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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Cine Dica: Streaming: 'O Último Duelo'

Sinopse: Uma história de traição e vingança realizada por Ridley Scott, com Jodie Comer, Adam Driver, Matt Damon e Ben Affleck nos papéis principais. 

Embora não tenha uma visão autoral definida dentro de sua filmografia Ridley Scott é responsável por grandes obras primas do cinema, que vai desde "Os Duelistas (1977), para "Alien - O 8ª Passageiro (1979), "Blade Runner (1982) e "Gladiador" (2000). Só por esses títulos seria o suficiente para ele receber carta branca através dos estúdios e comandar qualquer tipo de projeto, mesmo quando aquele corre o sério risco de ser um fracasso. "O Último Duelo" (2021) é um desses casos que o projeto poderá sair caro para o estúdio, mas em compensação somos brindados por uma produção que se arrisca a nos dizer para que veio.

"O Último Duelo" é uma história sobre o duelo entre o cavaleiro Jean de Carrouges e o escudeiro Jaques Le Gris, acusado de ter violado a esposa do cavaleiro. A luta, estabelecida pelo próprio rei da França, Carlos VI, marca o grande drama de vingança e crime do século XIV, que tem a esperança de ser resolvido somente após o combate. Baseado no romance homônimo de Eric Jager.

Embora longo se percebe que Ridley Scott tentou ao máximo para que o filme tivesse uma edição dinâmica e fluida, mesmo quando sentimos em alguns determinados momentos uma falta de umas passagens da história. Em compensação, ele nos brinda com uma trama que possui três perspectivas diferentes uma da outra, ou seja, cabe cada um tirar as suas próprias conclusões sobre quem realmente possui a história mais verossímil. Algo parecido que o mestre Akira Kurosawa havia usado em sua obra prima "Rashomon" (1951) e aqui está fórmula ainda funciona com perfeição.

Com uma reconstituição de época precisa, além de uma fotografia e edição de arte que andam de mãos dadas, o filme ainda nos brinda com boas atuações em cena. É curioso, por exemplo, observar Matt Damon e Ben Affleck novamente contracenando em um mesmo filme após vários anos, porém, se percebe que ambos não possuem mais aquele lado amador que tinham quando eram jovens, pois cada um aprendeu da melhor e da pior maneira possível como tem que se trabalhar realmente em uma Hollywood sempre movida pelo dinheiro. Adam Driver, por sua vez, continua colhendo os frutos desde que participou da terceira trilogia de “Star Wars”, pois obteve reconhecimento e acumulando atuações cada vez mais intensas em filmes pequenos, porém, autorais e de bastante conteúdo.

Mas o filme pertence atriz Jodie Comer do começo ao final de sua projeção. Com uma carreira solida em séries de tv, Jodie Comer tem nos surpreendido cada vez mais nas telonas e sua personagem aqui é um retrato de uma mulher que sofre nas mãos de uma cultura do patriarcado, do machismo e do fanatismo religioso, em uma época em que as mulheres poderiam ser mortas unicamente por tomar suas próprias escolhas. Nas três versões da trama observamos que ela desconstrói a imagem que o homem tentava sempre nos passar, mesmo quando o mesmo possuía a palavra final através do poder da igreja.

O ato final possui fortes emoções, principalmente em um duelo sangrento e que não se via na filmografia de Ridley Scott desde "Cruzada" (2004). Ao final, vemos um dos personagens centrais demonstrando certa felicidade em seu rosto, mas também não escondendo um alto preço para obter isso em meio a um sistema hipócrita vindo da própria igreja. Um momento puramente simples, mas que carrega um grande peso se olharmos para trás com relação ao que havia acontecido.

"O Último Duelo" é uma super produção que foge das regras comuns do cinema hollywoodiano e só por esse feito merece ser conferido.   

Onde Assistir: Star+

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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: "Spencer"

Sinopse: O filme conta o que poderia ter acontecido nos últimos dias do casamento da princesa Diana (Kristen Stewart) com o príncipe Charles (Jack Farthing).  

Pablo Larraín vem construindo uma carreira digna de respeito, principalmente quando cria tramas cujo os protagonistas são pessoas conhecidas pelo mundo. Porém, Tanto "Jackie" (2016) como "Neruda" (2016) são visões pessoais de sua autoria e cuja as tramas, tanto do famoso poeta do Chile, como da viúva do Presidente Kenedy, podem ser contestados por aqueles que viram de perto a carreira de ambos. Portanto, "Spencer" (2021) poderá dividir a opinião de muitos sobre a sua visão pessoal sobre Lady Diana, mas que vale muito a pena uma conferida.

"Spencer" é um longa cujo título faz referência ao sobrenome de solteira de Diana. Se passando nos anos 1990, Diana passa o feriado do Natal com a família real na propriedade de Sandringham, em Norfolk, Reino Unido. Apesar das bebidas, brincadeiras e comidas que Diana já sabe o script, esse final de ano vai ser diferente. Após rumores de traição e de divórcio, a princesa se vê em um impasse quando percebe que seu casamento com Príncipe Charles já não está dando mais certo, mesmo com os dois filhos, portanto ela decide o deixar. Spencer é apenas uma especulação do que pode ter acontecido durante esses turbulentos dias e noites.

Por estarmos acostumarmos em nos lembrar de uma Lady Diana linda, firme e forte através de imagens de vídeo e fotos, porém, o que temos aqui é algo totalmente o inverso, onde testemunhamos uma mulher à beira de uma crise nervosa, mas não se entregando do modo fácil. Pablo Larraín procura construir um cenário em que mostra a ligação da protagonista com as suas raízes, assim como também a tão tumultuada história da família real Britânica e cuja a mesma nunca conseguiu esconder os seus podres da realeza. Neste último caso, o filme ganha contornos quase de um terror psicológico com o direito da imagem do Príncipe Charles e da Rainha Elizabeth se tornarem peculiares para dizer o mínimo.

Dito isso vemos, portanto, uma Diana tendo que enfrentar todas as regras de etiqueta, das quais a sufoca a todo momento, já que cada uma se torna uma coleira ou uma corda encurtada para lhe manter presa naquele cenário. Em um determinado momento, por exemplo, uma corrente de pérolas se torna uma amarga lembrança e cuja a peça se torna parte de um dos momentos mais angustiantes trama. Porém, essa angustia somente é sentida graças atuação poderosa de Kristen Stewart.

Conhecida mundialmente pela franquia "Crepúsculo", Stewart vinha construindo uma carreira cada vez mais diversificada, ao ponto de surpreender em títulos como "Acima das Nuvens" (2014) e "Personal Shopper" (2017) ambos de Olivier Assayas. Aqui atriz desaparece em cena, mas não dando lugar a Diana da qual nós conhecíamos, mas talvez de acordo com a visão do diretor ou até mesmo da forma em que atriz a construiu para si. Aqui, vemos uma Diana com trejeitos peculiares, cujo o seu modo de andar parece estar sempre recuando de algo que a gente jamais vê, mas cujo o mal que lhe assombra pode estar bem ali.

Porém, aos poucos, constatamos que essa Diana precisa enfrentar e derrotar os seus demônios interiores, cujos os mesmos podem estar no coração da realeza, mas também em suas próprias dúvidas com relação a sua pessoa. A sua redenção, portanto, se encontra em seu passado, onde a figura de um antigo espantalho pode se tornar a sua peça chave para sua fuga em direção a uma realidade um pouco mais acolhedora. O final, embora distante da realidade propriamente dita, é uma declaração de amor do cineasta para uma mulher da qual somente ela sabia como as engrenagens da realiza funcionavam e cujo o seu miolo, talvez, tenha sido bastante amargo.

Com uma bela edição de arte e fotografia. "Spencer" é a luta de uma mulher que viu o seu conto de fadas ruir e que precisava acordar para assim fugir e ser um pouco mais feliz. 


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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (27/01/22)

 SPENCER

Sinopse: SPENCER narra o que poderia ter acontecido nos últimos dias do casamento da princesa Diana (Kristen Stewart) com o príncipe Charles (Jack Farthing).


BELLE

Sinopse: Sensação nos festivais e mostras internacionais, BELLE nos leva para U, um mundo virtual onde você pode ser quem ou o que quiser. E é neste mundo em que Suzu, uma adolescente tímida da zona rural, se transforma em Belle, uma maravilhosa cantora amada por todos. 


FORTALEZA HOTEL

Sinopse: Pilar, uma jovem camareira do Fortaleza Hotel, está de partida para Dublin, onde vai tentar uma nova vida logo após a virada do ano. Seu caminho cruza com o de Shin, uma hóspede sul-coreana de meia idade, que veio ao Brasil resgatar o corpo de seu falecido marido de volta à Seul. 


O BECO DO PESADELO

Sinopse: Em O Beco do Medo, quando o carismático, mas sem sorte, vigarista Stanton Carlisle (Bradley Cooper) acaba entrando para um "circo dos horrores" após perder tudo. Lá ele encontra a vidente Zeena (Toni Collette) e seu marido Pete (David Strathairn), que fazem um show de leitura fria e um engenhoso sistema de linguagem codificada para fazer parecer que ela tem poderes mentais extraordinários. 


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Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre: "Eu Não Choro"

Boa noite pessoal !!

Segue a programação do Clube de Cinema enviada pelo nosso Diretor de Programação:


Local: Sala Eduardo Hirtz, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 29/01/2022, sábado, às 10:15 da manhã

"Eu Não Choro" (Jak najdalej stad)

Polônia/ Irlanda, 2020, 98 min, 14 anos.


Direção: Piotr Domalewski

Elenco: Zofia Stafiej, Kinga Preis, Arkadiusz Jakubik

Sinopse: Ola é uma jovem polonesa rebelde e determinada que sonha em ter seu próprio carro. Ela, a mãe e o irmão, de origem humilde, contam com o dinheiro que o pai manda da Irlanda, onde trabalha na construção civil. Mas tudo muda quando a família recebe a notícia da morte do pai e Ola precisa viajar para reconhecer o corpo.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Deserto Particular’

Sinopse: Daniel é um policial exemplar, mas acaba cometendo um erro que coloca em risco sua carreira e sua honra. Quando nada mais parece o prender a Curitiba, ele parte em busca de Sara, uma mulher com quem se relaciona virtualmente. 

Em tempos atuais em que o Brasil se encontra na corda bamba cada vez há mais pessoas que buscam um refúgio para que se sintam novamente humanos. Porém, alguns desses tais refúgios podem não ser exatamente o que os mesmos procuram, principalmente se for no caso do cenário da internet onde diversas pessoas procuram algo em que elas acreditam que seja verdadeiro. "Deserto Particular" (2021) fala sobre pessoas comuns que se encontram perdidas em suas vidas e que acabam adentrando em um deserto pessoal, porém, não exatamente real.

Dirigido por Aly Muritiba, o filme conta a história de Daniel, um policial exemplar, mas que acaba cometendo um erro que coloca em risco sua carreira e sua honra. Quando nada mais parece o prender a Curitiba, ele parte em busca de Sara, uma mulher com quem se relaciona virtualmente. Ele então mergulha em um intenso processo interno para aprender a lidar melhor com seus próprios afetos.

Com um prólogo de quase meia hora de duração, conhecemos Daniel de forma gradual para que possamos nos identificar com ele. Neste último caso Aly Muritiba soube nos conduzir muito bem para esse cenário, já que Daniel é gente como a gente, cheio de dúvidas, com problemas de saúde dentro da família e tendo o seu emprego colocado em risco devido a um ato falho. Visto no ótimo "Bacurau" (2019) Antônio Saboia obtém aqui um dos seus melhores trabalhos, onde o seu personagem transita entre a explosão e a razão e fazendo do seu personagem complexo e irresistível.

Porém, o melhor personagem acaba sendo Sara/ Robson, vivido pelo ator iniciante Pedro Fasanaro. Ao interpretar um personagem que vive duas vidas, Fasanaro cria diversas camadas de interpretação sobre as suas atitudes, onde ele deseja ser quem realmente é, mas tendo receio devido a realidade com que ele convive em seu dia a dia. Com Daniel ele encontra um refúgio, mas do qual pode desmoronar a partir do momento em que o primeiro acaba descobrindo a verdade sobre a sua verdadeira pessoa.

O filme é um retrato de um Brasil atual com medo, onde inúmeras pessoas não saem do armário devido represálias vindas, tanto de pessoas comuns, como também de religiosos e políticos que usam os seus status unicamente para tacar ódio contra aqueles que buscam unicamente serem eles mesmos. No meu entendimento, o filme se dirige para um caminho em que não existe uma solução fácil contra isso, mas sim continuar vivendo da maneira como realmente se sente melhor e seguir o rumo independente do que aconteça em um futuro que ainda se encontra indefinido. O certo é deixar os de mente fechada falarem sozinhos e seguirmos em frente para não enlouquecermos.

"Deserto Particular" fala sobre pessoas com medo de serem elas mesmas, ao se fechar em suas bolhas imaginárias quando na verdade deveriam abraçar as suas próprias naturezas. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 27 DE JANEIRO A 02 DE FEVEREIRO DE 2022 Na Cinemateca Paulo Amorim.

 PROGRAMAÇÃO DE 27 DE JANEIRO A 02 DE FEVEREIRO DE 2022

SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES


A ROSA PÚRPURA DO CAIRO


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – FORTALEZA HOTEL Assista o trailer aqui.

NÃO HAVERÁ SESSÃO NOS DIAS 29 E 30 (SÁBADO E DOMINGO)

(Brasil, 2021, 75min). Direção de Armando Praça, com Clébia Sousa, Lee Young-Lan, Larissa Góes, Demick Lopes. Vitrine Lopes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Pilar, uma jovem camareira do Fortaleza Hotel, vai sair do Brasil logo depois do ano novo. Mas seu caminho cruza com o de Shin, uma sul-coreana de meia idade que precisa repatriar o corpo do falecido marido de volta à Seul. Quando os planos de ambas começam a dar errado, as duas mulheres acabam se aproximando e se apoiam para resolver seus problemas.


17h30 – MADRE Assista o trailer aqui.

(Espanha/França, 2021, 130min). Direção de Rodrigo Sorogoyen, com Marta Nieto, Jules Porier, Alex Brendemühl. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Faz dez anos que o filho de Elena desapareceu em uma praia da França. Desde então, ela mora no lugar e tenta se recuperar do sofrimento do passado. Mas tudo muda quando ela conhece um adolescente francês de 16 anos que lembra muito o seu filho e faz todo o possível para se aproximar do garoto.


SESSÕES ESPECIAIS SALA PAULO AMORIM

ESPECIAL WOODY ALLEN – ANOS 1970 E 1980


SÁBADO, DIA 29 DE JANEIRO ÀS 15h

A ROSA PÚRPURA DO CAIRO

(The Purple Rose of Cairo - 1985, 90min). Direção de Woody Allen, com Mia Farrow, Jeff Daniels.

Sinopse: Nos anos 1930, uma garçonete de Nova Jersey tenta fugir de sua triste rotina assistindo filmes no cinema. Até que um dia, o impossível acontece: o herói de seu filme predileto sai da tela para declarar seu amor por ela, provocando uma grande confusão.


DOMINGO, DIA 30 DE JANEIRO ÀS 15h

CRIMES E PECADOS

(Crimes and Misdemeanors - 1989, 100min). Direção de Woody Allen, com Martin Landau, Woody Allen e Anjelica Huston.

Sinopse: Um oftalmologista renomado tem uma amante que ameaça levar o caso dele para a esposa. Enquanto isso, um cineasta está fazendo um documentário para televisão pública e acaba se apaixonando por uma das produtoras. Inspirado no romance "Crime e Castigo", de Dostoievski, o filme leva as duas histórias em paralelo até o desfecho final.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h15 – MARIGHELLA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 155min). Direção de Wagner Moura, com Seu Jorge, Adriana Esteves, Bruno Gagliasso. Paris Filmes, 16 anos. Drama/Ação.

Sinopse: A cinebiografia recupera a trajetória do ex-deputado e guerrilheiro Carlos Marighella (1911 – 1969), que comandou um grupo de jovens na luta contra a ditadura que governava o Brasil. Ele foi um dos fundadores da Ação Libertadora Nacional, que pregava a revolução armada, e chegou a ser considerado o inimigo número 1 do Brasil. Sua morte aconteceu em uma emboscada em São Paulo, por agentes do DOPS. O filme é uma adaptação do livro "Marighella - O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo", de Mário Magalhães.


17h – EU NÃO CHORO Assista o trailer aqui.

NÃO HAVERÁ SESSÃO NO DIA 29 (SÁBADO)

(I Never Cry - Polônia/Irlanda, 2021, 100min. Direção de Piotr Domalewski, com Zofia Stafiej, Kinga Preis, Arkadiusz Jakubik. Arteplex Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Ola é uma jovem polonesa rebelde e determinada que sonha em ter seu próprio carro. Ela, a mãe e o irmão, de origem humilde, contam com o dinheiro que o pai manda da Irlanda, onde trabalha na construção civil. Mas tudo muda quando a família recebe a notícia da morte do pai e Ola precisa viajar para reconhecer o corpo.


17h – INTRANSITIVO *ENTRADA FRANCA* Assista o trailer aqui.

SESSÃO SOMENTE NO SÁBADO

(Brasil, 60min, 2021). Documentário de Gustavo Deon, Luka Machado, Lau Graef e Gabz 404.

Sinopse: A produção conta as histórias de vida de oito pessoas trans que vivem no Rio Grande do Sul.

Sessão seguida de debate com os diretores.


SESSÕES ESPECIAIS SALA EDUARDO HIRTZ

MOSTRA HISTÓRIAS TRANS


QUINTA, DIA 27 DE JANEIRO ÀS 19h

EU, UM OUTRO

(Brasil, 2021, 105min). Direção de Silvia Godinho

Sinopse: Luca, Thalles e Raul têm em comum o fato de terem nascido como mulheres biológicas, fizeram a transição de gênero e agora querem viver suas novas vidas. Luca decide ir atrás de Ana, seu primeiro amor, que ele não via desde que era uma menina. Raul é um estudante de filosofia que quer ser professor, enquanto Thalles trabalha como segurança e enfrenta burocracia e preconceito para registrar seu nome masculino.

O filme, ainda inédito nos cinemas, terá sessão especial de pré-estreia na abertura da mostra. *Sessão comentada com a participação de Gabriella Meindrad, secretária-adjunta da Cultura do RS, e convidados.


SEXTA, DIA 28 DE JANEIRO ÀS 19h

INDIANARA

(Brasil, 85min, 2020). Direção de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa.

Sinopse: O filme mostra a trajetória da ativista transexual Indianara Siqueira, uma das idealizadoras da Casa Nem, abrigo para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade, no Rio de Janeiro.


SÁBADO, DIA 29 DE JANEIRO ÀS 19h

MARIA LUIZA

(Brasil, 80 min, 2020). Direção de Marcelo Díaz

Sinopse: O documentário conta a história de Maria Luiza da Silva, a primeira militar reconhecida como transexual das Forças Armadas Brasileiras, que serviu por 22 anos até ser aposentada por invalidez.


DOMINGO, DIA 30 DE JANEIRO ÀS 19h

FABIANA

(Brasil, 80min, 2020). Direção de Brunna Laboissière

Sinopse: Fabiana é uma mulher trans que trabalha como caminhoneira pelas estradas brasileiras. Agora que chegou a hora da aposentadoria, ela lamenta ter que deixar sua rotina de viagens.


TERÇA, DIA 01 DE FEVEREIRO ÀS 19h

MADALENA

(Brasil, 85min, 2021). Direção de Madiano Marchetti

Sinopse: Luziane, Cristiano e Bianca vivem uma cidade da área rural do Mato Grosso. Eles não se conhecem, mas são afetados pelo desaparecimento de Madalena, uma mulher trans cujo corpo é encontrado na periferia da cidade.


QUARTA, DIA 02 DE FEVEREIRO ÀS 19h

ALICE JUNIOR

(Brasil, 87min, 2019). Direção de Gil Baroni

Sinopse: Alice é uma adolescente trans cheia de carisma que investe seu tempo fazendo vídeos para o Youtube. Quando o pai dela é transferido da capital para uma cidade do interior, Alice se depara com uma sociedade mais retrógrada do que estava acostumada.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Cine Dica: Streaming: 'A Tragédia de Macbeth'

Sinopse: Macbeth, um general vitorioso, recebe uma profecia de três bruxas que eventualmente se tornará rei.

William Shakespeare foi um dos maiores poetas e dramaturgos da história e cuja as suas obras foram levadas para o cinema inúmeras vezes e nas mais diversas formas. O clássico "Júlio César" (1953), por exemplo, talvez seja a adaptação mais próxima da essência em que   Shakespeare queria passar através de sua obra e cuja a linguagem teatral colaborou ainda mais para esse feito. "A Tragédia de Macbeth" (2022) talvez seja uma das melhores adaptações da obra do escritor para o cinema recente, pois Joel Coen nitidamente bebeu da fonte do clássico de Joseph L. Mankiewicz.

A nova adaptação de "A Tragédia de Macbeth" segue a história do lorde Macbeth ao voltar de uma guerra. No meio do caminho, três bruxas o abordam e falam sobre sua visão de que ele será o próximo rei da Escócia. Ao contar a notícia para sua esposa, eles planejam o assassinato do rei atual do país e assim garantir o reinado de Macbeth. Porém, como o próprio nome diz, Macbeth é uma tragédia, em uma adaptação feroz e que, além de ser uma história de assassinato, envolve loucura, ambição e astúcia furiosa.

Dirigindo pela primeira vez sem o seu irmão, Joel Coen surpreende pelo caminho que decidiu trilhar nesta nova adaptação da peça de Shakespeare. Embora seja uma adaptação cinematográfica Joel Coen manteve a linguagem teatral, ao ponto em que algumas frases se tornam até mesmo complexas para marinheiro de primeira viagem, porém, respeitando as suas raízes dramaturgas. Ao mesmo tempo o filme possui um dos mais belos visuais deste início de ano e cuja a sua fotografia em preto e branco elaborada pelo francês Bruno Delbonnel remete aos melhores momentos do expressionismo alemão e principalmente dos primeiros clássicos criados pelo mestre Fritz Lang.

Além disso, há uma carga visual nítida de Ingmar Bergman nas entrelinhas, já que o visual das três bruxas remete diretamente ao clássico "O Sétimo Selo" (1957). Curiosamente, ambos os filmes discutem a questão de os personagens principais fugirem de algo que é praticamente impossível de ser evitável. Se no clássico de Berman o protagonista fugia da morte de forma inútil, Macbeth tenta fugir de sua própria culpa por ter cometido um crime tão terrível, mas cuja as consequências irão alcançá-lo.

Denzel Washington nos brinda aqui com uma incrível atuação, cujo o seu desempenho acaba sendo até mesmo superior ao trabalho que Michael Fassbender  havia feito para o mesmo personagem em "Macbeth: Ambição e Guerra" (2015). Ao ser fiel ao texto de   Shakespeare, Washington se sente ao mesmo tempo à vontade para criar o seu Macbeth para si, ao ponto que ele consegue passar através do seu olhar todo o conflito interno que o personagem sente principalmente em momentos em que a verdade lhe assombra a todo o instante. Uma atuação digna de Oscar e espero que esteja entre os indicados da próxima festa.

Já Frances McDormand, a eterna musa dos irmãos Coen, surpreende ao construir uma Lady Macbeth ambiciosa pelo poder, mas não conseguindo esconder o medo da possibilidade do seu crime vir à tona em algum momento. Não deixa de ser impressionante, por exemplo, nas cenas em que a sua personagem aparece sonambula e revelando o sentimento de culpa que carrega em suas próprias mãos. Tanto ela como Denzel Washington juntos em cenas se tornam o sangue shakespeariano que essa adaptação precisava.

Deixando a ação em segundo plano, o filme se entrega aos jogos políticos que se encontram encravados nas obras de Shakespeare. O que não deixa de ser curioso, já que atualmente estamos imundados por filmes e séries em que vemos democracias e reinos sendo golpeados ou destruídos pelas ambições vindas do homem como um todo e que sintetiza o desiquilíbrio dos governos atuais do mundo real cada vez mais preocupados em obter poder do que ajudar o povo. Pelo visto os tempos de William Shakespeare não eram muito diferentes dos nossos hoje em dia e fazendo com que as suas obras se tornassem imortais e sempre revisitadas até nos dias de hoje.

"A Tragédia de Macbeth" já aponto como um dos melhores filmes do ano, ao se afastar do convencional que tanto envenena o cinema atual e nos brindando com o melhor do universo shakespeariano e que tanto estamos precisando. 

Onde Assistir:  Apple TV+

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