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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 3 de junho de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Furiosa: Uma Saga Mad Max'

Sinopse: Filme que conta a origem de Furiosa e os motivos que a levaram a se tornar o que se tornou.  

George Miller entrou para lista dos principais cineastas do mundo ao realizar a trilogia clássica "Mad Max" (1979 - 1985). Trinta anos depois ele surpreendeu novamente com o seu "Mad Max - Estrada Fúria" (2015), filme vencedor de seis Oscars e que é sem sombra de dúvida um dos melhores filmes nestes primeiros anos do século vinte um.  Eis que então o realizador retorna a esse universo apocalíptico em "Furiosa - Uma Saga Mad Max" (2024), longa que não supera a obra anterior, mas que novamente nos dá aulas de como se faz um belo filme de ação.

A trama se passa anteriormente aos eventos que a gente havia testemunhado no longa anterior. Aqui vemos a origem de Furiosa, sendo interpretada pelas atrizes Alyla Brownee e posteriormente por Anya Taylor-Joy, onde vemos como ela foi raptada do seu lar por lacaios do senhor da guerra Dementus (Chris Hemsworth). Buscando vingança, Furiosa se cria em meio aqueles que um dia ela mesmo terá que enfrentar ao lado de Mad Max.

Diferente do filme anterior, George Miller decide tirar o pé do acelerador, ao menos na primeira hora de filme, pois ele deseja que a gente entenda a construção de origem da personagem Furiosa. Por um momento até achamos que não estamos vendo um filme do realizador, já que os elementos que moldam a protagonista nos são apresentados de forma gradual, como se ele quisesse que as justificativas do olhar cheio de dor e ódio da protagonista fizessem algum sentido para nós. Neste último caso o resultado acaba se tornando eficaz, pois a transição entre as duas atrizes que interpretam a personagem quase não é sentida, pois ambas carregam o mesmo olhar de peso que ela  obteve ao longo de sua jornada.

Infelizmente o realizador peca um pouco com o uso do CGI, ao menos na primeira hora do filme, onde claramente se vê que várias passagens da trama foram filmadas em estúdio e diminuindo assim a sensação de peso que tinha em abundância no filme anterior. Mas isso acaba sendo um pouco contornado pelo fato dos mais diversos tipos de absurdos que aquele mundo pós-apocalíptico nos é apresentado se tornem uma cortina de fumaça e evitando que o CGI não nos incomode muito. Porém, quando o realizador coloca a Máquina de Guerra na pista é então que retornamos ao que há de melhor na saga Mad Max.

Embora não tenha aquela aceleração quase enlouquecedora de "Estrada da Fúria", as cenas de ação são muito bem filmadas, sendo que a primeira cena de Anya Taylor-Joy com a Máquina de Guerra é digna de nota. É neste ponto, por exemplo, que surge Praetorian Jack (Tom Burke), personagem que possui todos os traços de um guerreiro da estrada assim como Mad Max e que se tornará grande aliado para a protagonista, mesmo nos momentos desesperadores e que irá desafiar a força de vontade da própria. Falando em Mad Max, aguarde pela rápida, porém, importante aparição do personagem e nos dando a entender que ele sempre esteve por perto dos principais eventos dessa terra devastada.

Vale salientar que o filme fortalece ainda mais os tempos do subgênero "bikes movies", onde as tramas eram quase sempre envolta de gangues e arruaceiros com as suas motocicletas envenenadas e que fizeram bastante sucesso nos anos setenta. George Miller fortaleceu esse tipo de filme com a sua trilogia original e, assim como o filme anterior, elas retornam aqui com força e nos brindando da maneira de como devem ser feitas as cenas de ação de verdade com essas máquinas. É uma pena, portanto, que nem todos irão captar a verdadeira mensagem com relação a elas, pois está mais do que na hora do CGI ser deixado totalmente de lado e voltarmos para um cinema mais cru e cheio de realismo.

É claro que é um filme que não agradará a todos, principalmente para aqueles que prezam por filmes mais convencionais, ou até mesmo por aqueles que somente aceitam o universo de Mad Max com o astro original que foi Mel Gibson. Outro fator que gerará debate é a interpretação de Chris Hemsworth como vilão principal, sendo que o seu trabalho nos soa caricato em diversos momentos e nos fazendo até mesmo rir do que temer a sua presença. Não sentimos ódio ou raiva quando surge o personagem, mas somente através de Furiosa que deseja a sua vingança e  o que torna outro ponto negativo para o longa.

Para concluir, o filme vem em um momento que não sabemos ao certo onde o cinema irá parar. Em tempos de esgotamento do CGI, além de outros gêneros que se encontram meio moribundos, George Miller vem para nos dizer que cabe usar as velhas fórmulas de sucesso como se fazia antigamente, mas também usá-las com que há de melhor com a tecnologia atual, desde que não polua a trama. Não é uma tarefa fácil, sendo que requer até mesmo gastos astronômicos, mas tudo é válido para talentos que amam o cinema como um todo.

"Furiosa: Uma Saga Mad Max" é George Miller e cinema puro na veia e onde não há espaço para sutilezas em meio a crise que a Hollywood atual enfrenta. 

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sexta-feira, 31 de maio de 2024

Cine Especial: Revisitando 'O Planeta dos Macacos'

O tempo destrói tudo, mas ao mesmo tempo revitaliza aquilo que foi criado a frente da sua época. Filmes, por exemplo, quando são bem-feitos e cuja proposta nos faz pensar como um todo, sobrevivem ao teste do tempo mesmo quando o longa já existe há uns cem anos. Quando uma obra dialoga com os dilemas perante as adversidades, pensamentos e acontecimentos do mundo real, a obra tende a não falar somente sobre o período em que foi criado, como também dialogar com o tempo em que vivemos. Em tempos atuais em que cada vez mais a discussão política está inflamada, gerando divisão entre classes e misturando a religião como um todo, se abre uma janela desoladora com relação ao nosso próprio futuro.

A ficção cientifica é um terreno que não fala sobre um possível futuro, mas sim fala sobre o nosso presente e sabendo se alinhar com que nos espera futuramente. Os erros do passado são colocados em pauta em nosso tempo e fazendo assim se abrir um leque de diversas possibilidades e das quais geram diversos debates. "O Planeta dos Macacos" (1968) é um desses casos em que os anos passam, mas se mantém mais atual do que nunca graças ao seu teor político, reflexivo e de como ainda não evoluímos para continuarmos existindo.

Baseado no romance de Pierre Boulle (autor da Ponte do Rio Kwai) que julgava a história infilmável para a época. Acabou se tornando um triunfo dos roteiristas Michael Wilson e Rod Serling (criador do seriado Além da Imaginação) e de Schaffner. Rendeu quatro continuações e duas series de TV, uma delas como desenho animado. Ganhou um Oscar especial de melhor maquiagem para John Chambers. Com personagens cativantes, o grande destaque fica para o casal de macacos Cornelius (Roddy McDowell) e Zira (Kim Hnter) que seriam peças importantes de toda a saga. O filme em si, era um retrato do medo daquela época perante as mudanças que poderiam surgir futuramente e ao mesmo tempo uma espécie de critica a hostilidade, crenças e a guerra uns contra os outros. Tudo moldado num único filme e que se encerra com chave de ouro devido à inesperada cena final que entrou para história do cinema.

Isso ainda é pouco perante o peso que o filme carrega, principalmente quando ele é revistado em cada revisão. Nota-se, por exemplo, o lado descrente de Taylor, interpretado pelo ator Charlton Heston, que embarcou em uma missão para descobrir vida fora da terra, pois nada nela o prendia devido ao caminho que a humanidade estava vivendo. Eram tempos em que o mundo ainda estava se cicatrizando devido as feridas da Segunda Guerra, os tempos de Guerra Fria já assombravam e a Guerra do Vietnã se tornaria um duro golpe do mundo real contra o os americanos. Revendo a obra atualmente nota-se que nada mudou, a humanidade não evoluiu, retrocedendo cada vez mais, discursos políticos inflamando ainda mais a situação ao invés de ajudar, guerras acontecendo a todo momento e nos colocando sempre à beira da extinção.

Claro que o estúdio Fox da época sempre tinha ambição de atrair um grande público devido a curiosidade em vermos macacos sendo os verdadeiros protagonistas da trama. Contudo, acho que nem eles esperavam tamanho teor político, religioso e o temor que muitos tinham naqueles tempos sendo levados as telas. Franklin J. Schaffner, por outro lado, fez o que pode em termos de ação para época, já que os estúdios sofriam certa crise naqueles tempos, mas isso não o impediu de criar momentos até mesmo frenéticos para os padrões da época. A cena de ação em que surgem os primeiros macacos montados em cavalos e caçando seres humanos com certeza pegou todos na época desprevenidos.

Esse momento, aliás, se torna ainda mais impactante graças a sua trilha sonora composta pelo maestro Jerry Goldsmith, que soube criar uma atmosfera mórbida principalmente quando surge os primeiros macacos. Quando a câmera foca pela primeira vez os rostos deles há um ensurdecedor som vindo de uma corneta e sintetizando o teor absurdo da cena. O peso dela se torna ainda maior graças a expressão de Taylor que não consegue acreditar no que está havendo em meio ao caos.

Não são meramente atores que vestem uma máscara, mas sim a mais pura maquiagem que levava horas para serem feitas nos seus rostos. Um ano antes, John Chambers havia criado uma cena teste com os atores para ver como ficaria e sendo o que foi visto era o mais próximo do clássico episódio The Eye of The Beholder da série "Além da Imaginação", mas cuja trama era algo completamente diferente. O simples teste serviu de exemplo de como a maquiagem poderia ainda evoluir e o resultado foi visto nas telas de cinema.

Mas, acima de tudo, o filme sempre será lembrado ao possuir um dos finais mais impactantes da história do cinema. Quando a Dra. Zira pergunta ao Dr. Zaius o que Taylor acharia além da zona proibida imediatamente ele responderia "o seu destino". Destino esse não somente do protagonista, como também da própria humanidade e sendo representada pela famosa cena em que o protagonista encara a terrível verdade ao ver a Estátua da Liberdade encravada na praia. O grito de revolta de Taylor não somente horrorizou as plateias dos anos sessenta, como ele ainda hoje ecoa nos dias de hoje ao nos darmos conta que não melhoramos em nada e o temor pela extinção se torna ainda forte a cada dia.

"O Planeta dos Macacos" é uma obra prima atemporal e que se fortalece ainda mais a cada revisão.           


"Cuidado com a besta homem, pois ele é o peão do diabo. Sozinho entre os primatas de Deus, ele mata por esporte, prazer ou cobiça. Ele matará o seu irmão para ficar com a sua terra. Não o deixe procriar em grandes números pois ele transformará em deserto a sua terra. Enxote-o, faça-o voltar ao seu lugar na selva... pois ele é o mensageiro da morte."  


29ª escritura, 6º verso da Lei do Planeta dos Macacos  

(Planeta dos Macacos: O Homem que veio do futuro - 1968) 


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quinta-feira, 30 de maio de 2024

Cine Dica: Streaming - 'Bob Marley: One Love'

Sinopse: O jamaicano Bob Marley supera as adversidades para se tornar um dos o músicos mais famosos do mundo.

As cinebiografias de artistas do universo da música obtiveram grande sucesso através do público, mesmo quando as mesmas possuam alguns defeitos. Por melhor que seja, por exemplo, "Bohemian Rhapsody" (2018), o filme omitiu muitas passagens e distorceu alguns pontos especificos sobre a vida e a obra de Freddie Mercury. Já "Bob Marley: One Love" (2024), segue para um caminho parecido, mesmo possuindo a ideia primordial que o artista sempre passava em vida.

Dirigido por  Reinaldo Marcus Green, o filme conta a história de Bob Marley  (Kingsley Ben-Adir), ícone que revolucionou reggae. O longa reconta os importantes feitos do cantor para seu país a Jamaica, assim como as adversidades que o mesmo, a sua família, amigos e colegas passaram. Marley ficou conhecido por sua pregação pela paz e a fé rastafari. Porém, após sofrer um atentado, ele e sua esposa (Lashana Lynch) partem do país para fazer uma turnê, mas é através dela que novos dilemas irão surgir.

Por melhores que sejam as boas intenções em adaptar sobre a vida de Bob Marley, o filme possui alguns vícios constantes do cinemão norte americano, principalmente quando é retratar um país estrangeiro. Por melhor que seja o retrato da Jamaica, por exemplo, é irritante perceber que os realizadores teimam em usar uma fotografia alaranjada, como se todo o país fora dos EUA fosse quente o suficiente para parecer tudo desta forma. O filme é produzido por Brad Pitt, mas ao meu ver ele precisa viajar um pouco mais para conhecer melhor o mundo real.

Além disso, o filme tem a participação da família na produção, o que faz com que o filme se torne mais conservador do que deveria e que com certeza omitiu passagens mais polêmicas do artista. Porém, ao menos o ator Kingsley Ben-Adir soube captar o que foi Bob Marley em vida, sendo alguém que evitou usar a arma de fogo, mas sim usando a música para tocar nas pessoas e fazer das mesmas se tornarem melhores ao invés de só guerrearem. Além disso, a proposta de saber perdoar ao invés de se vingar é valida, mesmo para tempos como hoje em que as pessoas não sabem mais ao certo o que é praticar o bem para o seu próximo.

Para os fãs o filme é um verdadeiro prato cheio, principalmente pelo fato de boa parte dos seus grandes sucessos embalarem a trilha sonora no decorrer do longa. O album "Exodus", um dos maiores sucessos de sua carreira, é o grande destaque da trama, principalmente na cena em que um determinado personagem questiona simplicidade da capa, quando na verdade o que contava era o seu próprio conteúdo em si. Marley não buscava por um retorno financeiro, mas sim deixar a sua mensagem viva para aqueles que buscavam uma paz de espírito.

Infelizmente o filme nos passa aquela sensação de que poderia ter sido melhor, que poderia ter explorado ainda mais a faceta desse grande artista e não se intimidar com as consequências. Bob Marley era um desses gênios cujo corpo humano não era forte o suficiente para mante-lo neste mundo, mas deixando para nós a sua obra como um todo. Ou seja, é um filme que somente nos dá a superfície, mas faltando algo a mais para a gente compreender melhor a sua real essência.

"Bob Marley: One Love" é uma cinebiografia que ficou aquém do esperado perante do que foi Bob Marley, mas ao menos a sua mensagem que sempre pregou em vida está lá para a gente se lembrar sempre quando der.   

Onde Assistir: Apple TV.

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quarta-feira, 29 de maio de 2024

Cine Dica: Cine Dica: Streaming - 'Rebel Moon - Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes'

Sinopse: Os rebeldes se preparam para lutar contra as forças implacáveis do Mundo-Mãe, forjando laços entre si enquanto heróis emergem e lendas nascem. 

Quando Zack Snyder lançou a primeira parte de "Rebel Moon" (2023) eu até que defendi a obra pelo fato dela ser totalmente desprendida das demais franquias intermináveis que tomam por assalto os cinemas hoje em dia. Porém, não é exatamente um filme com uma trama original, já que inicialmente era um projeto do próprio diretor com a intenção de fazer um futuro filme do universo expandido de Star Wars, mas que havia sido recusado e fazendo com que o realizador remodelasse a sua trama como um todo e obtendo carta branca para realizar pela Netflix. É então que chega "Rebel Moon - Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes" (2024) filme que chega a ser tão bom em termos de ação se comparado ao anterior, mas que fará muitos detratores odiarem ainda mais esse universo criado pelo diretor.

A trama começa exatamente onde o filme anterior havia terminado, mais precisamente na colônia pacífica situada nos confins do universo. Contudo, o tirano Regente Balisarius (Fra Fee) ainda está vivo e fará de tudo para obter a cabeça da jovem guerreira Kora (Sofia Boutella). Em contrapartida, a protagonista ainda tem os seus aliados e com ajuda dos habitantes da colônia iniciam uma autodefesa contra o inimigo.

É notório que os dois filmes foram rodados ao mesmo tempo, mas o próprio Zack Snyder já havia dito que pretende lançar versões estendidas dos dois capítulos em breve. A meu ver isso serve mais para expandir aquele universo do que qualquer outra coisa, já que a trama em si nós a compreendemos, pois a mesma fórmula de sucesso dos filmes de ação e aventura que já assistimos no passado, mas todo modelado pela visão do cineasta. Pode-se dizer que é uma espécie de "Sete Homens e Um Destino" espacial, mas alinhado com elementos que já estamos acostumados a ver em outras franquias como Star Wars, ou até mesmo no mais absurdo vídeo game interminável.

Portanto, esperem por muita câmera lenta de luta, explosão, perseguição e tudo que alguns fãs do cineasta gostam e que a maioria odeia para dizer o mínimo. Os heróis, por sua vez, cada um ali tem um motivo específico do porquê embarcar nesta guerra suicida, seja de uma forma mais explicativa, ou resumida. Quando todos se encontram na mesa para revelarem as suas motivações talvez seja o único momento mais humano do filme como um todo, pois de resto é ação até o último minuto.

Infelizmente o vilão Atticus Noble perde do seu peso dentro da história, mesmo ainda sendo bem interpretado pelo ator Ed Skrein. A meu ver a sua ressurreição dentro da trama é meio que forçada e nos dando a entender que facilmente ele poderia ter sido substituído por outro personagem ao longo da trama. Isso vale também para os demais guerreiros, sendo que alguns tiveram maior destaque e outros ficaram apenas como mero figurantes.

Inicialmente pensado para dois capítulos, eis que Zack Snyder ainda inventa em última hora uma possível terceira parte, já que o final deixa um enorme gancho para isso. Resta saber se o realizador terá fãs o suficiente para que esse filme ocorra, pois a meu ver já deu sinais de enfraquecimento, seja pela sua fórmula diversas vezes usada, ou pelo fato que falta originalidade maior deste universo que ele acabou criando por teimosia. "Rebel Moon - Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes" não muda em nada para aqueles que odiaram o primeiro filme e fazendo com que essa franquia de Zack Snyder tenha um futuro ainda mais duvidoso.

Onde Assistir: Netflix.     

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Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema - 'As Vezes Quero Sumir'

É com grande prazer que o Clube de Cinema de Porto Alegre anuncia a retomada de suas atividades no próximo sábado, 1º de junho. Esperamos por você no Espaço de Cinema do Bourbon Shopping Country a partir das 09h30 para uma recepção especial com cafézinho. :)


SESSÃO CLUBE DE CINEMA DE PORTO ALEGRE

Local: Espaço de Cinema, Sala 3, Bourbon Shopping Country (Av. Túlio de Rose, 80 - Passo d'Areia)

Data: 01/06/2024, sábado

Recepção: 09h30

Início da sessão: 10h15

"Às Vezes Quero Sumir" (Sometimes I Think About Dying)

EUA, 2023, 94 min, 12 anos

Direção: Rachel Lambert

Elenco: Daisy Ridley, Dave Merheje, Parvesh Cheena

Sinopse: Sucesso no Festival de Sundance, o filme conta a história da tímida Fran (Daisy Ridley), que vê sua vida transformada com a chegada de um novo colega de trabalho. Uma conexão inesperada surge entre eles, e Fran precisará se reinventar para finalmente embarcar na aventura de viver.

Contamos com sua presença, até lá!

Atenciosamente,

Equipe diretiva do Clube de Cinema de Porto Alegre

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terça-feira, 28 de maio de 2024

Cine Dica: Em Streaming - 'O Homem dos Sonhos'

 Sinopse: Um infeliz pai de família vê sua vida virada de cabeça para baixo quando milhões de estranhos de repente começam a vê-lo em seus sonhos.  

Nicolas Cage é um sobrevivente em uma Hollywood atual obcecada por franquias e fazendo com que grandes talentos como ele sejam relegados aos filmes de baixo orçamento e obtendo só a chance de pagar as suas contas na medida do possível. De inúmeros filmes que foram direto para locadoras, ou streaming ao longo dos anos, ao menos ele sempre surge com um ou outro título que prove que o seu talento ainda continua intacto. É no caso desse "O Homem dos Sonhos" (2023), onde o intérprete atua em uma trama que fala sobre celebridades instantâneas, redes sociais, cancelamentos e sobre o próprio futuro nebuloso do ser humano.

Dirigido por Kristoffer Borgli, o filme conta sobre a vida de Paul Matthews, pai de família comum que vive uma vida rotineira ao lado da esposa (Julianne Nicholson) e de suas duas filhas. Porém, certo dia diversas pessoas começam a sonhar com ele e fazendo dele uma celebridade improvável. Contudo, os sonhos começam a se tornar cada vez mais frequentes e fazendo da figura de Paul até mesmo perigosa e colocando a sua vida de cabeça para baixo de forma rápida.

O filme em si seria um prato cheio para o psicólogo Leonardo Della Pasca, que foi ministrante sobre "Cinema e Sonhos" tempos atrás pelo Cine Um em Porto Alegre e do qual participei ao menos umas duas vezes. Porém, o filme não se limita somente com relação ao simbolismo das cenas em que os personagens estão sonhando com o protagonista, mas sim vai muito além dessa principal proposta. Ao ser visto nos sonhos por diversas pessoas, Paul começa a ser mundialmente conhecido, ao ponto de as pessoas fazerem de tudo para conhecê-lo e até mesmo ganharem algum dinheiro com isso. Portanto, o filme é uma crítica acida de pessoas que se tornam famosas da noite para o dia, mas sendo facilmente engolidas pelas grandes empresas da mídia e das redes sociais.

É claro que num primeiro momento Paul começa a se interessar em ser agora conhecido, principalmente pela chance de realizar alguns dos seus sonhos como lançar um livro. Porém, na medida em que cada vez mais adentra ao sistema cheio de regras, logo ele percebe que não é exatamente isso como ele queria. Ao mesmo tempo, essa situação o revela sendo alguém com defeitos, mas extremamente humano e não sabendo lidar com tudo isso.

É notório que o filme fale muito do próprio Nicolas Cage, que de grande astro do cinema dos anos noventa, passou a ser alguém decadente e atuando em cada vez mais em filmes dispensáveis. Porém, é alguém que nunca parou de trabalhar, tendo que lidar com todos os tipos de altos e baixos do estrelismo e tendo que conviver até mesmo com os cancelamentos virtuais. Portanto, o intérprete está mais do que a vontade atuando basicamente como ele mesmo, ao colocar para fora as suas dores emocionais que acumulou ao longo dos anos e construindo para si um personagem que enfrenta diversos dilemas deste nosso novo mundo.

Curiosamente, o filme ganha até mesmo ares de "Black Mirror", principalmente em seu ato final onde revela que sempre haverá alguém em querer se beneficiar com uma nova ideia de acordo com a situação e fazendo das pessoas unicamente peças controladas por algo extremamente maior. Em tempos em que todos desejam ser conhecidos por tudo e todos, o filme, por mais incrível que pareça, não foge muito da realidade. O que era ficção, portanto, se torna perigosamente cada vez mais real para dizer o mínimo.

"O Homem dos Sonhos" é um filme de humor sombrio, perturbador e que fala sobre as nossas obsessões cada vez mais loucas em sermos conhecidos nesta rede de informação interminável. 

Onde Assistir: Amazon Prime Vídeo e Apple TV.

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segunda-feira, 27 de maio de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Planeta dos Macacos: O Reinado'

Sinopse: Muitas sociedades de macacos cresceram desde quando César levou seu povo a um oásis, enquanto os humanos foram reduzidos a sobreviver e se esconder nas sombras.  

Desde que o clássico "O Planeta dos Macacos" (1968) estreou nos cinemas a sua história se expandiu por continuações, séries, desenhos e até HQ. A última trilogia comandada magistralmente por Matt Reeves se encerrou de forma digna, ao ponto que a ideia de continuar com novas histórias após o encerramento daquela história significaria um alto risco. Mas foi então que eles se arriscaram e assim veio "Planeta dos Macacos: O Reinado" (2024), filme que não possui exatamente um equilíbrio perfeito dos filmes anteriores, mas respeita o que já foi construindo e expandindo a ideia para novos rumos.

Dirigido dessa vez por Wes Ball, de "Maze Runner - Correr ou Morre" (2014), o filme se passa 300 anos após os eventos em que César levou o seu povo para uma terra tranquila, mas pagando com a sua própria vida. Nesta nova realidade, a sociedade dos macacos está dividida, sendo que o clã dos pássaros desconhece a história do grande líder que foi César. Porém, um outro grupo de macacos usa a história dele para se tornarem mais poderosos e fazendo com que a sociedade dos macacos se vê completamente dividida.

Embora possua um laço forte com relação a trilogia original, esse novo filme convida até mesmo aquele marinheiro de primeira viagem que nunca tinha visto nenhum capítulo da franquia. Os primeiros minutos, por exemplo, são eficazes para nos localizarmos na história e fazendo com que a gente foque as ações e consequências do protagonista Noa, vivido pelo ator Owen Teague. Noa é o típico personagem que participa da já conhecida "Jornada do herói", e do qual ele busca saber qual o seu verdadeiro papel dentro do seu clã.

Uma vez que acontece o embate entre os clãs é então que o filme ganha ares de um verdadeiro faroeste, aonde o protagonista vai em busca de seus amigos e famílias raptados e que fará de tudo para reavê-los. Curiosamente, é neste ponto que a obra me lembrou muito também “Apocalypto" (2006), épico de Mel Gibson e cuja jornada de ambos os protagonistas possuem certa similaridade e cuja razão e crença fazem parte dos ingredientes principais da história. É notório, por exemplo, que o nome César acabou sendo usado de forma errônea por outros clãs e se criando assim uma certa familiaridade com relação ao que as diversas religiões do mundo real fizeram ao promover as suas ideias retóricas com o nome de Cristo.

Curiosamente, o filme não é somente uma mera continuação da trilogia anterior, como também possui elementos familiares vistos no primeiro grande clássico lançado em 1968. Logicamente que há uma intenção desses novos filmes se conectarem cada vez mais ao filme original, mas desde que consigam obter uma identidade própria e se sustente individualmente. Embora esse capítulo consiga isso, por outro lado, se percebe uma preocupação por essa conexão, o que pode gerar um certo esgotamento de ideias, mesmo quando esse nível não chega ameaçar a obra como um todo.

O debate sobre o papel do ser humano e do macaco estão ainda muito presentes, ao ponto de que esse embate possa voltar a crescer novamente em uma eventual continuação. Essa observação é ainda mais fortificada principalmente com a presença da personagem Nova, vivida pela atriz Freya Allan e que consegue construir para a sua personagem uma carga de ambiguidade tão forte que nunca sabemos ao certo se devemos ou não confiar na sua real pessoa. Mas se por um lado ela carrega essa dúvida, do outro, o vilão proximus caesar, vivido por Kevin Durand, descarrega todo o seu lado megalomaníaco em querer obter a tecnologia dos humanos e fazendo dele sim um vilão escancarado ao longo da trama.

Embora o final feche de forma mais do que satisfatória, ao mesmo tempo, ela nos dá certos ganchos para uma eventual continuação. A meu ver, o estúdio terá que fazer trabalho redobrado para que essa nova trilogia nos convença, mesmo com os pontos positivos dessa nova história. Até aqui, a história não se repete, embora corra o risco de começar a adentrar no território de Déjà vu.

"Planeta dos Macacos: O Reinado" é um ótimo filme que respeita a trilogia anterior, mas ficando no ar a dúvida se irá ter força em continuar a franquia nas telas do cinema.  

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