Sinopse: O último longa documental da cantora Rita Lee, falecida em maio de 2023.
Assim como outros ícones da música brasileira eu conheci Rita Lee nos tempos em que eu era um menino e ouvia bastante rádio. Hoje adulto percebo o quanto de suas músicas, não só falavam sobre a sua pessoa, como também de muitos brasileiros que desejavam serem o que bem entendem. "Ritas" (2025) é um documentário pessoal sobre essa artista, onde a própria se coloca à frente da câmera e revela a sua real faceta e o melhor de sua carreira.
Dirigido por Oswaldo Santana e Karen Harley, o documentário retrata o inédito arquivo pessoal da trajetória vivida pela rainha do rock brasileiro, Rita Lee. Dando aos fãs a chance de mergulhar na intimidade dela, o longa além de mostrar as referências intelectuais usadas no processo criativo do vasto repertório musical apresentado por ela em sua carreira, também traz depoimentos recentes. Narrado pela própria Rita Lee através de relatos concedidos em entrevistas ao longo de sua carreira, a musa mostra aspectos da sua vida jamais mostrados ao público.
Falecida em 2023, Rita Lee deixou um legado dentro da cultura brasileira, onde não se intimidou com o preconceito e com a censura e seguiu firme com as suas palavras e letras musicais que escandalizaram os mais conservadores da época. O grande charme do longa é vermos a própria nos seus últimos anos de vida registrando o seu dia a dia em sua casa, onde convive com a sua cultura, escrita e alimentando os seus gatos de estimação. Ao mesmo tempo ela revela fotos das suas raízes, assim como a sua família e revelando o fato de que foi realmente a ovelha negra da família.
Não é à toa, portanto, que a sua música "Ovelha Negra" é o que melhor sintetiza a sua pessoa e sem sombra de dúvida uma das minhas favoritas. Em termos técnicos, os cineastas optaram em incrementar efeitos visuais que nos lembram os tempos coloridos dos anos sessenta e setenta em que a cantora obteve o estrelato e revelando assim um ar psicodélico. Ao mesmo tempo, o longa não esconde o quanto ela foi perseguida pela censura, assim como os demais cantores da época que faziam a diferença.
Falando neles, é sempre bom rever ilustres na tela como, por exemplo, Caetano Veloso e Elis Regina, dos quais Rita Lee os admirava e fazia questão de cantar ao lado deles sempre quando podia. Começando pelo grupo "Os Mutantes" e fazendo parte do período do movimento Tropicália, Rita Lee fez a sua parte na história musical brasileira, onde não se intimidou perante aos conservadores e que faziam questão de rotular da pior forma possível. No final ela fez o que achava o mais correto a fazer, ser ela mesma e que o resto que a menosprezava fossem varridos no seu devido tempo.
"Ritas" é uma carta de amor e de despedida para todos os fãs de Rita Lee e para aqueles que apreciam música de qualidade brasileira.
Faça parte:
Facebook: www.facebook.com/ccpa1948