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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO CELEBRA O CENTENÁRIO DE PASOLINI

Nos dias 17 e 18 de dezembro, último final de semana antes do recesso de ano novo, a Cinemateca Capitólio celebra o centenário do diretor italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975) com exibições especiais das cópias restauradas de Teorema (1968) e Salò, ou os 120 Dias de Sodoma (Salò o le 120 giornate di Sodoma, 1975). As sessões têm entrada gratuita, a retirada de senha ocorre 30 minutos antes da sessão na bilheteria da Cinemateca.

A programação é uma realização da Cinemateca Capitólio, da Vai e Vem Produções Culturais, do Istituto Italiano di Cultura di San Paolo e do Consulado Geral da Itália em Porto Alegre.


PIER PAOLO PASOLINI

Nascido em 5 de março de 1922, em Bolonha, no norte da Itália, Pier Paolo Pasolini encontrou na literatura, desde cedo, uma paixão. Formou-se em Estudos Literários pela Universidade de Bolonha, publicou livros de poesia, contos e romances. Foi poeta, editor, pintor, ensaísta, crítico literário e cinematográfico, roteirista, jornalista e agitador cultural. Somente aos quarenta anos de idade se rendeu ao cinema, meio pelo qual ganharia projeção mundial. Gay, cristão e marxista, Pasolini era polêmico, controverso e marcou uma época. Intelectual profundamente crítico da sociedade de consumo e do capitalismo, foi uma figura central na vida cultural italiana dos anos 1950 aos 1970. Atacada de diversos lados, sua obra foi marcada pelas experiências políticas e estéticas que teve ao longo da vida e se tornou um precioso legado para a história.


FILMES


Teorema

Itália, 1968, 98 minutos, DCP

Direção: Pier Paolo Pasolini

Em Milão, a vida de uma rica família burguesa é totalmente modificada com a chegada de um misterioso visitante. 

Debate após a sessão com o cineasta, crítico e professor Fabiano de Souza; mediação de Marcus Mello.


Salò, ou os 120 Dias de Sodoma

(Salò o le 120 giornate di Sodoma)

Itália, 1975, 117 minutos, DCP

Direção: Pier Paolo Pasolini

Quatro libertinos fascistas reúnem nove adolescentes, meninos e meninas, submetendo-os a 120 dias de sofrimento como escravos sexuais, obrigando-os a praticar os mais diferentes tipos de orgias, torturando-os física e mentalmente.

Debate após a sessão com a professora e crítica de cinema Fatimarlei Lunardelli e o professor Marco De Biasio; mediação de Marcus Mello.


GRADE DE HORÁRIOS


17 de dezembro (sábado)

19h – Teorema


18 de dezembro (domingo)

19h – Salò, ou os 120 Dias de Sodoma


Serviço:

Cinemateca do Capitólio

Endereço: R. Demétrio Ribeiro, 1085 – Centro Histórico, Porto Alegre-RS

Telefone: (51) 3289-7458

Site: http://www.capitolio.org.br/

Instagram: @cinematecacapitolio

Entrada gratuita

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

PROGRAMAÇÃO DE 15 A 21 DE DEZEMBRO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

AFTERSUN 


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h45 – BEM-VINDOS A BORDO Assista o trailer aqui.

(Rien à Foutre - França/Bélgica, 2021, 115min). De Emmanuel Marre e Julie Lecoustre, com Adèle Exarchopoulos, Alexandre Perrier, Mara Taquin. Synapse Filmes, 16 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Cassandre é comissária de bordo em uma companhia aérea de baixo custo. Ela dribla o salário baixo fazendo horas extras e sendo o mais eficiente possível – e compensa tudo com uma vida despreocupada. Quando a garota é demitida e precisa voltar para casa, surgem problemas que ela não queria enfrentar. O longa fez sua estreia na Semana da Crítica do Festival de Cannes.


17h – MARTE UM Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 115min). Direção de Gabriel Martins, com Cícero Lucas, Carlos Francisco, Camilla Damião. Embaúba Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Os Martins, uma família negra de classe média baixa, vivem na periferia de uma grande cidade brasileira – e, apesar da situação do país, tentam equilibrar suas expectativas e dificuldades. A mãe, Tércia, acha que está amaldiçoada depois de levar um susto, enquanto a filha mais velha planeja ir morar com a namorada. O pai, Wellington, que trabalha como porteiro, sonha com o dia em que o filho mais novo será um jogador de futebol, mas Deivinho sonha mesmo em viajar para Marte. O longa é o indicado pelo Brasil para concorrer a uma vaga na disputa pelo Oscar de melhor filme internacional.


19h15 – AFTERSUN (NÃO HAVERÁ SESSÃO NA QUARTA, DIA 21) Assista o trailer aqui.

(Reino Unido/EUA, 2022, 100min). Direção de Charlotte Wells, com Frankie Corio e Paul Mescal. O2 Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Quando tinha 11 anos, Sophie passou alguns dias de férias com o pai, numa praia ensolarada e cheia de descobertas. Vinte anos depois, ela encontra um vídeo daquele verão e tenta se reconciliar com suas lembranças e com aquele homem que até hoje não conhece plenamente.


SALA 3 / NORBERTO LUBISCO


15h – A MORTE HABITA À NOITE    ESTREIA  Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2020, 95min). Direção de Eduardo Morotó, com Roney Villella e Mariana Nunes. Vitrine Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Raul é um escritor de 50 anos, desempregado e apaixonado por Lígia, que nos últimos anos foi sua parceira de uma vida sem regras. Durante uma noite conturbada, Raul cruza com Cássia, uma jovem cheia de vida que vai despertar nele um lado antes desconhecido. Ambientado no submundo da noite pernambucana, o filme é inspirado no universo de Charles Bukowski.


16h50 – GOLIAS Assista o trailer aqui.

(Goliath - França, 2021, 120min). Direção de Frédéric Tellier, com Gilles Lellouche, Pierre Niney, Emmanuelle Bercot. Bonfilm, 14 anos. Drama.

Sinopse: Patrick é um advogado especializado em direito ambiental. France é uma professora que se torna ativista depois que o seu marido fica doente devido à exposição a um pesticida. E também há Mathias, um ambicioso lobista que trabalha para uma grande empresa química. Os destinos destes três personagens se cruzam à medida em que milhares de pessoas tentam se unir para impedir uma tragédia. Inspirado em uma história real, o filme fez parte da programação do Festival Varilux de Cinema Francês.


19h – MOSTRA ENTRE FRONTEIRAS    ENTRADA FRANCA

MOSTRA ENTRE FRONTEIRAS REÚNE TÍTULOS DO BRASIL, PARAGUAI E ARGENTINA.

A Cinemateca Paulo Amorim apresenta a Mostra Entre Fronteiras entre os dias 15 e 18 de dezembro, com sessões gratuitas e sempre às 19h. O programa reúne títulos produzidos na região Entre Fronteiras - formada pelo Sul do Brasil, Nordeste Argentino e Paraguai Oriental - e é um desdobramento do II Mercado Audiovisual Entre Fronteiras, evento de mercado e integração realizado pelo Instituto Estadual de Cinema em convênio com a GramadoTur durante o 50° Festival de Cinema de Gramado. A mostra de filmes conta com o apoio dos institutos de cinema das três regiões: Instituto Estadual de Cinema do RS (IECINE), Instituto de Artes Audiovisuales de Misiones - IAAVIM (Argentina) e Instituto Nacional del Audiovisual Paraguayo - INAP (Paraguai).

Os títulos selecionados pelo curador Giovani Borba dão conta da importância da integração entre as fronteiras e tratam de temas comuns a estas regiões, incluindo questões políticas, relações familiares e o cotidiano dos povos indígenas originários dos países retratados. O programa apresenta um longa inédito: a coprodução CUCHILLO DE PALO, realizada entre Paraguai e Espanha. O público ainda poderá ver quatro curtas-metragens que são resultado do edital Entre Fronteiras, feito em conjunto pela Secretaria da Cultura do RS e o Instituto de Artes Audiovisuales de Misiones.

A programação faz parte do Festival Cinemateca Paulo Amorim, com patrocínio de Icatu Seguros, Rio Grande Seguros, Gerdau e Vero, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O Festival inclui outras mostras e programações especiais e prevê o início da modernização das salas Paulo Amorim e Norberto Lubisco.


15/12 (quinta) – Sessão de curtas Entre Fronteiras, com os títulos Maragato, El Otro Lado, Um Tempo pra Mim e Tekoa.

16/12 (sexta) – GUATA, documentário de Jorge Morinico, Epifanio Chamorro e João Maurício Farias.

17/12 (sábado) - CUCHILO DE PALO, documentário de Renate Costa.

18/12 (domingo) – ESSE FIN DE SEMANA, drama de Mara Pescio.


SINOPSES:


GUATA

(Documentário / 2022 / BRA-ARG – 56min). Direção de Jorge Morinico, Epifanio Chamorro, João Maurício Farias.

Sinopse: O brasileiro Jorge e o argentino Epifanio são professores e, com este documentário, buscam se encontrar para investigar juntos a importância que o guata (caminhar) ancestral tem para os Guarani enquanto prática existencial, cosmopolítica e filosofia de vida. Após se conhecerem por videoconferência durante a pandemia da covid-19, diversas barreiras do mundo dos jurua (brancos) se impõem na tentativa de fazer uma viagem de Porto Alegre (Brasil) a Misiones (Argentina).


ESSE FIN DE SEMANA

(Drama / 2021 / ARG/BRA – 67min). Direção de Mara Pescio, com Lola Banfi, María Paz Ferreyra, Irina Misisco, Sergio Prina, Gabriela Saidon.

Sinopse: Julia retorna para sua cidade natal após sofrer um golpe financeiro. Anos após deixar o bairro onde nasceu e cresceu, ela volta com a obrigação de assinar uma autorização para que a filha possa sair do país com o pai. Acima de tudo, ela precisa recuperar algum patrimônio que ainda possa estar lá, e isso resolveria grande parte de seus problemas atuais. Mas, este reencontro com o passado não será tão fácil quando ela esperava, e Julia precisará lidar com tudo aquilo que deixou para trás.


CUCHILLO DE PALO

(Documentário / 2010 / PAR-ESP – 108min).  Direção de Renate Costa.

Sinopse: O filme acompanha a investigação da misteriosa morte de Rodolfo Costa, tio da diretora, perseguido pela ditadura Alfredo Stroessner no Paraguai por conta de sua orientação sexual. Conhecido pela sua alegria, ele foi o único de seus irmãos que decidiu não seguir a profissão de seu pai e quis se tornar bailarino. Usando a própria memória e entrevistando pessoas que viveram nessa época, a cineasta descobre que seu tio fazia parte da "lista dos 108", um grupo de homossexuais que foram perseguidos, presos e torturados pelo regime.


SESSÃO DE CURTAS ENTRE FRONTEIRAS:


MARAGATO

(Ficção, 2021, BRA-ARG – 28min). Direção de Elia Guerin.

Sinopse: O último prisioneiro de um exército decadente tem no rio sua única salvação – e a fronteira se abre como um passo entre a vida e a morte.


EL OUTRO LADO

(Ficção, 2021, BRA-ARG – 16min). Direção de Daniel Pérez.

Sinopse: Ingrid, uma adolescente de 13 anos, precisa cuidar da casa após a morte da mãe e conviver com o irmão, o pai e um tio.


UM TEMPO PARA MIM

(Documentário, BRA-ARG, 2021, 21min). Documentário de Paola Mallmann.

Sinopse: Florência fica menstruada pela primeira vez no mesmo dia em que ocorre um eclipse da Lua. Ela é criada pela avó e segue a rotina e os costumes de sua tradição mbya-guarani.


TEKOA

(Documentário, 2021, BRA-ARG – 20min). Direção de Aymará Schwieters.

Sinopse: Marcial volta à sua aldeia e faz algumas reflexões sobre a vida e o cotidiano neste lugar.


A REDE DE COOPERAÇÃO AUDIOVISUAL ENTRE FRONTEIRAS:

A Rede de Cooperação Audiovisual Entre Fronteiras vincula organizações de trabalhadores, empresas e entidades governamentais para o desenvolvimento audiovisual do Sul do Brasil, Nordeste Argentino e do Paraguai Oriental.

A força da Rede baseia-se na história compartilhada, na cultura em comum e na construção de políticas públicas audiovisuais na região, fruto de análises e propostas que expressam os interesses coletivos.


DIA 20, TERÇA    ENTRADA FRANCA

19h30 – SESSÃO ESCOLA DE CINÉFILOS

Exibição do longa Virgem Margarida, de Licínio Azevedo, como encerramento do curso.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.


*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.


A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos.Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


Acesse nossas plataformas sociais:

https://linktr.ee/cinematecapauloamorim

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 15 a 23 DE DEZEMBRO

ESTREIA:

A MORTE HABITA À NOITE

Brasil/ 2022/ Ficção/ 94 min.

Direção: Eduardo Morotó

Sinopse: Aos cinquenta anos, alcoólatra e desempregado, a tábua de equilíbrio de Raul é sua paixão por Lígia, que nos últimos anos foi sua parceira de uma vida sem regras. Mas a relação entre os dois não é mais a mesma. Durante uma noite conturbada, Raul cruza com Cássia, uma jovem desgarrada e cheia de vida que vai despertar nele um lado antes desconhecido.

Elenco: Mariana Nunes, Rita Carelli, Pedro Gracindo, Nínive Caldas e Everaldo Pontes.



Festivais: 

Festival Internacional de Cinema de Rotterdam, 2020 (Holanda)– Secção Bright Future

Festival do Novo Cinema Latino-americano de Havana, 2020 (Cuba)– Operas Primas

Inffinito Film Festival, 2020 (EUA)– Melhor Ator

Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira (Portugal)– Melhor Ator, Prêmio Revelação

Festival Internacional de Cine de Viña del Mar (Chile)

Festival Latino-americano da Filadélfia (EUA)

Festival Internacional de Santiago del Estero (Argentina)

Festival do Cinema Brasileiro de Berlim (Alemanha)

Cine Ceará – Festival Iberoamericano de Cinema, 2020 (Brasil) – Melhor Ator

Fest Cine Pedra Azul (ES)– Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Ator, Melhor Atriz

Festival do Rio, 2021 (Brasil)– Premiere Brasil

CineBH – Festival Internacional de Belo Horizonte, 2021 (Brasil)

Fest Cine Pedra Azul (ES)– Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Ator, Melhor Atriz


EM CARTAZ:


ÊXTASE

Brasil/ Documentário/ 2022/80 min.

Direção: Moara Passoni

Sinopse: Clara enfrenta o medo e a vulnerabilidade criando um mundo onde ela se sente capaz de controlar tudo, até privar-se de alimento. Mas uma vida feita de restrição e tortura pode aparentar o seu contrário e ser extremamente sedutora. Até que esse delírio aprisionante se rompa, a menina levará seu corpo até o limite.


HORÁRIOS DE 15 a 23 DE DEZEMBRO:

(não há sessões nas segundas-feiras)


15h: ÊXTASE

17h: A MORTE HABITA A NOITE

19h: A MORTE HABITA A NOITE


ATENÇÃO! O CINEBANCÁRIOS ENTRARÁ EM RECESSO A PARTIR DE 24 DE DEZEMBRO E REABRIRÁ DIA 02 DE FEVEREIRO!

OBRIGADA A TODOS PELA COMPANHIA E APOIO NO ANO QUE PASSOU! ESPERAMOS VOCES POR AQUI EM 2023!


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'Encontros'

Segue a programação do próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 17/12/2022, sábado, às 10:15 da manhã


"Encontros" (Inteurodeoksyeon)

Coreia do Sul, 2021, 66 min, 14 anos

Direção: Hong Sang-Soo

Elenco: Shin Seok-ho, Park Mi-so, Kim Young-ho, Kim Min-hee

Sinopse: Três histórias são interconectadas por meio de apresentações e encontros. Em todas, o protagonista é o Young-ho, que vive situações decisivas em sua vida – a partir das relações com o pai, com mãe e com a namorada. Filmado e preto e branco, o longa reforça a proposta do diretor em refletir sobre a vida.


Sobre o Filme: 

Quando eu falo sobre Hong Sang-Soo eu sempre digo que ele se tornou o queridinho daqueles cinéfilos que frequentam uma cinemateca em busca de algo que foge dos padrões tradicionais do cinema. Curiosamente, é um diretor que tem lançado até mesmo dois ou três filmes ao ano, sendo que em 2022 ele já havia desembarcado por aqui com o seu "A Mulher Que Fugiu". Oito meses já se passaram e novamente encontramos um novo título do cineasta nos cinemas chamado "Encontros" (2021), onde novamente ele usa e abusa de sua autoria e nós fãs temos mais do que agradecer pela sua teimosia.

“Encontros” é um longa separado por três episódios, cada um diferente do outro, mas todos falando da mesma pessoa. No primeiro, Youngho (Shin Seokho) visita a clínica oriental de seu pai, que está cuidando de um paciente famoso. No segundo, Juwon (Park Miso), sua namorada acabou de chegar na Alemanha com sua mãe para estudar fora do país, ela então recebe uma ligação de seu namorado, Youngho, falando que ele foi para o país junto com ela. No terceiro, Youngho vai com seu amigo a um lugar onde sua mãe e um ator idoso de teatro comem na praia.

Como foi dito acima, o filme é dividido em três atos envolvendo os mesmos personagens, só que, curiosamente, a linha narrativa é não linear e fazendo a gente não saber ao certo quando se passa cada ponto especifico da trama. Hong Sang-Soo possui essa predileção narrativa pra que, talvez, possamos prestarmos mais atenção em cada detalhe especifico e para que possamos liga-lo em alguma passagem posterior ou anterior da trama. Em um determinado momento, por exemplo, um personagem para em frente de uma poça d'água e fazendo a gente se perguntar se essa passagem é importante ou não para dentro da história.

Mas se você for um marinheiro de primeira viagem e achar que isso é um tanto que complicado de compreender a história saiba que o realizador foi ainda mais longe do que se imagina, pois basta pegarmos como exemplo "A Visitante Francesa" (2012) e "Certo Agora, Errado Antes" (2015) para ter uma ideia de sua ousadia na forma de se contar histórias. Aqui a situação é um tanto que mais simplista, mesmo quando ele foge dos padrões tradicionais, pois há também os ingredientes que ele sempre usou em suas obras anteriores que nos soa familiar, desde ao vermos personagens conversando sobre situações comuns como também os mesmos estarem desfrutando de uma bebida e cigarros em um dia qualquer. É uma forma de convidar a pessoa a embarcar em uma trama curiosa de forma descompromissada, mas que logo a mesma vai se dando conta que está fora do cenário comum de se assistir um longa.

Curiosamente, Hong Sang-Soo gosta também de falar sobre si, desde ao nos dizer de como ele enxerga o mundo em sua volta como também sobre a sua vida profissional e amorosa. Quando vemos, por exemplo, um veterano da interpretação explodindo em um diálogo dentro de uma cafeteria, logo deduzimos que não é o personagem que fala em si, mas sim o realizador que passa a sua ideia através de sua criação. Uma espécie de desabafo que ele faz com relação a forma torta como determinadas pessoas enxergam com relação ao universo da atuação e nisso o realizador tira de letra com a sua mensagem principal.

Ao final, constatamos que o diretor fala sobre pessoas comuns que seguem em frente com as suas vidas mesmo tendo perdido algo pelo caminho, mas que, aos poucos, vão se reencontrando em algum ponto qualquer pelo mundo. O final nos faz a gente se perguntar aonde começa e aonde termina exatamente a trama, mas isso é o que menos importa, pois, a sensação de levarmos conosco obra para o lado de fora do cinema é mais do que compensatória. "Encontros" é Hong Sang-Soo novamente nos pegando desprevenidos, mas criando em nós o desejo de retornarmos ao seu mundo. 


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Cine Dica: Filme sobre Lupicínio Rodrigues na Cinemateca Capitólio

 Filme Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor terá avant première no dia 15 de dezembro, na Cinemateca Capitólio

 A cidade de Porto Alegre recebe a avant première do filme sobre um dos nomes mais célebres da cultura do Rio Grande do Sul e do Brasil. Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor, com direção de Alfredo Manevy e realizado numa coprodução Plural Filmes e Canal Curta!, terá sessão para convidados no dia 15 de dezembro, às 19h, na Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085).  Na ocasião, serão disponibilizados 50 ingressos para o público em geral, que podem ser retirados na bilheteria da Cinemateca Capitólio a partir das 18h30 do dia 15.

O documentário, que é o primeiro longa do diretor, resgata o legado musical e evidencia a contribuição artística e o contexto histórico/social do grande compositor, cujas músicas de sucesso ultrapassam gerações e foram interpretadas por alguns dos maiores nomes da Música Popular Brasileira. Lupi teve influências do samba e do tango, mas, versátil, passeou por diversos outros estilos em suas composições.

Em 92 minutos, o longa exibe vasto material de arquivos de jornais, entrevistas em programas de TV do próprio Lupicínio, além de personalidades e artistas que falam sobre a sua obra. Ícones da Tropicália (importante movimento cultural, na década de 60), Caetano Veloso e Gilberto Gil eram fãs de Lupicínio e estão nas imagens históricas do filme, que registra encontro entre os três em Porto Alegre. Também tropicalista, Gal Costa, falecida recentemente, protagoniza momento emocionante no documnetário. Tocando violão e flor no cabelo, numa imagem de 1973 (ainda na era da TV preto e branco), ela interpreta Volta, do autor gaúcho.

Ainda sobre divas, outra presença marcante no documentário é a de Elza Soares, que gravou Se Acaso Você Chegasse – a canção havia sido gravada inicialmente por Ciro Monteiro e foi o primeiro grande sucesso de Lupicínio. A composição chegou a ser trilha de Dançarina Loura, musical de Hollywood, e indicada ao Oscar em 1945. Porém, além de não ter sido consultado sobre a utilização da sua música, ele também não recebeu direitos autorais. Os versos de Lupicínio atravessaram fronteiras também na voz de Linda Batista, que gravou Vingança e, por conta desse sucesso, realizou turnê internacional. Aí, sim, vieram os direitos autorais e, com parte do dinheiro, Lupicínio comprou um belo carro que, segundo ele, era o mais bonito de Porto Alegre. Tudo isso está no filme.

Com linguagem ágil e precisa – e a narração na voz inconfundível do ator Paulo César Pereio –, Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor faz uma linha do tempo da vida do compositor, nascido em 16 de setembro bairro Ilhota, em Porto Alegre, numa família de 25 filhos – ele faleceu com 59 anos, em agosto de 1974. Boêmio, namorador, apaixonado pelo Grêmio Futebol Clube – é dele a autoria do hino oficial do time –, Lupicínio lançou mão do enorme talento como letrista e reescreveu o destino de homem preto, nascido na periferia, tornando-se o poeta que cantou o amor. Suas composições ficaram conhecidas como as canções das dores-de-cotovelo, já que a maioria delas eram verdadeiras crônicas sobre paixões, desencontros e corações partidos.

Para contar a história de Lupicínio no cinema, o diretor Alfredo Manevy traz para o filme os depoimentos de personagens como Zuza Homem de Mello, Elza Soares, Gilberto Gil, Jards Macalé, Arthur de Faria, Valéria Barcellos, Marcelo Campos, Linda Batista e Mutinho. Lupicínio Rodrigues Filho, o Lupinho, também está entre as personagens, além de ter sido consultor sobre o acervo pessoal do pai, para o filme.

"Alfredo Manevy e sua equipe são – como Verissimo, outro gaúcho de quatro costados (torcedor colorado e não gremista como Lupi, autor do hino tricolor) – devotos de Nossa Senhora do Contexto. O filme situa Lupicínio em seu tempo histórico e na geografia que o acolheu. Por isto, não vai ao anacronismo de ler seus versos, machistas aos olhos contemporâneos, com as lentes do agora". Essa análise é de Maria do Rosário Caetano, publicada em outubro, na Revista de Cinema, sob o título “Confissões de um Sofredor desenha potente retrato de Lupicínio Rodrigues”.


Força da ancestralidade negra

Entre as histórias da vida de Lupicínio, retratadas no filme, está a discriminação racial, que sofreu em Porto Alegre. Foi num bar, vazio, onde o compositor estava com um amigo e deixou de ser atendido por causa da cor de sua pele. Mas, para além desse episódio, o filme se propõe a levantar questões de fundo relacionadas com o racismo. Para esse propósito, a equipe de Manevy contou com o Grupo de Estudos sobre o Pós-Abolição (GEPA), da Universidade Federal de Santa Maria UFSM). O grupo atuou na assessoria histórica do filme com uma equipe de nove pesquisadores/historiadores gaúchos que possuem uma abordagem crítica sobre a história da escravidão e liberdade no Estado.

“Quem assistir Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor será impactado pela força da ancestralidade negra em lutas pela liberdade que ficam evidentes na experiências de homens e mulheres negros e negras que assim se definiram para além da escravidão contrariando imagens hegemônicas". O depoimento está em um texto escrito pela Professora Mestranda em História, Taiane Anhanha Lima,  e pela Professora Doutoranda em História, Franciele Rocha de Oliveira. Ambas são historiadoras e membros do GEPA UFSM.

Elas revelam que '"a produção do filme chegou até o grupo devido à importância da passagem do Lupícinio por Santa Maria, local que ele se referia como a "cidade que despertou o seu coração" e que proporcionou experiências nos clubes sociais negros onde conheceu o seu primeiro grande amor e Inah Pereira Soares, mulher negra, de quem foi noivo, mas também por quem foi preterido arrebatando o seu coração e tornando-se tema de várias canções.'"

Ainda segundo o relato das historiadoras, a pesquisa evoluiu " para um trabalho de campo e fôlego documental reunindo fontes diversas que tornaram possível reconstituir a genealogia familiar de Lupicínio, muito além do que tradicionais biografias apontam e até mesmo importantes estudos acadêmicos sobre sua vida e obra." No texto sobre o filme e a personagem do compositor, as professoras declaram:

O filme Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor traz, pela primeira vez, as origens mais remotas de Lupi, apontando sua ancestralidade africana a partir dos casais de seus pentavós, Antônio Benguela e Rosa Rebolo, e Pedro Benguela e Josefa Benguela, africanos nascidos no século XVIII traficados para o Brasil e escravizados por José Carneiro Geraldes, na cidade de Mostardas, litoral negro do Rio Grande do Sul. Território de concentração quilombola objeto de estudo da historiadora Cláudia Daiane Mollet (premiado pela CAPES, 2019). Lupi é descendente de africanos que tornaram-se livres desde a primeira década do século 19, a partir da morte de um senhor que não deixou herdeiros. Sua vida é parte das tradições diaspóricas e transatlânticas que atravessam o oceano e o tempo e ajudam a pensar a produção e as existências negras afro gaúchas do século XVIII até o extenso passado-presente pós Abolição.


Alfredo Manevy

Nascido em Campinas, em 1977, hoje vive em Florianópolis. Formado em Cinema pela Universidade de São Paulo, Manevy trabalhou em políticas de inclusão e formação de público para cinema, quando presidiu a Spcine e foi Secretário Executivo no Ministério da Cultura. Atualmente, é professor de Cinema na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor é sua estreia na direção de longas metragens.


Marcia Paraíso

É realizadora audiovisual, trabalhando com temáticas relacionadas à cultura e arte popular, populações tradicionais e questão agrária. Dirigiu e roteirizou as séries Invenções da Alma e Visceral Brasil, as Veias Abertas da Música, os longas documentários Sobre Sonhos e Liberdade, Terra Cabocla e A Maravilha do Século. Em ficção, dirigiu Lua em Sagitário e a série Submersos e Alegria do Amor, ainda não lançado.


Paulo César Pereio

Nascido em Alegrete (RS), já atuou em mais de 60 filmes e inúmeras peças teatrais. Foi dirigido no cinema por nomes como Glauber Rocha, Arnaldo Jabor, Hugo Carvana, Ruy Guerra e Hector Babenco. É considerado um dos melhores narradores do país, e uma das vozes marcantes no meio publicitário brasileiro.


SERVIÇO

Avant première do filme Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor (sessão para convidados e imprensa)


QUANDO: 15 de dezembro de 2022, 19h

ONDE: Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085, Porto Alegre, RS)


Assessoria de Imprensa

Linete Martins - 48 9 9129 5347

Luiza Coan - 48 9 8816 4376

Cine Especial: Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre -- 'A Acusação'

Nota: Filme exibido para os associados no último Domingo (11/12/22)

Sinopse: Alexandre é um ótimo filho e todos o consideram um garoto amável e responsável. Durante uma breve visita a Paris, ele conhece Mila, a filha do companheiro de sua mãe, e a convida para uma festa. No dia seguinte, Mila acusa Alexandre de estupro. A polícia logo começa uma exaustiva investigação, o que destrói a harmonia da família. 

Desde que o produtor de cinema Harvey Weinstein foi preso pelos crimes de estupro cometidos pelo mesmo a Hollywood atual tem cada vez mais tocado no assunto e lançando filmes como uma espécie de pedido de desculpas para todas mulheres que sofreram com essa barbárie. No recente "Ela Disse", por exemplo, talvez seja um dos primeiros filmes em retratar esse período turbulento que sacudiu a cidade do cinema, porém, esse assunto delicado não se limita somente no território cinematográfico norte americano, mas sim para o outro lado do oceano. O francês "A Acusação" (2021) vem em um momento para escancarar o fato que talvez a Justiça ainda coloca em panos quentes sobre esse assunto, pois ainda tenta proteger os mais afortunados.

Dirigido por Yvan Attal, "A Acusação" é baseado no livro de Karine Tuil. A família Farel é incrível, Jean (Pierre Arditi é um eurudita francês, sua ex- esposa, Claire (Charlotte Gainsbourg), uma escritora feminista radical, juntos eles têm Alexandre (Ben Attal), um filho perfeito. Uma família perfeita. Quando Jean vai à Paris visitar sua mãe, conhece Mila (Suzanne Jouannet), filha do novo parceiro de sua mãe, e decide convidá-la para uma festa. No dia seguinte Jean descobre que Mila fez um boletim de ocorrência contra ele alegando que foi estuprada, destruindo a harmonia da família e promovendo uma briga judicial e midiática.

Mais do que um filme que explora o crime sobre abuso sexual, os realizadores foram até mesmo corajosos na questão sobre até que ponto a mulher é realmente abusada de acordo com a visão da Justiça. Curiosamente, as cenas que servem de prelúdio para o possível crime são apresentadas de forma fragmentada, como se os realizadores quisessem que nós mesmos tiremos as nossas próprias conclusões. Tudo em forma de capítulos, para que cada personagem central da trama pudesse ser bem apresentado diante dos nossos olhos e para que então tenhamos uma noção da formação e caráter de cada um deles.

Jean, por exemplo, é alguém poderoso vindo da mídia, do qual se envolve com jovens mulheres, mas não se dando conta sobre até que ponto as suas investidas são realmente corretas. A cena, por exemplo, em que ele se envolve sexualmente com a sua futura e jovem esposa obtemos então uma noção do que ele pode, ou não, ter ensinado ao seu filho ao longo dos anos e colocando diante de nós a expressão do rosto da jovem após essa cena. Aliás, esse momento é ambíguo, pois ficamos nos perguntando qual será em seguida a reação dela após se envolver com Jean e cuja as respostas não vem muito a tardar.

Ao mesmo tempo, o filme explora como os dois lados da moeda, seja esquerda ou direita, ao tratar sobre o assunto do abuso sexual atual e do qual se estende com relação aos imigrantes que vão para a França e que muitos deles são de origem de governos Patriarcados. Por conta disso, Claire se apresenta como uma personagem complexa, do qual culpa os imigrantes pelo aumento dos números de abuso sexual pelo país, mas não observando o fato que esses atos cometidos podem acontecer independente de qualquer nacionalidade que seja. Ao ver diante da possibilidade de ter um filho abusador ela acaba, então, encarando o próprio veneno diante da proliferação dos mais diversos discursos vindos da internet.

O terceiro ato do filme faz com que obra entre facilmente na lista do subgênero "Filmes de Julgamentos" e dos quais fazem com que nós não piscamos os olhos. Na medida em que o julgamento avança, concluímos que talvez a culpa esteja não somente dentro desse crime em si, como também da possibilidade da própria sociedade ser responsável pela formação de uma geração que não busca uma noção sobre quais são os verdadeiros limites com relação ao sexo e cujo o abuso realmente acontece quando se atravessa esse limite e se tornando então um verdadeiro crime. A cena final por si só é emblemática, pois talvez não cabe a nós somente tirarmos as nossas próprias conclusões sobre o que realmente tenha acontecido, mas sim como também os próprios envolvidos durante o ato.

"A Acusação" fala sobre o papel da Justiça perante um crime do qual coloca em xeque o status atual de uma sociedade genuinamente abusiva e hipócrita. 

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Muito Além do Jardim'

Segue a programação do Clube de Cinema na próxima terça-feira.


CICLO NOVA HOLLYWOOD

Sessão comentada Clube de Cinema

(MOSTRA CINECLUBES - SALA REDENÇÃO)

ENTRADA FRANCA


Local: Sala Redenção, Campus Central da UFRGS

Data: 13/12/2022, terça-feira, às 19:00 horas

"Muito Além do Jardim" (Being There)

EUA, 1979, 130 min, legendado, 10 anos


Direção: Hal Ashby

Elenco: Peter Sellers, Shirley MacLaine, Jack Warden, Melvyn Douglas, Richard Dysart, Richard Basehart

Sinopse: Chance, um homem ingênuo, passa toda a sua vida cuidando de um jardim e vendo televisão, seu único contato com o mundo. Quando seu patrão morre, é obrigado a deixar a casa em que sempre viveu e, acidentalmente, é atropelado pelo automóvel de Benjamin Rand, um grande magnata que se torna seu amigo e chega a apresentá-lo ao Presidente. Curiosamente, tudo dito por Chance é considerado genial. Paralelamente a saúde de Benjamin está crítica e Eve Rand (Shirley MacLaine), sua esposa, se apaixona por Chance.


Sobre o Filme: 

Hal Ashby foi um cineasta que possuía uma maneira incomum ao falar sobre as metamorfoses que os EUA estavam passando na década de 70. No seu longa "Ensina-me a Viver" (1971), por exemplo, fala sobre um casal inusitado em meio a uma sociedade norte americana alienada e que não sabia ao certo em que caminho trilhar em meio a tamanhas turbulências políticas e sociais. O seu clássico "Muito Além do Jardim" (1979) fala sobre um indivíduo que não possui nenhum peso sobre esse mundo do qual poderia carregar e fazendo com que ele se torne incomum aos olhos de uma sociedade cansada e mastigada pelo sistema que os mantem presos.

Baseado no livro do escritor polonês Jerzy Kosinski, o filme conta a história de Chance (Peter Sellers), um homem ingênuo, que passa toda a sua vida cuidando de um jardim e vendo televisão, seu único contato com o mundo. Ele nunca entrou em um carro, não sabe ler ou escrever, não tem carteira de identidade, resumindo: não existe oficialmente. Quando seu patrão morre, é obrigado a deixar a casa em que sempre viveu e, acidentalmente, é atropelado pelo automóvel de Benjamin Rand (Melvyn Douglas), um grande magnata que se torna seu amigo e chega a apresentá-lo ao Presidente (Jack Warden). Curiosamente, tudo dito por Chance ou até mesmo o seu silêncio é considerado genial. Paralelamente a saúde de Benjamin está crítica e Eve Rand (Shirley MacLaine), sua esposa, se apaixona por Chance.

A primeira vez que eu assisti ao filme ele me fez lembrar de "Forrest Gump" (1994), já que ambos os protagonistas são inocentes perante a realidade em que vivem. Porém, Chance vai muito mais além, já que é uma pessoa que nunca havia tido contato com o exterior, a não ser através da TV e agindo de acordo com que viu ao longo dos anos através desse meio de comunicação. Curiosamente, o filme veio em um momento em que o cinema estava fazendo até mesmo uma crítica acida com relação aos meios de comunicação, pois basta pegarmos o clássico da época "Rede de Intrigas" (1976) para termos uma noção da dimensão sobre a manipulação que o indivíduo passava devido a disputa pela audiência televisiva.

Porém, Chance não é uma pessoa exatamente moldada por esses meios, mesmo sendo uma forma dele se comunicar com o mundo exterior, mas sim alguém que responde tudo de uma forma franca e fazendo os demais em volta se perguntarem de que buraco essa pessoa surgiu, ou se realmente existiu. Esses demais personagens em volta dele, por sua vez, já estão mais do que mastigados em meio as inúmeras informações, corrida contra o relógio, a busca pelo poder e uma chance pelo reconhecimento. Chance, por outro lado, age como se a recém tivesse nascido e agindo com naturalidade perante esse mundo louco.

Conhecido pelas comédias clássicas como "A Pantera Cor de Rosa" (1963) e da obra prima "Dr. Fantástico" (1964), Peter Sellers obtém aqui a melhor atuação de sua carreira, ao construir para si um personagem que transita entre a ingenuidade e ao mesmo tempo transmite uma sabedoria através de sua simplicidade para uma sociedade que começou a desconhecer a real beleza da vida mais simples. Se naqueles tempos essa mesma sociedade já estava mais do que presa ao jogo político ou um sistema capitalista ferrenho, o que dizer da geração de hoje cada vez mais presas em seus celulares e que se esquecem de apreciar o céu acima de suas cabeças.

O filme possui um elenco de peso, onde se destaca uma Shirley MacLaine mais bela do que nunca e cuja a curiosidade de sua personagem pelo protagonista irá leva-la para uma noite de amor inusitada. Aliás, é interessante como o filme descreve o sexo daqueles tempos, sendo uma sociedade que cada vez mais se encontra impotente devido ao estresse do dia a dia e procurando meios para obter o prazer há tanto tempo perdido. Isso rende situações hilárias, como no caso, por exemplo do Presidente do país que fica cada vez mais perdido sobre quem é Chance e não podendo satisfazer a sua própria mulher.

O filme possui também uma tocante interpretação do veterano Melvyn Douglas, que interpreta o empresário que acolhe o protagonista em sua casa, mas mal sabendo de sua verdadeira pessoa. Aliás, o mistério sobre a real natureza do personagem central resiste até o seu minuto final, quando vemos o mesmo caminhar calmamente em uma lagoa sem afundar e fazendo com que até hoje muitos tenham diversas interpretações sobre a enigmática cena. Ao meu ver, enquanto os demais personagens se encontram pesados e presos sobre os rumos da vida em que irão tomar no país, o protagonista, por outro lado, se encontra livre de toda essa bagagem e seguindo em frente sem nenhuma direção exata, mas que com certeza obterá uma nova aventura na vida.

"Muito Além do Jardim" é sobre alguém desprendido do mundo sistemático enquanto os demais já estão mais do que perdidos e presos em suas próprias ambições e o que fazem se tornarem menos humanos. 


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