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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Cine Especial: Filmes e Sonhos: Parte 4



Nos dias 16 e 17 de setembro eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, participando do curso Cinema e Sonhos, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Psicanalista Leonardo Della Pasqua. Enquanto os dias da atividade não chegam, estejam por aqui comigo, para mergulhar nos melhores exemplos cinematográficos e dos quais tentam retratar um pouco esse nosso universo do sonhar.


Suspense, Sonhos, Delírios e o  lado mais Fundo do nosso Subconsciente

Numa das postagens anteriores eu havia destacado Quando Fala o Coração (1945), filme de Alfred Hitchcock, do qual ele obteve ajuda do artista Salvador Dali, onde juntos criaram uma cena e da qual ela poderia ser um retrato fiel de um sonho ou de uma representação do cenário mais fundo do subconsciente do ser humano. Porém, essa exploração dos significados dos sonhos, ou até mesmo de uma mente complexa ou febril, acabou não sendo a última vez que o mestre do suspense exploraria. Abaixo, cito quatro filmes, dos quais ele vai novamente a fundo dentro da mente, das fantasias do ser humano e que com certeza um desses será destaque no curso do Cine Um.           



 Rebecca: A Mulher Inesquecível (1940)



Sinopse: Uma jovem de origem humilde (Joan Fontaine) se casa com um riquíssimo nobre inglês (Laurence Olivier), que ainda vive atormentado por lembranças de sua falecida esposa. Após o casamento e já morando na mansão do marido, ela vai gradativamente descobrindo surpreendentes segredos sobre o passado dele.


Primeiro grande sucesso de Alfred Hitchcock nos EUA em 1940 (e único da sua carreira a ganhar Oscar de melhor filme) explora os significados das verdades e mentiras através das sombras do passado. Um dos maiores méritos desse filme seja pelo fato da protagonista nunca aparecer de fato. Rebecca está morta, mas os restantes dos personagens trama vivem, para o bem e para o mau, sobre sua sombra. Até o final da projeção fica a pergunta quem foi realmente essa mulher? 
Joan Fontaine e Laurence Olivier esbanjam talento a todo o momento, mas é Judith Anderson que consegue criar uma das mais assustadoras vilãs da historia do cinema interpretando Sra. Danvers empregada de Rebecca no passado.




Suspeita (1942)



Sinopse: A socialite Lina McLaidlaw está apaixonada. Ela suspeita que Johnnie Aysgarth, o playboy que entrou na sua vida e casou com ela, é um assassino - e que ela poderá ser sua próxima vítima.

 

Suspeita de Alfred Hitchcock combina de maneira inteligente romance, mistério e uma incrível atmosfera (como um estranho e incandescente copo de leite, efeito possível graças a uma lâmpada acesa colocada dentro do vidro). Joan Fontaine vive a vulnerável e neurótica Lina, depois de ser aclamada por seu trabalho em Rebecca, também de Hitchcock, numa incrível desempenho que lhe rendeu o Oscar e o Prêmio de Melhor Atriz segundo o New York Film Critics Award, em 1941. Vivendo um papel bem diferente do seu estilo, Cary Grant interpreta Johnnie, um trapaceiro e charmoso esbanjador. Mas seria ele também um assassino? Como um copo que pode ou não conter veneno, as palavras e atos de Johnnie podem ou não ser bem ameaçadores.

Curiosidades: Alfred Hitchcock originalmente queria Johnnie como o culpado, mas o estúdio achou que o público não aceitaria Cary Grant como um assassino. Alfred Hitchcock parece no filme enviando uma carta no posto dos correios da cidade.

 

Um Corpo que Cai (1958)



Sinopse: Em São Francisco, um detetive aposentado (James Stewart) que sofre de um terrível medo de alturas é encarregado de vigiar uma mulher (Kim Novak) com possíveis tendências suicidas, até que algo estranho acontece nesta missão.


Alfred Hitchcock era um caso raro de diretor que dificilmente fazia um filme ruim (talvez o Terceiro Tiro fosse um deles) criando assim uma infinita lista de ótimos filmes, onde cada um deles possui cenas inesquecíveis. Muitos consideram Psicose sua obra prima, mas acho que Um Corpo que Cai se supera por criar uma trama que possui tantas camadas para serem descascadas que quando chegamos ao verdadeiro enigma da trama, ficamos estupefatos com o fato de termos sido manipulados tanto quanto o próprio personagem de James Stewart.

Curiosidades: O diretor Alfred Hitchcock aparece em cena aos exatos 11 minutos de Um Corpo Que Cai, caminhando com um terno em frente ao estaleiro de Gavin Elster. Na época recebido pela crítica com reservas, hoje Um Corpo Que Cai é considerado a obra-prima de Hitchcock.

 

Marnine: Confissões de uma Ladra (1964)



Sinopse: Mark Rutland (Sean Connery) apaixona-se por uma funcionária (Tippi Hedren) de sua empresa. Ela de fato é linda. Mas sua especialidade é utilizar falsas identidades e disfarces para aplicar grandes golpes em empresários, levando deles somas consideráveis. Ao descobrir que foi roubado, Mark tem uma atitude inusitada: casa-se com a ladra. Ele descobre que seu verdadeiro nome é Marnie, e que ela tem uma profunda aversão por homens. Casou-se apenas para não ser presa. Por trás das estranhas atitudes de Marnie, há um terrível segredo, do qual ela mesma não tem consciência. Mas Mark está disposto a descobri-lo.

 

Outro dos quase insuperáveis suspenses psicológicos de Alfred Hitchcock. Baseado no romance Winston Graham e valorizado pela interpretação de Connery. Apesar de um tanto lento, mais pesado do que o outro filme do mestre do gênero, é bem desenvolvido algumas das suas características como a dubiedade dos comportamentos, das reviravoltas da trama e seu especial sentido da sexualidade. 

Curiosidades: Tippi Hedren, estrela de Hitchcock revelada em "Os Pássaros", é mãe da atriz Melanie Griffith e Bruce Dern, também no elenco, é pai de Laura Dern, de "Parque dos Dinossauros. A música foi composta por Bernard Herrmann, curiosamente o responsável pela maioria das trilhas sonoras do mestre do suspense, como "Psicose", "O homem que sabia demais"e "Festim Diabólico".
 

Mais informações sobre o curso Filmes e Sonhos você confere clicando aqui.



Cine Dica: Programação da Casa de Cultura Mario Quintana do dia 24 a 30 de Agosto



SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

Filme da minha vida

 
SALA 1 / PAULO AMORIM

15h – SAINT AMOUR: NA ROTA DO VINHO
(Saint-Amour - França/Bélgica, 2016, 100min). Direção Benoît Delépine e Gustave Kervern, com Gérard Depardieu, Benoît Poelvoorde e Vincent Lacoste. Imovision, 14 anos. Comedia dramática.
Sinopse: Jean não se entende muito bem com o filho Bruno, que anda desanimado com a vida. Numa tentativa de reaproximação, o pai leva o filho a uma feira agrícola e, de lá, os dois partem numa viagem pelos vinhedos do interior da França. O motorista que assume o volante é um jovem chamado Mike, que também precisa encontrar novas motivações para o seu dia a dia. Entre bebedeiras, desventuras amorosas e belas paisagens, a estrada oferece uma jornada de transformação para os personagens.

* não haverá exibição nos dias 26 e 30 de agosto, sábado e quarta, devido às sessões do projeto Cinema Acessível Kids).

17h – A VIDA DE UMA MULHER
(Une Vie - França/Bélgica, 120min, 2017). Direção de Stéphane Brizé, com Judith Chemla, Jean-Pierre Darroussin, Yolande Moreau. Mares Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Elogiada adaptação do primeiro romance de Guy de Maupassant (1850-1893), a trama acompanha duas décadas na vida de Jeanne, uma mulher que vive de acordo com as regras sociais do século 19 na França. Ela se casa muito jovem, logo depois que sai do internato, e precisa aceitar a rotina de cuidar da casa e do filho, além de conviver com as traições do marido.

19h15 – PERDIDOS EM PARIS
(Lost in Paris - França/Bélgica, 85min, 2016). Direção de Fiona Gordon e Dominique Abel, com Fiona Gordon, Dominique Abel, Emmanuelle Riva e Pierre Richard. Pandora Filmes, 12 anos. Comédia.

Sinopse: Fiona sai do Canadá, onde vive, para encontrar uma velha tia que mora em Paris. O motivo da viagem é um pedido de socorro, algo que parece um tanto misterioso para Fiona, já que faz muitos anos que ela não vê a tia. O longa tem um tom lúdico em função do trabalho dos dois diretores, que estão à frente de uma companhia de teatro na Bélgica. O filme foi a última atuação no cinema da grande atriz francesa Emmanuelle Riva.

SALA 2/ EDUARDO HIRTZ

15h15 – MONSIEUR & MADAME ADELMAN
(Mr. e Mrs Adelman – França, 2017, 120min). Direção de Nicolas Bedos, com Doria Tillier, Nicolas Bedos, Denis Podalydès, Antoine Gouy. Imovision, 16 anos. Comédia dramática.
Sinopse: Sarah e Victor viveram juntos durante 45 anos. No dia do funeral do marido, Sarah é abordada por um jornalista que quer fazer um perfil do falecido, um escritor famoso. A partir daí, a mulher revive a história dos dois num imenso flashback, com direito a momentos de amor, ambição, traição e segredos.

* não haverá exibição no dia 24, quinta, devido à sessão especial de “A Mulher do Pai”

17h30 - O FILME DA MINHA VIDA
(Brasil, 2017, 110min). Direção de Selton Mello, com Johnny Massaro, Vincent Cassel, Bruna Linzmeyer. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.
Sinopse: Tony volta para a pequena Remanso depois de alguns anos estudando na capital e descobre que seu pai foi embora. Nem a mãe nem os amigos mais próximos têm alguma explicação para o que aconteceu - e Tony segue seus dias um tanto melancólico, dividido entre as atividades como professor e a paixão por Luna. Adaptado da novela Um Pai de Cinema, do chileno Antonio Skarmeta, o filme é ambientado nos anos 1960 foi rodado na região de Bento Gonçalves.

19h30 – RIFLE
(Brasil, 90min, 2017). Direção de Davi Pretto, com Dione Avila de Oliveira, Andressa Nogueira Goularte, Evaristo Pimentel Goularte. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.
Sinopse: Dione é um sujeito calado que parece gostar do lugar onde vive, na imensidão do pampa na região de fronteira do Rio Grande do Sul. Mas a tranquilidade dos seus dias será abalada pela chegada de homens da cidade que pretendem comprar as terras onde Dione trabalha. Disposto a defender seu universo, o jovem recupera um antigo rifle e faz dele seu companheiro constante. Os personagens do longa são vividos por não-atores, todos moradores da região de Dom Pedrito, onde foram as filmagens.

SALA 3 / NORBERTO LUBISCO

15h15 – DÉGRADÉ
(França-Palestina-Qatar, 2016, 85min). Direção de Arab Nasser e Tarzan Nasser, com Hiam Abbass, Victoria Balitska, Manal Awad. Imovision, 14 anos. Comédia dramática.
Sinopse: O cenário é um salão de cabeleireiro na faixa de Gaza, onde mulheres das mais diversas idades e opiniões se encontram: uma se prepara para um casamento, outra espera por uma depilação, algumas são só acompanhantes. Enquanto isso, a movimentação dos homens, no lado de fora, sugere que algo grave está por acontecer.

* não haverá exibição no sábado e domingo devido à Sessão Pais e Filhos.

15h15 – EU E MEU GUARDA-CHUVA (Sessão Pais e Filhos)
(Brasil, 2010, 80min). Direção de Toni Vanzolini, com Daniel Dantas, Lucas Cotrim, Mariana Lima. Aventura, Livre.
Sinopse: No último dia de férias, Lucas e seu amigo Cebola precisam enfrentar o fantasma do Barão Van Staffen, que vive na escola onde os garotos vão estudar. Para isso, eles têm uma arma poderosa: o guarda-chuva que Lucas herdou do seu avô.

* Sessões somente no sábado e domingo, dias 19 e 20.

17h – A ESTRELA
(Zvezda - Rússia, 2002, 97min). Direção de Nikolay Lebedev, com  Aleksandr Dyachenko, Aleksandr Efimov, Aleksei Kravchenko. MosFilm, 14 anos. Drama de guerra.
Sinopse: Um grupo especial do Exército Vermelho, chamado A Estrela, é enviado para uma missão de reconhecimento atrás das linhas inimigas, no verão de 1944. Refilmagem do romance homônimo de Emmanuil Kazakevich, publicado em 1947.

19h - DIVINAS DIVAS
(Brasil, 2017, 110min). Documentário de Leandra Leal.  Vitrine Filmes, 14 anos.
Sinopse: Rogéria, Valéria, Jane Di Castro, Camille K, Fujika de Holliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios representam a primeira geração de travestis do Brasil, ainda nos anos 1970. O filme acompanha o reencontro destas artistas, destacando histórias e memórias do grupo.

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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Annabelle 2: A Criação do Mal



Sinopse: Um colecionador de bonecas está em luto após a morte trágica de sua filha. Nessa fase, ele e a esposa recebem uma freira e meninas órfãs que estão sem abrigo. Na residência, elas acabam se tornando alvo da boneca possuída Annabelle.


O sucesso de Invocação do Mal foi o estopim para continuações, imitações e até mesmo filmes derivados desse próprio universo apresentado a nós. Desses derivados, por exemplo, surgiu ninguém menos que Annabelle, a boneca amaldiçoada que o casal de exorcistas guardava em seu porão. Mas se em seu primeiro filme solo foi apenas regular, mesmo tendo arrecadado milhões em bilheteria, Annabelle 2: A Criação do Mal dá um  novo fôlego a franquia e supera o seu antecessor em todos os sentidos.
Dirigido por David F. Sandberg (Quando as luzes se apagam), a trama se passa antes dos eventos do primeiro filme, onde vemos um criador de bonecas e sua esposa (Anthony LaPaglia e Miranda Otto) lidando com o luto devido à perda de sua filha. Para amenizar a dor, eles decidem acolher crianças órfãs em sua casa e transformar o lugar numa espécie de orfanato. Não demora muito para situações estranhas começarem acontecer, principalmente no quarto da falecida criança.
Por ser uma trama anterior aos eventos de tudo que já foi visto, tanto em Invocação do Mal, como também do primeiro filme Annabelle, o filme acaba se tornando bem convidativo para aqueles que não haviam assistido a nenhum dos filmes anteriores. Porém, é curioso observar que, tanto há pequenas referencias aos filmes anteriores, como também dicas sobre o futuro de outros filmes derivados, como no caso do aguardado filme que mostrará a origem da freira fantasmagórica vista pela última vez em Invocação do Mal 2. 
Como filme si, a obra funciona muito bem em todos os sentidos, principalmente para aqueles que procuram bons sustos durante a sessão e nisso o filme possui em abundância. Embora ainda novo no ramo da direção,  David F. Sandberg demonstrou segurança e controle total com a sua câmera, não se intimidando em tentar ousar em planos sequências mirabolantes e criando algo muito superior do que foi visto em seu trabalho anterior que é Quando as Luzes se Apagam. Mesmo pertencendo a uma franquia, Sandberg faz com que a obra tenha sua luz própria e se desprendendo de qualquer peso de comparação.
Mas como em time que se ganha não se mexe, Sandberg mantém todos os ingredientes que fizeram da franquia um enorme sucesso e, portanto tudo está lá: portas rangendo, movimentos no escuro, vultos na sala, trilha assustadora e o susto repentino que faz qualquer um saltar da cadeira. Embora saibamos de cor e salteado que iremos nos deparar com tudo isso, é impressionante como a formula ainda funciona, desde que ela seja bem dirigida e que possua no mínimo personagens dos quais nos importamos com eles.
Embora alguns personagens passem a despercebido, a pequena Linda (Lulu Wilson) acaba se tornando a personagem mais complexa e ao mesmo tempo o alvo principal do mal que se encontra naquela casa. E se por um lado o casal da casa fica meio que ofuscado devido à presença do elenco mirim, por outro lado, a irmã Charlotte (Stephanie Sigman) acaba se destacando devido a sua força de fé perante o inexplicável. Curiosamente, é uma personagem que guarda certos segredos não explicados durante o filme, mas que talvez seja explorado numa possível sequência ou até mesmo em outro filme derivado futuramente.
Infelizmente o filme perde um pouco o seu ritmo quando ele chega ao seu ato final, principalmente pelo fato de já temos uma ideia de como o filme se encaminhará para os seus minutos finais. Porém, após uma montanha russa de correria e sustos, os roteiristas foram habilidosos ao encerrar a trama exatamente onde o filme anterior começou. Além disso, mesmo em poucos minutos, o filme nos surpreende sobre a real natureza de uma determinada personagem e ao mesmo tempo prestando uma homenagem a verdadeira boneca que serviu de inspiração para a criação de Annabelle. 
Entre inúmeros acertos e poucos erros, Annabelle 2: A Criação do Mal cumpre a sua tarefa de realmente nos assustar e fazer com que a gente pule da cadeira a todo momento durante a sessão.   




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