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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 9

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

A CHINESA
Sinopse: Enquanto discute sobre temas como Mao, Revolução Chinesa e o Socialismo, um grupo de estudantes franceses planeja ações terroristas.
Talvez, o filme mais profético de Gobard. Isso deve ao fato desse filme ter sido lançado em 1967, um ano antes da juventude pré-revolucionária que protagonizaria os episódios de desobediência civil na França. Visto hoje, é um claro protesto em forma de filme que o diretor criou contra o que achava errado com o que estava acontecendo com o seu país na época.
O primeiro ato do filme já mostra o que irá vir a seguir, como no caso as palavras “Um filme em construção” que se lê em azul depois do prólogo onde várias coisas são ditas e faz um breve resumo do que virá a seguir. Assim como “Uma ou duas coisas que eu sei Dela” em que Gobard surpreende ao criar uma espécie de falso documentário, aqui ele não separa ficção e realidade, e com isso, sua voz aparece com entrevistador no primeiro ato da trama, e para a surpresa de todos, á câmera que estava filmando Jean Pierre Leaud aparece sem mais nem menos. Vendo esse momento acontecer, da entender que o diretor queria desconcertar o espectador, fazendo eles pensarem que estavam vendo mais que um filme, mas algo que precisava ser dito, de um forma até então inédita e fora do convencional.
Atualmente, o filme não é o dos mais populares do diretor, talvez pelo fato da obra ter ficado muito presa ao que estava acontecendo naquele ano e visto hoje, soa um tanto que pretensiosa e ambiciosa demais, mas ao mesmo tempo representa o que ele sempre foi quando ainda era jovem, um diretor ousado e sem limites e que não dava a mínima por onde pisava.


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Cine Dica: Em DVD: TURNÊ

Sinopse: Joachim (Mathieu Amalric) é um ex produtor de televisão francês que largou tudo para recomeçar a vida na América. Lá formou um grupo de showgirls que agora prepara uma grande turnê pela França. Apesar dos hotéis vagabundos e da falta de dinheiro, as moças não se deixam abalar e fazem muito sucesso, esbanjando um mundo de fantasia repleto de hedonismo e ternura.
Dirigido pelo ator e diretor Francês Mathieu Amafric (O Escafandro e a Borboleta), o filme ganhou o premio de melhor direção em Cannes. É curiosa a corajosa encenação das garotas no filme, pois algumas delas, nem bonitas são, mas como elas não sabem fazer mais nada, além disso, o filme é sobre a luta de um pequeno grupo em busca de uma luz própria em cada show que se apresentam em cada cidade, mesmo passando por ridículo algumas vezes. Destaque pelo bom desempenho de Mathieu Amalric, que interpreta o personagem que lidera esse grupo, e que ao mesmo tempo tenta de todas as formas não deixar de ser pai para os seus filhos, mesmo com o corre e corre do show business.

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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 8

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

Bando a Parte
Sinopse: Dois rapazes planejam um roubo e convencem uma estudante a ajudá-los.
Na época, alguns críticos falaram que esse filme de Godard era indicado para pessoas que não gostam de Godard. Talvez essa seja a melhor forma de definição a esse curioso filme da fase mais elogiada do diretor francês. Por ter sido filmado com poucos recursos, durante um período curto de 25 dias, Bando à Parte exala um lado mais despretensioso dos trabalhos assinados por Godard, sem abandonar o aspecto experimental. O resultado é um casamento perfeito entre ousadia e simplicidade narrativa, mas mantendo formulas que ele já havia usado em seus filmes anteriores.
Em “Acossado” (1960), por exemplo, o protagonista dirigia-se ao público varias vezes, falando diretamente para a câmera. Em Bando à Parte, Godard aprofunda a idéia de maneira mais bem-humorada, abandonando as brincadeiras com as imagens e rompendo o conceito de realismo através da edição de som – daí as experiências parecerem menos radicais e invasivas. Ele envia piscadelas ocasionais em direção ao público, lembrando-o (com um sorriso no canto da boca) sobre o caráter ficcional da narrativa. A cena mais recordada do filme é um exemplo. Ela ocorre quando há interrupções do som ambiente da cena em que o trio dança num bar, para a introdução de “pensamentos” dos três personagens. Sem falar da cena em que os amigos decidem cruzar o Museu do Louvre correndo pelas galerias, momento homenageado por Bertolucci em Os Sonhadores (2003) e lembrado com saudade por dúzias de cineastas.
Bando à Parte serviu de inspiração para muitos cineastas ao longo dos anos, como no caso de Quentin Tarantino que sendo fã do filme, exerceu influência fundamental no trabalho mais conhecido do norte-americano, Pulp Fiction (1994) – a cena em que Uma Thurman desenha um quadrado com os dedos e a forma geométrica é “riscada” na tela por uma caneta invisível poderia muito bem ter saído da longa-metragem de Godard, sem falar da lembrada seqüência de dança entre Uma e John Travolta, que remete diretamente à já citada seqüência da dança no bar em Bando à Parte. Observe, também, como Godard filma a atriz Anna Karina, então namorada dele, de forma apaixonada, assim como Tarantino fazia com Uma Thurman.
Não querendo dar braço a torcer, Godard certa vez disse (para criticar Quentin Tarantino, que se inspirou nesta obra para batizar sua produtora) que este era seu pior filme.
Além de tudo isso, a longa-metragem consegue capturar muito bem o universo vulgar das novelas policiais pulp baratas, onde Godard ia sempre buscar inspiração. O guarda-roupa (sobretudos cinzentos e chapéus), a ambientação cênica (bares cheios de fumo) e os personagens de moral duvidosa aproximam o trabalho aos amados filmes de gangsteres que o realizador francês tanto elogiou, quando era crítico da revista Cahiers du Cinèma. A narração em off, sempre irônica, ainda chega a prometer uma continuação que nunca veio. Afinal de contas, Godard nunca cedeu aos apelos da indústria cinematográfica. Não seria neste filme que ele cairia na tentação, diferente de muitos cineastas que atualmente fazem sequencias (na maioria das vezes) por ambição. 

Weekend à Francesa
Sinopse: Um casal azarado que vive tentando matar um ao outro, viaja para o campo. Por causa do comportamento de todos com que encontram, a viagem acaba por se tornar um pesadelo de acidentes, terrorismo e guerra civil.
Mais um filme em que Jean-Luc Godard faz um ataque sobre a sociedade francesa contemporânea, só que desta vez de uma forma bem abstrata, onde tudo pode acontecer. Uma odisséia anárquica seria mais apropriado, porque o quadro que Godard pinta é uma imagem profundamente perturbadora de um mundo que está em processo de desintegração das forças do capitalismo. Atualmente, o filme é mais recordado pela longa seqüência de dez minutos de duração em que a câmara segue lentamente ao longo de uma aparentemente interminável fila de trânsito numa estrada do país, cuja paz é arruinada pela loucura das buzinadas revoltadas.
Curiosamente esse filme tem sido bastante comparado com o filme de Buñuel, O Discreto Charme da Burguesia. Ambos retratam a classe média como um inimigo da sociedade. A abordagem de Godard é, no entanto, muito mais política, como sempre foi na maioria dos seus filmes. Ele vê a burguesia não apenas como um objeto do ridículo, mas como algo perigoso para a sociedade, uma ferida que deve ser cicatrizada se a humanidade querer ter qualquer esperança de felicidade futura.


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Cine Dica: Lançamento em DVD e Blu-Ray: THOR

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 7

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

Masculino-Feminino

Sinopse: A relação entre dois jovens, um militante e uma cantora, em meio às transformações ideológicas e comportamentais na França dos anos 60, momentos antes de Maio de 68.
Algumas pessoas mal informadas acabam dizendo que assistindo a um filme de Jean-Luc Godard é como assistir no final das contas toda a sua filmografia, isso porque sempre quando forem assistir outros de seus filmes sempre encontrara a mesma coisa. Claro que eu da minha parte discordo completamente, mas a um motivo para essas pessoas mal sintonizadas pensarem dessa forma. Muito se deve ao fato do diretor sempre tocar nas feridas da época como a política que se dividia entre a esquerda e a direita, ao mesmo tempo em que começou a surgir cada vez mais inúmeros grupos de jovens que representavam ambos os lados e que acabavam por gerar esses conflitos.
Em meio a isso surgiam certas revoluções, tanto culturais como de costumes e é ai que esse genial filme toca no assunto sobre a difícil vida do homem daquele tempo de tentar de todas as formas interagir com a mulher numa época em que cada vez mais ela se torna independente. E assim, o diretor cria uma historia original em meio a esses diversos assuntos, e isso é muito bem retratado no jovem casal central, interpretados de forma brilhantes pelos atores Jean-Pierre Léaud e Chantal Goya cujos diálogos beiram ao surrealista e ao mesmo tempo com um humor negro que até hoje não envelheceu.
Jean-Pierre Léaud, por exemplo, possui momentos sublimes e ao mesmo tempo seu personagem não foge muito do padrão adotado em outro personagem em que ele interpretou por anos apartir do filme Os Incompreendidos de François Truffaut. Tanto, que por alguns momentos inclusive, vemos os mesmos trejeitos do personagem Antoine neste personagem que aqui ele interpreta, o que não significa que ele ficou marcado por um único personagem, muito pelo contrario, mas essa sempre foi a forma de Jean atuar e não é por isso que será rotulado como um ator limitado.
No final das contas, Masculino, Feminino é um excelente filme da 'nouvelle vague' francesa, e se pensarmos bem, era algo bem a frente do seu tempo e ao mesmo tempo um verdadeiro retrato das mudanças das relações amorosas que estavam surgindo, Coisa que o cinema americano demorou para engrenar e mostrar em suas telas.

Curiosidade: A bela Brigitte Bardot (que havia trabalhado com o  diretor em Desprezo)  faz uma pequena ponta numa seqüência rodada num Café parisiense.


Duas ou três coisas que eu sei  Dela
Sinopse: O "Dela" no título do filme se refere à Paris dos anos 60, um retrato da sociedade de consumo, em meio à pobreza das massas e conflitos como a Guerra do Vietnã. Um dos exemplos dessa atmosfera é Vlady, uma dona-de-casa que se divide entre cuidar da família e a prostituição, o meio mais fácil que encontra para poder ganhar dinheiro e satisfazer suas necessidades mais frívolas. 
Novamente, Jean-Luc Godard faz um retrato sobre a cultura e as mudanças que as pessoas estavam passando naquele tempo na França, só que dessa vez, a sensação que temos é que Godard tinha a intenção de pegar a sua câmera e sair pelas ruas em busca de historias para serem contadas. Poderia ter sido muito bem um documentário criado por ele na época, mas da à sensação que em ultima hora, ele decidiu convocar atores para que interpretassem os personagem que se cruzariam durante a trama, e por algum momento, elas paravam em frente a câmera e começavam a relatar o seu dia a dia na cidade. De uma forma geral, podemos deduzir que as inúmeras historias contadas durante o longa, podem muito bem serem historias reais de pessoas comuns da frança daquele tempo.
Tanto se fosse com pessoas reais, ou com atores, o resultado seria o mesmo, um filme de Godard com sua visão particular da França da época, mas sempre com a sensação de estarmos vendo algo de novo. Sempre ele se inovou, mesmo tocando no mesmo assunto diversas vezes.


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Cine Dica: Lançamento em DVD e Blu-Ray: Piratas do Caribe: Navegando nas Aguas Misteriosas

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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Cine Dica: Em Cartaz: Werner Herzog: Sou o que são meus filmes

Do dia 06 a 21 de setembro, o Cine Bancários e a Sala PF Gastal estarão exibindo (com entrada franca) Mostra “Werner Herzog: Sou o que são meus filmes”.
Por aqui, estarei postando sobre os filmes que eu for assistindo e falando um pouco de cada um deles. Já adianto que as obras de Herzog são no mínimo incomuns, portanto, recomendo e muito que elas sejam vistas na tela grande, porque não é sempre que temos essa grande oportunidade.


O DIAMANTE BRANCO
SINOPSE: O Diamante Branco, de Werner Herzog - Amazônia, 1992: um acidente com um protótipo de dirigível criado pelo cientista britânico Graham Dorrington mata seu amigo e diretor de filmes ecológicos, Dieter Plage, enquanto filmava animais selvagens junto ao Rio Amazonas. Doze anos depois, Werner Herzog retorna à região ao lado de Dorrington, disposto a fazer uma segunda tentativa. Melhor documentário pelo New York Film Critics Circle.
Sendo um filme de Werner Herzog já podemos ter uma idéia do que esperar dessa produção, pois o que todos os seus filmes tem em comum é mostrar pessoas que buscam a realização dos seus desejos e ao mesmo tempo enfrentam seus próprios limites, mesmo que isso possa lhe custar muito. Ou seja, vemos nos personagens apresentados em seus filmes um reflexo do próprio diretor do que ele faz, que é simplesmente busca meios para tentar se desafiar ou buscar alguém para se espelhar. E a bola da vez nesta produção de 2004 foi o cientista britânico Graham Dorrington, uma pessoa completamente obstinada em atravessar o Rio Amazonas com um dirigível.
Embora nos estejamos vendo o lado meio que excêntrico de Graham, ao mesmo tempo ele demonstra que tem pleno conhecimento do que ele faz é perigoso e que tudo tem seus limites, mas ao mesmo tempo, quanto mais ele sente que algo lhe impede de realizar o seu desejo, mais ele quer ir em frente, principalmente por talvez buscar redenção e fazer as pazes com o passado quando perdeu o seu amigo Dieter Plage numa tentativa no passado.
Como sempre, o filme explora bastante a natureza do lugar e Werner busca pela câmera as melhores cenas em retratar tanto a natureza como também os perigos que ela traz consigo. Em determinados momentos ficamos aflitos pelo destino dos protagonistas do documentário, principalmente pelos personagens secundários que surgem na tela, como um nativo do lugar que vive com suas galinhas e ajuda o resto do grupo, se interagindo e fazendo parte desse sonho de Graham.
Um filme indispensável para quem é fã do diretor e sabe muito bem o que esperar da produção.


Mais informações sobre os dias e horários das sessões vocês encontram nos blogs do Cine Bancarios e Sala P.F. Gastal clicando aqui e aqui.


 
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