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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Cine Curiosidade: Protagonizado por Eddie Redmayne, ‘A Garota Dinamarquesa’ ganha cartaz teaser

 DIRIGIDO POR TOM HOOPER, LONGA CONTA A HISTÓRIA DE LILI ELBE, PRIMEIRA
MULHER TRANSGÊNERO A SE SUBMETER A UMA CIRURGIA DE REDESIGNAÇÃO 
 
Premiado com o Oscar de melhor ator neste ano pela interpretação de Stephen Hawking em “A Teoria de Tudo”, o britânico Eddie Redmayne retorna aos cinemas em “A Garota Dinamarquesa” (The Danish Girl). Previsto para estrear no Brasil em fevereiro de 2016, o filme acaba de ganhar cartaz teaser.
Com distribuição da Universal Pictures e direção de Tom Hooper (de “O Discurso do Rei” e “Os Miseráveis”), o drama biográfico apresenta ao público a história de Lili Elbe – primeira mulher transgênero a se submeter a uma cirurgia de redesignação de sexo. Ao lado de Alicia Vikander - no papel da mulher de Lili, Gerda Wegener -, Eddie Redmayne dá vida à artista e traz para os cinemas os dramas pessoais, a vida profissional e a jornada de Lili até ser considerada pioneira transgênero.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: O HOMEM IRRACIONAL



Sinopse: Em crise existencial o professor de filosofia Abe Lucas (Joaquin Phoenix) chega para lecionar em uma pequena cidade dos Estados Unidos. Logo uma de suas alunas Jill (Emma Stone) se aproxima dele devido ao fascínio que sente pelo seu intelecto além da tristeza que sempre carrega consigo. Simultaneamente ele é alvo de Rita (Parker Posey) uma professora casada que tenta ter um caso com ele. A vida começa a melhorar para Abe quando numa ida à lanchonete com Jill ouve a conversa de uma desconhecida sobre a perda da guarda do filho devido à uma decisão do juiz Spangler (Tom Kemp). Abe logo começa a idealizar o assassinato de Spangler e como por ser um completo desconhecido jamais seria descoberto.


Além de ser um diretor autoral, Woody Allen sempre gosta de colocar o seu lado pessoal nas telas do cinema, mesmo quando os seus personagens não sejam literalmente o seu “eu” verdadeiro. Em alguns casos, o diretor opta em exorcizar os seus demônios interiores em suas tramas em que ele cria, para assim, se sentir desprendido por algo que ele carrega. Em O Homem Irracional, percebo que é uma trama que, sintetiza um pouco da turbulência que o cineasta passou nos últimos tempos (como a sua vida pessoal com Soon Yi Previn vindo novamente à tona na mídia) e, pôr esses sentimentos na trama, talvez seja um lugar bom para eliminá-los.
No longa, acompanhamos o dia a dia do professor de  filosofia Abe Lucas (Joaquin Phoenix, ótimo) que, embora seja talentoso no que faz, vive numa fase de crise existencial e não vê mais nenhum sentido em viver. As coisas mudam de forma gradual quando se muda para uma nova cidade e lá conhece a aluna Jill (Emma Stone), sendo que a mesma começa a sentir uma atração pelo professor e ambos começam ter um caso. Porém, Lucas somente começa a sentir um sentido na vida, no momento em que ele começa a ouvir numa lanchonete uma conversa desesperadora de uma mulher e é ai que ele toma uma decisão inusitada.
Embora num primeiro momento Allen seja sempre lembrado por comedias neuróticas, vale lembrar que ele sempre flertou em tramas das quais envolvem assassinato, como Crimes e Pecados e Match Point como exemplo. Aqui, o humor neurótico, existencialismo, crime e assassinato, são emoldurados num único quadro que, embora não traga nenhum frescor de originalidade, nos prende do começo ao fim. Isso se fortalece graças a uma galeria de personagens carismaticamente excêntricos, cujas suas vidas se encontram meio que vazias e não excitam em arriscar para encontrar algum sentido na vida.
Embora seja a primeira vez que esteja trabalhando com o cineasta, Joaquin Phoenix surpreende ao se apresentar totalmente à vontade em cena e criando mais um grande personagem em sua filmografia. O seu Abe Lucas nada mais é do que um lado do estado de espírito que Allen teve (ou tem) em alguma passagem de sua vida e que difere dos outros protagonistas dos filmes anteriores, dos quais enxergávamos o cineasta, mesmo não sendo ele próprio atuando. Atenção para a cena do revolver, sendo ela uma pequena prova da imprevisibilidade do personagem.
Embora já tenha trabalhado com o cineasta em Magia ao Luar, Emma Stone se apresenta aqui com todas as características das musas anteriores do cineasta. Basta dizer que as ações de sua personagem se assemelham com o que foi visto na personagem de Scarlett Johansson em Vicky Cristina Barcelona, mas de uma forma acentuada e muito melhorada. A química entre ela e Phoenix é outro ingrediente que nos faz perceber como Allen, mesmo já tendo feito quase cinquenta filmes na carreira, não tenha ainda perdido a mão na direção dos atores. 
Com passagens durante a trama, junto com um final que me fez lembrar o clássico A Sombra de Uma Duvida de Alfred Hitchcock, O Homem Irracional não é um filme de maior ou menor grau da carreira de Woody Allen, mas sim uma pequena amostra de uma das inúmeras facetas obscuras e escondidas no interior da alma do cineasta. 

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Cine Dica: Meredith Monk na Cinemateca Capitólio



Nos dias 01 e 02 de setembro, terça e quarta-feira, sempre às 20h, acontecem na Cinemateca Capitólio as duas únicas sessões dos filmes realizados por Meredith Monk. A exibição de Ellis Island e Book of Days marca a abertura da mostra Petrobras Cinepalco, com produção da Petrobras, do Porto Alegre em Cena e da Cinemateca Capitólio. Os ingressos custam R$ 10,00.
O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da Cultura. O projeto também contou com recursos da Prefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização da Fundação Cinema RS – FUNDACINE.
Ellis Island

Estados unidos, 28 minutos, 1981 / Direção: Meredith Monk
Entre 1892 e 1927 quase 16 milhões de pessoas chegaram à Ilha Ellis tentando imigrar para os Estados Unidos. ​Para os 280.000 imigrantes que foram expulsos, a Ilha tornou-se a "Isle of Tears"​ (Ilha de lágrimas​). O filme mistura documentário, ​experimento​, ficção e dança descrito por Monk como "um mosaico de sons e imagens ​entrelaçados em ​um desenho ​musical formal".
Book of Days

Estados Unidos, 74 minutos, 1988 / Direção: Meredith Monk
Embora centre sua ação na Idade Média, os personagens do filme e suas preocupações são profundamente familiares​. Há paralelos entre esta idade de guerra - a peste​​ e​ ​o medo do Apocalipse - com os nossos tempos modernos de conflito racial e religioso, AIDS, ​e ​​o medo de ​aniquilação nuclear​. O filme tem uma qualidade ​mística, um senso de deslocamento​ ​que incentiva o espectador a refletir sobre a fragilidade e a finitude da experiência humana.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Cine Especial: Horror no Cinema Brasileiro: EXTRA



Aconteceu nesse ultimo final de semana,  no Cine Capitólio de Porto Alegre,  o curso horror no Cinema Brasileiro, criado pelo Cine Um e ministrado pelo entendedor do assunto Carlos Primati. Durante dois dias, eu pude desfrutar uma parte de nossa história do cinema brasileiro e de como é difícil manter um gênero como terror em nosso país por exemplo. Até a pouco tempo, quando se falava de filme de horror brasileiro, somente se pensava no Zé do Caixão, mas a real história não é bem por ai. 
Carlos Primati 

Nos últimos anos se criou um verdadeiro estudo sobre diversas fases do nosso cinema e se descobriu de tudo um pouco: cinema novo; marginal; pornochanchada; retomada e por assim vai. Em meio a esses períodos, houve cineastas e roteiristas que se aventuraram no gênero fantástico que, através deles, se criaram muitos clássicos, outros esquecidos, mas redescobertos com o tempo. Dentre as coisas que foram apresentadas na atividade, duas me chamaram bastante atenção: 


NOSFERATO NO BRASIL (1970)


Sinopse: Budapeste, século XIX: Nosferatu (Torquato Neto) é morto por um príncipe. De férias no Brasil, agora em cores, vampiriza várias nativas. Mítica masterpiece superoitista. Da série "quotidianas kodaks".


 Torquato Neto (Nosferato no Brasil,1970)

Dirigido por Ivan Cardoso (As Sete Vampiras), esse filme que foi rodado em 8 milímetros, tinha a intenção (segundo o cineasta) de ser uma produção séria, mas vendo o Drácula (Torquato Neto) tomando água de coco e posando ao lado de garotas na praia do Rio não tem como a gente levar a sério. O que torna esse curta interessante é forma como ele sintetiza o clima “paz e amor” dos jovens daquele período e é preciso dar palmas para um projeto que, começou com uma proposta diferente, mas se tornando uma curiosidade com relação ao período em que foi feito e se tornando um pequeno clássico.



O Pasteleiro (1980)


Um dos grandes filmes de horror brasileiros que de uns tempos para cá está sendo redescoberto por uma nova geração de fãs do gênero.  O Pasteleiro, produção de cerca de 40 minutos incluída no longa Aqui, Tarados (1980). Realizado pela Dacar, companhia do ex-galã e ex- rei da pornochanchada David Cardoso foi dirigido pelo mesmo a partir de argumento e roteiro do grande Ody Fraga, tendo como protagonista o diretor sino-brasileiro John Doo.

John Doo em O Pasteleiro (1980)
 
O Pasteleiro trata de um assassino em série, tema não muito comum na cinematografia brazuca, ainda que tenhamos os nossos Chico Picadinho, Maníaco do Parque, e outros de trágica lembrança. Mas não é só isso. O filme de Cardoso é ainda a maior aproximação do cinema nacional do sangue-e-tripas, subgênero do horror notório pela explicitação de mutilações, entranhas e desmembramentos. O que faz com maestria, coroando uma narrativa de desenvolvimento exemplar, apoiada por personagens muito bem construídos dramaticamente.


Ricardo Ghiorzi


Já na segunda aula, Primati se concentrou sobre a nova geração de cineastas que estão surgindo e que, mesmo com poucos recursos, conseguem criar filmes de horror que acabam sendo elogiados e ganhando prestigio pelos festivais por onde passa como Fantaspoa. Dentre os mais reconhecidos estão Rodrigo Aragão que, graças aos seus filmes como Mangue Negro, A Noite Do Chupa Cabra, Mar Negro e Fábulas Negras, fez com que surgissem apaixonados pelo horror aqui no RS e que arregaçassem as mangas na criação de longas.  Dentre eles que, inclusive estava presente na atividade, Ricardo Ghiorzi teve a idéia de criar um longa intitulado 13 Histórias Estranhas, aonde ele convidou amigos e conhecidos da área (como Cristian Verardi e Cesar Coffin Souza) para que cada um dirigisse uma pequena trama. O filme já está sendo selecionado para ser exibido em 26 festivais.
Com a exibição do trailer Condado Macabro (2015) e de outros filmes que estão prestes até mesmo em ser exibidos em grande circuito, a atividade se encerrou de uma forma bem satisfatória e fazendo com que a gente deseje que o gênero de horror brasileiro se expande no país e que finalmente saiamos da sombra do nosso Zé do Caixão.  

 Leia mais sobre Horror no Cinema Brasileiro clicando aqui.

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Cine Curiosidade: EM SUA SEGUNDA SEMANA, O PEQUENO PRÍNCIPE ALCANÇA O PRIMEIRO LUGAR NAS BILHETERIAS BRASILEIRAS

Adultos e crianças de todo o país se deixaram cativar pela história da doce Menina, que aprende que ‘o essencial é invisível aos olhos’
O longa-metragem de animação O PEQUENO PRÍNCIPE, dirigido por Mark Osborne, cativou a audiência em todo o Brasil e chegou perto da marca de 300 mil espectadores apenas neste final de semana, aproximando-se de 850 mil espectadores no total. O filme bateu as maiores estreias da semana e alcançou o que parecia ser impossível: o topo das bilheterias, com a maior média de público entre os filmes em cartaz.
O filme é dublado em português por Larissa Manoela (A Menina) e Marcos Caruso (O Aviador), e está em cartaz desde 20 de agosto, encantando adultos e crianças com sua história mágica e atemporal.
O PEQUENO PRÍNCIPE (The Little Prince/ Le Petit Prince), dirigido por Mark Osborne (Kung-Fu Panda, Monstros Vs Alienígenas), é um tributo à obra popular de Antoine de Saint-Exupéry, que foi traduzida em mais de 250 línguas e que já vendeu mais de 145 milhões de cópias em todo o mundo. O filme é centrado na amizade entre um excêntrico velho, O Aviador (Marcos Caruso) e uma garotinha bem crescida que se muda para a casa ao lado com sua Mãe (Priscila Amorim). Através das páginas do livro do Aviador e seus desenhos, a menina (Larissa Manoela) descobre a história de como ele há muito tempo caiu em um deserto e encontrou o Pequeno Príncipe (Mattheus Caliano), um menino enigmático de um planeta distante. As experiências do Aviador e o conto das viagens do Pequeno Príncipe para outros mundos fazem a menina e o Aviador ficarem muito próximos, embarcando juntos em uma aventura memorável.
 MATERIAIS DO FILME PARA DOWNLOAD: http://we.tl/owwwcrLtxV
 assinaturaEZ-poa-bruna

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Cine Especial:HORROR NO CINEMA BRASILEIRO:FINAL



Sim, o gênero de horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio.  Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de assistir, seja em DVD ou no cinema.

QUANDO EU ERA VIVO(2014)



Sinopse: O filme conta a história de Júnior rapaz que retorna à casa do pai depois de perder o emprego e a mulher. Sem encontrar espaço no lar que antes também fora o seu Júnior passa os dias no sofá do velho Sênior remoendo a separação o desemprego e pensando na jovem e sensual Bruna inquilina de um cômodo do apartamento. Após encontrar objetos que remetem ao passado e à sua mãe já morta Júnior desenvolve uma obsessão pela história de sua família e entra numa espiral vertiginosa na qual realidade e delírio se confundem.


Sempre me incomodei com o fato de certas religiões ficarem falando que o Diabo é isso, que o Diabo é aquilo e quando nos damos por conta, o Capeta foi muito mais citado naqueles momentos do que as próprias boas ações de Jesus Cristo. Não me surpreenderia se tudo isso fosse algo subliminar nessas missas, sendo que não podemos julgar o livro pela capa. O que estou querendo dizer para inicio de conversa, é que nem tudo é o que aparenta ser e é exatamente isso que representa o filme Quando Eu Era Vivo.
No mais novo trabalho de Marco Dutra (Trabalhar Cansa), acompanhamos Junior (Marat Descartes) retornando para a casa do pai (Antonio Fagundes), após ter separado da esposa. Na residência, além de ter a presença de Bruna (Sandy) uma estudante de musica que está alugando um quarto, Junior começa de uma forma gradual a destrinchar certas coisas antigas que lhe faz relembrar do passado quando convivia com o seu irmão e a falecida mãe. A partir daí, se inicia uma transformação (aparentemente) negativa, tanto de Junior, como também do ambiente da residência.
Se no seu filme anterior Dutra havia apenas namorado o clima do gênero fantástico, aqui todos os ingredientes que fazem desse tipo de filme um sucesso estão lá: ambiente claustrofóbico, fitas de vídeo, fantasmas, terror psicológico, mulher com cabelos pretos e etc Mas o que diferencia das demais produções norte americanas, é que aqui tudo parece crível, sendo que há pouquíssimos momentos que algo soe inverossímil e com isso nós compramos a idéia de que realmente algo de estranho está acontecendo naquele apartamento.
Muito disso talvez se deva ao baixo orçamento (R$ 500 mil), o que fez com que o diretor não se preocupasse em criar efeitos visuais que nos possa convencer, mas sim se dedicando a criar uma boa história (baseado na obra Lourenço Mutarelli) na qual atiça a nossa curiosidade. O interessante é que mesmo a produção possuindo idéias já usadas em outros filmes, nós somos brindados com certos folclores brasileiros ao serem inseridos na trama, desde ao sinistro boneco Fofão, como também os discos de vinil que tocavam de traz pra frente e se ouvia outras coisas bem sinistras nos anos 80. É ai que o filme toca no assunto do subliminar, que nem tudo que a gente acha é o que realmente está acontecendo.
Acreditamos por um momento que Junior está enlouquecendo, pois ele acredita cegamente de que algo de ruim aconteceu com sua mãe e irmão (que se encontra em um manicômio) e sua relação com o seu pai começa a cada vez se tornar mais dúbia. Nada disso claro funcionaria se o pequeno elenco não fosse bom, mas cada um consegue um desempenho que cumpre com as expectativas. Marat Descartes já havia me surpreendido em Trabalhar Cansa, mas aqui, qualquer similaridade com relação ao personagem que ele havia atuado no filme anterior de Dutra é jogada de lado, já que ele simplesmente se encarna no personagem e se torna a verdadeira alma cheia de conflitos do filme em busca de respostas. Antonio Fagundes dispensa as apresentações, pois sabemos que ele sempre cumpre com louvor a cada papel que atua.
Mas o que talvez mais surpreenda no filme é o fato da presença da cantora Sandy funcionar com louvor na produção: dona de uma voz de sucesso no mundo musical, Sandy jamais convenceu como atriz em si, mas graças ao seu dom que tem pela musica, seus momentos em que ela solta voz (que são momentos cruciais para a trama), acabam se tornando um dos grandes momentos do filme. É ai que volto com o fato de não subestimar o livro pela capa, já que Marco Dutra colocou todas essas peças no tabuleiro para a gente se preparar por uma trama, cujo final começamos a moldá-lo em nossas mentes. Mas daí quando chegamos à reta final, percebemos o quanto fomos enganados e nos pegamos completamente atônitos pelo imprevisível que nos foi apresentado.
No final das contas, Quando eu era Vivo pode ser interpretado de duas maneiras: como um simples filme de fantasmas e possessão, ou um verdadeiro jogo de palavras subliminares, para nós seguirmos em linha reta, mas então nos darmos de encontro com a cara no muro e isso, acredite, é um grande elogio.   



PORTO DOS MORTOS(2012)



Sinopse: Num mundo devastado onde as regras da realidade são ditadas por magia e loucura, um policial vingativo persegue um assassino serial possuído por um demônio numa batalha contra o mal absoluto.


 A tentativa de se fazer outros gêneros de filmes no Brasil é sempre bem vinda, mesmo que o resultado final dá aquela sensação de que poderia ter sido melhor. Ao assistir Porto dos Mortos, o cinéfilo mais atento irá notar um grande número de referencias de outros filmes, desde ao gênero western spaghetti, Mad Max e a todo filme de zumbi que é lançado hoje em dia. Mas quem espera uma turbinada de zumbis na tela, pode acabar um pouco se decepcionando, pois a trama se entrega para outros rumos e com isso os comedores de carne ficam um pouco pelo caminho durante a história.
Talvez a intenção do cineasta Davi de Oliveira Pinheiro era jamais se prender a um único tema, mas sim criar uma trama em que, pudesse reunir todos os ingredientes, do qual sempre curtiu nos filmes de terror ao longo dos anos. Claro que, nem todos irão comprar essa brincadeira, mas visto com a mente aberta, há de se aceitar numa boa e sem compromisso de se levar a sério. Mas é uma pena que tenhamos que, engolir certos personagens que, surgem na história, não tem muito que acrescentar e sendo que um deles lembra por demais um dos personagens dos filmes de George A. Romero. Quem se sai melhor é o Policial (Rafael Tombini), que possui todas aquelas típicas características de anti-herói solitário, de poucos amigos e com um passado nebuloso (um pouco explicado num curioso flashback). Visualmente, o filme se limita em exibir a capital gaúcha assolada pelo apocalipse e devido a isso, poderia ter sido feita em qualquer outro lugar que o resultado seria então o mesmo. Porém, existem alguns pontos conhecidos pelo público que surge na tela. 
Embora tenha uma bela fotografia do início ao fim, Porto Dos Mortos talvez sirva mais como exemplo de como podemos ir mais longe dentro do gênero fantástico aqui no Brasil. Se a primeira vista para alguns o filme ficou devendo, quem sabe os próximos que terem a ideia de fazer um filme de terror possam ir ainda mais longe. Afinal de contas, já faz um bom tempo (como exemplo vindos do Fantaspoa) que nós não vivemos mais apenas de  Zé do Caixão.

Leia também:Partes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 



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