Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Semana que vem, de terça a domingo, estará acontecendo aqui em Porto Alegre a segunda edição do CLOSE - Festival Nacional de Cinema da Diversidade Sexual. Esse ano, o festival aumenta sua duração para seis dias, e segue com uma programação de filmes e debates muito bacana, dividida em três salas de cinema: CineBancários, Eduardo Hirtz (CCMQ) e Memorial do RS . A maioria dos filmes exibidos no CLOSE são inéditos no Rio Grande do Sul, e não estão disponíveis nem em locadoras ou internet. Assim, são oportunidades únicas de assistir a esses filmes, e que, na maioria das sessões contam com debates após as exibições.
Já na sessão de abertura, teremos o longa Meu Amigo Cláudia, e debate com seu diretor, Dacio Pinheiro. Uma retrospectiva do cinema LGBT brasileiro é feita no média-metragem Cinema em Sete Cores, com a presença do diretor Filipe Tostes. A co-produção Brasil/Dinamarca Rosa Morena é um dos destaques, que contará com o ator Pablo Rodrigues. A Mostra Corpo Militar, através dos filmes Sebastiane (Derek Jarman e Paul Humfress) e Brigada Pára-Quedista (Evaldo Mocarzel) visa abordar a retratação do corpo militar no cinema através de uma perspectiva homoerótica. Ainda vale ressaltar o polêmico Bocage - O Triunfo do Amor (Djalma Limongi), considerado o Calígula brasileiro; e a estréia em Porto Alegre do intenso documentário Olhe Pra Mim de Novo (Kiko Goifman); entre outros. Todos esses filmes c ompõe a Mostra Informativa, de curadoria do paulista Christian Petermann, crítico de cinema da revista Junior.
Por fim, a sempre aguardada Mostra Competitiva de curtas, com curadoria de Marcus Mello, traz os filmes recentes de maior destaque no país dos últimos dois anos, que concorrem a dez prêmios, que serão entregues na noite de encerramento.
E o melhor de tudo: toda a programação do CLOSE é inteiramente GRATUITA! Aumentando, assim, a democratização e o acesso à cultura.
Uma realização do Grupo SOMOS - Comunicação, Saúde e Sexualidade (www.somos.org.br), com produção da Avante Filmes (http://www.avantefilmes.com/).
Mais informações sobre o evento, pelo Cinebancários clicando aqui.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
HIROSHIMA MEU AMOR
Onde hollywood não teve coragem
Sinopse: Hiroshima, 1959. Uma atriz francesa casada (Emmanuelle Riva) veio de Paris para trabalhar num filme sobre a paz. Ela tem um affair com um arquiteto japonês (Eiji Okada) também casado, cuja esposa está viajando. Nos dois dias que passam juntos várias lembranças vêem à tona enquanto esperam, de forma aflita, a hora da partida dela. Ela conta que foi "tosquiada", pois se apaixonou por um alemão (Bernard Fresson) quando tinha apenas 18 anos e morava em Nevers, sendo libertada no dia em que seu amor foi morto, já no final da 2ª Guerra Mundial. Por ter amado um inimigo ela foi aprisionada por sua família numa fria e escura adega e agora, 14 anos depois, novamente sente o gosto de viver um amor quase impossível.
Uma historia, aparentemente, de difícil entendimento, para um publico especifico, que foi baseada nos escritos e com roteiro e dialogo de Marguerite Duras. Bela fotografia, com tons cinzas, de Sacha Vierny, e a musica romântica de Giovanni Fusco e George Delerue, que realçam o realismo poético desta fita de Alain Resnais. Até hoje, está na lista de filmes que serviram de base para influenciar os jovens intelectuais engajados politicamente, nos anos 60. E como os EUA jamais tiveram coragem de criar um filme que retratasse uma de suas maiores manchas do passado, coube o cinema Francês dar conta do recado de uma forma poética e jamais vista. Atenção para o uso do flashbacks, que foi usado de uma forma inovadora para a época.
NOTA: Filme que ficou exibido somente nos dias 22 e 27 desse mês no Cinebancários.
Sinopse: A história de dois amigos que trabalham com a captação de áudio e um terceiro que “toca”, totalmente desafinado, uma espécie de clarineta. Os dois primeiros estão insatisfeitos na nova empreitada e a esposa do "instrumentista" o coloca para fora de casa. Assim, os três se reaproximam.
Exibido no Cinebancários de Porto Alegre, o filme fez parte dos títulos que integra a série de lançamentos da Sessão Vitrine, projeto de distribuição de filmes brasileiros independentes implantados pela distribuidora paulista Sílvia Cruz (que também ocorre na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro). O filme é protagonizado pelos próprios diretores, que por sua vez, criam o que chamam de “cinema de observação”, onde a câmera fica parada durante vários minutos, observando os protagonistas em determinada situação, que por vezes, pode soar cansativo para o publico geral,
Assistir a esse filme, levado pelo titulo (achando que pode ser um filme de terror) é que nem cair numa ratoeira, pois o filme nada tem de fantasmagórico nem nada, unicamente mostra a amizade de três amigos, em meio as suas vidas se afundando ao comodismo, apesar de jamais quererem largar o que mais gostam que, é a musica e a parte técnica do cinema. Então porque o titulo Os Monstros? Seria uma forma de julgar eles, por serem pessoas deslocadas, indo contra a maré e não saberem mais o que fazer na vida a não ser o que gostam e aonde realmente sentem certo prazer? Talvez seja mais ou menos por ai. Mas a pessoa comum que for embarcar nesta historia, é preciso ir com a mente aberta e ter fôlego para digerir certas cenas, e não estou falando de certas cenas fortes nem nada, mas sim, me referindo ao que falei no inicio do texto, que há seqüências que ficam durante vários minutos focando uma terminada situação, que por vezes não acontece nada, e, portanto, exige a paciência da pessoa comum, que vai para o cinema unicamente se entreter, mas que acaba dado de cara com o cinema mais experimental e (por que não) original.
Mas vale a pena assistir? Com toda a certeza. Porque vai contra as nossas expectativas, principalmente por ser um filme que passa uma imagem crua do dia a dia de pessoas em busca dos seus sonhos, mas que nunca alcançam, e já que não há outro jeito, então se entregar ao prazer do seu hobby. A cena final, alias, é um exemplo disso, tanto, que por alguns momentos sentimos o prazer que os protagonistas sentem enquanto tocam a musica com os seus instrumentos, e ao termino do ensaio, parecem todos cansados, como se tivessem saído de uma orgia. Uns ficaram anestesiados, outros vão até rir por ter pagado para assistir isso, mas todos terão a certeza, que assistiram algo bem diferente do convencional.
Daniel Accioly está produzindo, junto com alguns parceiros, um documentário sobre a canção "Você não soube me amar". É uma história muito legal para músicos e para aqueles que gostam de música ou mesmo de uma boa história. Estão buscando parceiros para finalizar o doc e colocar ele em festivais. O único apoio que tiveram é de uma produtora que emprestou equipamentos em troca de propaganda. Estão enviando para os principais veículos de comunicação para tornar o projeto conhecido e, assim, quem sabe atrair apoios. Estão trabalhando para lançar o filme em 2012, ano em que se comemorará 30 anos do lançamento do primeiro disco da Blitz.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
DESPREZO
BARDOT, BARDOT, BARDOT
Sinopse: O Desprezo conta a história da crise de um casal em uma viagem à Itália que acaba mal. Camille (Brigitte Bardot) tem a impressão de que seu marido não lhe ama mais. Paul Javal, seu marido, é um roteirista que, para garantir o conforto da esposa e evitar o rompimento da relação, aceita escrever uma nova adaptação da obra grega "A Odisséia" para o cinema. Primeiro, nascem à dúvida e o desprezo em Camille e depois vem a incompreensão e a raiva de Paul. Diferente do livro de Homero, não é Ulisses que vai embora e abandona sua amada Penélope.
Baseado no romance de Alberto Moravia, um dos filmes mais fáceis de Godard, com uma narrativa linear e tratamento de tragédia grega. Bardot no auge da beleza tem o seu corpo generosamente dissecado pela câmera e ao mesmo tempo nos apresenta um dos seus melhores papeis de sua carreira bem sucedida. Assim como em Acossado, Godard explora a relação amorosa de um casal em um único cenário, mas em vez de somente um quarto, vemos o casal central andando em vários cômodos da casa, discutindo sua relação que está à beira do fim, enquanto a câmera somente segue ambos, assim como o espectador. O filme em si, também é uma homenagem ao próprio cinema que Godard faz, principalmente com a cena inicial totalmente inusitada, mas que da uma vaga idéia do que vira a seguir. Atenção para participação para lá de especial do diretor Fritz Lang, (Metropolis) fazendo ele propio em meio às gravações de Ulisses. Uma homenagem de um mestre para outro mestre.
Chegamos a mais um final de semana e com diversas opções no cinema, apesar de que ainda (e por um bom tempo) o circuito está tomado pelo novo capitulo de Crepúsculo, que apesar de ter faturado alto, tanto aqui como lá fora, esta rendendo as piores criticas de toda a serie. Uns se arriscam a assistir, mesmo não sendo fã, outros não querem nem pensar em assistir, nem que a namorada chore por querer ver. Quem for esperto, opções não faltam, como Happy Feet 2, que apesar de ser um seqüência dispensável, é ideal para toda a família ir junto. Destaco também, o grande numero de documentários que estrearam em nossas salas, e se você ver embaixo, verá que há inumeras opções. Provando que o genero não se vive apenas de Michael Moore.
Lembrando, que além de toda essa lista ai embaixo, até domingo, tem exibição O Monstro, no Cinebancários, e Dialogo com Almodóvar, na Usina do Gasômetro, que reúne dois grandes clássicos dos filmes de horror, e que serviu de base para o novo filme de Almodóvovar.
Como vêem, quem esta a fim de ficar longe de vampiros florescentes, opções é o que não faltam. Confiram:
Happy Feet 2: O Pinguim 3D
Sinopse: Seqüência do sucesso ganhador do Oscar de Melhor Animação Happy Feet 2 leva o público de volta às paisagens magníficas da Antártica. Mano e Gloria agora tem um filho Erik que se esforça para encontrar seus próprios talentos no mundo do Pinguim Imperador. Porém novos perigos ameaçam a nação pingüim e todos vão precisar trabalhar e dançar para salvá-la.
Assalto em dose dupla
Sinopse:Tripp caminha em um banco quando duas gangues diferentes uma claramente feita por profissionais e a outra por uma dupla de palhaços involuntariamente aparecem para um assalto. Tripp aborda a bonita caixa do banco Kaitlin para protegê-la. O sistema de segurança do banco inicia o bloqueio do final do dia e tranca todos dentro do prédio. Durante a noite um hilariante jogo de gato e rato segue enquanto Tripp e Kaitlin tentam salvar o dia.
Não Sei Como Ela Consegue
Sinopse: Kate é o exemplo perfeito da mulher moderna: trabalha fora de casa educa dois filhos cuida do marido e de si mesma. Tudo vira de cabeça para baixo com o chegada de um novo e charmoso colega de trabalho Jack. E agora conciliar amor trabalho e família: será que ela consegue?
Evóe - Retrato de um Antropógrafo
Sinopse: Um filme que mistura de forma labiríntica depoimentos recentes e imagens históricas da carreira do o diretor, ator e dramaturgo Zé Celso, do Teatro Oficina. O documentário adquiriu o seu verbo principal em quatro viagens a pontos chave da trajetória do Zé: Sertão da Bahia, Praia de Cururipe em Alagoas (onde o Bispo Sardinha foi devorado), Epidaurus e Atenas, na Grécia e o apartamento de São Paulo.Com acesso livre ao infindável e sempre crescente arquivo de imagens e sons do Grupo Oficina, misturados com imagens contemporâneas,constrói-se aqui uma visão muito particular de uma das maiores personalidades das artes do Brasil de todos os tempos. O filme pode ser exibido de forma cíclica, pois não tem um começo e com certeza nunca terá fim.
Dawson Ilha 10
Sinopse: Em 1973, o general Pinochet lidera o golpe de estado que depõe o governo democrático de Salvador Allende no Chile. Os ministros e autoridades depostas tornam-se presos políticos dos militares e são levados para a ilha Dawson, no extremo sul do país, utilizada como campo de concentração da ditadura chilena. Lá os presos políticos são submetidos a violentos interrogatórios, trabalhos forçados, constantes torturas físicas e psicológicas. Dawson Ilha 10 representa um momento histórico que se propagou por toda América do Sul.
O Dia Em Que Eu Não Nasci
Sinopse: Durante uma passagem por Buenos Aires, Maria reconhece uma canção de ninar e estranhamente se sente familiarizada com a cidade, ao comentar sobre esse sentimento com seu pai ela fará uma descoberta que mudará sua história.
O Jardim das Folhas Sagradas
Sinopse: Salvador. A expansão imobiliária da cidade, decorrente de sua modernização, faz com que o candomblé, tradicional religião afro-brasileira ligada à natureza, seja afetada. A causa é que o candomblé pede a existência de lugares amplos e naturais, para a realização de sua liturgia. É neste contexto que Miguel Bonfim (Antônio Godi), um ex-bancário que é filho de uma yalorizá e um jornalista de esquerda, decide criar o Jardim das Folhas Sagradas. Sem conseguir um local na cidade, ele decide montá-lo na periferia. Por questionar o sacrifício de animais, Bonfim resolve fazer um terreiro modernizado e descaracterizado. Só que esta decisão lhe traz graves conseqüências.
Prova de Artista
Sinopse: Prova de Artista acompanha o dia-a-dia de cinco jovens e talentosos músicos em suas audições, estudos e ensaios para orquestras de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. O filme revela os conflitos, a paixão e a disciplina envolvidos na escolha de seguir a vocação artística.
REIDY, A CONSTRUÇÃO DA UTOPIA
Sinopse: O documentário aborda a trajetória do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, nascido em Paris e radicado no Rio de Janeiro, desde os anos 1930 até a construção do Aterro e Parque do Flamengo, em que retorna à cidade como tema central de sua arquitetura. Textos do próprio arquiteto mostram suas alegrias, decepções e vitórias, além de sua contribuição para o Rio de Janeiro nos tempos modernos. Sua obra é debatida nas entrevistas exclusivas do urbanista Lucio Costa, para quem Reidy era o mais elegante e civilizado de sua geração.
Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”
Jules e Jim — Uma Mulher para Dois
OS DESEJOS INTIMOS DE TRUFFAUT
Sinopse: O filme conta a história de Jules, um alemão ingênuo, e Jim, um francês do tipo elegante e sedutor. Eles são amigos e se apaixonam pela mesma mulher.
Ao lado de Os Incompreendidos, esse, talvez, seja a maior obra prima de François Truffaut. Aqui ele cria um triangulo amoroso inusitado e a frente da sua época, que criara situações de proporções arrasadoras, em meio a uma fotografias primorosa e cenas inesquecíveis (a cena do trio correndo juntos é inesquecível). Henri Serre, Oskar Werner e Jeanne Moreau fazem seus papeis como se fossem os últimos de suas vidas e Moreau é a que mais se sobressai, numa interpretação completa e intensa. Uma das musicas temas do filme foi cantada pela própria atriz, numa determinada cena, e se tornou clássica. Se muitos quiserem embarcar no cinema francês comece por esse então, pois anos mais tarde, o filme serviu até mesmo de base para a criação de outros filmes posteriormente, como o filme Três Formas de Amar, dos anos 90.
Curiosidade: Refilmado como Willie e Phil - Uma Cama Para Três (1993).