Nos dias 16 e 17 de setembro eu
estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, participando do curso Filmes e
Sonhos, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Psicanalista Leonardo Della
Pasqua. Enquanto os dias da atividade não chegam, estejam por aqui comigo, para
mergulhar nos melhores exemplos cinematográficos e dos quais tentam retratar um
pouco esse nosso universo do sonhar.
A filmografia do cineasta sueco Ingman Bergman é o que possui mais momentos simbólicos da história do cinema. Muitos títulos são analisados até hoje, graças ao seu conteudo ingmático e complexo. A trilogia da Violência comandada por ele pode ser interpretada em diversas formas, mas que nos leva a um verdadeiro estudo da mente humana e os signicados de tanto delirios como sonhos e pesadelos.
Sonhos, delirios e os pesadelos de Bergman
A filmografia do cineasta sueco Ingman Bergman é o que possui mais momentos simbólicos da história do cinema. Muitos títulos são analisados até hoje, graças ao seu conteudo ingmático e complexo. A trilogia da Violência comandada por ele pode ser interpretada em diversas formas, mas que nos leva a um verdadeiro estudo da mente humana e os signicados de tanto delirios como sonhos e pesadelos.
A HORA DO LOBO (1968)
Sinopse: Pintor e sua
esposa vão morar em uma ilha bastante afastada da sociedade. Lá, em meio a
intensos conflitos psicológicos, o casal conhece um misterioso grupo de pessoas
que passam a trazer angústias ainda maiores às suas vidas, levando-os a
relembrar fatos passados e questionar a própria lucidez.
Uma historia de amor distorcido, sendo um
impressionante retrato da loucura vivida é o que salta os olhos neste trabalho,
sombrio e instigante. Uma das melhores parcerias de Bergman com a sua dupla de
atores fetiches, Max Von Sydow e Liv Ullmann. O filme já começa de uma forma
completamente diferente da forma que os filmes naturais começam. Pois ouvimos,
em uma imagem escura, o barulho dos bastidores do filme, sendo que até ouvimos
Bergman falando por alguns momentos. O barulho para e imediatamente surge à
primeira cena, sendo Ullmann fazendo sua personagem, mas ela vai até nos e
começa a conversar com a gente sobre acontecimentos do passado e que nos iremos
assistir em seguida. É interessante essa cena, pois dá uma sensação que a
personagem e atriz se misturam, pois na época das filmagens, Ullmann estava
grávida de Bergman. Portanto, sinto uma ligeira influencia sobre isso na sua
interpretação que é sempre fenomenal.
São vários momentos antológicos como esse e de outros durante a projeção, que fazem desse filme o meu preferido de Bergman. Atenção para uma cena de Max Von Sydow com um jovem na praia, no qual podemos interpretar de várias formas, mas qualquer resposta seria inútil, pois é difícil descrever tal cena, assim com varias durante a projeção dessa obra prima.
São vários momentos antológicos como esse e de outros durante a projeção, que fazem desse filme o meu preferido de Bergman. Atenção para uma cena de Max Von Sydow com um jovem na praia, no qual podemos interpretar de várias formas, mas qualquer resposta seria inútil, pois é difícil descrever tal cena, assim com varias durante a projeção dessa obra prima.
Vergonha (1968)
Sinopse: Para fugir da guerra, um
casal de violinistas vive isolado numa ilha. Essa existência idílica acaba
quando a casa deles é invadida por um grupo de soldados. Agora, eles terão de
se defrontar com as misérias, a destruição e os horrores da guerra.
De uma forma simples, sem muitos recursos,
Bergman cria sua visão sobre a guerra, não importando em que parte do mundo ela
aconteça, ela sempre mostrara o lado mais sombrio do ser humano. O filme é
surpreendente ao mostrar o casal central (Liv Ullmann e Max von Sydow, ótimo
como sempre) nos seus respectivos papeis e suas características e que vão,
ambos aos poucos, mudando gradualmente, devido os efeitos devastadores da
guerra iminente. O filme é uma analise do comportamento humano perante o horror
e também uma espécie de retrato da guerra interna do ser humano, que acaba por
vezes se perdendo no meio do percurso. O filme é uma espécie de segunda parte
da trilogia Da Violência que o diretor começou em A Hora do Lobo e terminou com
A Paixão de Ana. Apesar de Gostar bastante do primeiro, devo reconhecer que
essa segunda parte vai muito mais longe, principalmente pelo fato de certa
suspeita ser levantada durante o filme, mas que curiosamente é respondida no
terceiro filme.
A PAIXÃO DE ANA (1969)
Sinopse: Andreas, um homem que sofre
pelo fim de um recente casamento e por seu isolamento emocional, fica amigo de
um casal que também passa por um momento delicado. É então que ele conhece
Anna, que está superando uma tragédia que ocorreu com sua família. Andreas e
Anna iniciam um relacionamento, porém para ambos é difícil esquecer o que
aconteceu anteriormente em suas vidas. Enquanto isso, a comunidade em que vivem
está aterrorizada por vários animais que estão sendo encontrados brutalmente
assassinados.
Encerrando sua visão particular sobre a
violência, tanto interna como externa do ser humano, A Paixão de Ana é um filme
mais contido dos três, mas não menos chocante, ao mostrar o que acontece quando
simples gestos são responsáveis por nos levar a um caminho, por vezes, sem
volta. Andreas (Max von Sydow) ao ter sua vida pacata mudada, a partir de um encontro com Ana (Liv
Ullmann, extraordinária) o filme entra num território sobre os desejos internos
do ser humano e seu desejo em satisfizer certas coisas, mesmo que com elas,
despertem situações desagradáveis e que acabam por descascar camada por camada
da personalidade humana.
Apesar de serem histórias diferentes, pode-se dizer que A Paixão de Ana é uma continuação de Vergonha, pelo fato que a personagem Ana, em determinada parte do filme, começa a ser assombrada por estranhos pesadelos, e quando Bergman nos apresenta uma seqüência de um desses sonhos, somos surpreendidos com uma seqüência de cenas que é na realidade uma continuação direta do final do filme anterior. Ou seja: Vergonha era uma historia dentro dos sonhos de Ana, que talvez representasse sua dor interna, mesmo que os fatos que ocorreram nestes determinados sonhos (ou seja, do filme anterior) não tenha nada haver com sua dor externa que sente.
Assim como em seus filmes anteriores (como Persona) que por vezes deixam mais perguntas no ar do que respostas, Bergman novamente surpreende, na sua forma de contar historias, de uma maneira diferente e única.
Apesar de serem histórias diferentes, pode-se dizer que A Paixão de Ana é uma continuação de Vergonha, pelo fato que a personagem Ana, em determinada parte do filme, começa a ser assombrada por estranhos pesadelos, e quando Bergman nos apresenta uma seqüência de um desses sonhos, somos surpreendidos com uma seqüência de cenas que é na realidade uma continuação direta do final do filme anterior. Ou seja: Vergonha era uma historia dentro dos sonhos de Ana, que talvez representasse sua dor interna, mesmo que os fatos que ocorreram nestes determinados sonhos (ou seja, do filme anterior) não tenha nada haver com sua dor externa que sente.
Assim como em seus filmes anteriores (como Persona) que por vezes deixam mais perguntas no ar do que respostas, Bergman novamente surpreende, na sua forma de contar historias, de uma maneira diferente e única.
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