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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Frankenstein'

Sinopse: Um cientista brilhante, mas egoísta, traz uma criatura monstruosa à vida em um experimento ousado que, em última análise, leva à ruína tanto do criador quanto de sua trágica criação.     

Guillermo del Toro construiu a sua carreira através do que leu e assistiu em sua vida. Através dos seus filmes testemunhamos seres que mais parece que saíram de um velho armário, mas todos moldados com coração e perfeccionismo. "'Frankenstein" (2025) é a realização de um sonho antigo do cineasta e que obtém aqui com certo êxito.

Na trama, acompanhamos o cientista Victor Frankenstein (Oscar Isaac) que decide criar vida através de corpos de falecidos durante a guerra. Da tragédia nasce a sua criatura (Jacob Elordi), mas da qual é abandonada pelo seu criador a partir do momento que ela não corresponde com as suas expectativas. O monstro, por sua vez, irá assombrá-lo por tê-lo abandonado no passado.

É notório que Guillermo del Toro é um grande fã dos filmes de horror clássicos, principalmente aqueles do início dos anos trinta lançados pelo estúdio Universal. Mesmo não sendo exatamente fiel a obra de Mary Shelley a versão de 1931, dirigida por James Whale e protagonizada por Boris Karloff, se tornou um dos maiores clássicos da história do cinema e que com certeza moldou a mente do cineasta e fazendo surgir dentro de si a ideia de realizar uma adaptação de sua autoria. O resultado é um filme que possui todos os ingredientes do que já tínhamos visto em seus longas anteriores, mas ao mesmo tempo sendo fiel a obra literária da escritora Mary Shelley.

Visualmente o filme é um verdadeiro espetáculo, onde a fotografia de cores vibrantes é algo que não via em sua filmografia desde "A Forma da Água" (2017) e cuja edição de arte remete, não somente o seu lado perfeccionista, como também o melhor do que se testemunhava nos filmes de horror de antigamente, seja eles feitos nos EUA, como também daqueles feitos na Itália e dirigidos por Mario Bava e Dario Argento. É impressionante testemunharmos uma história tão conhecida pelo público sendo adaptada por um outro ângulo, onde o visual e até mesmo objetos a gente reconhece que já tínhamos presenciado em seus outros projetos. Quem acompanhou a carreira do diretor desde o início irá reparar referência de seus outros longas, que vai desde "A Espinha do Diabo" (2001), como também o próprio "O Labirinto do Fauno" (2006).

Porém, o realizador também faz pequenas, porém significativas homenagens às outras adaptações do conto como um todo. Se a já citada versão de 1931 é homenageada em algumas passagens do longa, por outro lado, até mesmo a versão da Hammer, "A Maldição de Frankenstein" (1957) é homenageada em uma rápida, porém significativa cena. Em suma, é um prato cheio para cinéfilos atentos, mas ao mesmo tempo um convite para despertar a curiosidade daqueles que não assistiram as outras versões do clássico literário.

Moldado com grandes talentos, cada intérprete se entrega ao máximo em cena e se alinhando com o lado obsessivo do cineasta com relação à adaptação. Oscar Isaac cria para si um Frankenstein obsessivo em derrotar a morte, ao ponto de ser alguém animalesco, porém, não caricato e despertando em nós admiração e ódio. Já a criatura ganha vida através de uma ótima atuação de Jacob Elordi que, mesmo sob uma pesada maquiagem, consegue nos passar confusão, doçura e raiva em todas as medidas. É a versão do monstro mais humana que eu já assisti desde a adaptação de 1994 comandada por Kenneth Branagh e talvez a mais próxima da ideia primordial da versão literária de Mary Shelley.

Curiosamente, Mia Goth nos brinda com uma versão de Elizabeth que ressoa diferente de todas as outras adaptações. Visualmente se casando com perfeição com a visão autoral de Guillermo del Toro, a atriz se sobressai com uma Elizabeth complexa sobre as questões sobre a paixão, vida e morte e cujo encontro com a criatura se torna simbólico e posteriormente trágico. Não posso também deixar de mencionar como é ótimo rever Christoph Waltz em cena, cujo seu personagem desperta ainda mais a obsessão de Frankenstein e o levando por um caminho sem volta.

Embora seja uma versão nova de um conto tão conhecido, por outro lado, é curioso observar que Guillermo del Toro dá espaço para a visão dos fatos, tanto aquela feita por Frankenstein, como também dita pela própria criatura. A passagem do homem cego, por exemplo, ganha ainda maior relevância ao ser narrada pelo monstro e explorando ainda a possibilidade que Mary Shelley tenha se inspirado, tanto no mito Prometeu, como também até mesmo com relação às passagens do velho testamento. Ou seja, um conto que levanta o debate sobre até que ponto o homem pode brincar de Deus e cujo esse debate ainda funciona até nos dias de hoje, onde a humanidade cada vez mais se perde na tecnologia e perdendo aos poucos a sua real essência.

Eu só acho uma pena que Guillermo del Toro tenha se apressado por demais em seu ato final, cuja algumas passagens foram resumidas por demais e culminando no mesmo cenário em que a trama havia começado. Além disso, o perdão visto nos minutos finais da trama poderá talvez soar forçado por alguns, principalmente depois de tudo o que a criatura passou. Isso, porém, não diminui o impacto visual e emocional que a obra passa e que, para mim ao menos, foi um prato cheio do mais puro cinema.

"Frankenstein" é um dos maiores feitos da carreira de Guillermo del Toro e cujo feito tardou, mas não falhou em seu propósito principal. 


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sexta-feira, 20 de maio de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'O Jovem Frankenstein'

 Nota: Filme exibido para os associados no dia 14/05/22. 

Sinopse: Dr. Frederick Frankenstein obtém o livro de experiencias do seu falecido avô e começa a fazer experimentos com uma nova criatura.  

Mel Brooks pertence há uma época em que a comédia era mais corajosa, ousada e da qual a mesma não se preocupava em ofender determinadas pessoas através de piadas que nos faziam rir e pular da cadeira. Infelizmente em tempos atuais de "politicamente correto" a comédia em si feita por Brooks está morta e que dificilmente irá retornar um dia. Felizmente ainda existe recursos para revisitar tempos em que as comédias eram mais ousadas e "O Jovem Frankenstein" (1974) é um desses belos exemplos em que esse gênero vivia em bons tempos dourados.

A trama começa em uma faculdade de Medicina nos Estados Unidos, onde Dr. Frederick Frankenstein (Gene Wilder) é um professor que ensina sobre o sistema nervoso central.  Repentinamente chega Falkstein (Richard Haydn), que viajou 7 mil quilômetros para entregar ao Dr. Frankenstein o testamento de sua avó, que deixou para o neto um castelo na Transilvânia. Frankenstein vai para Transilvânia para reivindicar a herança. Ao chegar Frankenstein é recebido por Igor (Marty Feldman) e Inga (Teri Garr), ajudantes que irão leva-lo até o castelo de Frankenstein e são recebidos por Frau Blücher (Cloris Leachman), uma mulher que tem um jeito tão assustador que faz os cavalos relincharem de susto. No cenário dos acontecimentos Frank decide seguir os passos do seu avô, mas mal sabendo das atrapalhadas que irá se meter ao decidir dar vida ao monstro (Peter Boyle).

Logicamente, o filme não é somente a uma sátira ao gênero de terror dos anos trinta da Universal, como também uma bela homenagem aos primeiros grandes filmes de horror norte-americanos. É interessante, por exemplo, atmosfera criada na abertura, como se adentrássemos para algo sombrio, mas que aos poucos vai obtendo contornos de humor e para logo em seguida nos revelando a verdadeira proposta da obra. Já de imediato Gene Wilder rouba a cena na pele do neto de Frankenstein, cujo o seu humor sarcástico e inocente perante a sua realidade em volta nos fascina rapidamente.

Mas o grande chamariz do filme é sua ala de coadjuvantes sendo um mais fascinante e engraçado do que o outro. Não tem como não se esquecer da presença surpreendente de Marty Feldman como Igor, cujo os seus olhos arregalados eram presença constante nos filmes de Mel Brooks e seu Igor é sem sombra de dúvida uma das figuras mais interessantes do longa. Já Teri Garr como assistente do protagonista nos faz rir devido a sua inocência, mas que de boba sobre o assunto de membros masculinos não tem nada.

Já a criatura vivida por Peter Boyler é uma verdadeira figura Satírica que ele faz com a figura clássica do monstro vivido na época por Boris Karloff, mas que possui uma presença tão interessante quanto a do veterano ator. Já Cloris Leachman faz uma governanta que mais parece aquela vista no clássico "Rebecca, a Mulher Inesquecível" (1940) e cujo o seu nome pronunciado na história gera uma das piadas mais bem lembradas pelo público. De   Brinde, Mel Brooks nos traz uma participação especial e muito hilária de Gene Hackman como o velho cego e colocando o filme no seu bolso mesmo em poucos minutos de projeção.

Acima de tudo, o filme brinca com as fórmulas já muito manjadas que haviam sido usadas a exaustão dentro do gênero de horror daqueles tempos. Os camponeses supersticiosos em cena, por exemplo, se mostram veteranos quando o assunto é Frankenstein e o seu monstro, ao ponto de já estarem com tochas e facas nas mãos mais rápido do que imaginamos. Tudo é de uma forma exagerada, proposital, mas muito divertida e que nos faz rir da situação absurda. Vale salientar que o cenário do laboratório e do próprio castelo visto em cena são os mesmos que haviam sido usados em "Frankenstein" (1931) o que sintetiza ainda mais o respeito que Mel Brooks tinha por aquele clássico.

"O Jovem Frankenstein" Não é somente uma bela homenagem ao cinema de horror dos anos trinta, como também uma das melhores comédias de todos os tempos e quem já viu sabe do que eu estou dizendo. 

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