Sinopse: O poderoso Adão Negro é libertado de sua tumba para lançar sua justiça cruel sobre a Terra.
"Shazam" (2019) foi um filme que não se enveredou para o lado sombrio do universo compartilho da DC para o cinema e optando em nos apresentar uma aventura familiar e bem aventuresca. Porém, quando pensamos em Adão Negro, principalmente para quem lê as HQ, sabemos que é um personagem que vai para o lado oposto, onde se apresenta como uma entidade poderosa que não procura ser um herói, muito embora esteja distante de também ser um vilão tradicional. Portanto, em "Adão Negro" (2022) esse conflito acaba sendo bastante explorado, mas moldurado em um blockbuster onde é preciso desligar o seu cérebro para curtir as quase duas horas de efeitos e explosões a cada segundo.
Dirigido por Jaume Collet-Serra, o filme conta a história do grande antagonista de Shazam!, tendo no longa, sua história de origem explorada, e revelando seu passado de escravo no país Kahndaq. Nascido no Egito Antigo, o anti-herói tem super força, velocidade, resistência, capacidade de voar e de disparar raios. Após séculos preso, eventos fazem com que ele se liberte e despertando atenção daqueles que vivem em Kahndaq e no mundo. Porém, a Sociedade da Justiça é mandado para detê-lo e assim tem início a uma batalha de proporções bíblicas.
Tendo dirigido "Jungle Cruise"(2021), também estrelado por Dwayne Johnson, o cineasta Jaume Collet-Serra parece gostar de imitar em inúmeros momentos da trama a forma de filmar de Zack Snyder, já que ela possui diversos momentos de câmera lenta, a fotografia quase acinzentada e até mesmo certo grau de violência. Embora essas cenas sejam bem apreciativas logo elas são substituídas por diversas cenas de ação com o protagonista e cujo o resultado acaba descambando para uma verdadeira montanha russa de efeitos visuais que por pouco fazem a gente não saber o que está acontecendo em cena. A trama em si de origem é algo previsível, não muito diferente do que já foi apresentado em outros filmes, muito embora aja um segundo segredo que é revelado perto do final do longa e que nos pega desprevenidos.
Embora canastrão em alguns momentos é preciso reconhecer que Dwayne Johnson realmente se esforça para se manter na carreira, ao transitar em diversos subgêneros que se encontram dentro dos filmes de ação e aventura e fazendo com que fique sempre em evidência. "Adão Negro" é um projeto dos sonhos do astro, do qual o mesmo insistiu para que o filme saísse do papel, mesmo com todos os atrasos que ocorram ao longo dos anos. O resultado até que é satisfatório, pois Johson nasceu para interpretar o personagem desde o início.
A grande surpresa fica na ala dos coadjuvantes, porém, não estou me referindo a mãe e ao filho que facilmente poderiam terem sido riscados do roteiro, mas sim da Sociedade da Justiça. Formados pelo Senhor Destino, Gavião Negro, Esmaga Átomo e Cyclone, esses heróis são interpretados por ótimos atores, sendo que Pierce Brosnan simplesmente rouba a cena como o mago místico da DC e protagonizando um dos momentos mais emocionantes da trama. Aldis Hodge, por sua vez, também não faz feio como Gavião Negro e fazendo a gente imaginar como ele seria em um filme solo.
Infelizmente o que falta na trama é um grande vilão carismático, o que não acontece, sendo que quando surge o grande ser maligno da história ele serve somente como desafio final para os protagonistas. De resto é tudo uma desculpa para mais cenas de ação, molduradas por efeitos visuais vertiginosos e que não acrescentam muito no resultado final. Ao menos, o filme cumpre como um bom entretenimento, com algumas piadas que mais parecem que foram inseridas em última hora e funcionando para dar continuidade ao conturbado universo compartilhado da DC no cinema.
Com uma pequena homenagem ao grande clássico "Três Homens e um Conflito" (1966), "Adão Negro" é um filme feito sob medida para Dwayne Johnson, mas não significa que ele seja perfeito e da maneira como nós queríamos.
Onde Assistir: HBO MAX
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