Sinopse: Documentário sobre
Woody Allen que aborda varios momentos da carreira do cineasta e conta com
depoimentos de importantes nomes da setima arte. Antonio Banderas Josh Brolin
Penelope Cruz John Cusack Larry David e Scarlett Johansson sao alguns dos nomes
que dao entrevistas falando sobre Allen.
Há diretores que levam anos
para filmar um próximo filme, não por falta de idéias, mas sim devido ao seu
lado perfeccionista que fala mais alto. Portanto, são poucos que fazem inúmeros
filmes ao longo dos anos e que se mantenha uma visão autoral de qualidade. Ao
lado de diretores como Martin Scorsese e Alfred Hitchcock, Woody Allen pertence
a esse pequeno grupo de cineastas que filmam inúmeros títulos ao longo das décadas,
mas que dificilmente perde em termos de qualidade de roteiro e do modo de
filmar.
Dirigido
por Robert B. Weide (O Doador de Memórias) acompanhamos, não somente depoimentos
do cineasta, como também dos seus amigos, colegas e até mesmo de outros
cineastas (como Scorsese), que o admiram pela forma dele sempre manter a sua
visão autoral até hoje e que perdura por mais de quarenta anos de atividade. O
documentário explora a forma como o cineasta cria os seus roteiros que, pelo visto,
não se seduziu pelas tecnologias de hoje como um computador. De uma forma
simples, Allen escreve os seus roteiros na mesma maquina de escrever que está
com ele por mais de quatro décadas e que dali surgiram idéias para a criação de
clássicos como Noite Neurótico e Noiva Nervosa (1977).
O documentário desvenda as
suas raízes que, de um simples comediante de auditório, passou a ser convidado
a participar de pontas de alguns filmes, para sim começar a chamar atenção como
roteiristas A partir de Bananas (1971), Allen cada vez mais teve controle na criação
de suas obras e rendendo sucesso de público e crítica um atrás do outro. Porém,
o documentário explora também os altos e baixos da carreira, como sempre ficar
marcado como um cineasta de comédias ou quando se arrisca na criação de algo
novo e dá um passo em falso na criação de dramas como Interiores (1978).
Não se dando por vencido,
Allen deu a volta por cima, em filmes em que, tanto ele manteve as características
que o tornaram conhecido (Manhattan,
1979), como em filmes que ele oscila para algo diferente do normal em sua
filmografia (Crimes e Pecados, 1989). Porém, o documentário não esconde o fato
que os anos 90 não foram os melhores para o cineasta, principalmente na época
das filmagens de Maridos e Esposas (1992), do qual seria o seu último trabalho
ao lado de sua ex-esposa Mia Farrow. A História todo mundo conhece: Farrow
tinha uma filha adotiva chamada Soon Yi,
mas que Allen acabou tendo uma relação amorosa (resultando em casamento que
dura até hoje), causando um dos maiores escândalos na época e que quase
enterrou a carreira do cineasta.
Talvez
em respeito ao diretor, Weide optou em não se aprofundar nessa passagem da
história, mas sim somente na quebra do período entre ele e Farrow, na qual a última
cena dela com o diretor em Maridos e Esposas sintetizam bem isso. Após isso, o documentário
se encaminha para os anos de reestruturação que o cineasta trabalhou para continuar
em ativa e o resultado foi pelo menos um filme por ano, dos quais Allen deixava
os cenários dos EUA e explorava outras partes do mundo. O resultado disso foi o
surgimento de produções umas melhores do que a outra, como Meia Noite em Paris,
que acabou se tornando o maior sucesso da carreira do cineasta.
Com
trinta e seis filmes no currículo e mais três a caminho, o futuro de Wood Allen
ainda é incerto. Porém, uma certeza que nós temos, e que ele mesmo nos dá
durante o documentário, é do fato dele mesmo admitir que ele ainda não filmou o
seu filme definitivo. Seria esse o fato dele continuar lançado pelo menos um
filme por ano?
Se
for esse o caso, que torçamos para que ele não ache a sua nona sinfonia e que
nos brinde sempre com um filme por ano, da onde conseguimos enxergar a paixão que
ele sente pelo cinema.