Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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DIRIGIDO POR TOM HOOPER, LONGA CONTA A HISTÓRIA DE LILI ELBE, PRIMEIRA MULHER TRANSGÊNERO A SE SUBMETER A UMA CIRURGIA DE REDESIGNAÇÃO
Premiado
com o Oscar de melhor ator neste ano pela interpretação de Stephen
Hawking em “A Teoria de Tudo”, o britânico Eddie Redmayne retorna aos
cinemas em “A Garota Dinamarquesa”(The Danish Girl). Previsto para estrear no Brasil em fevereiro de 2016, o filme acaba de ganhar cartaz teaser.
Com distribuição da Universal Pictures
e direção de Tom Hooper (de “O Discurso do Rei” e “Os Miseráveis”), o
drama biográfico apresenta ao público a história de Lili Elbe – primeira
mulher transgênero a se submeter a uma cirurgia de redesignação de
sexo. Ao lado de Alicia Vikander - no papel da mulher de Lili, Gerda
Wegener -, Eddie Redmayne dá vida à artista e traz para os cinemas os
dramas pessoais, a vida profissional e a jornada de Lili até ser
considerada pioneira transgênero.
Sinopse: Em crise
existencial o professor de filosofia Abe Lucas (Joaquin Phoenix) chega para
lecionar em uma pequena cidade dos Estados Unidos. Logo uma de suas alunas Jill
(Emma Stone) se aproxima dele devido ao fascínio que sente pelo seu intelecto
além da tristeza que sempre carrega consigo. Simultaneamente ele é alvo de Rita
(Parker Posey) uma professora casada que tenta ter um caso com ele. A vida
começa a melhorar para Abe quando numa ida à lanchonete com Jill ouve a
conversa de uma desconhecida sobre a perda da guarda do filho devido à uma
decisão do juiz Spangler (Tom Kemp). Abe logo começa a idealizar o assassinato
de Spangler e como por ser um completo desconhecido jamais seria descoberto.
Além de ser um diretor autoral,
Woody Allen sempre gosta de colocar o seu lado pessoal nas telas do cinema,
mesmo quando os seus personagens não sejam literalmente o seu “eu” verdadeiro.
Em alguns casos, o diretor opta em exorcizar os seus demônios interiores em
suas tramas em que ele cria, para assim, se sentir desprendido por algo que ele
carrega. Em O Homem Irracional, percebo que é uma trama que, sintetiza um pouco
da turbulência que o cineasta passou nos últimos tempos (como a sua vida pessoal
com Soon Yi Previn vindo novamente à tona na mídia) e, pôr esses sentimentos na
trama, talvez seja um lugar bom para eliminá-los. No longa, acompanhamos o dia
a dia do professor de filosofia Abe
Lucas (Joaquin Phoenix, ótimo) que, embora seja talentoso no que faz, vive numa
fase de crise existencial e não vê mais nenhum sentido em viver. As coisas
mudam de forma gradual quando se muda para uma nova cidade e lá conhece a aluna
Jill (Emma Stone), sendo que a mesma começa a sentir uma atração pelo professor
e ambos começam ter um caso. Porém, Lucas somente começa a sentir um sentido na
vida, no momento em que ele começa a ouvir numa lanchonete uma conversa desesperadora
de uma mulher e é ai que ele toma uma decisão inusitada. Embora num primeiro momento
Allen seja sempre lembrado por comedias neuróticas, vale lembrar que ele sempre
flertou em tramas das quais envolvem assassinato, como Crimes e Pecados e Match
Point como exemplo. Aqui, o humor neurótico, existencialismo, crime e assassinato,
são emoldurados num único quadro que, embora não traga nenhum frescor de
originalidade, nos prende do começo ao fim. Isso se fortalece graças a uma
galeria de personagens carismaticamente excêntricos, cujas suas vidas se
encontram meio que vazias e não excitam em arriscar para encontrar algum
sentido na vida. Embora seja a primeira vez
que esteja trabalhando com o cineasta, Joaquin Phoenix surpreende ao se apresentar
totalmente à vontade em cena e criando mais um grande personagem em sua
filmografia. O seu Abe Lucas nada mais é do que um lado do estado de espírito que
Allen teve (ou tem) em alguma passagem de sua vida e que difere dos outros
protagonistas dos filmes anteriores, dos quais enxergávamos o cineasta, mesmo não
sendo ele próprio atuando. Atenção para a cena do revolver, sendo ela uma pequena
prova da imprevisibilidade do personagem. Embora já tenha trabalhado
com o cineasta em Magia ao Luar,Emma Stone se apresenta aqui com todas as características
das musas anteriores do cineasta. Basta dizer que as ações de sua personagem se
assemelham com o que foi visto na personagem de Scarlett Johansson em Vicky
Cristina Barcelona, mas de uma forma acentuada e muito melhorada. A química entre
ela e Phoenix é outro ingrediente que nos faz perceber como Allen, mesmo já
tendo feito quase cinquenta filmes na carreira, não tenha ainda perdido a mão
na direção dos atores. Com passagens durante
a trama, junto com um final que me fez lembrar o clássico A Sombra de Uma Duvida
de Alfred Hitchcock,O Homem Irracional não é um filme de maior ou menor grau da
carreira de Woody Allen, mas sim uma pequena amostra de uma das inúmeras facetas
obscuras e escondidas no interior da alma do cineasta.
Nos dias 01 e 02 de setembro, terça e quarta-feira, sempre às 20h, acontecem na Cinemateca Capitólio as duas únicas sessões dos filmes realizados por Meredith Monk. A exibição de Ellis Island e Book of Days marca a abertura da mostra Petrobras Cinepalco, com produção da Petrobras, do Porto Alegre em Cena e da Cinemateca Capitólio. Os ingressos custam R$ 10,00.
O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da Cultura. O projeto também contou com recursos da Prefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização da Fundação Cinema RS – FUNDACINE.
Ellis Island
Estados unidos, 28 minutos, 1981 / Direção: Meredith Monk Entre 1892 e 1927 quase 16 milhões de pessoas chegaram à Ilha Ellis tentando imigrar para os Estados Unidos. Para os 280.000 imigrantes que foram expulsos, a Ilha tornou-se a "Isle of Tears" (Ilha de lágrimas). O filme mistura documentário, experimento, ficção e dança descrito por Monk como "um mosaico de sons e imagens entrelaçados em um desenho musical formal".
Book of Days
Estados Unidos, 74 minutos, 1988 / Direção: Meredith Monk Embora centre sua ação na Idade Média, os personagens do filme e suas preocupações são profundamente familiares. Há paralelos entre esta idade de guerra - a peste e o medo do Apocalipse - com os nossos tempos modernos de conflito racial e religioso, AIDS, e o medo de aniquilação nuclear. O filme tem uma qualidade mística, um senso de deslocamento que incentiva o espectador a refletir sobre a fragilidade e a finitude da experiência humana.
Aconteceu nesse ultimo final de
semana, no Cine Capitólio de Porto Alegre, o curso horror no Cinema Brasileiro, criado peloCine Um e ministrado
pelo entendedor do assunto Carlos Primati. Durante dois dias, eu pude desfrutar
uma parte de nossa história do cinema brasileiro e de como é difícil manter um gênero
como terror em nosso país por exemplo. Até a pouco tempo, quando se falava de
filme de horror brasileiro, somente se pensava no Zé do Caixão, mas a real história não é bem por ai.
Carlos Primati
Nos últimos anos se criou um
verdadeiro estudo sobre diversas fases do nosso cinema e se descobriu de tudo
um pouco: cinema novo; marginal; pornochanchada; retomada e por assim vai. Em meio a
esses períodos, houve cineastas e roteiristas que se aventuraram no gênero fantástico
que, através deles, se criaram muitos clássicos, outros esquecidos, mas redescobertos
com o tempo. Dentre as coisas que foram apresentadas na atividade, duas me
chamaram bastante atenção:
NOSFERATO NO BRASIL
(1970)
Sinopse: Budapeste, século
XIX: Nosferatu (Torquato Neto) é morto por um príncipe. De férias no Brasil,
agora em cores, vampiriza várias nativas. Mítica masterpiece superoitista. Da
série "quotidianas kodaks".
Torquato Neto (Nosferato no Brasil,1970)
Dirigido por Ivan Cardoso (As
Sete Vampiras), esse filme que foi rodado em 8 milímetros, tinha a intenção
(segundo o cineasta) de ser uma produção séria, mas vendo o Drácula
(Torquato Neto) tomando água de coco e posando ao lado de garotas na praia do
Rio não tem como a gente levar a sério. O que torna esse curta interessante é
forma como ele sintetiza o clima “paz e amor” dos jovens daquele período e é preciso dar
palmas para um projeto que, começou com uma proposta diferente, mas se tornando
uma curiosidade com relação ao período em que foi feito e se tornando um pequeno
clássico.
O
Pasteleiro (1980)
Um dos grandes filmes de
horror brasileiros que de uns tempos para cá está sendo redescoberto por uma
nova geração de fãs do gênero. O
Pasteleiro, produção de cerca de 40 minutos incluída no longa Aqui, Tarados
(1980). Realizado pela Dacar, companhia do ex-galã e ex- rei da pornochanchada
David Cardoso foi dirigido pelo mesmo a partir de argumento e roteiro do grande
Ody Fraga, tendo como protagonista o diretor sino-brasileiro John Doo.
John Doo em O Pasteleiro (1980)
O Pasteleiro trata de um
assassino em série, tema não muito comum na cinematografia brazuca, ainda que
tenhamos os nossos Chico Picadinho, Maníaco do Parque, e outros de trágica
lembrança. Mas não é só isso. O filme de Cardoso é ainda a maior aproximação do
cinema nacional do sangue-e-tripas, subgênero do horror notório pela
explicitação de mutilações, entranhas e desmembramentos. O que faz com
maestria, coroando uma narrativa de desenvolvimento exemplar, apoiada por
personagens muito bem construídos dramaticamente.
Ricardo Ghiorzi
Já na segunda aula, Primati se concentrou
sobre a nova geração de cineastas que estão surgindo e que, mesmo com poucos
recursos, conseguem criar filmes de horror que acabam sendo elogiados e
ganhando prestigio pelos festivais por onde passa como Fantaspoa. Dentre os
mais reconhecidos estão Rodrigo Aragão que, graças aos seus filmes como Mangue
Negro, A Noite Do Chupa Cabra, Mar Negro e Fábulas Negras, fez com que
surgissem apaixonados pelo horror aqui no RS e que arregaçassem as mangas na
criação de longas. Dentre eles que, inclusive
estava presente na atividade, Ricardo Ghiorzi teve a idéia de criar um
longa intitulado 13 Histórias Estranhas, aonde ele convidou amigos e conhecidos
da área (como Cristian Verardi e Cesar Coffin Souza) para que cada um dirigisse uma pequena trama. O filme já está sendo selecionado para ser exibido em 26
festivais. Com a exibição do trailer Condado
Macabro (2015) e de outros filmes que estão prestes até mesmo em ser exibidos
em grande circuito, a atividade se encerrou de uma forma bem satisfatória e
fazendo com que a gente deseje que o gênero de horror brasileiro se expande no
país e que finalmente saiamos da sombra do nosso Zé do Caixão.
Leia mais sobre Horror no Cinema Brasileiro clicandoaqui.
Adultos
e crianças de todo o país se deixaram cativar pela história da doce Menina, que
aprende que ‘o essencial é invisível aos olhos’
O longa-metragem de animação O PEQUENO PRÍNCIPE, dirigido por Mark
Osborne, cativou a audiência em todo o Brasil e chegou perto da marca de 300
mil espectadores apenas neste final de semana, aproximando-se de 850 mil
espectadores no total. O filme bateu as maiores estreias da semana e alcançou o
que parecia ser impossível: o topo das bilheterias, com a maior média de
público entre os filmes em cartaz.
O
filme é dublado em português por Larissa Manoela (A Menina) e Marcos Caruso (O
Aviador), e está em cartaz desde 20 de agosto, encantando adultos e crianças
com sua história mágica e atemporal.
O PEQUENO PRÍNCIPE (The Little Prince/ Le Petit Prince), dirigido
por Mark Osborne (Kung-Fu Panda, Monstros Vs Alienígenas), é um
tributo à obra popular de Antoine de Saint-Exupéry, que foi traduzida em mais
de 250 línguas e que já vendeu mais de 145 milhões de cópias em todo o mundo. O
filme é centrado na amizade entre um excêntrico velho, O Aviador (Marcos
Caruso) e uma garotinha bem crescida que se muda para a casa ao lado com sua
Mãe (Priscila Amorim). Através das páginas do livro do Aviador e seus desenhos,
a menina (Larissa Manoela) descobre a história de como ele há muito tempo caiu
em um deserto e encontrou o Pequeno Príncipe (Mattheus Caliano), um menino
enigmático de um planeta distante. As experiências do Aviador e o conto das
viagens do Pequeno Príncipe para outros mundos fazem a menina e o Aviador
ficarem muito próximos, embarcando juntos em uma aventura memorável.
Sim, o gênero de horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio. Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de assistir, seja em DVD ou no cinema.
QUANDO EU ERA VIVO(2014)
Sinopse: O filme
conta a história de Júnior rapaz que retorna à casa do pai depois de perder o
emprego e a mulher. Sem encontrar espaço no lar que antes também fora o seu
Júnior passa os dias no sofá do velho Sênior remoendo a separação o desemprego
e pensando na jovem e sensual Bruna inquilina de um cômodo do apartamento. Após
encontrar objetos que remetem ao passado e à sua mãe já morta Júnior desenvolve
uma obsessão pela história de sua família e entra numa espiral vertiginosa na qual
realidade e delírio se confundem.
Sempre me incomodei
com o fato de certas religiões ficarem falando que o Diabo é isso, que o Diabo
é aquilo e quando nos damos por conta, o Capeta foi muito mais citado naqueles
momentos do que as próprias boas ações de Jesus Cristo. Não me surpreenderia se
tudo isso fosse algo subliminar nessas missas, sendo que não podemos julgar o
livro pela capa. O que estou querendo dizer para inicio de conversa, é que nem
tudo é o que aparenta ser e é exatamente isso que representa o filme Quando Eu
Era Vivo.
No mais novo trabalho
de Marco Dutra (Trabalhar Cansa), acompanhamos Junior (Marat Descartes)
retornando para a casa do pai (Antonio Fagundes), após ter separado da esposa.
Na residência, além de ter a presença de Bruna (Sandy) uma estudante de musica
que está alugando um quarto, Junior começa de uma forma gradual a destrinchar
certas coisas antigas que lhe faz relembrar do passado quando convivia com o
seu irmão e a falecida mãe. A partir daí, se inicia uma transformação (aparentemente)
negativa, tanto de Junior, como também do ambiente da residência.
Se no seu filme
anterior Dutra havia apenas namorado o clima do gênero fantástico, aqui todos
os ingredientes que fazem desse tipo de filme um sucesso estão lá: ambiente
claustrofóbico, fitas de vídeo, fantasmas, terror psicológico, mulher com
cabelos pretos e etc Mas o que diferencia das demais produções norte
americanas, é que aqui tudo parece crível, sendo que há pouquíssimos momentos
que algo soe inverossímil e com isso nós compramos a idéia de que realmente
algo de estranho está acontecendo naquele apartamento.
Muito disso talvez se
deva ao baixo orçamento (R$ 500 mil), o que fez com que o diretor não se
preocupasse em criar efeitos visuais que nos possa convencer, mas sim se dedicando
a criar uma boa história (baseado na obra Lourenço Mutarelli) na qual atiça a
nossa curiosidade. O interessante é que mesmo a produção possuindo idéias já
usadas em outros filmes, nós somos brindados com certos folclores brasileiros
ao serem inseridos na trama, desde ao sinistro boneco Fofão, como também os
discos de vinil que tocavam de traz pra frente e se ouvia outras coisas bem
sinistras nos anos 80. É ai que o filme toca no assunto do subliminar, que nem
tudo que a gente acha é o que realmente está acontecendo.
Acreditamos por um
momento que Junior está enlouquecendo, pois ele acredita cegamente de que algo
de ruim aconteceu com sua mãe e irmão (que se encontra em um manicômio) e sua
relação com o seu pai começa a cada vez se tornar mais dúbia. Nada disso claro
funcionaria se o pequeno elenco não fosse bom, mas cada um consegue um
desempenho que cumpre com as expectativas. Marat Descartes já havia me
surpreendido em Trabalhar Cansa, mas aqui, qualquer similaridade com relação ao
personagem que ele havia atuado no filme anterior de Dutra é jogada de lado, já
que ele simplesmente se encarna no personagem e se torna a verdadeira alma
cheia de conflitos do filme em busca de respostas. Antonio Fagundes dispensa as
apresentações, pois sabemos que ele sempre cumpre com louvor a cada papel que
atua.
Mas o que talvez mais
surpreenda no filme é o fato da presença da cantora Sandy funcionar com louvor
na produção: dona de uma voz de sucesso no mundo musical, Sandy jamais
convenceu como atriz em si, mas graças ao seu dom que tem pela musica, seus
momentos em que ela solta voz (que são momentos cruciais para a trama), acabam
se tornando um dos grandes momentos do filme. É ai que volto com o fato de não
subestimar o livro pela capa, já que Marco Dutra colocou todas essas peças no
tabuleiro para a gente se preparar por uma trama, cujo final começamos a
moldá-lo em nossas mentes. Mas daí quando chegamos à reta final, percebemos o
quanto fomos enganados e nos pegamos completamente atônitos pelo imprevisível
que nos foi apresentado.
No final das contas,
Quando eu era Vivo pode ser interpretado de duas maneiras: como um simples
filme de fantasmas e possessão, ou um verdadeiro jogo de palavras subliminares,
para nós seguirmos em linha reta, mas então nos darmos de encontro com a cara
no muro e isso, acredite, é um grande elogio.
PORTO DOS MORTOS(2012)
Sinopse: Num mundo
devastado onde as regras da realidade são ditadas por magia e loucura, um
policial vingativo persegue um assassino serial possuído por um demônio numa batalha
contra o mal absoluto.
A tentativa de se fazer outros gêneros de
filmes no Brasil é sempre bem vinda, mesmo que o resultado final dá aquela
sensação de que poderia ter sido melhor. Ao assistir Porto dos Mortos, o
cinéfilo mais atento irá notar um grande número de referencias de outros
filmes, desde ao gênero western spaghetti, Mad Max e a todo filme de zumbi que
é lançado hoje em dia. Mas quem espera uma turbinada de zumbis na tela, pode
acabar um pouco se decepcionando, pois a trama se entrega para outros rumos e
com isso os comedores de carne ficam um pouco pelo caminho durante a história.
Talvez a intenção do
cineasta Davi de Oliveira Pinheiro era jamais se prender a um único tema, mas
sim criar uma trama em que, pudesse reunir todos os ingredientes, do qual
sempre curtiu nos filmes de terror ao longo dos anos. Claro que, nem todos irão
comprar essa brincadeira, mas visto com a mente aberta, há de se aceitar numa
boa e sem compromisso de se levar a sério. Mas é uma pena que tenhamos que,
engolir certos personagens que, surgem na história, não tem muito que
acrescentar e sendo que um deles lembra por demais um dos personagens dos
filmes de George A. Romero. Quem se sai melhor é o Policial (Rafael Tombini),
que possui todas aquelas típicas características de anti-herói solitário, de
poucos amigos e com um passado nebuloso (um pouco explicado num curioso
flashback). Visualmente, o filme se limita em exibir a capital gaúcha assolada
pelo apocalipse e devido a isso, poderia ter sido feita em qualquer outro lugar
que o resultado seria então o mesmo. Porém, existem alguns pontos conhecidos
pelo público que surge na tela.
Embora tenha uma bela
fotografia do início ao fim,Porto Dos Mortostalvez sirva mais como exemplo de
como podemos ir mais longe dentro do gênero fantástico aqui no Brasil. Se a
primeira vista para alguns o filme ficou devendo, quem sabe os próximos que
terem a ideia de fazer um filme de terror possam ir ainda mais longe. Afinal de
contas, já faz um bom tempo (como exemplo vindos do Fantaspoa) que nós não
vivemos mais apenas de Zé do Caixão.