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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 1 de abril de 2025

Cine Dica: Streaming - ‘Adolescência’

Sinopse: Jamie Miller, um adolescente de 13 anos acusado de assassinar uma colega de escola. Sua família e a policia tentam compreender o que levou o jovem a cometer o crime. 

No meu tempo de escola não havia internet, mas a perseguição contra aqueles que eram diferentes já existia e fazendo com que o perseguido tivesse grandes chances de se tornar um monstro. Nos dias de hoje com as redes sociais, a vítima de Bullying pode extravasar as suas frustrações, conhecendo assim outras pessoas parecidas com ele, mas não obtendo uma ajuda realmente verdadeira e da qual lhe ajude para conter o lado mais sombrio de sua alma. "Adolescência" (2024) está dando o que falar por colocar para fora um grande mal que acontece nos tempos de escola e que nem todos os pais têm uma vaga ideia do que acontece nesta época.

Dirigido por Jack Thorne e Stephen Graham, essa produção inglesa conta a história da família Miller, cuja sua rotina muda drasticamente quando Jamie (Owen Cooper), de 13 anos, é preso sob a acusação de assassinar uma colega de escola. Seu pai, Eddie (Stephen Graham), luta para compreender uma realidade que se torna um verdadeiro inferno, enquanto a psicóloga Briony Ariston (Erin Doherty) tenta desvendar a mente do garoto em um grande duelo verbal. Já o inspetor Luke Bascombe (Ashley Walters) lidera a investigação, mas aos poucos ele descobre que ainda tem muito o que aprender sobre o que acontece no dia a dia escolar atual.

Rodado em apenas cinco dias, é impressionante o que os realizadores fazem aqui em cada episódio, já que as tramas acontecem em planos-sequências espantosos e que se há algum corte de cena ele é imperceptível. Por conta disso o espectador que assiste se vê envolvido em uma verdadeira montanha russa, onde acompanhamos em tempo real ação da polícia, a reação dos pais do acusado e cujo final do primeiro capítulo é então que temos uma dimensão da tragédia que havia acontecido. No meu entendimento dá a entender que tudo foi ensaiado antes para que as filmagens saíssem da forma que nos foi apresentada e o resultado é simplesmente ótimo para dizer o mínimo.

Mas se por um lado a minissérie foi filmada de maneira surpreendente, o mesmo se pode dizer de sua narrativa, da qual adentramos de forma gradual para entendermos a mente complexa de um jovem e dos motivos que o tenham levado a cometer tal ato. As respostas se encontram entre o segundo e o terceiro episódio, sendo que o primeiro é o retrato de uma escola em que os professores e a diretoria não têm uma noção exata do que realmente acontece nesta realidade em que a juventude cada vez mais frustrada com as suas vidas se tornam presas fáceis ao cair nas armadilhas da internet. A palavra "incel", por exemplo, era até então desconhecida pelo inspetor Luke Bascombe, mas tendo uma noção através do seu filho que convive com isso assim como os demais alunos.

Eu sempre digo que a minha época de escola sempre foi difícil devido ao preconceito unicamente por eu ter sido diferente dos demais alunos. Porém, logo percebo que aquela época foi um mar de rosas se compararmos com o que acontece hoje em dia, onde vemos uma juventude cada vez mais perdida, que se encontra incrustada em redes sociais onde acham que irão conseguir algum reconhecimento e se desligar cada vez mais da realidade como um todo. Após assistir a esse segundo episódio fico cada vez mais pessimista com relação ao futuro dessa nova geração cada vez mais alienada e preocupada em somente receber curtidas nas redes.

Porém, o ápice talvez da produção se encontra no terceiro episódio, onde vemos a conversa entre a psicóloga e o jovem suspeito e onde a primeira procura entender as motivações que levariam o último a cometer tamanho crime bárbaro. O cinema, por exemplo, está recheado de títulos em que os seus personagens revelam o seu verdadeiro ser através de uma sessão terapêutica. Esse episódio, por sua vez, me relembrou quando o mestre Alfred Hitchcock procurou explorar os significados de uma mente fragmentada através de títulos como "Quando Fala o Coração" (1945) e "Marnie, Confissões de uma Ladra" (1964).

Porém, tudo o que o realizador havia feito na época foi através do que o Sigmund Freud havia levantado no campo da psicologia. No terceiro episódio, a psicóloga adentra na mente do jovem através de perguntas que o deixam em desvantagem e fazendo com que os seus desejos e frustrações aflorem e revelando a sua real pessoa. Tudo rodado em um plano sequência surpreendente, mas que se torna ainda mais impressionante graças ao desempenho dos atores em cena.

Embora tenha aparecido somente neste episódio atriz Erin Doherty rouba a cena ao construir para si uma psicóloga que procura manter os sentimentos de lado e fazendo com que o seu lado profissional falasse mais alto. Porém, após a sessão terapêutica, a própria se encontra destroçada emocionalmente, já que ela tem absoluta certeza de ter encarado o lado mais sombrio de uma mente humana, mas da qual havia sido moldada de forma errônea. Embora ainda jovem, Owen Cooper surpreende em uma atuação assombrosa como Jamie, da qual nos provoca pena e ao mesmo tempo temor perante a sua pessoa.

Já o quarto episódio se destina exclusivamente às consequências dos seus atos e como os seus pais e sua irmã estão lidando com isso. Além de ator, Stephen Graham é também roteirista e produtor da produção e tendo tido no passado a experiência de ter sofrido Bullying. Ao dar vida ao pai de Jamie o intérprete consegue nos transmitir uma verdadeira confusão mental ao tentar entender a real natureza de tudo aquilo, mas ao mesmo tempo buscando um equilíbrio para manter o que lhe resta é seguir em frente com a sua família. A cena final é de um verdadeiro impacto, pois simboliza o que todo pai deseja para os seus filhos, mas que nem todos os recursos do mundo acabam sendo os suficientes para mantê-los longe do lado perverso do ser humano. 

"Adolescência" é uma série obrigatória a ser vista por todos e para termos uma noção sobre o que molda essa geração sucumbida pela desinformação e pelas armadilhas da rede social.  

Onde Assistir: Netflix. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 03 a 09 DE ABRIL

 EM CARTAZ:

A BATALHA DA RUA MARIA ANTONIA


OESTE OUTRA VEZ

Brasil/Drama/ 2024/137min

Direção:Erico Rassi

Sinopse: No sertão de Goiás, homens brutos que não conseguem lidar com suas fragilidades são constantemente abandonados pelas mulheres que amam. Tristes e amargurados, eles se voltam violentamente uns contra os outros.

Elenco:  Ângelo Antônio, Rodger Rogério, Antônio Pitanga, Babu Santana, Adanilo, Daniel Porpino e Tuanny Araújo.


A BATALHA DA RUA MARIA ANTONIA

Brasil/ Drama/ 2023 / 84min

Direção: Vera Egito

Sinopse: Outubro de 1968. Durante a ditadura brasileira, estudantes e professores do Movimento Estudantil enfrentam ataques do Comando de Caça Comunista vindos do outro lado da rua, numa noite crucial conhecida como 'A Batalha dos Estudantes', contada em 21 planos-sequência.

Elenco: PâMELA GERMANO ISAMARA CASTILHO CAIO HOROWICZ JULIANNA GERAIS PHILIPP LAVRA.


MILTON BITUCA NASCIMENTO

Brasil/ Documentário/ 2024/ 110min

Direção: Flavia Moraes

Sinopse: O documentário musical parte da turnê de despedida de Milton Nascimento, um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, para entender a complexidade simples de sua obra, e o quanto os mistérios que ele carrega nos fazem refletir sobre a alma brasileira.

Elenco:Milton Nascimento, Quincy Jones, Spike Lee, Caetano Veloso, Chico Buarque, Paul Simon, Gilberto Gil, Simone, Maria Gadu, João Bosco, Mano Brown, Os Gêmeos, Speranza Spalding e os integrantes do Clube da Esquina.


HORÁRIOS DE 03 A 09 DE ABRIL (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: MILTON BITUCA NASCIMENTO

17h: OESTE OUTRA VEZ

19h: A BATALHA DA RUA MARIA ANTONIA


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14,00 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7,00. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 7,00. CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 31 de março de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Oeste Outra Vez'

Sinopse: No sertão de Goiás, homens rudes e incapazes de lidar com suas próprias fragilidades são constantemente abandonados pelas mulheres que amam. Tristes e amargurados, eles se voltam violentamente uns contra os outros. 

O gênero faroeste não exclusivo do cinema norte americano, sendo que o Western spaghetti vindo da Itália não somente revitalizou o mesmo, como também serviu de forte inspiração para realizadores que se destacariam posteriormente. Na época do nosso Cinema Novo, por exemplo, o diretor Glauber Rocha surpreendeu a todos com a sua obra prima "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964) e cuja trama possuía elementos tradicionais do faroeste em meio aos costumes do nosso sertão. Eis que então chegamos a "Oeste Outra Vez" (2024) obra que explora ainda mais esses elementos e se destaca pelo seu teor psicológico.

Dirigido por Erico Rassi a trama é ambientada no sertão de Goiás, onde acompanhamos a história de Totó (Ângelo Antônio) e Durval (Babu Santana), cuja trajetória se entrelaça de forma trágica. Eles são abandonados pela mesma mulher, fazendo com que a rivalidade entre ambos se torne inevitável. A partir daí, ambos começam a se caçarem um ao outro em meio ao dia a dia de um sertão esquecido por Deus.

Erico Rassi procura não fazer uma trama frenética com cortes bruscos, mas sim cenas em que as ações e reações dos protagonistas surgem de forma natural e com isso possamos compreendê-los. Logo após terem sido abandonados pela mulher que eles amavam, os dois protagonistas se sentam em um bar para poderem colocar um ponto final em seu conflito, mas tudo dando a crer que qualquer mudança se torna inútil, sendo que uma vez eles se encontram mais do que engolidos por aquela realidade de violência, roubo e morte. Não demora muito para que a caçada continue, mas cujos tiros acontecem sem nenhum aviso e pegando até mesmo o cinéfilo mais bem-informado de surpresa para dizer o mínimo.

Erico Rassi ainda capricha na reconstituição daquela realidade, onde os seus habitantes se entregam aos bares, com muita bebida, cigarros e jogos de azar como um todo. Esse dia a dia faz com que eles nem percebam os crimes que rolam próximos a eles, pois se tornou algo comum pessoas que vivem e morrem, seja pelo crime, ou simplesmente pela honra. Destaco a cena em que ambos os protagonistas se perseguem durante a noite com diversos tiros sendo disparados, mas não provocando nenhuma reação de pessoas que se encontram em um bar próximo.

Tanto Ângelo Antônio como Babu Santana estão ótimos em seus respectivos papéis, sendo que ambos são dois lados da mesma moeda. Há um certo respeito de ambas as partes um pelo outro, mas que não é o suficiente para que se coloque um ponto final no conflito e fazendo com que nos perguntemos como isso irá terminar. Destaque também para o intérprete Rodger Rogério, que se torna uma espécie de carta na manga para o personagem de Ângelo Antônio em meio a essa encruzilhada e cujo ápice acontece em uma casa no fim do mundo.

Talvez essa seja a minha passagem preferida como um todo, já que ali os personagens são jogados à própria sorte e tendo que se virar com o que tem antes que a tragédia venha acontecer. Destaque para o dono do local, interpretado pelo veterano Antônio Pitanga, cujo seu personagem é um ser abandonado por Deus, mas que resiste em continuar existindo através de bebidas e das memórias de tempos mais dourados de sua pessoa. Ao final, constatamos que ele é somente um reflexo sobre o futuro daqueles personagens se caso eles continuarem vivos e ficarem se digladiando sem nenhum descanso.

Com um curioso final em aberto, "Oeste Outra Vez" possui elementos do nosso melhor cinema brasileiro e cujo gênero faroeste não se restringe somente ao cinema norte americano. 

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Cine Dica: Sala Redenção realiza sessões de “Doutor Araguaia” e “Torre das Donzelas”

Nos dias 31 de março e 1º de abril, acontece, na Sala Redenção, a minimostra “Memórias do Golpe”, que convida o público para a descomemoração do aniversário do golpe de 1964. A programação é uma parceria do Cinema da Universidade com o professor de história Nilo Piana de Castro.  Os documentários “Doutor Araguaia” e “Torre das Donzelas” são produções que resgatam o período da ditadura e a trajetória de pessoas profundamente empenhadas em transformar seu presente para que fosse possível construir o futuro.

“Doutor Araguaia” é a história  de João Carlos Haas Sobrinho contada nas vozes de quem conviveu com ele, em especial as centenas de pessoas que foram tratadas pelo médico. Perseguido por ser Presidente do DCE de Medicina da UFRGS, consegue concluir seu curso e sai de sua cidade natal em uma jornada que oferece o encontro com companheiros e alcança a China. Ao retornar para o Brasil, passa a exercer medicina comunitária e popular na Região do Bico do Papagaio, quando então a repressão e a censura começam a se agravar.

“Torre das Donzelas” traz relatos inéditos da ex-presidente Dilma Rousseff e de suas ex-companheiras de cela do Presídio Tiradentes, em São Paulo, durante a ditadura militar. Detidas ali entre o fim dos anos 1960 até 1972, quando o presídio foi desativado, as entrevistadas falam sobre as torturas a que foram submetidas, mas também sobre as amizades criadas, descobertas da sexualidade, maternidade, alimentação e a busca pela liberdade.

O professor Nilo destaca a importância da minimostra ao dialogar com o passado e propor novas perguntas sobre os acontecidos. Ao refazer caminhos e aguçar as memórias podemos entender como o presente foi construído em meio a processos de impunidade e desigualdades recorrentes. As sessões das 19h contam com debate e, no dia 31, a sessão de Doutor Araguaia tem participação do diretor do filme, Edson Cabral, e da irmã de João Carlos, Sônia Haas.

A entrada é franca e aberta à comunidade em geral. A Sala Redenção está localizada no campus centro da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333. 

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

domingo, 30 de março de 2025

Cine Dica: "Tatuagem" do pernambucano Hilton Lacerda é o filme de Cineclube Torres da próxima segunda.

O filme encerra o ciclo Ibero-americano em programação desde fevereiro na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo. Exatamente no dia 31 de março, dia marcado pelo golpe civil-militar que em 1964 afastou o presidente legítimo João Goulart e deu início à ditadura militar no Brasil, o Cineclube Torres programa um filme imperdível que remete a esses longos anos sombrios.

Hilton Lacerda, roteirista dos clássicos filmes pernambucanos A Febre do Rato (2012) e Amarelo Manga (2001), reconstroi a história de um grupo que mesmo durante a ditadura dos anos 70 criou em Recife o “Chão de Estrelas”, uma equipe de teatro onde vivem o amor livre e a paixão pela arte. Este espaço e seu lider, o extrovertido e magnético Clécio (Irandhir Santos) provocam um inesperado encantamento por parte de um jovem militar (Jesuíta Barbosa).

Em novembro de 2015 o filme entrou na lista feita pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. "Assistimos a um filme eufórico, de camadas que remetem à arte brasileira explodindo na tela, seja pelo espetáculo apresentado pelo coletivo ou ainda pela paixão com que Lacerda explora sua mise-en-scène."(Renato Cabral, Papo de Cinema)

A sessão, com entrada franca, encerra o 10° Ciclo de filmes de expressão ibero americana, realizado na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos com 13 anos de história, em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística certificada pelo Ministério do Turismo (Cadastur), contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.

Serviço:

O que: Exibição do filme  "Tatuagem", de Hilton Lacerda (Brasil) - 1h50m

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto à escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Segunda-feira, 31/3, às 20:00

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).


Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística - Cadastur


CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917

sexta-feira, 28 de março de 2025

Cine Especial: Revisitando 'Viagem Fantástica'

A maneira como eu conheci determinados clássicos rende grandes histórias e das quais eu guardo para mim com muito carinho. Nunca me esqueço, por exemplo, quando tive o primeiro vislumbre do clássico “ET” (1982), do qual eu não assisti ao filme no cinema na época, mas testemunhei o trailer antes da exibição do filme “A Filha dos Trapalhões” (1984) quando os meus pais me levaram no saudoso Cine Imperial da rua das Andradas de Porto Alegre. Porém, muitos clássicos eu tive a minha primeira experiência através da tv e essa foi bastante curiosa que eu direi a seguir.

No final dos anos 80 e começo dos anos 90 eu assistia ao desenho chamado "Muppet Babies", que mostrava os clássicos personagens dos Muppets em versões crianças e onde viviam em um berçário. Curiosamente, os personagens passavam por inúmeras aventuras dentro do local, mas isso era somente possível graças às suas imaginações férteis e surpreendentes. Quando isso acontecia, os realizadores do programa eram engenhosos em cruzar os desenhos com cenas de filmes e seriados da época e tornando a atração ainda mais interessante ao ser vista.

Quando eu olho pra trás me surpreendo pelo fato de que muitos clássicos do cinema eu tive o primeiro contato através deste desenho. Há, por exemplo, um episódio interessante quando o personagem Scooter ficou doente e foi então que Caco e os demais decidiram adentrar dentro do corpo dele para combater o vírus da gripe. O que se vê a seguir são cenas reutilizadas do clássico "Viagem Fantástica" (1966) e que somente fui assistir anos mais tarde. Nunca me esqueço que foi em uma tarde chuvosa, sem poder brincar na rua, mas foi então que a saudosa "Sessão da Tarde" passou esse clássico e o resto é história.

Em "Viagem Fantástica" temos uma obra original e divertida de SyFy que tem como pano de fundo a "Guerra Fria" dos anos 60, quando o mundo ainda era dividido politicamente pela “Cortina de Ferro”, os Estados Unidos e a União Soviética também se enfrentaram no campo científico. Nesta aventura temos o corpo humano como palco de uma espécie de zona de guerra. O filme em si foi produzido especialmente para a exploração ao máximo dos efeitos visuais que podiam ser alcançados na época e é válido lembrar que este tipo de temática estava fazendo muito sucesso junto ao público americano, tanto que o período é marcado pelo surgimento das séries SyFy de TV, que vai desde "Viagem ao Fundo do Mar", "Terra de Gigantes" e "Túnel do Tempo" e muitos outros títulos que encantam o público até nos dias de hoje.

Dirigido por Richard Fleischer o mesmo de "Conan o destruidor" (1984). o filme nos brinda com uma inédita viagem ao corpo humano, que devido às formas de células e tecidos, pode muito bem ser comparado ao cosmos, até porque somos uma parte ínfima do mesmo. É interessante ver como o pensamento cartesiano influencia o mundo, com a questão de que se podemos entender uma pequena parte do todo, podemos explicar esse todo. Um grupo de cientistas militares são miniaturizados juntamente com a nave proteus para em seguida serem injetados no corpo de um cientista que sofreu um dano cerebral. Acontece que esse cientista detém o conhecimento de controlar o tal processo de miniaturização, que até então só dura 60 minutos, e os objetos ou pessoas voltam ao tamanho normal.

De forma merecida, o filme levou o Oscar de efeitos especiais de 1966 e se tornando um grande sucesso de público e crítica. Curiosamente, a Fox jamais deu sinal verde para uma possível continuação, porém, anos mais tarde Steven Spielberg produziu uma produção similar intitulada "Viagem Insólita" (1987), mais com uma temática mais divertida para a época. "Viagem Fantástica" é uma ficção científica sobrevivente ao teste do tempo e cuja sua aventura dentro do corpo humano surpreende até nos dias de hoje. 


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Cine Dica: Sessão Clube de Cinema (29/03): "Flow" na Cinemateca Paulo Amorim

Neste sábado, nosso encontro será às 10h15 na Cinemateca Paulo Amorim para assistirmos Flow, a premiada animação do cineasta letão Gints Zilbalodis. Seremos transportados para um mundo à beira do colapso, onde um gato solitário precisa aprender a conviver com outras espécies para encontrar refúgio. Juntos, esses personagens improváveis enfrentam desafios e perigos, navegando por paisagens místicas em busca de sobrevivência.

Mais do que nunca, assistir a essa belíssima animação em uma sala recuperada após a catastrófica enchente em Porto Alegre torna-se uma experiência simbólica e poderosa. Vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação de 2025, Flow é uma obra visualmente deslumbrante, inteiramente realizada no software de código aberto Blender, destacando-se por sua narrativa sem diálogos e atmosfera envolvente.


Confira os detalhes da sessão:


SESSÃO SÁBADO CLUBE DE CINEMA

📍 Local: Sala Eduardo Hirtz – Cinemateca Paulo Amorim (Rua dos Andradas, 736 – Centro Histórico, Porto Alegre)

📅 Data: Sábado, 29/03/2025, às 10h15 da manhã


Flow

(Straume, 2024, 85 min, classificação livre)

Direção: Gints Zilbalodis

Roteiro: Gints Zilbalodis, Matīss Kaža, Ron Dyens

Sinopse: Após uma grande inundação, um gato solitário vê seu lar destruído e encontra abrigo em um barco habitado por diversas espécies. Apesar das diferenças, eles precisam aprender a conviver enquanto navegam por um mundo submerso e repleto de vestígios da civilização humana. Em uma jornada silenciosa e contemplativa, Flow reflete sobre adaptação, coletividade e sobrevivência.

Sobre o Filme:  O cinema nasceu mudo, onde os movimentos e as expressões dos atores é o que faz a gente compreender a história. No cinema recente raramente alguém tentou se arriscar ao fazer um filme sem diálogo algum, sendo que o mais próximo que tivemos foi o ótimo "O Artista" (2011) que presta uma homenagem as raízes do cinema. É então que chega "Flow" (2024), uma animação da Letônia que se arrisca em apresentar uma trama protagonizada por animais e sem diálogo algum, mas é através de suas ações que o filme ganha o coração.

Dirigido por Gints Zilbalodis, a trama parece que se passa em um futuro distante, onde a terra que nós conhecemos está chegando ao fim e sem nenhum vestígio de vida da humanidade. É então que conhecemos o Gato, um animal que vive sozinho em uma casa, mas que começa a ser devastada pelas enchentes. O seu único refúgio acaba sendo um barco, mas do qual terá que dividir com outros animais em meio as adversidades que irão surgir nesta jornada.

Confira a minha crítica já publicada clicando aqui. 


Nos vemos lá!

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