Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Cine Dicas: O Médico e o Monstro em doze Dupla


Como ainda vivo em clima de véspera de dia das Bruxas, decidi ir numa locadora muito boa de Porto Alegre alugar uns filmes clássicos de terror, dentre os que aluguei, me deparei com um muito bom que serve para comparar dois filmes diferentes de épocas diferentes contando a mesma historia.
Clássicos são obras que permanecem incólumes à ação do tempo. Inevitavelmente, têm o dom de migrar para outras mídias, sem jamais perder o vigor que as torna especiais. No caso em questão, O médico e o monstro (The strange case of Dr. Jeckyll e Mr, Hyde), a natureza humana e suas facetas são mistérios que, mesmo à luz da ciência, não se mostram mais compreensíveis.
Escrito em 1885 por Robert Louis Stevenson (o autor do também clássico A ilha do tesouro), o livro teve inúmeras versões para quadrinhos, teatro, TV e cinema, bem como uma infinidade de obras que se inspiraram em seus conceitos e outras que não passaram de plágios descarados.
Em 2003 , o mito foi revisitado no cinema pela adaptação de dois quadrinhos que beberam na fonte de Stevenson: o incompreendido Hulk de Ang Lee e A Liga Extraordinária. Em 2004 tivemos o caçador de DráculaVan Helsing caçando Mr Hyde no inicio do filme em uma versão anabolizada. Além destes filhos bastardos, porém, a tela grande recebeu várias interpretações mais fieis do drama do cientista que exibe duas facetas: uma boa e outra cruel. Prova disto é o que aluguei essa semana DVD à altura do livro. Numa Edição sessão dupla , o disco traz duas das mais célebres versões cinematográficas de O médico e o monstro, uma em cada face do DVD.
A primeira, rodada em 1931 por Rouben Mamoulian, traz Frederich March no papel duplo que o consagrou com o Oscar de melhor ator. Ainda sob leve influência do cinema expressionista, a película traz interpretações carregadas que, ao olhar contemporâneo, beiram a canastrice, mas que, de forma alguma, tiram o brilho da obra. Vale o filme por si só, a intrigante seqüência inicial em que, pelos olhos do Dr. Jekyll, podemos acompanhar seu dia-a-dia. Também é digna de nota a eficiente transformação do médico no demoníaco Hyde, uma criatura simiesca, que remete ao primitivo que todo ser humano traz dentro de si.
O segundo filme, rodado em 1941 por Victor Fleming, compõe-se de um elenco estelar: Spencer Tracy no papel-título, Lana Turner como sua doce noiva e Ingrid Bergman como a vítima Ivy. Aqui, a verossimilhança é a tônica. O caricato Hyde da película anterior faz-se substituir por um monstro levemente maquiado cujo olhar gela a alma de suas presas. Em interpretação sutil e impressionante, Tracy constrói duas personas completamente diversas com um mínimo de recursos. A inevitável tensão sexual paira na tela sob a forma de imagens muito sugestivas como os devaneios em que Jekyll se vê açoitando mulheres que deseja como se fossem duas éguas apavoradas. Imagine o impacto desta cena sessenta anos atrás. Às interpretações irretocáveis, ao bom roteiro e à direção firme, some ainda uma belíssima fotografia em preto e branco. O resultado é um clássico da sétima arte.
Assistir a ambos os filmes de uma só vez é uma experiência única. Comparar suas sutis diferenças certamente vai encantar os apreciadores do bom cinema. O disco ainda traz o curta de animação O coelho e o monstro estrelado por Pernalonga, no qual o roedor favorito da Warner encarna... você sabe quem. A versão de 1931 ainda é acrescida de comentários do historiador Greg Mank. Infelizmente para os não versados no idioma bretão, vem sem legendas. Um deslize lamentável que impede que este DVD seja perfeito.

Nota: Acima do texto postei o video do episódio O Coelho e o Monstro que está neste DVD, assistam, curtam e vão em busca deste dois clássicos em DVD.

Um comentário:

!!!Silmara!!!! disse...

ola perdoe a invasão, mas sendo fã de cinema (naum tanto qto vc kkk), por um acaso encontrie sue blog, parabens pelas palavras adorei mto bom!!!

abraços silmara