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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Hellboy e o Homem Torto'

Sinopse: Hellboy se une à Bobbie Jo Song, uma novata agente, para uma nova investigação nas Montanhas Apalaches.  

Hellboy, criação máxima do quadrinista e roteirista Mike Mignola, sempre teve a sua ida para o cinema de uma forma que não alcançasse um grande sucesso, mesmo obtendo elogios da crítica e dos fãs de HQ. Os dois primeiros filmes rodados por Guilherme Del Toro, nos anos 2004 e 2008, possuía todos os ingredientes do universo fantástico e sobrenatural visto nas páginas e, ao mesmo tempo, tendo todas as características que moldaram a carreira do diretor. Vários anos depois o estúdio decidiu mudar tudo, escalando novo diretor e ator, o que resultou em um filme de 2019 que foi tão massacrado pela crítica que nem me deu coragem de assistir.

Talvez um dos pontos negativos quando se leva esses personagens para as telas é fazer dos filmes uma super produção de grande orçamento e tentar fazer do personagem algo típico do que já é visto em outras adaptações de HQ. Na realidade a figura em si do personagem, assim como o seu universo, está mais voltado para um estilo de filmes de horror como eram vistos antigamente, ou mais precisamente algo que transite com relação aos estilos do que era feito nos anos setenta, ou até mesmo um estilo peculiar do que era realizado nas mãos de Mario Bava na Itália. Só assim para explicar a existência de "Hellboy e o Homem Torto" (2024), filme de baixo orçamento, mas com estilo positivo mesmo com todas as suas limitações.

Dirigido por Brian Taylor, do filme "Adrenalina" (2006), o filme se passa durante a década de cinquenta, onde vemos Hellboy (Jack Kesy) se unir a Bobbie Jo Song (Adeline Rudolph), uma novata agente da B.P.D.P. para uma nova investigação nas Montanhas Apalaches. Lá, descobrem uma remota e assombrada comunidade dominada por bruxas, liderada pelo sinistro demônio local, conhecido como O Homem Torto, que foi enviado de volta à Terra para coletar almas para o diabo. Ao mesmo tempo, Helliboy acaba tendo que enfrentar o seu próprio passado sombrio.

Com um orçamento de apenas R$ 20 milhões de dólares, se percebe já no início do filme que estamos diante de algo quase experimental, como se os realizadores estivessem fazendo uma produção com poucos recursos a mão. Isso se percebe, por exemplo, na cena em que os protagonistas enfrentam uma aranha gigante, mas descaradamente digital, além de um acidente de trem bastante artificial. A partir daí vemos os personagens adentrando a floresta e dando de cara com um cenário que mais parece que foi extraído da trilogia "Uma Noite Alucinante" de Sam Raimi.

Com uma fotografia propositalmente escura para ocultar alguns defeitos visuais, desde maquiagem, como também algum CGI visto ali e aqui, Brian Taylor procura nos passar a ideia de estar rodando um filme de sua autoria quase o tempo todo. Isso é notado principalmente no primeiro ato onde ele insiste em filmar os personagens de baixo para cima, mas cujo o artifício me incomodou um pouco e não acrescentando em nada para a trama. Porém, o filme cresce conforme o longa avança, principalmente quando se explora com mais carinho aquele universo sinistro e do qual se encontra a misteriosa figura do Homem Torto.

Curiosamente, é um personagem fantasmagórico que já tinha sido visto no segundo filme da franquia "Invocação do Mal" (2016) e se esperava que algum dia adquirisse o seu longa derivado. Não acontecendo isso, os realizadores então o usaram ele aqui como o grande vilão da trama e, sinceramente, o personagem funciona através da proposta principal da obra e até mesmo nos assusta em alguns momentos em que os personagens precisam até mesmo enfrentar os seus passados sombrios. No caso de Hellboy isso é feito de um modo bastante criativo, sem enrolar muito, e fazendo a gente compreender a sua verdadeira origem sem muita pirotecnia, mas sim com bastante genialidade na medida certa.

Jack Kesy se sai muito bem como Hellboy, sendo que a pouca maquiagem usada no ator colaborou no seu desempenho e nos passando a impressão que ele ficou bem à vontade na atuação. o mesmo vale para Adeline Rudolph ao interpretar a personagem parceira, da qual cresce na medida em que a trama avança e principalmente em seu terceiro ato. Com relação aos demais personagens secundários, Jefferson White interpreta uma espécie de caipira feiticeiro bem curioso e o veterano Joseph Marcell interpreta um enigmático padre cego, mas que possui um poder que deixaria até mesmo o Homem Torto assustado.

No saldo geral, o filme diverte, nos assusta em algumas ocasiões e não tendo maiores pretensões. Se tivesse sido lançado anos antes dessa forma eu acho que o longa chamaria ainda mais atenção. Em tempos atuais em que superproduções se encontram cada vez mais previsíveis, além de efeitos elaborados por CGI cada vez mais sem graça, é bom vermos um longa que usa os velhos recursos de como se fazia cinema de verdade e provar que não é preciso fazer uma produção de orçamento explosivo para se contar uma boa história.

"Hellboy e o Homem Torto" é um filme de baixo orçamento, porém criativo, assustador e muito mais próximo da ideia primordial do criador Mike Mignola do se imagina. 

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Cine Dica: 100 anos de Cinema de Vanguarda

A experimentação vanguardista fez a sua incursão no cinema a partir dos loucos anos 1920, cerca de uma década após o desenvolvimento das vanguardas nas artes visuais europeias. No decorrer daquele período, criativos cineastas do Velho Mundo ofereceram filmes desafiadores justamente quando a indústria cinematográfica consolidava em Hollywood os fundamentos do cinema clássico e comercial. 

Ao se completarem os 100 anos das vanguardas no cinema, torna-se valioso compreender as origens, os significados e o legado deste segmento que segue inspirando o audiovisual contemporâneo.

 

Objetivos

O curso UM SÉCULO DE VANGUARDAS EUROPEIAS NO CINEMA, ministrado por Danilo Fantinel, busca compreender as origens históricas e estéticas das vanguardas cinematográficas dos anos 1920, evidenciando tanto as principais vertentes quanto os grandes cineastas e filmes ligados a cada segmento. Além disso, a atividade objetiva também entender como as vanguardas inspiraram realizadores ao longo da História do cinema. As aulas são ilustradas, expositivas e dialogadas.

Curso

UM SÉCULO DE VANGUARDAS EUROPEIAS 

NO CINEMA

de Danilo Fantinel

 

Datas

28 e 29 / Setembro

(sábado e domingo)

 

Horários

14h30 às 17h30

 

Duração

2 encontros presenciais

(carga horária: 6 horas / aula)

 

Local

Cinemateca Capitólio

(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)

 

MAIS INFORMAÇÕES / INSCRIÇÕES:

https://cinemacineum.blogspot.com/2024/09/vanguardas-europeias.html


terça-feira, 17 de setembro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Corvo'

Sinopse: As almas gêmeas Eric Draven e Shelly Webster são brutalmente assassinadas quando os demônios de seu passado sombrio os alcançam. Atravessando os mundos dos vivos e dos mortos, Draven retorna em busca de vingança sangrenta contra os assassinos.  

"O Corvo" (1994) de Alex Proyas é sem sombra de dúvida uma das melhores adaptações de HQ para o cinema, ao saber nos passar uma história sobre vingança e com algumas pinceladas do gênero fantástico. Infelizmente o filme rendeu diversas continuações, sendo uma pior do que a outra e sempre existindo a possiblidade de um reboot surgir no horizonte. Eis que então surge "O Corvo" (2024), filme que dá nova roupagem ao conto, mas não obtendo o mesmo brilho do clássico.

Dirigido agora pelo diretor Rupert Sanders, de "Branca de Neve e o Caçador" (2012), nesta nova versão, Eric Draven (Bill Skarsgård), é um rapaz viciado em drogas que se apaixona por Shelly Webster (FKA Twigs) em uma penitenciária de reabilitação. Após fugirem do local, ambos são brutalmente assassinados a mando de um misterioso homem, visto que a jovem possuía provas de um crime cometido. Sem conseguir descansar e determinado a corrigir os erros do passado, Eric então retorna do além em busca de vingança, caçando até o fim do mundo o responsável pelo assassinato da sua amada.

Basicamente a história é a mesma, mas sendo reescrita para ser apresentado para as novas plateias e eu acho que é aí que se encontra o pior erro do filme. Se no original havia uma simplificação coerente com relação ao lado sobrenatural da trama, aqui nós somos bombardeados por informações, por vezes, vazias sobre a vida pós morte  e do qual não ajuda em nada com relação a sua sustentação. Aliás, o filme peca ao fingir ser gótico através de diversos recursos, com o direito de um CGI dispensável ao ser usado no mundo do além.

E se na versão original não havíamos testemunhado a construção da relação entre Eric Draven e Shelly Webster, aqui eles gastam mais de meia hora para sabermos como eles se conheceram e se apaixonaram. O problema neste caso está na falta de química de ambos os interpretes, sendo que não nos convence e não faz a gente acreditar que há ali um amor de verdade. FKA Twigs é uma conhecida cantora da música pop, mas por enquanto não nos convence como atriz e prejudicando o primeiro ato em si.

Porém, é preciso reconhecer que Bill Skarsgård carrega o filme nas costas, ao construir um Eric Drave que se difere com relação ao que Brandon Lee havia feito e obtendo assim a sua  identidade própria. Mas, se na versão original os vilões eram bem apresentados, principalmente por aquele interpretado por Michael Wincott, aqui quase nenhum merece destaque, sendo que nem ao menos é explicado direito o lado sobrenatural em volta deles e não restando nada para nós a não ser aceitar essa proposta superficial. Mesmo sendo vilão principal, Danny Huston nos últimos tempos tem abraçado somente o lado caricato de suas interpretações e muito distante dos seus bons desempenhos em início de carreira.

Ao menos, a direção capricha em algumas cenas de ação, sendo que a violência aqui é quase cartunesca, pois é muito sangue exagerado, ao ponto de tudo ficar gore. Nestas cenas, por exemplo, Bill Skarsgård está quase sempre ensanguentado, mas fazendo com que isso colabore para que o seu olhar nos transmite alguém indo de encontro com o lado irracional da situação. O ápice disso se concentra na sequência do teatro onde acontece uma grandes opera.

É uma pena, portanto, que temos que aguentar todos os poréns desse filme para chegarmos até esse momento, pois ela é muito bem filmada, onde o protagonista atira, corta os oponentes com a sua espada e se casando com perfeição com a música ouvida na apresentação. Tudo é muito belo, cartunesco, estiloso e sendo, talvez, uma das melhores cenas que Rupert Sanders filmou em sua carreira. Porém, por mais épica que seja, ela não salva o filme de correr o sério risco de cair no esquecimento.

Ao meu ver, a produção foi filmada de um modo para que se diferenciasse das mais diversas adaptações de HQ para o cinema recente. Contudo, não adianta somente se diferenciar pela superfície, mas também saber tratar a proposta principal da história com mais carinho, menos pirotecnia e sem muitas explicações, pois por demais nubla a sua essência. Alex Proyas em 1994 conseguiu tudo isso com um orçamento minúsculo, mas sendo filmado de  coração acima de tudo.

"O Corvo" é um filme por vezes belo, porém, vazio na sua maioria do tempo e desperdiçando a chance de nos brindar com um grande espetáculo.  

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 19 a 25 DE SETEMBRO DE 2024

 ESTREIAS:

QUANDO EU ME ENCONTRAR

ASSEDIABILIDADE

Brasil/ 2023/ Documentário/ 86 min.

Direção: Daniel Gonçalves

Sinopse: ASSEXYBILIDADE conta histórias sobre a sexualidade de pessoas com deficiência. Queremos mudar a ideia de que são seres assexuados, angelicais, especiais e, até mesmo, desprovidos de desejos. Nós fodemos e fodemos bem, dizem por aí.


ATENÇÃO: AS SESSÕES DESTE FILME TERÃO LEGENDAS DESCRITIVAS.


QUANDO EU ME ENCONTRAR

Brasil, Drama/2023, 77'

Direção: Amanda Pontes e Michelline Helena

Sinopse:A partida de Dayane se desenrola na vida daqueles que ela deixou para trás. Sua mãe, Marluce, faz de tudo para não demonstrar o choque que a partida da filha lhe causou. A irmã mais nova de Dayane, Mariana, enfrenta alguns problemas na nova escola onde está estudando. Antônio, noivo de Dayane, se vê num vazio diante da partida dela e busca obsessivamente por respostas.

Elenco:Luciana Souza, David Santos, Pipa, Di Ferreira, Adna Oliveira, Lucas Limeira, Larissa Goes, Lis Sutter, Claudia Pires, Alisson Emanoel, Bruno Kunk, Patricia Dawsom, Rafael Martins, Caru Lina



EM CARTAZ:

PRISÃO NOS ANDES

Chile, Brasil | Drama |105 minutos | 2023

Direção: Felipe Carmona

Sinopse: Os cinco torturadores mais cruéis da ditadura de Pinochet cumprem penas, que somam séculos, em uma luxuosa prisão aos pés da cordilheira dos Andes. O local possui piscina, jardins e aviários, e os presos são vigiados por guardas que mais parecem empregados. Quando uma equipe de televisão entrevista um dos internos, as declarações desse homem têm um impacto inesperado. Temendo uma transferência para um presídio comum, os militares condenados farão o possível para permanecer no local, desencadeando uma onda de delírio e violência em meio às montanhas.

Elenco: Andrew Bargsted, Hugo Medina, Bastián Bodenhöfer, Mauricio Pešutić, AlejandroTrejo, Óscar Hernández, Daniel Alcaíno


HORÁRIOS DE 19 a 25 DE SETEMBRO (não há sessões nas segundas):

15H: PRISÃO NOS ANDES

17H: QUANDO EU ME ENCONTRAR

19H: ASSEXYBILIDADE (COM LEGENDAS DESCRITIVAS)


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.

CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

Cine Curiosidade: *Cobertura da Rua da Saúde é obra-prima de inovação arquitetônica e de engenharia*

_Com estrutura em aço aparente, projeto apresenta soluções inovadoras, que transformam espaço degradado em ótimo exemplo de como a construção em aço contribui com os espaços urbanos_


A cobertura da Rua da Saúde, na Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, é uma obra- prima de inovação arquitetônica e de engenharia. Utilizando estrutura em aço esbelta e de forma livre, o projeto apresentou desafios significativos e destacou soluções inovadoras que transformaram um espaço degradado em ótimo exemplo de como o sistema construtivo em aço pode contribuir com os espaços urbanos. 
“Fomos convidados pela Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre para participar da concorrência do projeto e da construção da cobertura. O programa anterior não foi viável devido a problemas geométricos e interferências das fundações com a infraestrutura hospitalar”, conta Miriam Sayeg, engenheira estrutural do escritório Schlaich Bergermann Partner (SBP), acrescentando que principal desafio foi tornar a estrutura gridshell viável para a cobertura da Rua da Saúde, reduzindo o número de apoios para minimizar interferências com a infraestrutura hospitalar.
A utilização de aço e vidro na cobertura trouxe tanto funcionalidade quanto estética ao espaço, com o aço aparecendo como elemento estrutural da gridshell, gerando uma configuração extremamente esbelta, generosa em seus vãos, e definindo uma área de proteção aos usuários do complexo hospitalar. “Além de gerar uma experiência de conforto e acolhimento nas áreas sob a cobertura, a transparência do vidro, combinada com a leveza do aço, transformou o ambiente de circulação em um espaço convidativo e protegido”, explica Miriam.

Estrutura é suportada por 14 pontos de apoio, com colunas em forma de V feitas de perfis tubulares

Para garantir a estabilidade e eficiência da cobertura, destacam-se os fatos de que a estrutura é suportada por 14 pontos de apoio, com colunas em forma de V feitas de perfis tubulares e que o conceito estrutural foi ajustado cuidadosamente. “A posição final dos 14 pontos de apoio foi definida em um processo contínuo, levando em conta os edifícios existentes e as instalações subterrâneas,” explica a engenheira, acrescentando que as cargas horizontais são direcionadas principalmente aos apoios do impluvium e ao contraventamento em forma de M, enquanto as colunas em forma de V suportam cargas horizontais menores e as colunas verticais transmitem cargas diretamente aos pontos de base.
Outro ponto relevante do projeto é a estrutura da cobertura, que é composta por uma grelha triangular em aço com perfis tubulares, conectada a amarrações soldadas por meio de seis placas de aço e um tubo cônico maciço. “Esse design proporciona estabilidade e também uma estética esbelta e impressionante”, acrescenta Miriam.
A estrutura metálica influenciou diretamente essa criação, uma vez que a esbeltez do aço permitiu que as áreas verdes e de convivência na praça da Rua da Saúde pudessem ser os verdadeiros pontos focais. “A cobertura funciona como um véu transparente que protege os usuários e harmoniza com a natureza”, conclui a engenheira.
Para o CBCA, a cobertura da Rua da Saúde é uma obra de referência mundial, combinando estética, funcionalidade e engenharia de forma exemplar. A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre foi modernizada, tornando-se um marco icônico da cidade. Com os painéis de vidro e a estrutura em aço aparente, a Rua da Saúde redefine o espaço hospitalar, proporcionando um ambiente protegido, acolhedor e esteticamente agradável para todos os seus usuários.
Sobre o CBCA
O Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) é uma entidade de classe, criada em 2002, com o objetivo de ampliar a participação da construção industrializada em aço no mercado nacional, realizando ações para sua divulgação e apoiando o seu desenvolvimento tecnológico no Brasil.
O CBCA tem como gestor o Instituto Aço Brasil e não é uma entidade comercial. Para acessar os últimos dados divulgados pela entidade, acesse: www.cbca-acobrasil.org.br/site/estatisticas.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'O Mal Não Existe'

 Nota: Filme Exibido para os associados no dia 14/09/24 

Sinopse: Takumi e sua filha moram na vila de Mizubiki, em Tóquio. Apesar da vida pacata, um dia os moradores descobrem a existência de um plano para construir um acampamento.  

Ryūsuke Hamaguchi já pode tranquilamente entrar na lista dos melhores diretores autorais do cinema recente, pois em seus filmes testemunhamos a relação entre os personagens e como isso os afeta mesmo que indiretamente. Se no premiado "Drive My Car" (2022) vemos aproximação de pessoas cuja as suas vidas em um primeiro momento são distintas uma da outra, por outro lado, "Roda do Destino" (2022) fala sobre o reencontro de determinados personagens solitários e obtendo, enfim, uma segunda chance. "O Mal Não Existe" (2024). porém, fala sobre atos e consequências de pessoas que convivem no mesmo mundo, mas não sabendo ao certo sobre isso.

Na trama, Takumi (Hitoshi Omika) e sua filha, Hana (Ryo Nishikawa), moram na vila de Mizubiki, em Tóquio. Apesar da vida relativamente simples, um dia os moradores acabam descobrindo o surgimento de um plano para construir um acampamento próximo à casa de Takumi, oferecendo aos moradores da cidade uma “fuga” confortável para se conectar com a natureza. No entanto, o que pode ser bom para alguns é o pesadelo de outros, pois toda esta movimentação afeta diretamente a vida de Takumi e Hana como um todo.

Ryūsuke Hamaguchi procura nos mostrar já em sua abertura o cenário principal em que ocorrerá os principais eventos da trama. Nota-se, por exemplo, que testemunhamos um plano-sequência onde vemos as arvores, a neve e o céu encoberto. Porém, repare que nunca sabemos ao certo se estamos diante da neve que está passando, ou se é o próprio céu nublado, pois as cenas registradas pela câmera são continuas e fazendo com que a transição entre o céu e o chão se tornem quase imperceptíveis.

Contudo, o primeiro vislumbre da pequena Hana é dela olhando para cima e dando a entender que as imagens eram uma representação do seu olhar com relação a sua realidade em volta. Ao chegar a essa conclusão, portanto, fazem com que os primeiros minutos se entrelaçam com o enigmático final e do qual muitos irão obter mais perguntas do que respostas com relação ao que irão ver. Porém, até lá, há uma construção sobre os dois lados da mesma moeda.

Se no primeiro ato existe uma apresentação minuciosa sobre a relação entre pai e filha, logo em seguida adentramos no que eu acho um dos pontos altos do filme como um todo, onde ocorre uma reunião entre os moradores e os representantes da empresa que querem fazer um acampamento para turismo e podendo gerar um desiquilíbrio na região. Com diálogos afiados vindo dos moradores, há uma verdadeira desconstrução com relação as palavras vindas dos representantes da empresa e fazendo com que fiquem com a guarda baixa.

Curiosamente, se em um primeiro momento sentimos certo desprezo com relação a esses últimos, por outro lado, o diretor Ryūsuke Hamaguchi se encarrega para que nos simpatizemos com eles, já que são meros funcionários de uma grande empresa, mas que nunca tiveram grande contato fora do sistema em que eles convivem no dia a dia. Interpretados por Ryuji Kosaka e Ayaka Shibutani, ambos nos brindam com diálogos afiados enquanto os seus personagens estão dentro do carro e indo em direção a vila de Mizubiki. Curiosamente, sinto uma certa predileção Ryūsuke Hamaguchi ao inserir os seus protagonistas dentro de veículos e onde os mesmos revelam as suas reais personalidades e cujo artificio é algo similar no que eu acompanhei na filmografia do cineasta iraniano Abbas Kiarostami.

Logicamente existe nas entrelinhas da trama uma crítica acida ao sistema capitalista e cujo as pessoas que controlam as engrenagens não fazem a menor ideia do que é melhor para as pessoas daquela vila. Porém, os habitantes de lá, também possuem os seus próprios sistemas de regras e dos quais fazem com que aquela natureza, por vezes, se torne implacável para aqueles que desconhecem ela como um todo. Uma vez que há o encontro entre esses dois mundos nota-se que há um grande muro que gera a falta de comunicação e da qual se encaminhará para o enigmático final.

Esse, por sua vez, com certeza irá dividir a opinião da maioria, mas que ao meu ver, como eu disse acima, se entrelaça com os minutos iniciais da trama. Se a minha teoria estiver certa, o final acaba se tornando menos pesado, mas não aliviando o fato sobre o real destino de determinados personagens e fazendo com que a trama siga em frente em nossas mentes. Ao meu ver, Ryūsuke Hamaguchi  nunca teve o interesse de criar uma história que tivesse uma autoexplicação, pois uma vez ela não tendo o filme segue dentro de nós por um longo tempo.

"O Mal Não Existe" é o cinema autoral em nível máximo de Ryūsuke Hamaguchi e que com certeza gerará sempre um grande debate. 


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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 19 a 25 de novembro de 2024

Here

MOSTRA FILMÍTICOS

De 19 a 25 de setembro, o Circuito Mitológicas apresenta a Mostra Filmíticos na Cinemateca Capitólio. Com entrada franca, a seleção traz 15 títulos com viés antropológico em produções de curta, média e longa-metragem. As temáticas dos filmes giram em torno da mitologia dos povos originários e afro-religiosos. A atividade integra o Circuito Mitológicas, que comemora na capital gaúcha os 60 anos de “Mitológicas”, obras do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908-2009).


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7679/mostra-filmiticos/


FILMES DA ZETA EM CARTAZ

Na quinta-feira, 19 de setembro, entram em cartaz na Cinemateca Capitólio duas obras distribuídas pela Zeta Filmes: Here, do belga Bas Devos, e Music, da alemã Angela Schanelec. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7651/here/

https://www.capitolio.org.br/eventos/7654/music/


SESSÃO ESPECIAL DE ANITA – GUERREIRA DE DOIS MUNDOS

Neste sábado, 21 de setembro, às 19h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial gratuita de Anita - A Guerreira de Dois Mundos, apresentada pelo diretor Guilherme Suman e integrantes da equipe.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7645/anita-a-guerreira-de-dois-mundos/


GRADE DE HORÁRIOS

19 a 25 de setembro de 2024


19 de setembro (quinta-feira)

15h – Music

17h30 – Here

19h – Filmíticos 1: A Propósito de Tristes Trópicos + Abigal + A Menina e o Pote + Fè Mye Talè


20 de setembro (sexta-feira)

15h – Music

17h30 – Here

19h – Filmíticos 2: Xupapoinãg + Lá nas Matas Tem


21 de setembro (sábado)

15h – Filmíticos 3: Sessão Vagalume Especial

17h30 – Here

19h – Anita – A Guerreira de Dois Mundos


22 de setembro (domingo)

15h – Filmíticos 4: Luz nos Trópicos

19h30 – Here


24 de setembro (terça-feira)

15h – Filmíticos 5: Pattaki + YamiYhex: As Mulheres-Espírito

17h30 – Here  

19h – Palavra Presa


25 de setembro (quarta-feira)

15h – Music

17h30 – Here

19h – Filmíticos 6: A Transformação de Canuto