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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 10 de março de 2022

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 10 A 16 DE MARÇO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

                                                                                                                                 Frank


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – LARA Assista o trailer aqui.

(Alemanha, 2020, 100min). Direção de Jan-Ole Gerster, com Corinna Harfouch, Tom Schilling, André Jung. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: O dia do aniversário de 60 anos de Lara tem tudo para ser inesquecível: o filho dela, Viktor, será solista em um concerto que pode definir o futuro de sua carreira. Lara foi quem mais apoiou o talento do filho para o piano, mas ela não é bem-vinda na apresentação. Apesar de não ter recebido um convite, ela montou os próprios planos para não perder o espetáculo.


17h - NÓS DUAS Assista o trailer clicando aqui. 

(Deux – França/Bélgica, 2019, 100min. Direção de Filippo Meneghetti, com Barbara Sukowa, Martine Chevallier. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Nina e Madeleine, duas mulheres aposentadas, têm um relacionamento amoroso e secreto há anos. Para a família, elas são apenas vizinhas e grandes amigas - até que surge a possibilidade de elas viverem seu romance em outra cidade. Mas uma doença inesperada vai abalar os planos de ambas e fazer com que os filhos tentem controlar a situação.


ESPECIAL: IRLANDA CONTEMPORÂNEA

Em comemoração ao St. Patrick’s Day, a seleção reúne quatro filmes realizados na última década e que mostram a Irlanda dos dias atuais, a partir de temas como cultura pop, inclusão e criminalidade.


INGRESSOS A R$ 7,00 (PREÇO ÚNICO)


TERÇA, DIA 15 DE MARÇO ÀS 19h

O GUARDA

(Irlanda, 2011, 95min). Direção de John McDonagh, com Brendan Gleeson e Don Cheadle.

Sinopse: O sargento Boyle, que atua em uma pequena cidade do interior da Irlanda, precisa se entender com um agente do FBI que chega ao local para investigar um caso de tráfico de drogas.


QUARTA, DIA 16 DE MARÇO ÀS 19h

MICHAEL INSIDE

(Irlanda, 2017, 95min). Direção de Frank Berry, com Dafhyd Flynn.

Sinopse: Michael, um jovem de 18 anos, vai preso no lugar do irmão e conhece a violência e a intimidação do cárcere.


QUINTA, DIA 17 DE MARÇO ÀS 19h

FRANK

(Irlanda/Inglaterra, 2015, 95min). Direção de Lenny Abrahamson, com Domhnall Gleeson e Michael Fassbender.

Sinopse: John é tecladista e acredita que realizou um sonho ao entrar para o grupo de rock Soronprfbs. Mas ele não sabe como tratar com Frank, o líder da banda, que passa o tempo inteiro com uma máscara de papel-machê na cabeça.


SEXTA, DIA 18 DE MARÇO ÀS 19h

O AMOR NÃO TEM LIMITES

(Irlanda, 2016, 90min). Direção de Len Collin, com Stephen Marcus, Amy-Joyce Hastings.

Sinopse: Larry tem síndrome de down e Sophie sobre de epilepsia. Eles são jovens, estão apaixonados e, apesar das suas deficiências, desejam ficar juntos em um mundo que faz de tudo para mantê-los separadas.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 - ADEUS, IDIOTAS Assista o trailer aqui.

(Adieu les Cons - França, 2021, 90min). Direção de Albert Dupontel, com Virginie Efira, Albert Dupontel, Nicolas Marié. Mares Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Depois de descobrir que está com uma doença grave, Suze resolve ir em busca do filho que abandonou quando ainda era adolescente. Nesta empreitada, ela conta com a ajuda de um homem depressivo e um cego cheio de entusiasmo pela vida. Exibido no Festival Varilux, o filme foi o grande vencedor do César, o Oscar do cinema francês, ganhando os prêmios de melhor filme, roteiro original, fotografia, direção de arte, direção e ator coadjuvante.


16h15 – DELICIOSO: DA COZINHA PARA O MUNDO Assista o trailer aqui.

(Délicieux - França, 2021, 115min). Direção de Eric Besnard, com Grégory Gadebois, Isabelle Carré, Benjamin Lavernhe. PlayArte Filmes, 14 anos. Comédia histórica.

Sinopse: Um dos longas preferidos do público no Festival Varilux de Cinema Francês, o filme trata dos primórdios da conceituada culinária francesa e da criação do primeiro restaurante do país. Tudo se passa ainda antes da Revolução Francesa, quando o cozinheiro Pierre Manceron comete algumas “ousadias” culinárias e é demitido da casa do seu empregador, o duque de Chamfort. Mas logo ele conhece Louise, uma mulher que quer aprender a cozinhar e o incentiva a buscar novos sabores e novas receitas – nesta pequena revolução pessoal, Manceron vai conquistar novos admiradores e alguns inimigos.


18h30 - A FELICIDADE DAS PEQUENAS COISAS Assista o trailer aqui.

NÃO HAVERÁ SESSÃO NA TERÇA, DIA 15.

(Lunana: A Yak in the Classroom - Butão/China, 2019, 110min). Direção de Pawo Choyning Dorji, com Sherab Dorji, Kelden Lhamo Gurung. Pandora Filmes, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Cansado da vida em seu pequeno país, um jovem professor butanês resolve tentar a sorte como cantor na Austrália. Mas ele precisa cumprir um último ano de trabalho e é enviado a uma escola distante, em uma aldeia glacial chamada Lunana. Sem conforto algum, o professor começa a ensinar as crianças da aldeia e, aos poucos, descobre os encantos do lugar. O longa é um dos 15 títulos pré-indicados ao Oscar de filme internacional.


TERÇA, DIA 15 DE MARÇO ÀS 19h

GUATÁ

(Brasil/Para Guaxu e Argentina/Para Mirim (Brasil, 55min, 2021). Documentário de Jorge Morinico e Epifanio Chamorro. Flow Filmes.

Sinopse: Após se conhecerem por videoconferência durante a pandemia da covid-19, os diretores do filme, que são Mbya-Guarani, tentam se encontrar para investigar juntos a importância que o guata (caminhar) tem para os guarani enquanto prática existencial, cosmopolítica e filosofia de vida. O filme é resultado do Edital Entre Fronteiras, uma parceria entre as Secretarias de Cultura do RS e de Misiones, na Argentina.

*Debate com os diretores após a sessão.*


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 9 de março de 2022

Cine Dica: Streaming: 'Belle'

Sinopse: Uma adolescente se torna uma cantora mundialmente famosa após entrar em um fantástico mundo virtual. Lá ela encontra uma criatura misteriosa e embarca em uma jornada para descobrir sua identidade. 

O clássico conto francês "A Bela e a Fera" de Gabrielle-Suzanne Barbot é uma daquelas histórias que ultrapassam as fronteiras da literatura e adquirindo diversas adaptações ao longo da história. Talvez, a mais conhecida seja "A Bela e a Fera" (1991) dos estúdios Disney e que acabou entrando para a história ao se tornar o primeiro longa de animação a concorrer ao principal prêmio da noite. Eis que então chegamos na animação japonesa "Belle" (2021), que apenas se inspira na essência do clássico, mas sendo o suficiente para nos conquistarmos como um todo.

Dirigido por  Mamoru Hosoda, do filme "Pokemon - O Filme" (2000), o filme conta a história de Suzu é uma estudante tímida do ensino médio que vive em uma vila rural. Por anos, ela foi apenas uma sombra de si mesma. Mas quando ela entra em "U", um enorme mundo virtual, ela foge para sua persona online como Belle, uma cantora linda e globalmente amada. Um dia, seu show são interrompidos por uma criatura monstruosa perseguida por vigilantes. À medida que sua caçada aumenta, Suzu embarca em uma jornada épica e emocional para descobrir a identidade dessa misteriosa "fera" e descobrir seu verdadeiro eu em um mundo onde você pode ser qualquer um.

Não é de hoje que o cinema leva para as telas filmes que abordam sobre a realidade virtual, principalmente com relação ao fato de estarmos bem próximo ao que é retratado na ficção. Analisando a sua proposta, o filme não é muito diferente do que foi visto recentemente em "O Jogador nº 1" de Steven Spielberg, mas a diferença que aqui os personagens são ainda mais humanos, mesmo sendo criados em animação tradicional. Falando nela, a obra é um colírio para os olhos, cujo os desenhos feitos a mão transitam com uma tecnologia de ponta e o que torna as cenas ainda mais deslumbrantes e cheia de detalhes.

O filme em si é um verdadeiro musical em vários momentos, cujas músicas nos emociona e possuindo um alto grau de significados com relação ao que sente a protagonista em cada momento. Suzu é uma jovem com um passado traumático, o que faz dela não ser muito sociável e cuja a ideia de entrar na realidade virtual "U" acaba se tornando fácil. Lá, ela se torna alguém que sempre desejou ser, ao cantar músicas que a tornam popular, mas jamais revelando o seu verdadeiro rosto do mundo real.

Curiosamente, a Fera se torna uma figura a ser perseguida neste mundo virtual por ser diferente das outras e não escondendo dores que carrega do mundo real e as trazendo para o mundo virtual. Aproximação de ambos os personagens acaba sendo extremamente tocante e se tornando um dos pontos altos do filme. Não deixa de ser maravilhoso, por exemplo, quando os realizadores deixam mais do que explicito a sua homenagem ao clássico da Disney e que com certeza fará alguns dessa nova geração em querer buscar a obra para poder assisti-la.

O ato final reserva momentos primorosos, onde os sentimentos da protagonista e dos demais personagens extravasa e vai muito além da realidade virtual. O filme deixa mais do que claro que as realidades virtuais podem ser um grande entretenimento, mas jamais irão substituir o verdadeiro toque humano quando realmente precisamos dele em situações de extrema pressão e das quais nós precisamos sempre de um abraço cheio de amor. Aplaudido no último festival de Cannes por catorze minutos, "Belle" é uma experiência sensorial fascinante, obrigatória e muito bem-vinda.

Onde Assistir: Em locação pelo Youtube.

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 10 a 16 de março de 2022

Não Olhe Para Cima. 

CLÁSSICO DE CHARLES CHAPLIN NA SESSÃO VAGALUME

A próxima edição da Sessão Vagalume vai oferecer ao público uma verdadeira viagem à era de ouro do cinema mudo. Primeiro longa-metragem dirigido por Charles Chaplin, O Garoto será exibido nos dias 12 e 13 de março, às 15h, na Cinemateca Capitólio. Lançado em 1921, o filme alçou o artista britânico ao patamar de gênio da sétima arte. Marcado pelo humor, irreverência e sensibilidade, o título, até hoje, emociona crianças e adultos. O valor do ingresso é R$ 4,00.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/4922/sessao-vagalume-o-garoto/


TEATRO E CINEMA EM DEBATE NO CINECLUBE ACADEMIA DAS MUSAS

No domingo, 13 de março, às 19h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial do Cineclube Academia das Musas com Bookpink - O Livro dos Pássaros, de Liliane Pereira, e Sobre Portas e Janelas, de Victória Sanguiné, duas obras produzidas no RS que trazem a linguagem do teatro em diálogo com o cinema e o audiovisual. As diretoras participam de um debate após a exibição, uma parceria da Cinemateca Capitólio, Goethe-Institut Porto Alegre e Cineclube Academia das Musas. Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4919/bookpink-o-livro-dos-passaros-e-sobre-portas-e-janelas-no-cineclube-academia-das-musas/


SESSÕES ESPECIAIS DE NÃO OLHE PARA CIMA E A MÃO DE DEUS

Os longas-metragens Não Olhe Para Cima, de Adam McKay, e A Mão de Deus, de Paolo Sorrentino, ganham sessões na Cinemateca Capitólio a partir desta semana. O valor do ingresso é R$ 16,00.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/4917/nao-olhe-para-cima/ e http://www.capitolio.org.br/eventos/4915/a-mao-de-deus/


MOSTRA 4X BRESSON E A NUVEM ROSA EM EXIBIÇÃO

Os filmes da mostra 4x Bresson e o longa A Nuvem Rosa, de Iuli Gerbase, ganham mais uma semana de exibição até o dia 16 de março.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4891/4x-bresson/ e http://www.capitolio.org.br/eventos/4893/a-nuvem-rosa/


GRADE DE HORÁRIOS

10 a 16 de março de 2022


10 de março (quinta-feira)

15h – O Batedor de Carteiras

17h – A Nuvem Rosa

19h – Não Olhe Para Cima


11 de março (sexta-feira)

15h – A Grande Testemunha

17h – A Nuvem Rosa

19h – A Mão de Deus


12 de março (sábado)

15h – Sessão Vagalume: O Garoto

17h – A Nuvem Rosa

19h – Não Olhe Para Cima


13 de março (domingo)

15h – Sessão Vagalume: O Garoto

16h30 – A Mão de Deus

19h – Cineclube Academia das Musas: Bookpink – O Livro dos Pássaros + Sobre Portas e Janelas


15 de março (terça-feira)

15h – Lancelot do Lago

17h – A Nuvem Rosa

19h – Não Olhe Para Cima


16 de março (quarta-feira)

15h – O Dinheiro

17h – A Nuvem Rosa

19h – A Mão de Deus

terça-feira, 8 de março de 2022

Cine Dica: Breve Em Cartaz: ' Adeus, Idiotas'

Sinopse: Mulher de 43 anos de idade (Virginie Efira) descobre uma doença letal, e decide procurar pela filha que abandonou quando era adolescente.

Filme bastante audacioso, que se encaixa perfeitamente no espírito rebelde deste diretor  Albert Dupontel, que pratica centrismo cinematográfico de alto nível sob o disfarce de "entretenimento" altamente contido que inclui risos, perseguições frenéticas de carro, tentativas de fuga, colisões e desenvolvimentos de tramas milagrosas. Ele faz uso maravilhoso do humor negro para denunciar as falhas deste mundo moderno, que está escorregando nas profundezas do absurdo tecnológico vistos no clássico "Brazil - O Filme" (1985) (dando um grito direto para Terry Gilliam e vários acenos de sua obra que são, aliás, reminiscentes do estilo trágico-burlesco de Dupontel). Mas isso não nos impede de sentir um grande carinho por seus personagens, seres comuns, diversos e frágeis, que aos poucos se transformam em tipos de Dom Quixote, solidários na adversidade e na busca do amor. É um coquetel de aventuras agitadas, quase como um desenho animado e repleto de voltas e reviravoltas, onde nossos dois protagonistas Suze e Jean-Baptiste (interpretado por Virginie Efira e o próprio Albert Dupontel) se cruzam e recebem a ajuda de um homem que perdeu sua visão em consequência de um erro da polícia (Nicolas Marié) e de um obstetra abatido pelo mal de Alzheimer (Jackie Berroyer).

"Adeus, Idiotas" avança na velocidade do turbilhão de júbilo em um ambiente urbano onde o reconhecimento facial, a vinculação de banco de dados de identidade e rastreamento digital são uma opção (para aqueles que têm o direito legal de fazer uso deles, ou para aqueles que sabem como sequestrá-los ), e onde a poluição, a burocracia, a linguagem profissional e as deficiências de comunicação reinam supremas.

Espalhando seu caminho com mensagens codificadas ("recurso morto ou recurso vivo?") Sobre a necessidade de dar às crianças e o futuro uma chance e de reconhecer aberrações mortais (como a doença autoimune de Suze), o desejo que sentimos de encontrar nosso lugar dentro uma sociedade desequilibrada e a importância vital de recarregar as baterias, olhando para trás, para a nossa juventude enérgica (deixe um flashback de uma dança da liberdade emocionante ao som de Malavida de Mano Negra), este filme que é altamente realizado e formalmente impecável, cortesia de seu ritmo e os belos efeitos de claro-escuro criados pelo diretor de fotografia Alexis Kavyrchine, tem um efeito deslumbrante sobre o espectador, como se uma lufada de ar fresco revigorante e estimulante, soprando para longe as teias de aranha tóxicas.



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Cine Dica: Sala Redenção retoma programação presencial com mostra em parceria com o Goethe-Institut Porto Alegre

Sob a Neve
 

Às vésperas de completar 35 anos, a Sala Redenção reabre suas portas para a comunidade no dia 10 de março de 2022, após dois anos de hiato devido à pandemia de COVID-19. A retomada presencial do cinema universitário se dá com uma reedição da mostra Diretoras do Cinema Alemão em Foco, realizada em parceria com o Goethe-Institut Porto Alegre, e que foi encerrada prematuramente em 2020 com a suspensão das atividades. De 10 a 18 de março, a programação traz sete longa-metragens produzidos por mulheres na Alemanha entre 1980 e 2013, com sessões de segunda a sexta-feira, às 15h e às 19h. 

A curadoria, realizada pela equipe da Sala Redenção, apresenta figuras conhecidas do grande público, como a experiente Margarethe Von Trotta, com um trabalho que enfoca a vida de uma forte personalidade da filosofia moderna, e a premiada Maren Ade, com seu primeiro longa-metragem. A mostra inclui ainda diretoras que tiveram pouco ou nenhum espaço no circuito comercial brasileiro nas últimas décadas, com destaque para Ulrike Ottinger, Jutta Brückner e Antonia Lerch.

A seleção abarca obras lançadas em um país que ainda hoje apresenta uma larga distinção entre homens e mulheres em suas produções: em 2016 e 2017, segundo relatório realizado pelas emissoras públicas ARD e ZDF, somente 20% dos filmes lançados no período na Alemanha foram dirigidos por mulheres. No Brasil, o cenário não é diferente. Em 2016, homens dirigiram 77,5% dos longas exibidos em salas comerciais, segundo a Agência Nacional de Cinema – Ancine.

O ciclo Diretoras do Cinema Alemão em Foco divide a programação de março da Sala Redenção com a mostra Francofonia, uma parceria com a Aliança Francesa e o Instituto Francês que celebra o Dia Internacional da Francofonia, em 20 de março. Nesta segunda mostra do mês, serão apresentadas produções realizadas na Armênia, Ruanda, Cambodja, Congo, Argélia, Bósnia e Herzegovina, além, é claro, da França.

Inaugurada em 22 de abril de 1987, a Sala Redenção – Cinema Universitário é um dos espaços mais antigos de difusão cinematográfica não-comercial em Porto Alegre, e é gerida pelo Departamento de Difusão Cultural da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ao longo de sua história, a Sala se consagrou como um local de formação audiovisual, propondo sessões e debates com base no princípio de acesso livre à comunidade. A programação comemorativa de seus 35 anos será divulgada em breve.

Confira a programação completa clicando aqui.

segunda-feira, 7 de março de 2022

Cine Especial: "The Batman - Luz e Trevas"

Sinopse: Em início de carreira o homem morcego se vê em uma investigação misteriosa e que irá revelar os diversos segredos escondidos da cidade de Gotham.  



O nosso mundo vive em constantes mudanças, das quais é sentida em todos os setores e o universo do cinema, livros e HQ não é diferente. Portanto, é muito raro encontrarmos um personagem de ficção que consiga ser remodelado para novos tempos, dos quais consiga corresponder com o mesmo e se tornando mais atual dentro do possível. Batman, talvez, é o melhor neste quesito, pois é um personagem que precisou ser readaptado conforme o que acontecia em nosso mundo e nisso acabou se tornando bem sucedido.

No seriado "Batman e Robin" (1966) vemos uma aventura escapista, engraçada e que nada mais era do que um entretenimento puro para agradar a massa. Porém, se percebe que o programa era uma forma também de se vender uma realidade perfeita da sociedade norte americana, da qual a mesma já estava sentindo as dores do mundo real, mas da qual não se via na obra como um todo. O Batman daqueles tempos era uma representação do "paz e amor", mas que logo precisaria mudar caso continuasse em querer existir.

Os anos setenta e oitenta vieram para colocar o personagem sendo testado pelo tempo, atualizado conforme as ondas da mudança iam surgindo e tendo muito a dizer sobre o que estava acontecendo. Essas mudanças são retratas em "Batman - O Filme" (1989), de Tim Burton, onde vemos um herói sombrio, violento e indo contra a promessa dos tempos da era Reagan, da qual a mesma passava a promessa de uma nova utopia para a sociedade norte americana, mas da qual muitos não enxergavam isso nas metrópoles sendo invadidas pela criminalidade e a corrupção vindo das altas patentes. Esse pessimismo ainda se torna mais explicito em "Batman - O Retorno" (1992), onde Burton faz de sua Gotham City uma bela homenagem ao "Expressionismo Alemão", cujo o movimento sintetizava os tempos de medo de uma sociedade alemã ainda se recuperando de uma 1ª Guerra Mundial e mal sabendo dos tempos piores que viriam.

O estúdio Warner, por sua vez, não conseguia enxergar no mundo real esse lado sombrio que Burton pincelava em seus dois filmes. Descartado, o estúdio fez de "Batman Eternamente" (1995) e "Batman e Robin" (1997) espetáculos vazios, cujo o entretenimento para atrair a massa nada mais era do que vender produtos para serem consumidos e deixando a conteúdo de lado. Parcialmente, a fórmula funcionou até certo tempo, mas então veio o 11 de Setembro.

Com as torres Gêmeas vindo abaixo, a sociedade norte americana sentiu na pele o horror que antes era visto na ficção e o entretenimento de ação e aventura precisavam passar por uma repaginada. Com advento das adaptações das HQ para o cinema no início do século vinte um, a Warner decidiu que era a hora de surgir um Batman que falasse sobre os novos tempos e cujo o medo perante o desconhecido era preciso ser combatido. A trilogia "Cavaleiro das Trevas" comandada por Christopher Nolan vista hoje é um estudo sobre os tempos em que a maldade não vem somente de fora como muito se vendia, como também pode estar incrustado dentro da própria sociedade norte americana.

Com o encerramento da visão de Nolan, logicamente, o estúdio procurava saciar a sua sede pelo lucro, decidindo criar um universo expandido e unindo os seus heróis nas telas o mais rápido possível. Embora Ben Afleck tenha ficado perfeito como o personagem, tanto "Batman vs Superman" (2017) como "Liga da Justiça" (2017) sofreram com a pressa do estúdio, sendo que esse último foi retalhado, mesmo tendo obtido posteriormente uma versão definitiva comandada por Zack Snyder. O herói precisava, novamente, de uma repaginada e "The Batman" (2022) vem em um momento em que a nossa realidade se encontra duelando contra as trevas.

O filme segue o segundo ano de Bruce Wayne (Robert Pattinson) como o herói de Gotham, causando medo nos corações dos criminosos da sombria cidade. Com apenas alguns aliados de confiança - Alfred Pennyworth (Andy Serkis) e o tenente James Gordon (Jeffrey Wright) - entre a rede corrupta de funcionários e figuras importantes do distrito, o vigilante solitário se estabeleceu como a única personificação da vingança entre seus concidadãos. Durante uma de suas investigações, Bruce acaba envolvendo a si mesmo e Gordon em um jogo de gato e rato, ao investigar uma série de maquinações sádicas em uma trilha de pistas enigmáticas estabelecida pelo vilão Charada.

O filme vem logo depois em que "Coringa" (2019) complementou o que faltava na trilogia "Cavaleiro das Trevas", correspondendo com a proposta daquela produção, mas sendo moldada ainda com mais ambição. Se naquela produção de Todd Phillips a sua Gotham era um retrato mais sujo e decadente do início dos anos oitenta, aqui a cidade é uma verdadeira fusão da verossimilhança de Nolan com o lado sombrio e expressionista de Burton. O resultado é uma Gotham City assustadora, em que o expressionismo alemão fica ainda mais evidente e ao mesmo tempo nos lembrando o subgênero Noir.

Aliás, o filme é puramente cinema, cujo o cinéfilo irá encontrar na trama referências aos clássicos "Chinatown" (1974), "Seven" (1996) e "Zodíaco" (2007), sendo que esses dois últimos comandados por David Fincher serviram de inspiração para a criação de uma versão mais assustadora, porém, realista do Charada (Paul Dano). No decorrer do filme, vemos o personagem cometendo crimes, deixando pelo caminho os seus enigmas e fazendo com que o protagonista, aos poucos, descubra a real natureza das mazelas de sua cidade. Se em "Coringa" a família Wayne era questionada aqui não é diferente e fazendo com que o herói se pergunte sobre qual é o seu verdadeiro papel naquela sociedade.

Robert Pattinson cria para si um Bruce Wayme melancólico, cuja a sua imagem parece saída do expressionismo, mas ganhando vida e força sempre que usa o seu traje de morcego. Provando sua versatilidade em filmes como "Bom Comportamento" (2017) e "O Farol" (2019), sua interpretação acaba não ficando escondida em seu traje de borracha, cujo o seu olhar tem muito mais a dizer do que meras palavras. Um Batman moldado pela dor e desejo de vingança, mas que com o tempo aprenderá que isso só não basta. Através de outros personagens, a sua figura acaba se tornando mais humanizada, mesmo quando a sua imagem se torna um contraponto em meio as outras pessoas.

Se o detetive Gordon (Jeffrey Wright) é um aliado em meio a uma força policial corrompida, Selina Kyle (Zoë Kravitz) é uma mulher moldada em meio ao universo violento contra a mulher e o que faz dela não tomar partido de nenhum lado, mas sim somente consigo mesma. No filme, tanto ela como Batman são dois lados da mesma moeda, mesmo quando ela já se encontra em uma fase em que não mais enxerga nenhum pingo de esperança para uma cidade tão corrompida. Essa corrupção, aliás, é muito bem representada tanto por Carmine Falcone (John Turturro) como também por Oswald Chesterfield, o Pinguim (Collin Farrel), sendo que esse último joga para ambos os lados para sobreviver e sabendo como ninguém como funciona as engrenagens do submundo do crime.

Logicamente, o público espera desse tipo de filme cenas ação a todo momento, mas não é isso o que acontece. Elas existem, mas com um objetivo, para que elas se casem com a proposta principal da obra e não sendo poluída com cenas previsíveis de CGI ou explosões que nem precisavam existir. Destaco a fantástica cena de Batman com o seu Batmovel  perseguindo o Pinguim e que Matt Reeves, assim como fez Christopher Nolan com a sua trilogia "Cavaleiro das Trevas", buscou inspiração no clássico policial "Operação França" (1971).

Com três horas de duração, o filme jamais cansa em momento algum e isso graças a uma direção perfeccionista e que cada cena tem algo a mais para se dizer do que se imagina. Além de lembrar o Expressionismo já citado, essa Gotham não é muito diferente do que foi vista no clássico "Blade Runner" (1982) sendo que ambos os filmes o cenário se encontra sempre chovendo e cuja a luz do sol acaba se tornando quase um mero sonho. Falando em chuva, Batman nunca se casou tão bem com ela como agora, cuja determinadas cenas dele vindo em câmera lenta em meio a água incessante o faz lhe tornar uma figura ainda mais ameaçadora.

Porém, no terceiro ato da trama, o protagonista percebe que quase se tornou parte de um sistema que pretende destruir a cidade, quando na verdade a sua figura não deveria ser equiparada a vingança, mas sim de esperança em meio as sombras. Portanto, ao vermos o personagem se jogar nas entranhas da escuridão para guiar pessoas com medo da morte a cena se torna simbólica e que serve de passagem para que o protagonista tome uma nova iniciativa na vida. Antes disso, vemos um Charada tirar a sua máscara, esfregando verdades na cara do protagonista e cuja atuação de Paul Dano merece uma indicação ao Oscar.

Com uma poderosa trilha sonora criada pelo compositor Michael Giacchino, da qual é alinhada muito bem a com a música "Something in the Way" de Nirvana inserida de forma engenhosa dentro da trama, "The Batman" é sobre a busca de uma luz em meio as trevas e cuja essa cruzada é complexa, porém, recompensadora. 


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Cine Dica: CINEMA/SESSÃO VAGALUME: Clássico "O Garoto", de Charles Chaplin, será exibido dias 12 e 13/03 na Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre.

 SESSÃO VAGALUME

O Garoto

- Lançado há 101 anos, filme foi primeiro longa-metragem dirigido por Charles Chaplin.   

- Público terá mais tempo para curtir as visitas guiadas pela cinemateca, que começarão uma hora antes das sessões.  


QUANDO: 12 e 13/03, sábado e domingo, às 15h. Visitas guiadas terão início às 14h. ONDE: Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico, Porto Alegre). QUANTO: R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia-entrada) - pagamento em dinheiro e pix, a bilheteria abre uma hora antes das sessões. 

DESCONTOS: meia-entrada para municipários e aplicação de todos os descontos previstos em lei (pessoas com mais de 60 anos com carteira de identidade; pessoas com deficiência e um acompanhante, mediante cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social da pessoa com deficiência ou de documento emitido pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS); jovens de baixa renda com comprovante ID e doadores de sangue com carteira de comprovação).


DURAÇÃO: 68min

CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: livre

EXIGÊNCIAS SANITÁRIAS PARA ENTRADA NA SALA DE CINEMA: apresentação de comprovante vacinal e uso de máscara. 

A próxima edição da Sessão Vagalume vai oferecer ao público uma verdadeira viagem à era de ouro do cinema mudo. Primeiro longa-metragem dirigido por Charles Chaplin, O Garoto será exibido nos dias 12 e 13 de março, às 15h, na Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre. Lançado em 1921, o filme alçou o artista britânico ao patamar de gênio da sétima arte. Marcado pelo humor, irreverência e sensibilidade, o título, até hoje, emociona crianças e adultos. 

- O Garoto é uma das maiores realizações de Charles Chaplin e passados 101 anos de sua estreia é um filme que segue encantado novas gerações de espectadores. Isso é algo muito raro e difícil de ser alcançado, especialmente se formos pensar que se trata de um filme mudo, em preto e branco, muito distante do universo altamente tecnológico do cinema contemporâneo, caracterizado por efeitos especiais cada vez mais sofisticados e ação frenética. O fato é que o humanismo de Chaplin, a concisão de seu cinema (O Garoto tem pouco mais de uma hora de duração), a sua habilidade em retratar relações humanas que são universais, a partir apenas do movimento e dos olhares de seus atores, são coisas que fazem com que o filme mantenha intacto o seu frescor e a sua capacidade de comunicação com diferentes públicos - explica o Marcus Mello, curador do Programa de Alfabetização Audiovisual da Cinemateca Capitólio.

Na trama, Charlie - também conhecido como Carlitos, no Brasil - interpreta um andarilho que encontra um bebê abandonado. Decide criá-lo e, com o passar do tempo, ele e o menino se envolvem nas mais diversas situações para sobreviver nas ruas de uma grande cidade. Essa obra universal teve como inspiração a própria infância de Chaplin, em Londres. Rejeitado pelo pai alcoólatra e após a mãe ser internada em um manicômio, teve que fugir da polícia para não ser levado a um orfanato. 

- O cinema de Chaplin é admirado em todos os lugares do mundo, e toca muito particularmente as crianças. Além disso, O Garoto é o primeiro grande filme da história do cinema a dar protagonismo a uma criança, eternizando a imagem do menino de rua interpretado pelo ator mirim Jackie Coogan. Não há ninguém que fique indiferente ao encanto dessa obra-prima do cinema, que segue provocando risos e lágrimas em crianças e adultos ainda hoje - comenta Marcus Mello.

Os ingressos populares custarão somente R$ 4,00 (R$ 2,00, a meia-entrada). A programação também inclui as visitas guiadas, que têm atraído cada vez mais público nessa temporada. Por isso, tiveram horário ampliado e serão realizadas a partir das 14h, uma hora antes do início do filme. Assim, pais e filhos poderão conhecer os bastidores do prédio histórico inaugurado em 1928 e que sempre abrigou um cinema. O roteiro inclui as salas de projeção e do acervo, além da biblioteca. 

A Sessão Vagalume é uma iniciativa do Programa de Alfabetização Audiovisual, projeto educativo da Cinemateca Capitólio. O objetivo é oferecer um circuito alternativo de cinema infantojuvenil. Quem desejar outras informações pode acessar o site da cinemateca (www.capitolio.org.br) e as redes sociais do programa (Facebook e Instagram - @alfabetizacaoaudiovisual).


SINOPSE:Uma mãe solteira deixa um hospital de caridade com seu filho recém-nascido. A mãe percebe que ela não pode dar para seu filho todo o cuidado que ele precisa, assim ela prende um bilhete junto a criança, pedindo que quem o achar cuide e ame o seu bebê, e o deixa no banco de trás de um luxuoso carro. Entretanto, o veículo é roubado por dois ladrões, que, quando descobrem o menino, o abandonam no fundo de uma ruela. Sem saber de nada, um homem (Charles Chaplin) faz o seu passeio matinal e encontra a criança. Inicialmente, quer se livrar dele, mas diversos fatores sempre o impedem e, gradualmente, ele passa a amá-lo, decidindo criar o menino (Jackie Coogan).


> INFORMAÇÕES TÉCNICAS:

O Garoto (The Kid), de Charles Chaplin (EUA, 1921, 68 minutos). Com Charles Chaplin, Jackie Coogan e Edna Purviance. 

ASSESSOR DE IMPRENSA

Léo Sant´Anna

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