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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 6 de maio de 2024

Cine Dica: Streaming - 'Godzilla Minus One'

Sinopse: Devastado pela guerra, o Japão enfrenta uma nova crise na forma de um monstro gigante, o Godzilla. 

O clássico "Godzilla" (1954) de  Ishirō Honda era uma espécie de representação sobre o temor que os japoneses tinham com relação a bomba atômica principalmente após o que aconteceu em Hiroshima e Nagasaki. O sucesso foi tão gigantesco que deu origem a uma franquia que rendeu inúmeros filmes no Japão, além da franquia norte americana iniciada em 2014. Eis que então o estúdio a TOHO lança "Godzilla Minus One" (2023), aonde novamente o monstro retorna as suas raízes e faz dele uma metáfora sobre o temor do homem perante as consequências do horror da guerra e das catástrofes vindas da própria natureza.

Dirigido e roteirizado por Takashi Yamazaki, a trama se passa em um Japão ainda devastado após o término da Segunda Guerra Mundial. Para piorar, surge uma misteriosa criatura que começa assolar o país, apelidada pelos habitantes de Godzilla. Em meio a isso temos o protagonista Kōichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki), um piloto Kamikaze que durante algum tempo buscou fugir da morte durante a guerra, mas que agora terá que lutar para manter vivos os seus novos amigos e a sua família que criou em meio as ruínas de uma Tóquio moribunda.

Se tem uma coisa que é facil reclamar dos últimos filmes americanos estrelados por Godzilla é que são produções que dão por demais destaque para os personagens humanos e colocando o monstro em segundo plano. Até não é problema dar destaque para esses personagens, desde que sejam bem construídos, mas o que não acontece na maioria das vezes. Aqui é o inverso, sendo que os personagens humanos têm maior destaque, porém, nos simpatizamos com eles, principalmente por  Kōichi Shikishima que enfrenta os seus medos internos antes mesmo da trama começar e sendo que tudo piora no momento que ele encara Godzilla pela primeira vez.

A meu ver, aqui Godzilla é novamente usado como uma espécie de metáfora sobre todo o temor que o Japão já enfrentou, desde as baixas durante a Segunda Guerra Mundial como também as catástrofes naturais que assolaram o país ao longo da história. Se você está acostumado com a criatura que surge somente para enfrentar um novo monstro em território americano pode estranhar por demais esse Godzilla, já que ele nada mais é do que uma entidade da natureza transformada pelos efeitos da bomba atômica e destruindo tudo que está na sua frente. Isso é intensificado ainda mais quando o monstro surge em Tóquio e é aí que o filme nos brinda com um grande espetáculo.

Com apenas R$ 15 Milhões de Dólares, os realizadores criam cenas impressionantes da criatura, onde nos passa uma sensação real de peso e tamanho do ser em meio as ruas da cidade. O melhor de tudo isso é que tudo nos é apresentado na luz do dia, o que difere das produções americanas que sempre usam a noite para esconder os defeitos especiais e não justificando os enormes orçamentos que são, na maioria das vezes, absurdos. Portanto, foi mais do que merecido o filme ter levado o Oscar de Efeitos Visuais deste ano e se tornando o primeiro da franquia ao levar o prêmio.

Curiosamente, o ato final é uma representação da maneira como os japoneses agem perante uma catástrofe, sendo que a união coletiva é algo que eles sempre pregaram para si e fazendo com que se levantassem mesmo em meio ao caos iminente. Porém, mesmo se diferenciando do convencional norte americano, o filme não escapa de algumas soluções fáceis, principalmente com relação ao destino de alguns personagens centrais que se tornam inverossímil, mas que não tira o brilho do resultado da obra. Infelizmente, há aquela famigerada dica para uma eventual continuação, mas que só esperamos que não chegue aos níveis absurdos da franquia americana.

"Godzilla Minus One" é o melhor filme do monstro desde o clássico de 1954, ao não se enveredar para as fórmulas costumeiras do cinemão norte americano e nos brindando com um belo espetáculo.    

Onde Assistir: Por enquanto somente no Amazon Prime japonês.  

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sexta-feira, 3 de maio de 2024

Cine Especial: 'O Corvo - 30 Anos Depois'

Se você gosta realmente de algo coloque em prática para que assim você possa exorcizar as suas dores internas. Esse é o meu pensamento quando sempre escrevo sobre cinema e talvez tenha sido essa a maneira que o desenhista e roteirista James O'Barr tenha encontrado na vida. No final dos anos 70 a sua noiva havia sido atropelada por um bêbado causando a sua morte e fazendo da vida do escritor um inferno.

Para encontrar algum significado na vida ele começou a criar de forma pessoal uma HQ em que contava a história de Eric Drave, um rapaz que havia sido assassinado junto com a sua noiva na noite do Dia das Bruxas. Um ano depois um corvo pousa em seu túmulo, fazendo com que voltasse a vida e partindo para se vingar contra aqueles que tiraram a sua vida e de sua amada. A HQ foi lançada gradualmente ao longo da década em forma independente, mas sendo logo descoberta pelo grande público e passando a ser cultuada ao longo do tempo.

Quando a HQ foi lançada os heróis dessa arte estavam começando aos poucos sendo levados para o cinema. Porém, para aqueles que ainda são jovens, é necessário entender o mercado daqueles tempos, onde não havia efeitos visuais ainda de ponta e cujo estúdios sempre viam com certo risco investir neste tipo de projeto. Talvez as adaptações mais bem lembradas da época foram "Batman" (1989), "Batman - O Retorno" (1992), "As Tartarugas Ninja" (1990)"Dick Tracy" (1990), "O Sombra" (1994) e "O Máscara" (1994).

Foram filmes que se tornaram grandes sucessos, mas não sendo o suficiente para os estúdios abraçarem o gênero como um todo. Parece que havia certo medo devido a fonte, sendo que alguns produtores ainda via isso como algo infantil e descartável. Não é o caso de "O Corvo", sendo uma trama adulta que fala sobre vingança, em meio a uma cidade violenta e com sua sociedade cada vez mais perdida entre a violência e as drogas. Um material de peso e que se fosse levado a sério renderia um grande filme como um todo.

O até então desconhecido pelos cinéfilos Alex Proyas pertence a geração de diretores que construíram a carreira fazendo vídeo clips pela MTV. Sua intenção era sempre fazer um filme que falasse sobre um indivíduo estranho, deslocado e que acordasse em uma cidade que agora ele desconhece como um todo. Esse enredo, porém, não se aplica no filme estrelado por Brandon Lee, mas sim em "Cidade das Sombras" (1998), obra que ele há tempos queria realizar, mas para isso precisaria de um sucesso para que assim ganhasse carta branca. "O Corvo" veio em um momento oportuno, mas mal sabendo o que posteriormente viria.

Depois de vários testes para o elenco principal, Proyas finalmente escolheu Brandon Lee como ator principal. Conhecido por ser filho de Bruce Lee, o ator estava procurando um desafio maior para a carreira, já que até ali estava colecionando somente filmes de ação no seu currículo como "Assassinato no Bairro Japonês" (1991) e "Rajada de Fogo" (1992). Brandon via no personagem uma forma de abrir caminho para personagens mais desafiadores e que fizesse com que o público não o visse somente como um astro de filmes de ação. Sonho realizado, mas obtendo um alto preço.

Quando quase todas as cenas estavam concluídas o ator acabou sendo gravemente ferido durante as filmagens. Na cena em que se passa no apartamento, onde Eric e sua noiva Shelly (Sofia Shinas) são brutalmente assassinados por bandidos, uma das armas estava carregada com uma bala de verdade e ferindo mortalmente o ator. Brandon foi levado para o hospital, mas logo em seguida viria a falecer em 31 de março de 1993. Alex Proyas não queria retornar para concluir o filme, porém, ele voltou para terminar as filmagens que restavam a pedido da noiva de Brandon, pois ela acreditava que ele gostaria que o filme fosse lançado.

Olhando para traz é impressionante como o filme acabou se tornando o que ele é depois de trinta anos, pois além dessa tragédia o diretor possuía um orçamento apertado de apenas R$ 6 milhões de dólares e fazendo com que diversas possibilidades fossem limadas ao longo da produção. Porém, Proyas se aproveitou da simplicidade para realizar algo mais crível, como se fosse realmente possível alguém voltar dos mortos para buscar vingança e que andasse pela noite vestindo de preto e correndo pelos telhados. Visualmente o protagonista serviu de modelo para as adaptações de HQ seguintes, como "Blade" (1998) e até mesmo "X-Men" (2000), sendo que o figurino escuro era muito mais verossímil do que qualquer outra coisa que poderia se criar na época e acabar ficando ridículo.

Além disso, embora seja um personagem criado por James O'Barr, o ator Brandon Lee fazia questão de sempre fazer a própria maquiagem no seu rosto, sendo que as vezes parecia que nunca era perfeito, mas era intencional vindo do próprio ator que desejava que tudo parecesse mais crível assim como também a roupa que gradualmente começava a ficar mais rasgada. E se Brandon fazia questão de levar o papel a sério o mesmo pode-se se dizer de Alex Proyas que fazia com que cada cena tivesse um significado, seja quando o corvo sobrevoava a cidade em chamas, ou quando era imundada por uma enorme chuva. Com um visual extremamente gótico, o filme transita nos melhores momentos do expressionismo alemão assim como também dos tempos do cinema Noir, sendo que ambos os casos era algo que estava sendo muito revisitado nos tempos da era MTV.

Neste último caso, é evidente que Proyas criou um filme que transita para elementos do vídeo clipe daqueles tempos, sendo que a sua câmera sempre segue em movimento, mas não de uma forma frenética, porém, mais suave e como se não houvesse limitações. Um belo exemplo disso é na cena do encontro entre Eric e o policial Albrecht (Ernie Hudson), pois quando o primeiro desaparece a câmera gira em torno do policial em 360º graus de forma fluida e que nos evidência a não existência do protagonista em cena. Além disso, a beleza das cenas são quase todas entrelaçadas com ótimas músicas compostas pelas melhores bandas de sucesso da era MTV como no caso Stone Temple Pilots com a sua música "Big Empty".

Curiosamente, é um filme que agrada tudo e a todos, desde a geração MTV, como também do já citado cinema expressionista, Noir, com diversos elementos dramáticos e até mesmo com ótimas cenas de ação. Era o início dos anos noventa, onde o subgênero "Exército de um homem só" estava se desgastando e era preciso ser revitalizado. John Woo, por exemplo, foi um que deu novo sangue para esses filmes, ao injetar muita câmera lenta, folhas e pássaros voando e fazendo com que tudo se tornasse mais poético. A pedido de Brando Lee, o diretor Alex Proyas cria uma incrível sequência de tiroteio quando Eric invade a reunião entre os bandidos comandada por Top Dollar (Michael Wincott) é o resultado é simplesmente perfeito.

O filme foi lançado em 1994, sendo que no Brasil o seu lançamento foi em 19 de agosto do mesmo ano e todos ainda sentindo a perda de Brandon Lee. Tendo recebido ótimas críticas pela crítica especializada o filme acabou se tornando um verdadeiro sucesso, sendo indicado a vários prêmios e levando o MTV Movie Awards 1995 de melhor canção. Logicamente, o filme renderia mais quatro continuações, uma pior do que a outra, além de um remake que será lançado ainda esse ano e que já está gerando opiniões divisórias. Curiosamente, a história ganharia uma versão televisava, desta vez estrelado por Mark Dacascos, mas obtendo somente uma temporada.

Em tempos em que o gênero de HQ de Super Heróis para o cinema anda sofrendo o seu desgaste após anos com diversos sucessos, é sempre bom olharmos para trás para obtermos uma nova visão sobre esse tipo de filme que era lançado antes de virar moda. "O Corvo" estreou em um momento que não havia muito vícios ao usar fórmulas manjadas, mas sim nos passando uma identidade própria e que falava por si. Entre dores e perdas o filme é um exemplo de esforço dos seus realizadores em fazer algo original, que se diferenciasse se comparado ao que hollywood lançava na época e que com certeza teria aberto novas portas para Brandon Lee em vida.

"O Corvo" não é somente uma das melhores adaptações de HQ para o cinema, como também o melhor filme que soube nos transmitir o calor da geração MTV dos anos noventa.  


NOTA: O filme foi lançado em Bly-Ray pelo Obras Primas do Cinema com diversos extras e incluindo a última entrevista de Brandon Lee.   

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quinta-feira, 2 de maio de 2024

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (02/05/24)

 O DUBLÊ

Sinopse: O dublê Colt Seavers volta à ação quando uma estrela de cinema desaparece de repente. À medida que o mistério se aprofunda, Colt se envolve em uma trama sinistra que o leva à beira de uma queda mais perigosa do que qualquer uma de suas acrobacias.


TRANSE

Sinopse: Luisa (Luisa Arraes) é uma jovem atriz que vive com seu namorado músico, Ravel (Ravel Andrade). Ela conhece Johnny (Johnny Massaro), um espírito livre, e os três vivem um relacionamento baseado no amor livre quando um perigo iminente ameaça colocar o futuro de todos em risco.


Guadalupe: Mãe da Humanidade

Sinopse: Nunca nenhuma mãe se mostrou tão terna e tão poderosa ao mesmo tempo como aquela que apareceu há 500 anos ao índio Juan Diego. Hoje, a Virgem de Guadalupe mostra, mais do que nunca, a sua ternura e o seu poder em tantos lugares do mundo. 


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Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 2 A 8 DE MAIO DE 2024

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

 ZONA DE EXCLUSÃO


Passada a maratona do Fantaspoa, a cinesemana de 2 a 8 de maio tem várias novidades para o nosso público. Uma delas é a estreia do aguardado documentário VERISSIMO, do diretor Angelo Defanti, sobre a rotina do escritor Luis Fernando Verissimo às vésperas dos seus 80 anos.

Também temos ZONA DE EXCLUSÃO, o novo longa da veterana diretora Agnieszka Holland com foco no drama de um grupo de refugiados, e o audacioso CLUBE ZERO, de Jessica Hausner, que aborda os distúrbios alimentares. Para fechar a lista de estreias está PLANO 75, da japonesa Chie Hayakawa, uma ficção distópica sobre envelhecimento.

Seguem em cartaz os longas brasileiros A PAIXÃO SEGUNDO G.H., NADA SERÁ COMO ANTES e SAUDOSA MALOCA, todos com boa procura do público. DIAS PERFEITOS, de Wim Wenders, já está entre os destaques do ano, com 12 semanas de exibição e sessões que seguem lotadas.  Esta é a última semana para conferir o longa italiano LA CHIMERA, de Alice Rohrwacher, e 20.000 ESPÉCIES DE ABELHAS, da espanhola Estibaliz Solaguren.


Confira nossa programação completa e portal do cinema gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM


14h30 – VERISSIMO - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 90min). Documentário de Angelo Defanti. Vitrine Filmes, Livre.

Sinopse: O filme foi rodado em setembro de 2016, às vésperas de Luis Fernando Verissimo completar 80 anos. Dentro de sua casa e rodeado pelos seus familiares, nosso cronista maior leva uma rotina simples, de movimentos lentos e uma predileção por ficar escrevendo no computador. Também não gosta de jogar conversa fora - seu estilo é o de prestar atenção para depois criar crônicas antológicas. Verissimo é, ao mesmo tempo, engraçado e sério, leve e profundo. O diretor Angelo Defanti já adaptou textos de Verissimo para a ficção, incluindo o longa "O Clube dos Anjos" (2022).


16h15 – ZONA DE EXCLUSÃO - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Zielona Granica - Alemanha/Bélgica/França/Polônia, 2023, 145min). Direção de Agnieszka Holland, com Jalal Altawil, Maja Ostaszewska, Behi Djanati Atai, Tomasz Wlosok. A2 Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: A fronteira entre a Polônia e a Bielorússia é marcada por uma floresta imensa e de onde vem muitos relatos sobre pessoas que cruzam por ali para chegar à Europa. É neste cenário que os destinos de alguns personagens se cruzam no início dos anos 2020: uma família de refugiados sírios, um velho professor de inglês afegão, uma ativista recém-formada e um guarda de fronteira. Mas o momento também é de tensão política e todos ficam à mercê do governo autoritário da Polônia. A diretora, de 75 anos, optou por filmar em preto e branco para dar um tom documental ao filme - que ganhou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza 2023.


19h15 – CLUBE ZERO - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Club Zero - Reino Unido/França/Alemanha, 2023, 110min). Direção de Jessica Hausner, com Mia Wasikowska, Ksenia Devriendt, Luke Barker. Pandora Filmes, 18 anos. Drama.

Sinopse: Miss Novak acaba de entrar para o quadro de educadores de uma escola de elite e forma um forte vínculo com cinco alunos que têm objetivos de vida distintos. Mas a filosofia da professora é bem controversa, já que ela incentiva os jovens a não se alimentarem. O filme trata de maneira original temas como os distúrbios alimentares e a autoimagem, mas causou polêmica no Festival de Cannes, quando foi exibido em 2023, na competição oficial.


SALA EDUARDO HIRTZ


14h45 – PLANO 75 - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Plan 75 - Japão/França/Filipinas/Qatar, 2022, 105min). Direção de Chie Hayakawa, com Chieko Baishô, Hayato Isomura, Stefanie Arianne. Sato Company, 16 anos. Drama.

Sinopse: No Japão, o programa governamental Plano 75 incentiva cidadãos idosos a serem voluntários de uma morte assistida como solução para lidar com o envelhecimento da sociedade. Neste contexto, uma senhora idosa cujos meios de sobrevivência estão desaparecendo, um vendedor pragmático do Plano 75 e uma jovem trabalhadora filipina precisam lidar com suas escolhas.


16h45 – A PAIXÃO SEGUNDO G.H. 

(Brasil, 2023, 126min). Direção de Luiz Fernando Carvalho, com Maria Fernanda Candido e Samira Nancassa. Paris Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Lançado há 60 anos e considerado um marco na trajetória da escritora Clarice Lispector (1920 - 1977), o romance traz as reflexões de uma mulher sobre amor, solidão, arte e morte. Transposto para o cinema, o monólogo ganha a força das imagens e dá um rosto e uma voz para esta personagem madura, linda e rica que resolve arrumar o quarto da empregada e se desespera diante de uma barata. A experiência mostra a perda de sua identidade e a faz questionar todas as convenções sociais que aprisionam, até hoje, o feminino.


19h – DIAS PERFEITOS (NÃO HAVERÁ SESSÃO NA QUARTA, DIA 8) Assista o trailer aqui.

(Perfect Days – Japão/Alemanha, 2023, 125min). Direção de Wim Wenders, com Koji Yakusho, Min Tanaka, Arisa Nakano, Tokio Emoto. O2 Play/Mubi, 14 anos. Drama.

Sinopse: Hirayama vive em Tóquio e é responsável pela limpeza de vários banheiros públicos. Além do trabalho modesto, ele preenche seus dias com a paixão pela música, pelos livros e pela fotografia de árvores. Hirayama parece perfeitamente feliz com sua rotina metódica, mas alguns encontros inesperados trazem revelações surpreendentes sobre o passado do protagonista. O filme estreou no Festival de Cannes, onde recebeu os prêmios do júri ecumênico e melhor ator para Koji Yakusho, e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.

SALA NORBERTO LUBISCO


15h – LA CHIMERA Assista o trailer aqui.

(Itália/França/Suíça, 2023, 130min). Direção de Alice Rorhwacher, com Josh O’Connor, Carol Duarte, Alba Rohrwacher, Isabella Rossellini. Filmes da Mostra, 16 anos. Drama.

Sinopse: Arthur é um jovem arqueólogo inglês que perdeu seu grande amor, Beniamina. Para aplacar sua angústia, ele volta ao lugar onde a conheceu, na região italiana da Toscana - e também onde se associou a um grupo de ladrões de túmulos antigos. Neste retorno, Arthur vai encarar uma instigante jornada que contrapõe o mundo dos vivos e dos mortos, a floresta e a cidade, as celebrações e a solidão. Em comum, todos tentam encontrar a sua quimera e realizar seus sonhos mais inacessíveis.


17h30 – NADA SERÁ COMO ANTES – SESSÕES DIAS 2, 4 E 7 (QUINTA, SÁBADO E TERÇA) Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 78min). Documentário de Ana Rieper. Sessão Vitrine Petrobrás, Livre.

Sinopse: O filme mostra o momento da criação de "Clube da Esquina", um dos discos mais importantes da MPB e que foi lançado no início dos anos 1970. Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta e outros artistas falam sobre suas trajetórias e as influências de paisagens, histórias e poesias que resultaram em músicas inesquecíveis.


17h30 – SAUDOSA MALOCA – SESSÕES DIAS 3, 5 E 8 (SEXTA, DOMINGO E QUARTA) Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 110min). Direção de Pedro Serrano, com Paulo Miklos, Leilah Moreno, Gero Camilo, Gustavo Machado. Elo Studios, 14 anos. Drama.

Sinopse: Inspirado no samba “Saudosa Maloca”, uma das músicas mais conhecidas de Adoniran Barbosa, o filme recupera episódios da vida do compositor tendo como cenário uma São Paulo que não existe mais. Entre botequins e rodas de samba, aparecem seus amigos, suas paixões e outros personagens eternizados pelo músico.


19h30 – 20.000 ESPÉCIES DE ABELHAS Assista o trailer aqui.

(20.000 Especies de Abejas - Espanha, 2023, 125min). Direção de Estibaliz Solaguren, com Sofía Otero, Patricia López Arnaiz, Ane Gabarain. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Aitor tem oito anos e não gosta que as pessoas lhe chamem pelo seu nome - prefere ser tratado como uma menina, que é como se sente de verdade.  Durante as férias de verão no País Basco, entre as colmeias de propriedade da família, a menina transgênero explora sua feminilidade e expõe seus questionamentos. Com isso, faz com que todos à sua volta reflitam sobre suas próprias vidas. A protagonista Sofía Otero ganhou o prêmio de melhor atuação no Festival de Berlim 2023.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.


Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'A PAIXÃO SEGUNDO GH'

Sinopse: Depois de demitir sua empregada, G. H. precisa arrumar o quarto de serviço. Enquanto limpa, ela reflete sobre sua vida e a possibilidade de ter perdido sua essência. 



Por muito tempo alguns livros clássicos foram consideráveis impossíveis para serem levados para o cinema, já que a linguagem literária, em alguns casos, funciona somente nas páginas Por muito tempo, por exemplo, "Ensaio sobre a Cegueira", de José Saramago, era apontado por muitos especialistas como algo impensável de ser levado para as telas, até chegar Fernando Meirelles e fazer uma ótima adaptação em 2008. "A Paixão Segundo GH" (2024), por sua vez, é algo ainda mais complexo, mas sendo também levado agora para as telas e onde temos uma dimensão do peso da linguagem literária e da responsabilidade dos realizadores em fazer com que desse certo fora das páginas.

Dirigido por Luiz Fernando Carvalho, do filme "Lavoura Arcaica" (2001), o filme é baseado na obra literária escrita por Clarice Lispector. A trama se passa no ano de 1964, onde conhecemos G.H, (Maria Fernanda Cândido), que após o término de um relacionamento ela decide arrumar o seu apartamento, já que a sua empregada havia ido embora no dia anterior. Ao chegar no quarto em que a empregada dormia a protagonista se depara com uma barata e a partir desse encontro se gera um confronto e do qual a protagonista terá que lidar consigo mesma.

De origem Ucraniana, Clarice Lispector viveu boa parte de sua vida no Rio de Janeiro e sendo que por lá testemunhou o mundo mudando, desde ao cenário político como também existencial. Neste último caso, por exemplo, pode-se dizer que ela sempre teve uma predileção pelo papel da mulher daqueles tempos, principalmente em um momento em que o papel do patriarcado disfarçado de democrático estava começando a ruir e fazendo com que o papel da mulher se tornasse cada vez mais relevante. Portanto, "A Paixão Segundo GH" é moldado por diversas camadas, desde a questão de dilemas existenciais como também questões sobre a divisões de classes e sendo moldada de uma forma bem peculiar.

A narrativa é toda moldada pelas palavras da protagonista, da qual ela transita entre a realidade, sonhos, pensamentos e lembranças sobre tempos que possuíam maior brilho. Uma vez que uma relação se termina ela encara uma realidade dura e seca, da qual ela convivia, mas ao mesmo tempo não se dando conta de sua existência. A empregada que partiu, por sua vez, possuía um rosto, mas da qual jamais era notado, mas ganhando vida através do encontro da protagonista com a barata encontrada no quarto.

Deste encontro enigmático podemos tirar diversas interpretações, desde ao fato de a protagonista comparar a pequena criatura com a empregada, como também ao fato dela jamais encarar uma faceta existencial do dia a dia. É como se ela tivesse vivido somente em sua bolha da qual se sentia segura, para então encarar a existência de um simples inseto que a faz enfrentar os seus próprios demônios interiores e dos quais podem estar lhe destruindo. Por mais absurdo que seja, pelo texto isso se tornava até mesmo crível, mas para as telas ninguém tinha coragem de levar esse material para fora das páginas.

Porém, Luiz Fernando Carvalho soube moldurar a narrativa através de uma edição de cenas em que transitam entre o verossímil para o abstrato e moldurado por uma trilha sonora que nos deixa ainda mais desconcertado. É como se as cenas fossem se estilhaçando dentro da protagonista para que assim se criasse um mosaico de informações espalhados pelo longa e sendo todos acolhidos pela mulher cada vez mais a beira da insanidade. Se o material possui tamanha complexidade era preciso ser representado por um grande talento e Maria Fernanda Cândido soube conduzir com grande êxito.

Narrando a trama para nós e para consigo mesma, Maria Fernanda Cândido consegue colocar para fora toda confusão mental e existencial da personagem, fazendo com que vários momentos, por exemplo, se quebrem a quarta parede e chegando ao ponto de o longa possuir uma linguagem quase teatral e fazendo a gente imaginar como seria a trama sendo apresentado ao vivo em um palco para o grande público. O encontro dela com a barata não exige somente uma interpretação convincente, como também um preparo físico onde ela age como se estivesse expulsando um veneno interior que a fizesse se contorcer em cena de uma forma peculiar e enigmática. Um filme de duas horas protagonizado por uma única atriz em cena, mas Maria Fernanda Cândido cumpre com louvor esse grande desafio e se tornando o melhor desempenho de sua carreira.

É claro que não é um filme para aqueles que estão acostumados pelo convencional, principalmente para aqueles que acreditam que cinema somente existe através do cinemão norte americano. Encarar o filme é o mesmo que adentrar um território desconhecido, mas fazendo com que a experiência se torne inesquecível e lhe tirando da zona de conforto. Para saborear algo novo é preciso degustá-lo, nem que para isso o gosto se torne peculiar em um primeiro momento.

"A Paixão Segundo GH" é uma experiência sensorial enigmática e que pegará muitas pessoas que forem ao cinema de forma desprevenida.  

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Cine Dica: SESSÃO ESPECIAL DE FILME SOBRE LUIS FERNANDO VERISSIMO

Às vésperas de completar 80 anos, em setembro de 2016, o escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo se tornou o centro do documentário VERISSIMO, de Angelo Defanti (O Clube dos Anjos). O longa, que teve sua primeira exibição ao público na Mostra Competitiva de Longas Brasileiros no Festival É Tudo Verdade, agora estreia em todo o país no dia 2 de maio. No mesmo dia, acontece sessão comentada na Cinemateca Capitólio, às 19h30min, com a participação do diretor, da jornalista Fernanda Verissimo, filha do escritor, e do cineasta Jorge Furtado. O título entra em cartaz na Capital e interior do estado, incluindo Cruz Alta, terra do pai de Luis Fernando, Érico Verissimo. O filme é produzido pela Sobretudo Produção, Lacuna Filmes e Canal Brasil, e a distribuição é da Boulevard Filmes em codistribuição com  a Vitrine Filmes e Spcine.

Os ingressos podem ser comprados no horário de funcionamento da bilheteria (30 minutos antes de cada sessão). O valor é R$ 16,00.


Sinopse: Um documentário observa Luis Fernando Verissimo enquanto Luis Fernando Verissimo observa o mundo ao seu redor se ouriçar com a chegada dos seus 80 anos. 


Ficha Técnica

Direção Angelo Defanti

Família Verissimo: Luis Fernando, Lucia Helena, Clarissa, Fernanda, Mariana, Pedro, Lucinda, Davi, Andrew, Ricardo, Mafalda (in memoriam) e Erico (in memoriam). 

Direção de fotografia Angelo Defanti e Bruno Polidoro 

Montagem Eduardo Aquino 

Desenho e edição de som Felippe Mussel 

Mixagem Bernardo Adeodato 

Coordenação executiva Veronika Berg 

Produtor associado Daniel Ribeiro 

Produção executiva Bárbara Defanti e Diana Almeida 

Produzido por Bárbara Defanti, Diana Almeida, Angelo Defanti

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 02 a 08 DE MAIO DE 2024

 ESTREIA:

VERÍSSIMO

Brasil/Documentário/2024/90min.

Direção: Angelo Defanti

Sinopse: Um documentário observa Luis Fernando Verissimo enquanto Luis Fernando Verissimo observa o mundo ao seu redor se ouriçar com a chegada dos seus 80 anos. Com Família Verissimo: Luis Fernando, Lucia Helena, Clarissa, Fernanda, Mariana, Pedro, Lucinda, Davi, Andrew, Ricardo, Mafalda (in memoriam) e Erico (in memoriam).


EM CARTAZ:


DORIVAL CAYMMI – UM HOMEM DE AFETOS

Brasil/ Documentário/ 2023/ 90min.

Direção: Daniela Broitman

Sinopse: Uma viagem irresistível pelo universo do cantor e compositor que revolucionou a canção no Brasil e influenciou gerações de músicos, abrindo caminho para Bossa Nova e a Tropicália. Traduzindo sensorialmente os versos de Caymmi, o filme passeia pela atmosfera vibrante dos pescadores baianos, as referências de raiz africana, a religiosidade e espiritualidade no candomblé, e suas histórias de amor.

SEM CORAÇÃO

Brasil/Drama/ 2023 / 91min

Direção:Nara Normande,Tião

Sinopse:Sem Coração se passa durante o verão de 1996, no litoral de Alagoas. Tamara (Maya de Vicq) está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de "Sem Coração" por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa.

Elenco:Maya de Vicq,Eduarda Samara,Alaylson Emanuel


HORÁRIOS DE 02 a 08 DE MAIO (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: SEM CORAÇÃO

17h: DORIVAL CAYMMI – UM HOMEM DE AFETOS

19h: VERÍSSIMO


Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

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