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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Cine Dica: Programação CineBancários 22 a 28 de novembro




EXCELENTÍSSIMOS

Brasil, 2018, Documentário, 152 min.

Direção: Douglas Duarte

Sinopse: EXCELENTÍSSIMOS é um registro a quente dos fatos, personagens e articulações por trás da maior crise política do país desde a redemocratização. Gravado dentro do Congresso ao longo dos meses em que corria o impeachment, o filme retrata quem, como e porque se derruba uma presidente.




SUENO FLORIANÓPOLIS

Brasil/Argentina/França I 2018 I Ficção I 104 min.

Direção: Ana Katz

Sinopse:Buenos Aires, Argentina, verão de 1990, Pedro (Gustavo Garzón) e Lucrécia (Mercedes Morán), separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar de férias com seus dois filhosadolescentes rumo ao litoral Sul do Brasil. Motivados pelo câmbio favorável, caem na estrada em um Renault 12, sem ar-condicionado, e viajam 1.750 km até Florianópolis (Santa Catarina). Juntos, porém separados, conhecem Marco (Marco Ricca) e Larissa (Andrea Beltrão). Pouco a pouco vão descobrindo qual é o sonho de cada um.





GRADE DE HORÁRIOS DE 22 A 28 DE NOVEMBRO:

Não abrimos nas segundas-feiras



Dia 22 de novembro:

14h 30m- Excelentíssimos

17h15m – Sueno Florianopolis

19h - Excelentíssimos



Dia 23 de novembro:

14h 30m- Excelentíssimos

17h15m – Sueno Florianopolis

19h - Excelentíssimos



Dia 24 de novembro:

14h 30m- Excelentíssimos

17h15m – Sueno Florianopolis

19h - Excelentíssimos



Dia 25 de novembro:

14h 30m- Excelentíssimos

17h15m – Sueno Florianopolis

19h - Excelentíssimos



Dia 27 de novembro:

14h 30m- Excelentíssimos

17h15m – Sueno Florianopolis

19h - Excelentíssimos



Dia 28 de novembro:

14h 30m- Excelentíssimos

17h15m – Sueno Florianopolis

19h - Excelentíssimos



Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema ou no site ingresso.com . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.



C i n e B a n c á r i o s

Rua General Câmara, 424, Centro

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230

Fone: (51) 34331204

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Animais fantásticos: os Crimes de Grindelwald


Sinopse: Newt Scamander reencontra os queridos amigos Tina Goldstein, Queenie Goldstein e Jacob Kowalski. Ele é recrutado pelo seu antigo professor em Hogwarts, Alvo Dumbledore, para enfrentar o terrível bruxo das trevas Gellert Grindelwald, que escapou da custódia da Macusa (Congresso Mágico dos EUA) e reúne seguidores, dividindo o mundo entre seres de magos sangue puro e seres não-mágicos.


O primeiro Animais Fantásticos onde Habitam  foi o reinício para franquia Harry Potter no cinema, mesmo com a sua trama se concentrando no passado daquele universo mágico. Entre os erros e os acertos, o filme demonstrou ser uma aventura convidativa, que conseguia atrair os fãs da franquia, mesmo quando ela não trazia os velhos e tão amados personagens dos capítulos anteriores. É aí que chegamos ao filme Animais fantásticos: os Crimes de Grindelwald, cuja missão é dar continuidade a franquia, mas será que ela terá o mesmo fôlego de sua antecessora?
Novamente dirigido por David Yates, a trama se passa pouco depois dos eventos vistos na trama anterior. Gellert Grindelwald (Johnny Depp) está prestes a ser julgado pelos crimes que cometeu, mas consegue fugir e ir em direção a Paris, onde acredita que se encontrará com Credence Barebone (Ezra Miller), para que assim possa persuadi-lo a ser o seu aliado e revelar os seus segredos ocultos. É aí que o professor de magia Alvo Dumbledore (Jude Law) convoca Newt Scamander (Eddie Redmayne) para enfrentar Grindelwald e trazê-lo a justiça.
Diferente do primeiro filme, do qual o cinéfilo de primeira viagem não precisava assistir a todos os filmes anteriores de Harry Potter para entender a trama, aqui a situação é a inversa, já que a ela somente existe graças à primeira aventura de Scamander e carregando consigo inúmeras informações das quais foram vistas somente naquela história. Mas se por um lado o filme não funciona de forma independente, do outro, David Yates não demonstra pressa em seu primeiro ato ao reapresentar os seus personagens principais, ao ponto da ação vertiginosa se concentrar somente nos primeiros minutos, mas dando fôlego para a calmaria logo em seguida. É uma forma certeira para não cansar o olhar dos fãs, mas sim deixá-los à vontade para se identificarem com os seus respectivos personagens principais.
Aliás, para a alegria de muitos, principalmente para os fãs da primeira franquia, os cenários e alguns velhos conhecidos retornam a trama. É no caso do bom e velho personagem Dumbledore, que aqui ganha cara e elegância de Jude Law e fazendo com que o personagem ganhe muito mais profundidade e complexidade do que os fãs poderiam imaginar. Sua forte ligação com Grindelwald, por exemplo, é complexa, cheia de ambigüidade e fazendo a gente levantar inúmeras teorias.
Por outro lado, Scamander, mesmo sendo o protagonista, meio que ele se perde em meio aos inúmeros personagens que vão surgindo na trama. Eddie Redmayne novamente faz um trabalho competente na medida do possível, mas fazendo a gente desejar em conhecer mais sobre o passado desse personagem enigmático. O passado, aliás, é o mote principal da trama, do qual personagens se vêem em dilemas e escolhas e das quais irão moldar as suas vidas.
É aí que mora, talvez, o principal problema de Animais fantásticos: os Crimes de Grindelwald, já que o filme se concentra por demais na figura misteriosa que é Credence Barebone (Ezra Miller), fazendo com que a trama descambe para inúmeras teorias conspiratórias e forçando uma atenção redobrada para aqueles que acompanham os desdobramentos vistos na tela. Infelizmente tudo o que é revelado, principalmente em seu imprevisível terceiro ato, poderia ter sido mais bem adaptado em dois capítulos seguintes, mas ao invés disso, optaram por uma avalanche de informações por demais num único filme.
Mas se por um lado isso prejudica, do outro, a situação é um pouco recompensada pelo talento de Johnny Depp em cena, que aqui faz um Gellert Grindelwald persuasivo, mesmo a gente sabendo que ele não é nenhum pouco confiável. Falando nisso, são surpreendentes as reviravoltas com relação alguns personagens, como no caso de Queenie Goldstein (Alison Sudol). Se no filme anterior, principalmente ao lado de sua paixão Jacob Kowalski (Dan Fogler) ela era vista como certo alívio cômico, aqui ela se curva  diante de uma escolha em que a coloca em cheque o seu próprio futuro.
Como podem ver, o terceiro ato se revela corajoso em querer ousar, mesmo com tamanhas informações em tão pouco tempo de projeção. Por outro lado, o filme como um todo se revela um tanto que prepotente com relação ambição de seus realizadores, ao acharem que podem atrair de maneira fácil, tanto os fãs da franquia, como também aquele cinéfilo que vai ao cinema para assistir uma boa história e que não possua muitas delongas. Com os seus altos e baixos, Animais fantásticos os Crimes de Grindelwald é um capítulo que coloca em cheque o futuro da franquia Harry Potter.  

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: Carvana: Como se faz um Malandro

Nota: filme exibido para associados no último sábado (17/11/18).   
Sinopse: Os 60 anos de carreira de um dos maiores nomes do cinema nacional, narrados por ele mesmo. A história do jovem estudante de teatro, que iniciou sua carreia no cinema através pequenos papéis nas icônicas pornochancadas e se consagrou como ator no Cinema Novo. Através de imagens raras disponibilizadas por artistas que compartilharam de sua trajetória, o ator e diretor é visto pela primeira vez de maneira transparente, sem apelos publicitários.

Devo muito o meu conhecimento com relação ao cinema brasileiro graças à extinta rede Manchete, já que aos sábados de vários anos atrás passavam duas sessões do cinema brasileiro a noite. Dentre essas inúmeras exibições conheci o clássico “Vá trabalhar, Vagabundo”, escrito, dirigido e estrelado por Hugo Carvana, do qual a imagem do seu personagem malandro encantou inúmeras gerações de cinéfilos. Eis que chegamos ao documentário Carvana: Como se faz um Malandro, obra que não fala somente sobre esse ilustre talento, como também fala um pouco do nosso cinema brasileiro.
Dirigido por Lulu Corrêa, amiga e diretora assistente de Hugo durante a sua carreira, o documentário destrincha os principais, sucessos, tropeços e redenções de Hugo Carvana nos seus sessenta anos de carreira artística dentro do cinema. De uma forma bem humorada, a obra é construída através de inúmeras imagens, desde aos filmes clássicos estrelados por ele, como também cenas de arquivos dos bastidores. Tem-se, então, um mosaico que reconstitui, tanto a sua carreira, como também sobre as várias fases do nosso próprio cinema.
Rodado poucos meses antes de falecer em 2014, o documentário propõe a nos mostrar as inúmeras faces do interprete, desde o auge de sua juventude e vigor, como também de sua imagem envelhecida, mas que nunca perdeu a sua ginga brasileira. Carvana foi, talvez, um dos muitos atores e cineastas que criou a sua carreira através da persistência, já que se fazer cinema brasileiro, principalmente nos tempos de chumbo, requeria teimosia e malandragem. Foi através desses ingredientes que Carvana foi seguindo em frente e testemunhando as mudanças que o nosso país e o cinema foi enfrentando ao longo do tempo.
Assim como outros documentários recentes como, por exemplo, Guarnieri, do qual fala sobre outro grande interprete que foi Gianfrancesco Guarnieri, Carvana propõe a criar uma linha do tempo sobre o cinema brasileiro, desde as cenas de clássicos estrelados pelo interprete, como também cenas de arquivos da TV e dos jornais. Com um posicionamento político, Carvana esteve em meio a inúmeros momentos históricos de nosso país, desde ao golpe de 1964 que todos nós sofremos como também os tempos redemocratização. Com isso, o documentário sintetiza tanto o auge como também as quedas do nosso cinema, principalmente com relação ao início governo Collor e do qual extinguiu a Embrafilme e sepultou o nosso cinema brasileiro por, ao menos, cinco anos.
Portanto, é simbólico quando surge em cena o seu personagem Dino do clássico Vá Trabalhar, Vagabundo, já que ele seria uma representação da resistência perante tempos em que a cultura cinematográfica brasileira resiste perante os golpes, preconceitos e percalços a todo momento. Até os seus últimos momentos de vida, Hugo Carvana trabalhou como ninguém, pois não sabia fazer outra coisa, a não ser fazer o seu bom cinema. Carvana: Como se faz um Malandro  é documentário sobre a persistência do cinema brasileiro para não morrer, já que malandragem, assim como um belo drible, sejam talvez as únicas formas de fazer a nossa arte sobreviver. 
Onde assistir: Sala Norberto Lubisco:  R. dos Andradas, 736 - Centro Histórico, Porto Alegre - RS. Horário: 17h


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Cine Dica: Retomada da programação (20 e 21 de novembro)



A Cinemateca Capitólio Petrobras comunica que está em andamento o conserto do transformador da subestação de energia e que nossa programação e demais atividades aberta ao público retornam normalmente a partir do dia 20 de novembro, terça-feira. A programação da sala de cinema apresenta nos dias 20 e 21 de novembro sessões da mostra O céu e o chão das estrelas e a edição especial do Projeto Raros em parceria com a mostra Ela na Tela.



A sessão especial do Projeto Raros com Seja Bela e Cale a Boca!, documentário dirigido por Delphine Seyrig, adiada em razão dos problemas técnicos da Cinemateca Capitólio Petrobras, será apresentada na quarta-feira, 21 de novembro, às 20h. Entrada franca. A sessão é uma parceria do Projeto Raros com a mostra Ela na Tela. Exibição digital com legenda em espanhol. Em Seja Bela e Cale a Boca!, Delphine Seyrig entrevista 24 atrizes de várias nacionalidades sobre suas experiências profissionais enquanto mulheres, seus papéis dramáticos e relacionamentos com diretores e equipes técnicas. Um relatório coletivo bastante negativo em 1976 sobre uma profissão que permitia apenas personagens estereotipadas e alienadas. O filme foi realizado em parceria com a diretora Carole Roussopoulos. As duas também criaram outro marco do cinema feminista dos anos 1970, o curta Scum Manifesto, adaptação do famoso manifesto de Valerie Solanas. Todas as atrizes entrevistadas: – Jill Clayburgh – Marie Dubois – Telias Salvi – Juliet Berto – Patti D’Arbanville – Mady Norman – Louise Fletcher – Jane Fonda – Cindy Williams – Rita Renoir – Jenny Agutter – Luce Guilbeault – Shirley MacLaine – Anne Wiazemsky – Rose de Gregorio – Maria Schneider – Viva – Candy Clark – Barbara Steele – Millie Perkins – Mallory Millet-Jones – Susan Tyrrell – Ellen Burstyn Com entrada franca, a sessão tem o apoio da Embaixada da França, da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e do Institut Français.

 

GRADE DE HORÁRIOS
20 e 21 de novembro de 2018



20 de novembro
14h – Mostra o céu e o chão das estrelas – O Miado do Gato
16h – Mostra o céu e o chão das estrelas – Carnaval Atlântida
18h – Mostra o céu e o chão das estrelas – A Malvada
20h30 – Mostra o céu e o chão das estrelas – Nasce uma Estrela (1976)



21 de novembro
14h – Mostra o céu e o chão das estrelas – Um Rosto na Multidão
16h – Mostra o céu e o chão das estrelas – De Volta ao Vale das Bonecas
18h – Mostra o céu e o chão das estrelas – O Show Deve Continuar 
20h – Projeto Raros – Seja Bela e Cale a Boca!

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Cine Dicas: Em Cartaz: Sueño Florianópolis e A misteriosa morte de Pérola



Confiram abaixo quais são as duas ótimas opções que se encontram em cartaz no Cinebancários de Porto Alegre.  

Sueño Florianópolis

Sinopse:Buenos Aires, Argentina, verão de 1990, Pedro (Gustavo Garzón) e Lucrécia (Mercedes Morán), separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar de férias com seus dois filhos adolescentes rumo ao litoral Sul do Brasil. Motivados pelo câmbio favorável, caem na estrada em um Renault 12, sem ar-condicionado, e viajam 1.750 km até Florianópolis (Santa Catarina). Juntos, porém separados, conhecem Marco (Marco Ricca) e Larissa (Andrea Beltrão). Pouco a pouco vão descobrindo qual é o sonho de cada um.

Foi-se o tempo de rixas entre Brasil e Argentina. Numa época em que o conservadorismo político tenta frear certos avanços alcançados, é sempre bom ver como o cinema lança uma proposta da “boa vizinhança” entre os povos e que possuem mais em comum do que nós imaginamos. Sueño Florianópolis procura discutir a relação familiar dos tempos contemporâneos em meio ao encontro de culturas diferentes, mas que podem aprender algo em comum de ambas as partes.
Dirigido por Ana Katz (Minha Amiga do Parque), o filme acompanha a viagem de uma família argentina indo em direção ao litoral Sul do Brasil. Pedro (Gustavo Garzón) e Lucrécia (Mercedes Morán), separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar de férias com seus dois filhos adolescentes e para ver se conseguem se reconciliar na relação. Durante a viagem conhecem Marco (Marco Ricca) e Larissa (Andrea Beltrão) e desse encontro fará com que a família argentina desfrute de experiências significativas nessa nova fase da vida.
Embora traga alguns assuntos espinhosos para a trama, Ana Katz tem a proeza de tratar tudo de uma forma mais delicada, para que todos que forem assistir possam, ao menos, se identificar em alguns momentos durante a história. Aqui não há lugar para estereótipos negativos com relação aos brasileiros ou argentinos, mas sim vemos pessoas comuns com a chance em descobrir uma nova cultura, mas cujas diferenças ficam, por vezes, só na língua. Transitando entre humor e o drama, o filme nos passa uma sensação gostosa durante a sessão, fazendo até mesmo a gente se relembrar de nossas próprias viagens do mundo real e nos identificando com situações familiares vistas nesta ficção.
Embora Marco Ricca e Andrea Beltrão tenham presenças fortes em cena, principalmente pelo fato de seus respectivos personagens movimentarem, mesmo que indiretamente, a história, Gustavo Garzón e Mercedes Morán são os verdadeiros corações do longa. Aliás, os seus respectivos personagens dão de encontro com as nossas perspectivas com relação a um casal em crise, onde ambos demonstram total amadurecimento, sejam com relação à fidelidade, ou com relação na forma ao discutir certos assuntos em família. Em tempos de hoje, onde cada vez mais a família tradicional brasileira vive só pelas aparências, essa família hermana, ao menos, nos diz de que maneira se podem manter os laços familiares em meios as diversidades e a crises da vida.
Com um final em aberto com relação ao futuro, Sueño Florianópolis nos brinda com uma pequena e agradável experiência cinematográfica, da qual nos dá um pouco de frescor ao sairmos da sessão de cinema e fazer a gente esquecer um pouco das adversidades da vida.
     
A misteriosa morte de Pérola

Sinopse:Um suspense sobre uma jovem estudante que deixa seu país, casa e namorado para estudar arte em uma cidade francesa. Ela mora sozinha em um belo,porém sombrio e antigo apartamento, onde os quadros a encaram e as portas parecem ter vida própria. Ela está solitária, e lentamente perde-se em nostalgia e medo, fundindo sonhos, fantasia e realidade.
Roman Polanski (O Pianista) realizou durante os anos 60 e 70, a sua “trilogia do Apartamento”, onde foi formada por títulos como Repulsa do Sexo(1965), O Bebê de Rosemary(1968) e fechando com O Inquilino(1976), sendo que esse último foi estrelado pelo próprio. Embora o segundo nos passe, aparentemente, uma trama do gênero sobrenatural, os três filmes tem em comum por explorarem os significados de uma mente perturbada e se criando o subgênero intitulado “terror psicológico” que fez escola e que pode ser visto em outros títulos como, por exemplo, Cisne Negro (2009), de Darren Aronofsky. A misteriosa morte de Pérola segue essa tendência, ao criar um filme obscuro dentro de um apartamento, onde se explora os significados da solidão e as peças que elas nos impõem e gerando certa aflição.
Dirigido pelo casal Guto Parente & Ticiana Augusto Lima, o filme conta a história de uma jovem (a própria Ticiana Augusto Lima) que decide abandonar família, namorado e estudar arte na França. Ela se hospeda em belo, porém, sombrio apartamento, do qual possui inúmeras pinturas fascinantes, porém, peculiares. Não demora muito para que sonhos, delírios e realidade acabem se chocando no decorrer da obra.
Pelo fato da trama se localizar na França, os realizadores já prestam aqui uma homenagem explicita ao clássico de horror francês Os Olhos Sem Rosto (1960) Georges Franju que, por sua vez, serviu também de inspiração para o filme A Pele que Habito (2011) de Pedro Almodóvar. Até aqui, se percebe que o casal bebeu muito da fonte do gênero de horror para a realização do seu filme. A diferença, entretanto, está no fato da sua obra ser bem experimental, quase amadora, o que faz com que ela tenha, então, vida própria.
Ao optarem por uma fotografia muita escura, o cinéfilo acaba por exigir de si mesmo uma total atenção, já que os cenários do ambiente escondem diversas figuras misteriosas e das quais nos faz se perguntar de suas reais naturezas. Ao mesmo tempo, a protagonista transita entre a solidão e apreensão, onde tenta a todo modo ter contato com o exterior, mas não aliviando a sensação de estar sendo observada. A transição entre realidade e o sobrenatural(?) flui sem aviso e fazendo com que o cinéfilo tenha atenção cada vez mais em dobro, pois muito que acontece na tela pode não ser algo que nós imaginávamos num primeiro momento.
Do segundo para o terceiro ato final, o filme se dirige para algumas soluções pelo que foi apresentado até aquele momento, mas gerando, aparentemente, mais dúvidas do que respostas para nós. Aliás, como a palavra experimental dá as ordens por aqui, o terceiro ato se encerra com epílogo imprevisível, onde irá dividir a opinião da crítica e do público. Contudo, isso não diminui a experiência de assistir a um filme experimental e que não se envereda para nenhum momento pelo lado convencional. 
A misteriosa morte de Pérola é um filme experimental, do qual irá conquistar aqueles que procuram algo um pouco mais original e que não consiga cair na vala comum.

Onde assistir: Cinebancários: Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre: Horários:  Sueño Florianópolis: 15h e 19h. A misteriosa morte de Pérola: 17h.

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