hugo deixou, embarcam numa jornada em busca de resposta, e em meio a elas, surgem cenas sobre os primórdios do cinema, capaz de provocar uma pequena lagrima no olho do mais fanático cinéfilo (como eu). Neste momento, é difícil dizer qual o melhor momento do filme, mas talvez seja aquela, onde a jovem dupla, finalmente convence o velho mago e cineasta Mélliès (Ben Kingsley, otimo como sempre) a encarar o seu glorioso passado, É nessa parte, em que Scorsese faz um trabalho de gênio, ao unir as verdadeiras cenas dos clássicos de Mélliès (como Viagem a Lua) com uma reconstituição sobre bastidores da criação dos filmes do diretor de uma forma perfeita, auxiliada com um 3D que surge num momento certo (como a cena do aquário).
É bem da verdade, que o filme talvez venha a emocionar mais aqueles que abraçam o cinema com amor, do que aqueles que buscam algo somente para se divertir, mas o filme funciona para os dois lados, e nunca é tarde para o publico em geral, descobrir os alicerces que criaram o cinema, que se não fosse por elas, não estaríamos hoje em dia curtindo inúmeras historias na tela grande, sejam elas boas ou ruins.
Com elenco que inclui coadjuvantes de luxo como Sacha Baron Cohen (em seu melhor momento desde Borat) e Sr Christopher Lee, A Invenção de Hugo Cabret (assim como o genial O Artista), venha num momento oportuno, para mostrar ao publico atual, que o cinema não nasceu somente para o entretenimento, mas sim para fazer com o que o publico sinta varias emoções, não importando o tipo de tecnologia, desde que ela assista acima de tudo uma boa historia. Pelo visto, irmãos Lumière eram gênios, mas ao mesmo tempo, pensavam pequeno!


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