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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 06 a 12 de fevereiro de 2025

Luiz Melodia – No Coração do Brasil


WILSON SIMONAL É ATRAÇÃO DO PROJETO RAROS

Na sexta-feira, 7 de fevereiro, às 19h30, a Cinemateca Capitólio apresenta uma edição do Projeto Raros com o filme É Simonal, dirigido por Domingos de Oliveira, protagonizado por Wilson Simonal, um dos maiores cantores da música brasileira. Com apoio da Programadora Brasil, a sessão tem entrada franca.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/8191/projeto-raros-e-simonal-2/


DOCUMENTÁRIO SOBRE LUIZ MELODIA EM CARTAZ

Na quinta-feira, 6 de fevereiro, entra em cartaz na Cinemateca Capitólio o documentário Luiz Melodia – No Coração do Brasil, de Alessandra Dorgan. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/8189/luiz-melodia-no-coracao-do-brasil/


SESSÃO ESPECIAL POADOC EXIBE GEOGRAFIA AFETIVA

No sábado, 08 de fevereiro, às 17h50, a Sessão Especial POADOC apresenta o documentário Geografia Afetiva. A diretora Mari Moraga participa de uma conversa após a sessão. Entrada franca.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/8193/geografia-afetiva-debate/


GRADE DE HORÁRIOS

6 a 12 de fevereiro


6 de fevereiro (quinta-feira)

15h – Sol de Inverno

17h – Salão de Baile

19h – Luiz Melodia - No Coração do Brasil


7 de fevereiro (sexta-feira)

15h – Sol de Inverno

17h – Luiz Melodia - No Coração do Brasil

19h30 – Projeto Raros: É Simonal


8 de fevereiro (sábado)

15h – Misericórdia

17h30 – Geografia Afetiva + debate


9 de fevereiro (domingo)

15h – Sol de Inverno

17h – Salão de Baile

19h – Luiz Melodia - No Coração do Brasil


11 de fevereiro (terça-feira)

15h – Sol de Inverno

17h – Salão de Baile

19h – Kasa Branca


12 de fevereiro (quarta-feira)

15h – Kasa Branca

17h – Salão de Baile

19h – Luiz Melodia - No Coração do Brasil

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Meu Bolo Favorito'

Sinopse: Mahin, de 70 anos, solitária até agora, decide reviver sua vida amorosa. Um encontro casual se transforma em uma noite inesquecível. 

Existe o antes e o depois da Revolução Iraniana, sendo que a maioria de nós ocidentais conhecemos mais os “pós” através de filmes como do mestre Abbas Kiarostami. Porém, nos últimos tempos, temos assistido a um outro tipo de Irã através de coproduções vinda de outros países como foi no caso de "A Semente do Fruto Sagrado" (2024). Em "Meu Bolo Favorito" (2024), é tratado sobre o antes e depois da Revolução Iraniana e através da perspectiva de duas pessoas solitárias que buscam saborear um pouco a vida.

Dirigido por Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha, o filme conta a história de uma senhora de 70 anos chamada Mahin (Lili Farhadpour), que vive sozinha em Teerã após a morte do marido e a ida da filha para a Europa. Seguindo sua rotina, regando as plantas, lavando as louças, vendo televisão à noite, Mahin é uma mulher solitária. Porém, certo dia em uma cafeteria, ela conhece um senhor taxista chamado Faramarz (Esmaeel Mehrabi) e decide lhe convidar para ir à sua casa.

Os cineastas desse longa procuram elaborar uma trama que fale um pouco sobre o país através da perspectiva da protagonista, sendo que ela pertence ao governo anterior da revolução e, portanto, ela conheceu ao longo da vida os dois lados desta história. Mesmo solitária ela procura, por exemplo, fazer a diferença ao ajudar uma jovem que seria interrogada por policiais que fiscalizam os bons costumes da população. Um momento que dificilmente seria visto antigamente em outros filmes, mas que talvez tenha chegado o momento em que não há mais censura que possa esconder o que realmente acontece naquele país.

O filme fala sobre a geração que está partindo e cuja a mesma se encontra em um estado de sonambulismo e sendo somente acordada pela nova geração que ainda se encontra ligada a ela. Mahin é somente lembrado que ainda existe através das ligações de sua filha, ou quando recebe as visitas de suas amigas, mas não tendo mais aquela sensação de experimentar o verdadeiro de viver. Portanto, por mais estranho que pareça em um primeiro momento, o convite dela para o taxista seria talvez a última chance de ela realmente despertar após muito tempo adormecida.

Tanto Lili Farhadpour como Esmaeel Mehrabi estão ótimos respectivamente em cena, onde ambos conseguem construir para os seus respectivos personagens aquela sensação eufórica que há muito tempo não se sentia. Através dos diálogos, por exemplo, não conhecemos somente as suas vidas, como também um pouco do próprio Irã e de uma sociedade passada cada vez mais ficando na história e da qual a maioria somente é lembrada através das fotos que sintetizam tempos mais dourados. Os cineastas, por sua vez, incrementam algo de especial para fazer com que sentíssemos ao lado desses personagens.

Em alguns momentos dentro da casa acontecem diversos planos-sequências, como se a fosse a intenção da câmera representar o nosso olhar perante a relação dos dois personagens e em situações que nos identificamos facilmente. Acima de tudo, é um filme que fala sobre o medo da solidão, e temor da morte e da maneira de como será lembrado por aqueles que ainda irão continuar existindo. O final, por sua vez, é surpreendente e vai contra as nossas expectativas e fazendo a gente continuar pensando no longa e sobre as nossas próprias vidas.

"Meu Bolo Favorito" é um belo e delicado conto sobre duas pessoas que conviveram com as mudanças Iranianas através das décadas, mas tudo que importa para eles é agora se sentirem vivos ao final dessa vida. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 06 A 12 DE FEVEREIRO

ESTREIAS:

A VOZ QUE RESTA

Brasil/ Drama/ 2024/ 85 min.

Direção: Roberta Ribas e Gustavo Machado

Sinopse: Paulo, um jornalista frustrado, se envolve com sua vizinha casada, Marina, enquanto lida com um emprego medíocre e bloqueio criativo. Em uma noite de embriaguez, ele grava uma carta de despedida repleta de amor e ódio em um cassete para ela, expondo seus demônios emocionais diante da câmera.


SOLDADOS DA BORRACHA

Brasil/Documentário/ 2019/ 82 min.

Direção: Wolney Oliveira

Sinopse: A saga de cerca de 60 mil brasileiros, enviados para a região amazônica pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, em mirabolante plano para extrair látex, material estratégico imprescindível para a vitória dos Aliados no conflito. As promessas da volta para casa como heróis da pátria e de aposentadoria equivalente à dos militares, nunca se cumpriram.


HOMENS DE BARRO

Brasil/ Drama/ 2024/ 72 min.

Direção: Angelisa Stein e codireção de Fernando Musa

Sinopse: Em meio a uma velha rivalidade entre famílias, Pássaro e Ângelo vivem um amor proibido, desafiando a culpa e seus próprios medos para viver um grande romance e moldar o próprio destino.

Elenco: Gui Mallmann, Alexandre Borin, João Pedro Prates

HORÁRIOS DE 06 A 12 DE FEVEREIRO (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: HOMENS DE BARRO

17h: SOLDADOS DA BORRACHA

19h: A VOZ QUE RESTA


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 7,00.

CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Viva a Vida'

Sinopse: Jessica é uma jovem que trabalha em uma loja de antiguidades. Um dia, no trabalho, ela se depara com um medalhão idêntico ao que foi deixado para ela pela mãe falecida.

Diferente do que os desinformados pensam, o cinema brasileiro oferece todos os gêneros, desde os filmes dramáticos ao mais puro terror. Porém, desde a partida de Paulo Gustavo, me parece que há um esforço da parte dos realizadores em querer fazer comédias para atrair o grande público, mas não obtendo o resultado esperado. "Viva a Vida" (2025) é um desses casos em que os realizadores procuram nos apresentar uma trama engraçadinha, mas que ainda não encontraram o equilíbrio perfeito como se deveria.

Dirigido por Cris D'Amato, o filme conta a história de Jessica (Thati Lopes), uma jovem dedicada ao trabalho e às responsabilidades, que leva uma vida regrada e cheia de contas a pagar. Ela trabalha em uma loja de antiguidades e parece não ter tempo para si mesma, sempre colocando suas obrigações à frente de seus desejos e sonhos. No entanto, sua rotina monótona sofre uma reviravolta quando, um dia, no trabalho, ela encontra um medalhão idêntico à jóia deixada para ela por sua mãe, que faleceu quando ela era ainda muito jovem.

A trama em si é um verdadeiro roadie movie, só que ao invés da protagonista atravessar ao Brasil ela chega justamente em Israel para conhecer as suas raízes, assim como também a sua avó. Logicamente, o filme se destaca ao apresentar cenários reais do país, ao ponto de testemunharmos o famoso Mar Morto. Claro que o longa foi rodado tempos antes de Israel ser atacado e desencadear uma guerra que persiste até hoje.

Thati Lopes se sai bem como protagonista, ao saber transitar entre momentos de humor pastelão para momentos que exijam um pouco mais de dramaticidade. O mesmo não se pode dizer de Rodrigo Simas que está mais canastrão do que nunca mesmo se esforçando em cena. Felizmente, o elenco de veteranos salva o longa em alguns momentos, como no caso Jonas Bloch e Regina Braga.

Mas eu acho que o principal problema desse filme é termos uma noção de como ele terminará já na abertura da história. Por conta disso, temos que acompanhar a jornada desses personagens tentando descobrir  como lidar com sentimentos, incertezas e aprender a saber se aproximar das pessoas que realmente valem a pena. Lição de moral muito bem vinda, mas que soa bobinha e que pouco nos emociona.

"Viva a Vida"  é só mais uma comédia brasileira bobinha e que nos esquecemos dela após o término da sessão, o que é uma pena.     

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domingo, 2 de fevereiro de 2025

Cine Dica: Cineclube Torres apresenta 10º Ciclo de Filmes de Expressão Ibero-Americana “This is America”

 De fevereiro a março, sessões na segunda, às 20h, com entrada franca, na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto da Up Idiomas Torres.



Para o período da temporada de verão, momento no qual tradicionalmente a cidade recebe turistas, alguns do cone sul do continente, o Cineclube Torres volta a elaborar uma programação centrada em produções cinematográficas de expressão ibero-americana, oriundas portanto de vários países sul-americanos e ibéricos. Para além da questão linguística, a importância da reflexão sobre esta complexa identidade cultural é particularmente interessante no Rio Grande do Sul, que culturalmente representa lugar de confluência das diretrizes fundamentais que compõem esta particular expressão cultural e fílmica.

Este será o 10º ano que o Cineclube Torres propõe essa temática no verão, tendo exibido nas edições passadas desse ciclo mais de 80 longas metragens, sempre com ótima presença de público e obtendo destaque na mídia local e regional pela qualidade da programação. Este ano, nas 9 datas previstas, de fevereiro a março, estarão representados 9 países, numa seleção ampla e variada; a cinematografia brasileira, a ibérica (Portugal/Espanha) e a latino-americana, com filmes argentinos, chilenos, mexicanos, venezuelanos, uruguaios e peruanos, conforme detalhado em seguida.

A programação abre e fecha com filmes em português e todos os demais serão exibidos, como usualmente no Cineclube Torres, em idioma original com legendas.  O ciclo, com entrada franca, integra a programação continuada realizada na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos com 13 anos de história, em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística certificada pelo Ministério do Turismo (Cadastur), Biblioteca Comunitária no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.

Serviço:

O que:

Exibições audiovisuais

Onde:

Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto à escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando:

Às Segundas-feiras, às 20:00, de fevereiro a março,

nos dias 3/2, 10/2, 17/2, 24/2, 3/3, 10/3, 17/3, 24/3 e 31/3.


Ingressos:

Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).


Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Cine Especial: Clube de Cinema - "Festim Diabólico"

No ano que o Clube de Cinema foi fundado a sétima arte estava vivendo em metamorfose. É bem verdade que desde o seu nascimento os filmes sempre obtinham mudanças constantes, desde os tempos do mudo para o falado e com a intenção de sempre atrair o grande público. É claro que sempre havia realizadores ousados e que tinham a ambição de fazer tudo ao mesmo tempo.

Pode-se dizer que Alfred Hitchcock foi um dos primeiros diretores a serem reconhecidos como cineastas autorais, pois sempre quando era lançado uma de suas obras imediatamente o público reconhecia que era de sua autoria. Uma de suas principais marcas era o movimento pouco incomum de sua câmera, sendo que os limites de um estúdio não o impediam de fazer certas proezas. "Festim Diabólico" (1948) é um desses casos em que o realizador tinha a intenção de dar um passo à frente, mas mal sabendo da tamanha dificuldade.

O filme é baseado em uma peça de teatro da época, mas que por sua vez foi inspirada em fatos assombrosamente verdadeiros. Na trama, conhecemos Brandon (John Dall) e Philip (Farley Granger) que já na primeira cena eles matam David Kentley (Dick Hogan), um colega da escola e cujo crime eles cometeram para provarem para eles mesmos que poderiam obter o crime perfeito sem que possam ser julgados. Para piorar, a dupla de assassinos convida os familiares e amigos da vítima, enquanto o corpo se encontra dentro de um baú em que está sendo servido o banquete. Porém, o professor Rubert Cadell (James Stewart) vai a essa festa e começa a questionar as atitudes da dupla central desse macabro crime.

"Festim Diabólico" foi o primeiro filme do diretor rodado em cores, ou mais precisamente em Technicolor, e do qual exigiu muita paciência do realizador. Para começar, rodar um filme em cores naqueles tempos não era tarefa fácil, pois as suas câmeras não eram muito diferentes das primeiras câmeras IMAX, pois elas eram grandes e para movê-las exigia certo esforço para se dizer o mínimo. Além disso ela ocupava bom espaço do cenário principal do filme, sendo que a trama se passa em um único local, ou seja, em uma sala em que ocorre a festa e o assassinato visto anteriormente.

Transitando entre cinema e o teatro, o filme exigiu paciência também de seus intérpretes, pois havia várias marcações no chão onde os atores deveriam pisar e tomar cuidado para não dar de encontro com a câmera durante o percurso. Nota-se, por exemplo, que há um certo incômodo vindo dos atores e atrizes em cena, como se houvesse uma concentração redobrada e para que não houvesse nenhum erro durante as filmagens. Mas mal sabiam eles qual era a principal ambição do cineasta.

O plano-sequência, ou cenas sem cortes, é algo corriqueiro que se vê muito no cinema atual, pois basta pegarmos "1917" (2019) de Sam Mendes como um belo exemplo. Porém, a simplicidade surpreende ainda mais quando o realizador se empenha a rodar em um único take, como no caso do nosso filme gaúcho "Ainda Orangotangos" (2007), de Gustavo Spolidoro e cujo mesmo rodou seis contos perambulando diversas ruas de Porto Alegre e sendo revisto hoje ainda surpreende. O que Alfred Hitchcock faz em "Festim Diabólico" é algo similar ao que foi visto em "1917", já que o plano-sequência não foi rodado de forma direta.

Em 1948 se podia somente rodar uma cena sem cortes em no máximo dez minutos e é exatamente o que acorre no filme ao longo do percurso. Nota-se que há sim diversos momentos em que a câmera acompanha todos os eventos principais vistos no cenário, mas quando a mesma se aproxima de um determinado ponto, como nas costas de um dos protagonistas, há um corte brusco para que a cena continue com um novo rolo de filme. Se naqueles tempos isso não era perceptível, isso é notado claramente hoje em dia.

Tecnicamente, portanto, o filme era bastante desafiador, mas ao mesmo tempo se casando com abordagem ousada da trama para época. Em tempos conservadores, principalmente com a sombra do Código Hays, falar sobre Homossexualidade era algo impossível no ano de 1948, mas o filme é sobre dois rapazes que moram juntos e que decidem cometer um assassinato achando que poderiam ser seres superiores para cometerem tal ato. Além disso, o crime foi cometido pelo fato de um deles ter interpretado de forma equivocada os pensamentos do seu professor e fazendo desse terceiro ser responsável pelo crime mesmo de forma indireta.

O filme em si é um verdadeiro jogo de gato e rato, principalmente a partir do momento em que o professor entra em cena e cuja maneira que James Stewart o interpreta aumenta ainda mais a tensão, pois ele sempre fica com aquele olhar desconfiado sobre o que acontece. Vale destacar a performance de John Dall como Brando, um personagem frio e calculista, que se sente tão orgulhoso por ter cometido um crime bárbaro que em vários momentos da trama ele sente certo desejo de ser descoberto. A cena, por exemplo, em que o pai sente algo de ruim com a "não presença" do filho na festa e a posição de Brandon com relação a crimes hediondos sintetiza muito bem isso.

Curiosamente, o filme não foi muito bem aceito na época do seu lançamento nos EUA, sendo que a maioria do público conservador constatou o teor Homossexual nas entrelinhas. Porém, o filme foi muito bem aceito nos países da Europa, sendo que já na época se falava sobre o assunto abertamente, mesmo com algumas limitações impostas pelos governos de cada país. O sucesso do filme fora do território americano somente constatou o fato que Alfred Hitchcock obteria o status de cineasta autoral não graças ao público, ou a crítica norte americana, mas sim em outros países como a França e que muitos cineastas de lá o viam como modelo a ser seguido desde sempre.

No ano que o Clube de Cinema nasceu, "Festim Diabólico" veio com um pé à frente do seu tempo e que somente o mestre do suspense poderia proporcionar isso. 

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Cine Dica: Sessão Clube de Cinema (01/02): "Uma História Real" na Sala Redenção

Neste sábado, o Clube de Cinema te convida para uma sessão especial em homenagem a David Lynch, diretor lendário de "Cidade dos Sonhos" e "Twin Peaks", que faleceu aos 78 anos. Indicado quatro vezes ao Oscar, Lynch era conhecido por sua estética sombria e surrealista, deixando um legado inconfundível no cinema.

Para esta homenagem, exibiremos "Uma História Real" (1999), filme que contrasta com sua filmografia habitual. Baseado em fatos reais, acompanha Alvin Straight, um idoso que, ao saber que seu irmão está doente, decide atravessar quase 500 quilômetros para reencontrá-lo e fazer as pazes. Como não tem carteira de habilitação, embarca nessa jornada dirigindo um cortador de grama.


A exibição acontece na Sala Redenção, e a entrada é franca (traga os amigos!).

Confira os detalhes abaixo:  


SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Redenção (Campus central da UFRGS - Rua Eng. Luiz Englert, 333 - Bairro Farroupilha)  

Data: 01/02/2025, sábado, às 10h15  

Uma História Real (The Straight Story)  

EUA, 1999, 112 min, Livre  

Direção: David Lynch  

Elenco: Richard Farnsworth, Sissy Spacek, Harry Dean Stanton  


Esperamos por você!

Ademais, com após a apresentação da retrospectiva do ano passado, lançamos a enquete dos melhores filmes exibidos pelo Clube de Cinema em 2024. Sua opinião é essencial para relembrarmos os grandes momentos do ano!


Vote aqui.

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