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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 10 de junho de 2019

Cine Especial: ‘Suspíria' - Em Dois Atos e em Dois Tempos


Exibido atualmente na Cinemateca Capitólio Petrobras na sessão das 15h45min, o filme “Suspíria - A Dança do Medo” (2018) me chamou atenção por ser um filme que fala muito mais sobre a época em que a trama se passa do que o próprio clássico Suspíria (1977) de Dario Argento. Pensando nisso, decidi fazer uma análise sobre os dois filmes e vocês tendo a chance de tirarem as suas próprias conclusões.  

'Suspíria - A Dança do Medo' (2018) 

Sinopse: Susie Bannion (Dakota Johnson), uma jovem bailarina americana, vai para a prestigiada Markos Tanz Company, em Berlim. Ela chega assim que Patricia (Chloë Grace Moretz) desaparece misteriosamente.  

Entre os anos 60 e 70 o cinema de horror mudou, já que as pessoas do mundo real não se assustavam mais com vampiros ou com lobisomens. Em tempos de escândalos políticos, guerras e o aumento da criminalidade das grandes metrópoles que se alastrava, o público não perdia mais o seu tempo com monstros fictícios, pois o mundo real já era muito mais perigoso. Foi também um tempo em que as pessoas pregavam a paz e o amor, explorando cada vez mais o lado positivo da natureza e experimentando os prazeres do sexo e das drogas.
Coube os realizadores observarem essas mudanças encontradas dentro da sociedade e fazendo com que os seus filmes adquirissem uma linguagem da qual o público se identificasse. Talvez, o melhor filme de terror que soube sintetizar aqueles ventos da mudança foi "O Homem de Palha" (1973), de Robin Hardy, do qual colocava um policial obcecado em suas crenças perante uma comunidade que abraçava os prazeres da carne, do misticismo e do lado oculto da natureza.
Curiosamente, estamos passando por um período semelhante, em que os filmes de horror  continuam transitando para o lado do fantástico, mas fortalecendo uma releitura sobre o que realmente causa medo nas pessoas em tempos de contemporâneos. É o que chamamos do movimento "Pós Terror", do qual são filmes que exploram os medos vindos do mundo atual e transitando em alguns casos pelo gênero fantástico, mas servindo somente como pano de fundo. Títulos como "A Bruxa" (2015), "Corra"(2017), "Ao Cair da Noite" (2017), Hereditário (2018) e o recente "Nós", dos quais são filmes que nos pegam desprevenidos e que falam um pouco sobre os nossos temores vindos do mundo em que vivemos.
É aí que chegamos a “Suspíria - A Dança Do Medo” (2018), do diretor Luca Guadagnino, do filme "Me Chame Pelo Seu Nome" (2017). Alardeado como refilmagem de Suspíria (1977), do diretor Dario Argento, Luca Guardagnino optou em pegar o básico daquele clássico, porém, expandi-lo para um novo formato e que obtivesse sua identidade própria. O resultado é um filme completamente diferente da obra de 1977, mas representando muito bem aquele clima que os filmes de horror tinham e falando um pouco sobre o próprio mundo daqueles tempos longínquos.
Se passando também no ano de 1977, o filme conta a história de Susie (Dakota Johnson), uma jovem bailarina americana, que vai na conhecida  Markos Tanz Company, em Berlim. Ela chega assim que Patricia (Chloë Grace Moretz) desaparece de formas misteriosas. Tendo um progresso espantoso, com a orientação de Madame Blanc (Tilda Swinton), Susie acaba fazendo amizade com outra dançarina, Sara (Mia Goth), que compartilha com ela os segredos que rondam aquele lugar.
O filme já começa de uma forma mórbida, graças a curta, porém, interessante atuação de Chloë Grace Moretz em cena. Além disso, o filme abre com uma belíssima trilha sonora que fala um pouco até mesmo das músicas daquele ano de 1977, da qual ressoa e fica em nossa memória. Conhecido pelo trabalho no "Radiohead", Thom Yorke trabalhou nas trilhas dos documentários "The UK Gold" (2015), além de "Watershed: Exploring a New Water Ethic for the New West" (2012) e aqui faz um trabalho sublime e fazendo com que a gente não se esqueça facilmente.
Após essa abertura, o público adentra naquele universo sombrio ao lado da protagonista Susie e que, aos poucos, vai se misturando com aquele ambiente como um todo. O filme não demora muito para nos dizer para que veio, mas com um clima mórbido e não poupando os nossos olhos: a cena em que uma personagem é toda manipulada através da dança e terminando de uma forma grotesca sintetiza muito bem isso.
Mas embora o horror fantástico, por vezes gore, domine em alguns pontos do filme, é curioso que a trama possua um pouco dos fatos verídicos acontecidos naquele tempo. Como ela se passa em Berlim, por exemplo, o muro em si acaba surgindo e representando os conflitos políticos daquele período na Alemanha e no mundo. Aliás, o psiquiatra Dr. Jozef Klemperer, impressionantemente interpretado pela atriz Tilda Swinton, já é uma vítima desde o princípio devido as guerras vindas do mundo real e fazendo a possibilidade de ele adentrar ao universo de bruxos acabe se tornando mero detalhe espinhoso.
Visualmente, o filme é único como um todo, onde as cenas das alunas dançando, principalmente nos momentos com Dakota, se tornam algo indispensável. A violência em si se faz presente, mas ela se concentra muito mais em seu ato final, da qual se difere do original e se tornando ainda muito mais assustador. É como se estivéssemos assistindo ao recente "Climax", do cineasta Gaspar Noé, mas moldado com muito sangue, morte e com um final anti-hollywoodiano que irá dividir completamente o público.
"Suspíria - A Dança do Medo" é mais do que uma mera refilmagem, mas sim uma releitura melhorada de um clássico e que fala um pouco das mazelas do nosso próprio mundo.




Suspiría (1977) 

Sinopse: Suzy (Jessica Harper) é uma jovem americana chega em Fribourg para fazer cursos em uma academia de dança de prestígio. A atmosfera do lugar, estranho e perturbador, acaba surpreendendo a garota.  

O cinema de horror Italiano se sobressaiu entre anos 60 e 70, ao criar uma aura atmosférica, por vezes, gótica e com um clima de pesadelo constante. Nestes filmes se destaca a violência chocante, um clima quase gore, cuja a fotografia com cores quentes fazia com que as tramas se separassem do mundo real. Dario Argento e Mario Bava, por exemplo, foram um dos pilares dessa tendência, sendo que o primeiro se destacou com esse "Suspíria" (1977), um filme que daria origem a trilogia "As Três Mães", que incluí ainda Inferno e O Retorno da Maldição - A Mãe das Lágrimas.
A trama acompanha os passos de Suzy (Jessica Harper), um jovem que chega a Fribourg  para ser aluna de uma escola de dança de destaque. Contudo, estranhas mortes começam acontecer na escola, fazendo com que ela desconfie que há algo a mais naquele lugar. A situação piora ainda mais no momento em que a sua colega de quarto Sara (Stefania Casini) suspeita que as professoras possam ser na realidade bruxas.
Visualmente, o filme parece uma continuação de "Seis Mulheres para o Assassino" (1964), do diretor Mario Bava, onde as cores se mesclam com um cenário que mais parece saído de um filme do expressionismo alemão. Logicamente que isso é mais do que proposital, já que Argento cria aqui um clima angustiante para a personagem principal, como se ela entrasse em uma espécie de transe e do qual quase nunca acordasse. O resultado é um filme em que, como um todo, parece um labirinto colorido, porém, nada reconfortante, como se fosse um conto de fadas que não parece que acabará bem.
Para os entendedores de cinema daquela época, é perceptível que Argento pegou carona com os sucessos daquele tempo, em que os filmes de terror cada vez mais abraçavam o lado do mistíssimo, magia negra e exorcismo. Claro que isso explodiu quando "O Exorcista" (1973) foi lançado na época, mas que nem todos obteram o mesmo resultado. O próprio Mario Bava, por exemplo, teve o seu filme "Lisa e o Diabo" (1973) mutilado pelos produtores e para que ele fosse lançado com cenas de exorcismo.
No caso de "Suspiría" de Argento, a sua proposta para explorar o lado sombrio do universo das bruxas estava ali desde o princípio. Porém, o filme envelheceu um pouco mal em alguns pontos, como no caso dos seus minutos finais, que mais parecem que saíram dos filmes clássicos do estúdio inglês Hammer. Isso não enfraquece o potencial do filme, mas não acho que funcionaria nos dias de hoje.
Com o passar do tempo "Suspíria" ganhou status de filme cult e sendo reavaliado pelos fãs do gênero de horror ao longo do tempo.   

Nota: Participem do meu curso "Christopher Nolan: A Representação da Realidade" que irá acontecer no próximo final de semana. Informações e inscrições cliquem aqui. 

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Cine Dica: Sala Redenção recebe Cine Varilux e mostra de filmes premiados do Mercosul


A Sala Redenção – Cinema Universitário recebe, na semana de 10 a 14 de junho, diversas atividades para públicos diversos. O festival de cinema francês Cine Varilux começa no Brasil inteiro, tendo a Sala Redenção como uma das salas de exibição de suas obras. Ao mesmo tempo, a mostra de filmes premiados do Mercosul (Recam) chega à sala de cinema da UFRGS com diversas películas dos países pertencentes ao bloco. O Clube de Cinema de Porto Alegre debate o filme de Fritz Lang, Dr Mabuse II (1922). Por fim, a diretora Flavia Castro desembarca em Porto Alegre para a pré-estreia de seu novo filme, Deslembro (2019), em 13 de junho, às 19h. 

Cine Varilux
Em 2019, o festival Varilux completa 10 anos e a expectativa é que ultrapasse a marca de um milhão de espectadores. Criado em 2010 foi inicialmente realizado em nove cidades, em 2018 atingiu quase todo o Brasil, em 88 municípios, 118 salas e consumido por um público de 172 mil pessoas. Seguindo a tradição, as sessões democráticas serão realizadas na Sala Redenção – Cinema Universitário. Serão dez sessões exibidas no horário das 14h. O Festival Varilux 2019 acontecerá de 10 a 21 de Junho.

Mostra filmes premiados da Recam
Durante o mês de junho, a RECAM, Rede de Salas Digitais do Mercosul apresenta a Série de Filmes Premiados. Encontro Especializado de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul (RECAM) foi criada em dezembro de 2003 e é um órgão consultivo do MERCOSUL no tema cinematográfico e audiovisual, formado pelas mais altas autoridades governamentais nacionais no assunto. Entre os seus objetivos, Busca-se aprofundar o desenvolvimento do Audiovisual dos Países participantes, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, garantindo o direito do telespectador a uma pluralidade de opções que incluem especialmente expressões culturais e audiovisuais do Mercosul. É com esse propósito que é criado o prêmio “Obra Cinematográfica do MERCOSUL”. Durante este ciclo, quatro longas-metragens e três curtas-metragens serão exibidos, na Sala Redenção, premiados em vários festivais da região.

Pré-estreia do filme Deslembro
A Sala Redenção – Cinema Universitária convoca o público para a pré-estreia do filme brasileiro ‘Deslembro’, da diretora Flávia Castro. A sessão especial ocorrerá em 13 de junho, às 19h. Com produção de Walter Salles, o longa metragem aborda os desafios de uma família exilada – baseada na experiência pessoal da diretora – que prepara a sua volta para o Brasil, após a entrada em vigor da Lei da Anistia, em 1979.
Após o filme, haverá um bate-papo com a diretora do longa, Flávia Castro, Claudia Wasserman (Diretora do IFCH e Professora de História – UFRGS), Mariluci Cardoso de Vargas (Pós-Doutoranda pela CAPES no PPGH/UFRGS) e Benito Bisso Schmidt (Professor PPGH/UFRGS).
Em 31 de março de 2019, o golpe civil-militar completou 55 anos, e em agosto, a Lei de Anistia Política, um dos marcos do processo de reabertura política no Brasil, completará 40 anos. Nesse contexto, o filme Deslembro, uma ficção baseada em algumas experiências vividas pela diretora Flávia Castro, chega aos cinemas. A cineasta passou quase toda a década de 1970 no exílio com a família – Sandra Macedo e Celso Castro, seus pais, e João Paulo, seu irmão. O retorno dos Macedo e Castro para o Brasil só se concretizou após a Lei de Anistia, promulgada em 1979.

Veja a programação completa clicando aqui. 


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sábado, 8 de junho de 2019

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (08/06/19)

O HOMEM QUE MATOU DOM QUIXOTE

Sinopse: Toby, um cínico publicitário, se vê envolvido nas ilusões e alucinações de um sapateiro espanhol que acredita ser Dom Quixote. 


A HISTÓRIA DE UM SONHO: TODAS AS CASAS DO TIMÃO

Sinopse:Fundado por um grupo de operários no bairro do Bom Retiro, o Sport Club Corinthians Paulista é considerado um dos times mais importantes do futebol brasileiro. Porém, nem sempre foi assim.


AMAZÔNIA GROOVE

Sinopse: Um mergulho apaixonado na música regional da Amazônia, especialmente a característica do Pará, através das histórias dos músicos tradicionais da região.

BEATRIZ

Sinopse: Marcelo, um escritor, e Beatriz, uma advogada, se mudam para Lisboa. A moça logo encontra um emprego em uma empresa local, mas seu marido não tem a mesma sorte e encontra dificuldades para começar a escrever seu novo romance.

EU ACREDITO

Sinopse: Brian é um menino de 9 anos de idade que tem um encontro sobrenatural com o poder de Deus. Porém seu pai, um apresentador de televisão ateu, não fica nem um pouco feliz com essa descoberta. 

JUNTOS PARA SEMPRE

Sinopse: Depois de muitas vidas e aprendizados, Buddy vive tranquilamente com Hanna. Um dia, Gloria, uma aspirante a cantora, aparece sem avisar na vida dos dois com uma notícia surpreendente: Hanna tem uma neta, chamada Clarity.

MEMÓRIAS DA DOR

Sinopse: Na França ocupada por nazistas, a escritora Marguerite Duras busca por pistas do paradeiro do marido preso por ações na resistência, se aproximando de um inimigo que é também seu fã.

PATRULHA CANINA: SUPER FILHOTES

Sinopse: Depois que um misterioso meteoro cai na Baía da Aventura, os pequenos e valentes Chase, Marshall, Skye, Ryder e Rubble correm para tentar preservar o local, mas acabam passando por uma experiência inesperada.



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sexta-feira, 7 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Compra-me Um Revólver' - O lado Verossímil de um Futuro Apocalítico.

Sinopse:O filme traz uma visão distópica de um México controlado inteiramente por cartéis, no qual as mulheres estão desaparecendo. Uma jovem usa uma máscara para esconder sua identidade e ajudar o pai a cuidar de um campo de beisebol frequentado pelos traficantes. 

Em tempos de um Brasil atual em que se vende a ideia, erroneamente, que liberar porte de armas para o povo irá conter a violência já existente, ao mesmo tempo se cria um pessimismo com relação ao nosso próprio futuro. Futuro esse, aliás, que é sempre retratado em filmes apocalípticos, mas cujas as últimas obras não estão muito distantes de nossa própria realidade. "Compra-me Um Revólver" pode ser uma ficção futurística, mas que assusta pelo seu teor realístico, com altas doses de pessimismo e que nos deixa mentalmente em frangalhos.   
Dirigido pelo mexicano  Julio Hernández Cordón, do filme "Atrás Há Relâmpagos"(2017), o filme conta a história de futuro próximo, onde a jovem Huck (Matilde Hernandez) usa uma máscara para conseguir esconder que é uma menina, pois as mulheres estão desaparecendo gradualmente em sua cidade. Huck ajuda o pai viciado a cuidar de um campo de beisebol abandonado, onde os traficantes se encontram para jogar. O pai tenta protegê-la dos perigos daquela realidade, mas é o grupo de garotos amigos o grande aliado da menina. Juntos, eles vão ter que lutar para superar as dificuldades da vida e derrotar a máfia local. 
Embora a trama se passe em um futuro, o filme está muito mais próximo da realidade vista em nosso dia a dia, principalmente em países como o México que luta contra a violência que sempre nasce devido ao tráfico de drogas. A história abre com letreiros para fazer com que a gente se localize naquele universo, mas, ao meu ver, isso soa como dispensável, pois o horror do realismo já dá conta de todo o recado. Na medida em que a trama avança, pouco importa onde ou quando a trama se passa, mas sim nos preocupamos mais com o bem-estar do pai e da filha.
Matilde Hernandez é a força matriz da obra, já que é através do seu olhar inocente que enxergamos uma realidade distorcida e da qual é somente movida pelo desejo de manter a sua sobrevivência. Uma vez que o horror dessa realidade toma conta do ambiente, enxergamos um olhar infantil transitando entre a loucura e a lucidez, mas jamais abandonando as suas motivações em manter a sua segurança e do seu pai. Se para nós, o clima mórbido da trama toma ares de filme de horror, para os jovens personagens vistos na tela isso se tornou algo banal, ao ponto de vermos uma criança desejar o seu braço decapitado de volta se tornar algo rotineiro para aqueles jovens personagens que convivem com uma insana violência que impregna em seu dia a dia.
"Compra-me Um Revólver" pode ser uma ficção, mas assusta pela sua realidade nua e crua e da qual pode estar muito mais próxima de nós do que a gente imagina.



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Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Último Lance' - O Mistério das Artes

Nota: Filme exibido no último sabado (01/06/19) para associados do Clube.  

Sinopse: Olavi (Heikki Nousiainen) é um negociante de arte obcecado com trabalho que vem sendo deixado para trás com a modernização da indústria, que favorece cada vez mais grandes conglomerados. Quando o que pode ser um obscuro ícone de um pintor russo acaba em suas mãos, ele recebe a ajuda surpreendente de seu neto para recuperar suas finanças, o reaproximando de sua filha. 

Embora não chega a ser um subgênero, é notório que, ao longo da história do cinema, exista alguns filmes cujo o foco principal são obras de artes valiosas e que acabam movendo as peças principais da trama. Temos, por exemplo, o recente "O Caravaggio Roubado" (2018), do qual transita entre o humor, com pitadas de história policial, e cuja a obra de arte se torna o verdadeiro foco principal da trama. "O Último Lance" segue para um caminho parecido, porém, mais humano e destacando os laços familiares em meio as artes.
Dirigido por Klaus Härö, do filme "O Esgrimista" (2015), o filme conta a história de Olavi (Heikki Nousiainen), um vendedor de obras de artes e que procura uma nova obra prima para obter uma boa venda. Certo dia, ele dá de encontro com uma rara pintura russa, mas não possui dinheiro o suficiente para adquiri-la. Ao mesmo tempo, há uma reaproximação entre ele, seu neto e sua filha e que aos poucos vai se revelando os motivos que levaram ao afastamento.
Klaus Härö cria um belíssimo jogo de câmera através do ambiente em que se encontra os personagens. Na medida em que a câmera avança, nós acabamos conhecendo aos poucos esse universo particular das artes desse protagonista e revelando a sua real personalidade perante o mundo em que vive. Se em um primeiro momento não sentimos nenhuma simpatia por ele, por outro lado, isso é dissipado quando entra em cena o seu neto (Amos Brotherus) e despertando em ambas as partes a curiosidade de se conhecer mundos distintos, mesmo aparentando ser algo quase impossível.
O filme, portanto, transita por momentos de comédia dramática, para situações até mesmo misteriosas, já que a pintura principal da trama se torna um enigma, principalmente que não se sabe o real nome de sua autoria. Na medida que se descobre quem é o verdadeiro pintor, logo se constrói um cenário de jogo de poderes para ver quem obtém a obra, mesmo quando alguns mal sabem o tamanho do seu valor. Portanto, a sequência em que acontece um leilão, para ver quem dá o maior lance da pintura, se torna uma passagem cheia de suspense e do qual sentimos adrenalina ao lado do protagonista.
Após isso, o filme se encaminha para o lado feio, para não dizer hipócrita do mundo das artes. Ao mesmo tempo, ficamos conhecendo mais a fundo o protagonista, na medida em que ele tenta se reaproximar de sua família. Se há um egoísmo quase doentio vindo de sua pessoa, por outro lado, figuras gananciosas do mundo das artes fazem ele se tornar uma criatura frágil perante uma realidade que ele tanto amou, mas que não foge das regras da ambição.
Heikki Nousiainen está ótimo em cena, ao criar um Olavi forte em suas convicções, mas frágil perante uma realidade que sempre tentou ignorar. E se atuação do jovem Amos Brotherus é apenas ok, por outro lado, a interprete Pirjo Lonka, que faz a filha do protagonista, rouba a cena toda vez que surge ela na tela. Um filme, não somente moldado pelo universo das artes, mas também pela contagiante humanidade vinda dos seus respectivos personagens.
"O Último Lance" é, tanto uma singela carta de amor para aqueles que amam as obras de artes, como também uma sedutora fábula sobre os laços familiares. 

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quarta-feira, 5 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'X-Men: 'Fênix Negra' - O Fim de Uma Era

Sinopse: Jean começa a liberar poderes que a corrompem e a transformam em uma Fênix Negra. Agora, os X-Men precisam decidir se a vida de um membro da equipe vale mais do que todas as pessoas do mundo. 

E lá se vão quase vinte anos desde que foi lançado "X-Men: O Filme" (2000). De lá pra cá, foi lançado duas trilogias, mais três filmes solo de Wolverine e dois de Deadpool. Entre fins e recomeços, os heróis mutantes foram vitais para o fortalecimento de adaptações das HQ para o cinema, pois atualmente fica muito difícil de se imaginar o que seria caso o estúdio Fox não acreditasse nessa iniciativa naquela época.
Após o encerramento da segunda trilogia, com o filme "X-Men - Apocalipse"(2016), eu achava que não era mais necessário um novo capitulo para a saga. Quando, por exemplo, havia sido lançado "Logan"(2017), o filme acabou dando um ponto de encerramento digno ao personagem e a todo legado da franquia. Mas, nunca diga nunca no mundo de Hollywood, pois eis que chega agora "X-Men: Fênix Negra", filme que, ao menos, encerra com dignidade a franquia iniciada no ano 2000, mesmo quando ela não entrega como um todo o seu verdadeiro potencial.
Dirigido pelo estreante Simon Kinberg, o filme se passa no início dos anos 90, onde os X-Men são convocados pelo governo norte americano para tentar salvar um grupo de astronautas que estão à deriva no espaço. Durante o resgate, Jean (Sophie Turner) é atingida violentamente por misteriosos raios cósmicos e despertando nela poderes que até então estavam adormecidos. Não demora muito para Jean perder o controle e fazendo com que ela se encaminhe por situações irreversíveis.
Baseado na clássica HQ "Fenix Negra", escrito na época pelo roteirista Chris Claremont e com desenhos de John Byrne, os realizadores aqui evitam os erros cometidos em "X-Men: O Confronto Final" (2006), dedicando quase todas as suas atenções a personagem Jean e da qual se torna a protagonista definitiva da obra. Aproveitada parcialmente na trilogia original, Jean finalmente mostra todo o seu potencial em cena, não somente com relação ao vasto poder que tem, como também um alto grau de dramaticidade que poucas vezes havia sido explorado nas adaptações. Os primeiros minutos, aliás, sintetizam o peso dramático que o filme irá explorar como um todo.
Drama, aliás, é algo que sempre moldou a personagem e é nisso que estava faltando a ser explorado. Se isso não havia acontecido quando a personagem era interpretada por Frank Jessen, ao menos, quem teve melhor sorte foi Sophie Turner. Recém-saída do grande sucesso que foi a série "Game of Thrones", Sophie Turner carrega todo o filme nas costas e nos brindando com uma interpretação digna de nota.
Mas como não poderia deixar de ser, James McAvoy novamente surpreende como Charles Xavier, principalmente ao construir uma nova faceta para o personagem, cujo o seu ego inflado acaba se tornando o seu principal inimigo. A relação de professor e aluna, aliás, é o que torna especial o desenvolvimento da trama, ao explorar os erros e acertos dessa relação e culminando em revelações doloridas. Uma vez que Jean começa a perder o controle dos seus poderes, o grupo se defronta com situações imprevisíveis, das quais culminará em uma tragédia e que fará mudar a vida deles para sempre.
Por conta disso, eu acho até mesmo doloroso constatar que os roteiristas inventaram em última hora um inimigo dispensável para surgir em cena e da qual é interpretada pela atriz Jessica Chastain. Embora ela esteja bem em seu papel, sinto que ela foi inserida na trama unicamente para gerar um grande conflito, principalmente em seu ato final. Falando nisso, é notório que os realizadores optaram em descarregar toda ação, com efeitos especiais mirabolantes, somente em sua meia hora final.
Se por um lado tudo que é visto nos minutos finais soam como excesso, ao menos, isso tudo não estava impregnado ao longo do filme como um todo. Pelo menos, os minutos finais do filme permitem que os protagonistas respirarem um pouco, principalmente por conseguirem cada um deles uma redenção, mesmo com os sacrifícios ao longo do percurso. Resumidamente, não era um filme necessário, mas também foi até que bem pensado para agradar aos fãs e os respeitando da melhor maneira possível.
Com uma maravilhosa trilha sonora composta por Hans Zimmer, "X-Men: Fenix Negra" é o fim de uma era, da qual se encerra com certa dignidade e de forma merecida.   


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Cine Dica: O Fenômeno dos Novos Cinemas (4 a 16 de junho)

OBRAS-PRIMAS DO CINEMA JOVEM DOS ANOS 1960 EM EXIBIÇÃO NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS

A Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta de 04 a 16 de junho a mostra O Fenômeno dos Novos Cinemas, com uma programação que apresenta obras de quatorze cineastas que transformaram o cinema na década de 1960, como o brasileiro Glauber Rocha, o indiano Mrinal Sen, a norte-americana Barbara Rubin, o canadense Gilles Groulx e o alemão Alexander Kluge. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
A mostra conta com a exibição de As Pequenas Margaridas, obra-prima transgressora da tcheca Věra Chytilová, realizada em 1966, na abertura, terça-feira, 04 de junho, às 20h. Carro-chefe da Nouvelle Vague Tcheca, o filme é um exercício audiovisual extravagante, anarquista e dadaísta, com uma explosão de cores psicodélicas e símbolos do inconsciente. A diretora definiu o filme como “uma farsa filosófica feminista”.
O público poderá participar de duas sessões comentadas, agendadas para os dias 05 e 16 de junho: na quarta-feira, 5 de junho, às 20h, o pesquisador das cinematografias africanas Pedro Henrique Gomes participa de um debate após a sessão com quatro filmes do realizador nigerino Moustapha Alassane realizados entre 1962 e 1966. No domingo, 16 de junho, às 18h, a sessão de encerramento da mostra apresenta a cópia restaurada em DCP de O Demônio das Onze Horas, um dos filmes mais celebrados de Jean-Luc Godard, seguida de debate com o crítico Enéas de Souza, autor do livro Trajetórias do Cinema Moderno.
Barravento, primeiro longa-metragem de Glauber Rocha, tem exibição de cópia restaurada em DCP no sábado, dia 08. A mostra também marca a celebração do 50º aniversário de três obras-primas vanguardistas realizadas em 1969: O Chacal de Nahueltoro, filme emblemático do nuevo cine chileno de Miguel Littin, Mr. Shome, o marco inicial do Cinema Paralelo Indiano, realizado por Mrinal Sen, e Diário de um Ladrão de Shinjuku, um dos filmes mais radicais de Nagisa Oshima, um dos fundadores da Nouvelle Vague Japonesa.
O Fenômeno dos Novos Cinemas tem co-organização do Goethe-Institut Porto Alegre, da Cinemateca Chilena, da Embaixada da França no Brasil, Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e Institut Français.
A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.
INFORMAÇÕES
A bilheteria abre 30 minutos antes das sessões. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
As sessões de O Chacal de Nahueltoro, Mr. Shome e Diário de um Ladrão de Shinjuku têm entrada franca.
A Cinemateca Capitólio Petrobras fica na Rua Demétrio Ribeiro 1085 – Esq. com Borges de Medeiros. Mais informações (51) 3289 7453 | http://www.capitolio.org.br |facebook.com/cinemateca.capitolio

FILMES

Barravento
Brasil, 1962, 78 minutos, DCP
Direção: Glauber Rocha
Numa aldeia de pescadores de xaréu, cujos antepassados vieram da África como escravos, permanecem antigos cultos místicos ligados ao candomblé. A chegada de Firmino, antigo morador que se mudou para Salvador fugindo da pobreza, altera o panorama pacato do local, polarizando tensões.

A Solidão do Corredor de Fundo
(The Loneliness of the Long Distance Runner)
Reino Unido, 1962, 104 minutos, HD
Direção: Tony Richardson
Rapaz rebelde vai para reformatório depois de um roubo mal sucedido. O diretor descobre nele um enorme talento para corrida e se aproveita disso para tentar conquistar o campeonato entre reformatórios.

Natal na Terra
(Chrismas on Earth)
Estados Unidos, 1963, 30 minutos, HD
Direção: Barbara Rubin
Obra transgressora inspirada no poema Uma Temporada no Inferno, escrito por Arthur Rimbaud. Ao combinar, através de um ritual orgiástico, as paixões da jovem cineasta – 17 anos de idade – e as aspirações de emancipação de seu tempo, Natal na Terra tornou-se rapidamente uma obra de arte icônica da cena underground dos Estados Unidos.

O Evangelho Segundo São Mateus
(Il vangelo secondo Matteo)
Itália, 1964, 138 minutos, HD
Direção: Pier Paolo Pasolini
A vida de Jesus Cristo é recontada segundo o primeiro e o mais belo dos Evangelhos, o de São Mateus.

O Gato no Saco
(Le Chat dans le Sac)
Canadá, 1964, 75 minutos, HD
Direção: Gilles Groulx
Um jornalista encontra-se em um conflito entre tentar mudar a sociedade ou aceitar seu lugar nela. Enquanto vive essa tensão existencial, sua namorada, uma jovem atriz, não compartilha dos mesmos pensamentos. Surge uma tensão entre os dois. O longa de estreia de Groulx é um dos pilares do cinema moderno realizado no Québec nos anos 1960.

O Demônio das Onze Horas
(Pierrot Le Fou)
França, 1965, 115 minutos, DCP
Direção: Jean-Luc Godard
Para escapar de uma sociedade entediante, Ferdinand Griffon viaja com Marianne. Os dois iniciam uma onda de crimes que vai da França ao Mediterrâneo e termina com um banho de sangue.

Filmes de Moustapha Alassane

O Anel do Rei Koda
(La bague du roi Koda)
Níger, 1962, 24 minutos, HD
Direção: Moustapha Alassane
Ilustração de uma lenda do país de Djerma em Niger. No reino do Rei Koda, um selvagem e cruel déspota, vive um bravo pescador chamado “Dedo de Deus”. Para testar sua virtude, o rei Koda lhe dá o anel que ele usa em seu dedo com a missão de devolvê-lo depois de um ano.

Aouré
Níger, 1962, 30 minutos, HD
Direção: Moustapha Alassane
Neste híbrido de ficção e documentário, Alassane narra a vida conjugal de um jovem casal muçulmano de etnia Zharma que vive no vale do rio Níger.

O Retorno do Aventureiro
(Le retour d’un Aventurier)
Níger, 1966, 33 minutos, digital
Direção: Moustapha Alassane
Uma sátira aos filmes de cowboys norte-americanos é o plano de ação que leva o diretor Moustapha Alassane a questionar a África e o mundo ocidental.

Boa Viagem, Sim
(Bon Voyage, Sim)
Níger, 1966, 5 minutos, digital
Direção: Moustapha Alassane
Sim, presidente da ‘República dos Sapos’, parte em viagem convidado pelo presidente de um país vizinho

As Pequenas Margaridas
(Sedmikrásky)
Tchecoslováquia, 1966, 72 minutos, DCP
Direção: Věra Chytilová
Duas garotas, ambas chamadas Marie, reconhecem que o mundo está corrompido e decidem embarcar em uma série de brincadeiras destrutivas que consomem e destroem o que está ao redor delas. Carro-chefe da Nouvelle Vague Tcheca, o filme é um exercício audiovisual extravagante, anarquista e dadaísta, com uma explosão de cores psicodélicas e símbolos do inconsciente. A diretora definiu o filme como “uma farsa filosófica feminista”.

Despedida de Ontem
(Abschied von Gestern)
Alemanha, 1966, 84 minutos, digital
Direção: Alexander Kluge
Uma jovem, Anita G., rouba um pulôver para se aquecer. Cumprida a pena, ela faz várias tentativas de começar vida nova. Depois de uma fuga em ziguezague, vai parar de novo na cadeia. Os nazistas tinham levado seus pais. Ela vem do Leste. E agora passa frio no Oeste. Três Alemanhas.

Memórias do Subdesenvolvimento
(Memorias del subdesarrollo)
Cuba, 1968, 97 minutos, HD
Direção: Tomás Gutiérrez Alea
Baseado no livro homônimo de Edmundo Desnoes, o filme conta a história de Sergio. Mesmo após a partida de seus amigos e familiares de Cuba, no início dos anos 1960, ele decide permanecer no país e acompanhar as transformações vivenciadas após a Revolução.

A Cor da Romã
(Sayat Nova)
União Soviética, 1968, 80 minutos, HD
Direção: Sergei Parajanov
A vida, a arte, as ideias, as paixões, os tormentos e as trepidações da alma do trovador armênio do século XVIII, Harutyun Sayatyan, conhecido como Sayat Nova (O Rei da Canção). Uma abordagem lírica e mística recriada por Parajanov a partir do mundo interior do poeta.

O Chacal de Nahueltoro
(El Chacal de Nahueltoro)
Chile, 1969, 95 minutos, HD
Direção: Miguel Littin
Basado em fatos reais, o filme é a recriação de um impactante crime, descoberto na crônica policial do Chile em meados da década de 1960, quando um campesino chamado Jorge del Carmen Valenzuela Torres foi preso pelo assassinato múltiplo de uma mulher campesina e seus cinco filhos, na localidade de Nahueltoro.

Mr. Shome
(Bhuvan Shome)
Índia, 1969, 85 minutos, digital
Direção: Mrinal Sen
Viúvo acostumado à rotina resolve tirar um dia de folga. O encontro com uma jovem camponesa abala seu modo de ver a vida. Comédia política com uma enorme abertura à invenção cinematográfica, o filme é considerado o marco inicial do cinema paralelo indiano.

Diário de um Ladrão de Shinjuku
(Shinjuku Dorobu Nikki)
Japão, 1969, 96 minutos, HD
Direção: Nagisa Oshima
Um retrato híbrido de Shinjuko, bairro famoso de Tóquio, livremente centrado em duas personagens: Torio Okanoue, que tem um fascínio quase erótico pelos livros que rouba de uma livraria, e Umeko Suzuki, a assistente da loja começa a se relacionar com ele após tê-lo observado a roubar.

GRADE DE HORÁRIOS
4 a 16 de junho

4 de junho (terça-feira)
20h – As Pequenas Margaridas
5 de junho (quarta-feira)
18h30 – As Pequenas Margaridas
20h – Filmes de Moustapha Alassane + debate com Pedro Henrique Gomes

6 de junho (quinta-feira)
18h30 – Filmes de Moustapha Alassane
20h – O Gato no Saco
7 de junho (sexta)
18h30 – Despedida de Ontem
20h – A Cor da Romã

8 de junho (sábado)
18h30 – Barravento
20h – Memórias do Subdesenvolvimento

9 de junho (domingo)
18h30 – Despedida de Ontem
20h – A Solidão do Corredor de Fundo

11 de junho (terça)
18h30 – Despedida de Ontem
20h – Memórias do Subdesenvolvimento

12 de junho (quarta)
18h30 – O Demônio das Onze Horas
20h30 – O Chacal de Nahueltoro

13 de junho (quinta)
18h – A Solidão do Corredor de Fundo
20h – Mr. Shome

14 de junho (sexta)
18h – A Cor da Romã
20h – Projeto Raros Especial: Diário de um Ladrão Shinjuku

15 de junho (sábado)
18h – O Evangelho Segundo São Mateus
21h – Natal na Terra

16 de junho (domingo)
18h – O Demônio das Onze Horas + debate com Enéas de Souza