UM PASSEIO, PELO ONTEM E HOJE NA CIDADE DA LUZ
Sinopse: Gil, que viajou com a noiva para França, é um romancista frustrado que, apaixonado pela Paris dos anos 1920, viaja no tempo.
Wood Allen se tornou um vinho, melhorou cada vez mais depois de velho. Nos últimos anos, o diretor surpreendeu com seus novos filmes, onde ele simplesmente se desprendeu do território americano, para daí então criar suas historias em diversas partes do globo. O resultado disso são filmes que apresenta todos os ingredientes que consagraram o diretor, mas de uma forma renovada e bem revigorada. Depois de Barcelona, Londres, agora é a vez de Paris, onde já nos primeiros minutos, o diretor mostra os principais pontos turísticos da capital da França, numa espécie de homenagem e respeito à cidade, que nas mãos do diretor, se torna uma cidade mágica, literalmente falando.
Ao andarmos juntos com o protagonista (Owen Wilson) após a meia noite, a trama toma um rumo inesperado, onde a época em que o protagonista mais sente nostalgia (1920) cai diretamente no seu colo, e mesmo ele não se dando conta, acaba se encontrando com pessoas que ele muito admira daquele tempo, tanto da literatura, como da pintura, mas no meu caso, nada me preparou para aparição de dois ícones da arte e do cinema, Luis Buñuel e Salvador Dali. Ambos têm aparições rápidas, mas para cinéfilos de carteirinha, é um prato cheio, principalmente quando o protagonista aconselha Buñuel a fazer um determinado filme, de pessoas que simplesmente não conseguem sair de uma sala. Quem é cinéfilo, ira entender a piada de imediato.
Para representar os ícones do passado, Allen recheou o filme de grandes astros para representá-los, que mesmo alguns em pouco tempo em cena, roubam o filme, como no caso de Kathy Bates, Marion Cotillard(linda e talentosa como sempre), Adrien Brody, etc. Todos passam uma mensagem bastante interessante para o protagonista, onde cada um deles admira determinada época (1820, por exemplo), dizendo que aquilo era a idade do ouro para eles. Para o protagonista, os anos de 1920 é o que são a idade do ouro, o que não deixa de ser interessante, já que os ícones começam a se referir a propia época deles, como um tempo movimentado e que a vida esta passando rápido demais, o que acaba sendo irônico, pelo fato que a maioria das pessoas atualmente reclama disso. Ou seja, não importa se seja no passado ou no presente, os problemas do cotidiano sempre estavam lá, só mudou a forma de se andar e na maneira de se vestir. Portanto a vida deve ser bem desfrutada, não importa os problemas do mundo atual que o deixam agitado, e só com essa mensagem, o filme é recomendado para todos, sejam fãs ou não do diretor.
Se há um ponto fraco em tudo isso, é no fato do filme ser curto e terminar bruscamente, mas talvez o problema seja eu, reclamando de barriga cheia, ou simplesmente com o desejo de caminhar novamente com o protagonista nos anos 20 e cruzar com um dos meus ídolos do passado.