Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Sinopse:
EXCELENTÍSSIMOS é um registro a quente dos fatos, personagens e articulações
por trás da maior crise política do país desde a redemocratização. Gravado
dentro do Congresso ao longo dos meses em que
corria o impeachment, o filme retrata quem, como e porque se derruba uma
presidente.
SUENO FLORIANÓPOLIS
Brasil/Argentina/França
I 2018 I Ficção I 104 min.
Direção: Ana Katz
Sinopse:Buenos Aires,
Argentina, verão de 1990, Pedro (Gustavo Garzón) e Lucrécia (Mercedes Morán),
separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar de férias com
seus dois filhosadolescentes rumo ao
litoral Sul do Brasil. Motivados pelo câmbio favorável, caem na estrada em um
Renault 12, sem ar-condicionado, e viajam 1.750 km até Florianópolis (Santa
Catarina). Juntos, porém separados,
conhecem Marco (Marco Ricca) e Larissa (Andrea Beltrão). Pouco a pouco vão
descobrindo qual é o sonho de cada um.
GRADE DE HORÁRIOS DE
22 A 28 DE NOVEMBRO:
Não abrimos nas
segundas-feiras
Dia 22 de novembro:
14h 30m-
Excelentíssimos
17h15m – Sueno
Florianopolis
19h - Excelentíssimos
Dia 23 de novembro:
14h 30m-
Excelentíssimos
17h15m – Sueno Florianopolis
19h - Excelentíssimos
Dia 24 de novembro:
14h 30m-
Excelentíssimos
17h15m – Sueno
Florianopolis
19h - Excelentíssimos
Dia 25 de novembro:
14h 30m-
Excelentíssimos
17h15m – Sueno
Florianopolis
19h - Excelentíssimos
Dia 27 de novembro:
14h 30m-
Excelentíssimos
17h15m – Sueno
Florianopolis
19h - Excelentíssimos
Dia 28 de novembro:
14h 30m-
Excelentíssimos
17h15m – Sueno
Florianopolis
19h - Excelentíssimos
Os ingressos podem
ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema ou no site ingresso.com .
Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados,
portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam
R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.
Sinopse: Newt Scamander
reencontra os queridos amigos Tina Goldstein, Queenie Goldstein e Jacob
Kowalski. Ele é recrutado pelo seu antigo professor em Hogwarts, Alvo
Dumbledore, para enfrentar o terrível bruxo das trevas Gellert Grindelwald, que
escapou da custódia da Macusa (Congresso Mágico dos EUA) e reúne seguidores,
dividindo o mundo entre seres de magos sangue puro e seres não-mágicos.
O
primeiro Animais Fantásticos onde Habitam foi o reinício para franquia Harry Potter no cinema,
mesmo com a sua trama se concentrando no passado daquele universo mágico. Entre
os erros e os acertos, o filme demonstrou ser uma aventura convidativa, que conseguia
atrair os fãs da franquia, mesmo quando ela não trazia os velhos e tão amados
personagens dos capítulos anteriores. É aí que chegamos ao filme Animais fantásticos: os
Crimes de Grindelwald, cuja missão é dar continuidade a franquia, mas será que
ela terá o mesmo fôlego de sua antecessora? Novamente
dirigido por David Yates, a trama se passa pouco depois dos eventos vistos na
trama anterior. Gellert Grindelwald (Johnny Depp) está prestes a ser julgado pelos
crimes que cometeu, mas consegue fugir e ir em direção a Paris, onde acredita
que se encontrará com Credence Barebone (Ezra Miller), para que assim possa persuadi-lo
a ser o seu aliado e revelar os seus segredos ocultos. É aí que o professor
de magia Alvo Dumbledore(Jude Law)convoca Newt Scamander (Eddie Redmayne)para enfrentar Grindelwald e trazê-lo a justiça. Diferente
do primeiro filme, do qual o cinéfilo de primeira viagem não precisava assistir
a todos os filmes anteriores de Harry Potter para entender a trama,aqui a situação é a inversa, já
que a ela somente existe graças à primeira aventura de Scamander e carregando
consigo inúmeras informações das quais foram vistas somente naquela história. Mas se por
um lado o filme não funciona de forma independente, do outro, David Yates não demonstra
pressa em seu primeiro ato ao reapresentar os seus personagens principais, ao
ponto da ação vertiginosa se concentrar somente nos primeiros minutos, mas
dando fôlego para a calmaria logo em seguida. É uma forma certeira para não cansar
o olhar dos fãs, mas sim deixá-los à vontade para se identificarem com os seus
respectivos personagens principais. Aliás, para a alegria de muitos, principalmente para os fãs da primeira franquia, os cenários e alguns velhos conhecidos
retornam a trama. É no caso do bom e velho personagem Dumbledore, que aqui
ganha cara e elegância de Jude Law e fazendo com que o personagem ganhe muito
mais profundidade e complexidade do que os fãs poderiam imaginar. Sua forte
ligação com Grindelwald, por exemplo, é complexa, cheia de ambigüidade e
fazendo a gente levantar inúmeras teorias. Por
outro lado, Scamander, mesmo sendo o protagonista, meio que ele se perde em
meio aos inúmeros personagens que vão surgindo na trama. Eddie Redmayne
novamente faz um trabalho competente na medida do possível, mas fazendo a gente desejar em conhecer mais sobre o passado desse personagem enigmático. O passado,
aliás, é o mote principal da trama, do qual personagens se vêem em dilemas e
escolhas e das quais irão moldar as suas vidas. É
aí que mora, talvez, o principal problema de Animais fantásticos: os Crimes de
Grindelwald, já que o filme se concentra por demais na figura misteriosa que é Credence
Barebone (Ezra Miller), fazendo com que a trama descambe para inúmeras teorias conspiratórias
e forçando uma atenção redobrada para aqueles que acompanham os desdobramentos
vistos na tela. Infelizmente tudo o que é revelado, principalmente em seu imprevisível
terceiro ato, poderia ter sido mais bem adaptado em dois capítulos seguintes,
mas ao invés disso, optaram por uma avalanche de informações por demais num único filme. Mas
se por um lado isso prejudica, do outro, a situação é um pouco recompensada pelo
talento de Johnny Depp em cena,que aqui faz um Gellert Grindelwald persuasivo, mesmo a
gente sabendo que ele não é nenhum pouco confiável. Falando nisso, são surpreendentes
as reviravoltas com relação alguns personagens, como no caso de Queenie
Goldstein (Alison Sudol). Se no filme anterior, principalmente ao lado de sua
paixão Jacob Kowalski (Dan Fogler) ela era vista como certo alívio cômico, aqui
ela se curva diante de uma escolha em que a coloca em cheque o seu próprio futuro. Como podem ver, o terceiro ato se revela corajoso em querer ousar, mesmo com tamanhas informações
em tão pouco tempo de projeção. Por outro lado, o filme como um todo se revela
um tanto que prepotente com relação ambição de seus realizadores, ao acharem que podem
atrair de maneira fácil, tanto os fãs da franquia, como também aquele cinéfilo
que vai ao cinema paraassistir uma boa história e que não possua muitas delongas. Com os seus altos e
baixos, Animais fantásticos os Crimes de Grindelwald é um capítulo que coloca
em chequeo futuro da franquia Harry Potter.
Nota: filme exibido para associados no último sábado (17/11/18).
Sinopse: Os 60 anos de
carreira de um dos maiores nomes do cinema nacional, narrados por ele mesmo. A
história do jovem estudante de teatro, que iniciou sua carreia no cinema
através pequenos papéis nas icônicas pornochancadas e se consagrou como ator no
Cinema Novo. Através de imagens raras disponibilizadas por artistas que
compartilharam de sua trajetória, o ator e diretor é visto pela primeira vez de
maneira transparente, sem apelos publicitários.
Devo muito o meu
conhecimento com relação ao cinema brasileiro graças à extinta
rede Manchete, já que aos sábados de vários anos atrás passavam duas sessões do
cinema brasileiro a noite. Dentre essas inúmeras exibições conheci o clássico “Vá trabalhar, Vagabundo”, escrito, dirigido e estrelado por Hugo Carvana, do qual
a imagem do seu personagem malandro encantou inúmeras gerações de cinéfilos. Eis
que chegamos ao documentário Carvana: Como se faz um Malandro, obra que não fala somente sobre esse ilustre
talento, como também fala um pouco do nosso cinema brasileiro. Dirigido por Lulu
Corrêa, amiga e diretora assistente de Hugo durante a sua carreira, o
documentário destrincha os principais, sucessos, tropeços e redenções de Hugo
Carvana nos seus sessenta anos de carreira artística dentro do cinema. De uma
forma bem humorada, a obra é construída através de inúmeras imagens, desde aos
filmes clássicos estrelados por ele, como também cenas de arquivos dos
bastidores. Tem-se, então, um mosaico que reconstitui, tanto a sua carreira,
como também sobre as várias fases do nosso próprio cinema.
Rodado poucos meses
antes de falecer em 2014, o documentário propõe a nos mostrar as inúmeras faces do
interprete, desde o auge de sua juventude e vigor, como também de sua imagem envelhecida,
mas que nunca perdeu a sua ginga brasileira. Carvana foi, talvez, um dos muitos
atores e cineastas que criou a sua carreira através da persistência, já que se
fazer cinema brasileiro, principalmente nos tempos de chumbo, requeria teimosia
e malandragem. Foi através desses ingredientes que Carvana foi seguindo em frente e testemunhando as mudanças que o nosso país e o cinema foi enfrentando ao longo do tempo.
Assim como outros
documentários recentes como, por exemplo, Guarnieri, do qual fala sobre outro grande interprete que foi Gianfrancesco Guarnieri, Carvana propõe a
criar uma linha do tempo sobre o cinema brasileiro, desde as cenas de clássicos
estrelados pelo interprete, como também cenas de arquivos da TV e dos jornais.
Com um posicionamento político, Carvana esteve em meio a inúmeros momentos históricos
de nosso país, desde ao golpe de 1964 que todos nós sofremos como também os tempos redemocratização.
Com isso, o documentário sintetiza tanto o auge como também as quedas do nosso
cinema, principalmente com relação ao início governo Collor e do qual extinguiu
a Embrafilme e sepultou o nosso cinema brasileiro por, ao menos, cinco anos.
Portanto, é simbólico
quando surge em cena o seu personagem Dino do clássico Vá Trabalhar, Vagabundo,
já que ele seria uma representação da resistência perante tempos em que a
cultura cinematográfica brasileira resiste perante os golpes, preconceitos e percalços
a todo momento. Até os seus últimos momentos de vida, Hugo Carvana trabalhou
como ninguém, pois não sabia fazer outra coisa, a não ser fazer o seu bom
cinema.Carvana: Como se faz um Malandro é documentário sobre a persistência do cinema brasileiro para
não morrer, já que malandragem, assim como um belo drible, sejam talvez as únicas
formas de fazer a nossa arte sobreviver.
Onde assistir: Sala Norberto Lubisco: R. dos Andradas, 736 - Centro Histórico, Porto Alegre - RS. Horário: 17h
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A Cinemateca
Capitólio Petrobras comunica que está em andamento o conserto do transformador
da subestação de energia e que nossa programação e demais atividades aberta ao
público retornam normalmente a partir do dia 20 de novembro, terça-feira. A
programação da sala de cinema apresenta nos dias 20 e 21 de novembro sessões da
mostra O céu e o chão das estrelas e a edição especial do Projeto Raros em
parceria com a mostra Ela na Tela.
A sessão especial do
Projeto Raros com Seja Bela e Cale a Boca!, documentário dirigido por Delphine
Seyrig, adiada em razão dos problemas técnicos da Cinemateca Capitólio Petrobras,
será apresentada na quarta-feira, 21 de novembro, às 20h. Entrada franca. A
sessão é uma parceria do Projeto Raros com a mostra Ela na Tela. Exibição
digital com legenda em espanhol. Em Seja Bela e Cale a Boca!, Delphine Seyrig
entrevista 24 atrizes de várias nacionalidades sobre suas experiências
profissionais enquanto mulheres, seus papéis dramáticos e relacionamentos com
diretores e equipes técnicas. Um relatório coletivo bastante negativo em 1976
sobre uma profissão que permitia apenas personagens estereotipadas e alienadas.
O filme foi realizado em parceria com a diretora Carole Roussopoulos. As duas
também criaram outro marco do cinema feminista dos anos 1970, o curta Scum
Manifesto, adaptação do famoso manifesto de Valerie Solanas. Todas as atrizes
entrevistadas: – Jill Clayburgh – Marie Dubois – Telias Salvi – Juliet Berto –
Patti D’Arbanville – Mady Norman – Louise Fletcher – Jane Fonda – Cindy
Williams – Rita Renoir – Jenny Agutter – Luce Guilbeault – Shirley MacLaine –
Anne Wiazemsky – Rose de Gregorio – Maria Schneider – Viva – Candy Clark –
Barbara Steele – Millie Perkins – Mallory Millet-Jones – Susan Tyrrell – Ellen
Burstyn Com entrada franca, a sessão tem o apoio da Embaixada da França, da
Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e do Institut Français.
GRADE DE HORÁRIOS 20 e 21 de novembro
de 2018
20 de novembro 14h – Mostra o céu e
o chão das estrelas – O Miado do Gato 16h – Mostra o céu e
o chão das estrelas – Carnaval Atlântida 18h – Mostra o céu e
o chão das estrelas – A Malvada 20h30 – Mostra o céu
e o chão das estrelas – Nasce uma Estrela (1976)
21 de novembro 14h – Mostra o céu e
o chão das estrelas – Um Rosto na Multidão 16h – Mostra o céu e
o chão das estrelas – De Volta ao Vale das Bonecas 18h – Mostra o céu e
o chão das estrelas – O Show Deve Continuar 20h – Projeto Raros – Seja
Bela e Cale a Boca!
Confiram abaixo quais
são as duas ótimas opções que se encontram em cartaz no Cinebancários de Porto
Alegre.
Sueño
Florianópolis
Sinopse:Buenos Aires,
Argentina, verão de 1990, Pedro (Gustavo Garzón) e Lucrécia (Mercedes Morán),
separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar de férias com
seus dois filhos adolescentes rumo ao litoral Sul do Brasil. Motivados pelo
câmbio favorável, caem na estrada em um Renault 12, sem ar-condicionado, e
viajam 1.750 km até Florianópolis (Santa Catarina). Juntos, porém separados,
conhecem Marco (Marco Ricca) e Larissa (Andrea Beltrão). Pouco a pouco vão
descobrindo qual é o sonho de cada um.
Foi-se o tempo de
rixas entre Brasil e Argentina. Numa época em que o conservadorismo político
tenta frear certos avanços alcançados, é sempre bom ver como o cinema lança uma
proposta da “boa vizinhança” entre os povos e que possuem mais em comum do que
nós imaginamos. Sueño Florianópolis procura discutir a relação familiar dos
tempos contemporâneos em meio ao encontro de culturas diferentes, mas que podem
aprender algo em comum de ambas as partes.
Dirigido por Ana Katz
(Minha Amiga do Parque), o filme acompanha a viagem de uma família argentina
indo em direção ao litoral Sul do Brasil. Pedro (Gustavo Garzón) e Lucrécia
(Mercedes Morán), separados após vinte e dois anos de casamento, decidem viajar
de férias com seus dois filhos adolescentes e para ver se conseguem se
reconciliar na relação. Durante a viagem conhecem Marco (Marco Ricca) e Larissa
(Andrea Beltrão) e desse encontro fará com que a família argentina desfrute de
experiências significativas nessa nova fase da vida.
Embora traga alguns
assuntos espinhosos para a trama, Ana Katz tem a proeza de tratar tudo de uma
forma mais delicada, para que todos que forem assistir possam, ao menos, se
identificar em alguns momentos durante a história. Aqui não há lugar para
estereótipos negativos com relação aos brasileiros ou argentinos, mas sim vemos
pessoas comuns com a chance em descobrir uma nova cultura, mas cujas diferenças
ficam, por vezes, só na língua. Transitando entre humor e o drama, o filme nos
passa uma sensação gostosa durante a sessão, fazendo até mesmo a gente se
relembrar de nossas próprias viagens do mundo real e nos identificando com
situações familiares vistas nesta ficção.
Embora Marco Ricca e
Andrea Beltrão tenham presenças fortes em cena, principalmente pelo fato de
seus respectivos personagens movimentarem, mesmo que indiretamente, a história,
Gustavo Garzón e Mercedes Morán são os verdadeiros corações do longa. Aliás, os
seus respectivos personagens dão de encontro com as nossas perspectivas com
relação a um casal em crise, onde ambos demonstram total amadurecimento, sejam
com relação à fidelidade, ou com relação na forma ao discutir certos assuntos
em família. Em tempos de hoje, onde cada vez mais a família tradicional
brasileira vive só pelas aparências, essa família hermana, ao menos, nos diz de
que maneira se podem manter os laços familiares em meios as diversidades e a
crises da vida.
Com um final em
aberto com relação ao futuro, Sueño Florianópolis nos brinda com uma pequena e
agradável experiência cinematográfica, da qual nos dá um pouco de frescor ao
sairmos da sessão de cinema e fazer a gente esquecer um pouco das adversidades
da vida.
A
misteriosa morte de Pérola
Sinopse:Um suspense sobre
uma jovem estudante que deixa seu país, casa e namorado para estudar arte em
uma cidade francesa. Ela mora sozinha em um belo,porém sombrio e antigo
apartamento, onde os quadros a encaram e as portas parecem ter vida própria.
Ela está solitária, e lentamente perde-se em nostalgia e medo, fundindo sonhos,
fantasia e realidade.
Roman Polanski (O
Pianista) realizou durante os anos 60 e 70, a sua “trilogia do Apartamento”,
onde foi formada por títulos como Repulsa do Sexo(1965), O Bebê de Rosemary(1968)
e fechando com O Inquilino(1976), sendo que esse último foi estrelado pelo próprio. Embora o segundo nos
passe, aparentemente, uma trama do gênero sobrenatural, os três filmes tem em
comum por explorarem os significados de uma mente perturbada e se criando o
subgênero intitulado “terror psicológico” que fez escola e que pode ser visto em outros
títulos como, por exemplo, Cisne Negro (2009), de Darren Aronofsky. A
misteriosa morte de Pérola segue essa tendência, ao criar um filme obscuro
dentro de um apartamento, onde se explora os significados da solidão e as peças
que elas nos impõem e gerando certa aflição.
Dirigido pelo casal
Guto Parente & Ticiana Augusto Lima, o filme conta a história de uma jovem
(a própria Ticiana Augusto Lima) que decide abandonar família, namorado e
estudar arte na França. Ela se hospeda em belo, porém, sombrio apartamento, do
qual possui inúmeras pinturas fascinantes, porém, peculiares. Não demora muito
para que sonhos, delírios e realidade acabem se chocando no decorrer da obra.
Pelo fato da trama se
localizar na França, os realizadores já prestam aqui uma homenagem explicita ao
clássico de horror francês Os Olhos Sem Rosto (1960) Georges Franju que, por
sua vez, serviu também de inspiração para o filme A Pele que Habito (2011) de
Pedro Almodóvar. Até aqui, se percebe que o casal bebeu muito da fonte do
gênero de horror para a realização do seu filme. A diferença, entretanto, está
no fato da sua obra ser bem experimental, quase amadora, o que faz com que ela
tenha, então, vida própria.
Ao optarem por uma
fotografia muita escura, o cinéfilo acaba por exigir de si mesmo uma total
atenção, já que os cenários do ambiente escondem diversas figuras misteriosas e
das quais nos faz se perguntar de suas reais naturezas. Ao mesmo tempo, a
protagonista transita entre a solidão e apreensão, onde tenta a todo modo ter
contato com o exterior, mas não aliviando a sensação de estar sendo observada.
A transição entre realidade e o sobrenatural(?) flui sem aviso e fazendo com que o
cinéfilo tenha atenção cada vez mais em dobro, pois muito que acontece na tela
pode não ser algo que nós imaginávamos num primeiro momento.
Do segundo para o
terceiro ato final, o filme se dirige para algumas soluções pelo que foi
apresentado até aquele momento, mas gerando, aparentemente, mais dúvidas do que
respostas para nós. Aliás, como a palavra experimental dá as ordens por aqui, o
terceiro ato se encerra com epílogo imprevisível, onde irá dividir
a opinião da crítica e do público. Contudo, isso não diminui a experiência de
assistir a um filme experimental e que não se envereda para nenhum momento pelo lado
convencional.
A misteriosa morte de
Pérola é um filme experimental, do qual irá conquistar aqueles que procuram
algo um pouco mais original e que não consiga cair na vala comum.
Onde assistir: Cinebancários:
Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre: Horários: Sueño Florianópolis: 15h e 19h. A misteriosa
morte de Pérola: 17h.