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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Cine Dica: Segunda semana da mostra de Cinema Argentino Contemporâneo

A mostra Nuevos Cines – Cinema Argentino Contemporâneo segue em exibição até o dia 10 de abril na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar). São onze longas-metragens argentinos inéditos na cidade. Com curadoria do Giovani Borba e Leonardo Bomfim, produção da Livre Associação e apoio do Consulado Geral da República Argentina em Porto Alegre, a mostra também celebra o bicentenário do movimento que deu início ao processo de emancipação política da Argentina. Os ingressos custam R$ 4,00.




GRADE DE HORÁRIOS
5 a 10 de abril de 2016


5 de abril (terça)
20h – Salsipuedes + Yatasto

6 de abril (quarta)
20h – O Escaravelho de Ouro

7 de abril (quinta)
20h – Atlântida

8 de abril (sexta)
20h – A Mulher dos Cachorros

9 de abril (sábado)
10h30 – Sessão Academia das Musas
15h – Histórias Extraordinárias
19h30 – P3ND3JO5 + debate com os curadores (entrada franca)

10 de abril (domingo)
15h – Dois Disparos
16h45 – A Princesa da França
18h – O Movimento
19h15 – Yatasto

 
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133

terça-feira, 5 de abril de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: O Cavalo de Turim



Sinopse: Em Turim, em 3 de janeiro de 1889, o filósofo Friedrich Nietzsche sai do imóvel da Via Carlo Albert, número 6. Não muito longe dali, o condutor de uma carruagem de aluguel está tendo problemas com um cavalo teimoso. O cavalo se recusa a sair do lugar, o que faz com que o condutor, apressado, perca a paciência e comece a chicoteá-lo. Nietzsche aparece no meio da multidão e põe fim à cena brutal, abraçando o pescoço do animal, em prantos. De volta à sua casa, Nietzsche então permanece imóvel e em silêncio durante dois dias estendido em um sofá, até que pronuncia as definitivas palavras finais (“Mãe, eu sou um idiota”) e vive por mais dez anos, mudo e demente, sendo cuidado por sua mãe e suas irmãs. Não se sabe que fim levou o cavalo.

Será mesmo O Cavalo de Turim o filme derradeiro do húngaro Béla Tarr? Oxalá que não, já que o cinema precisa dele. Mas se assim for terá sido este o seu melhor testamento ao Cinema. Um filme que é um grandioso épico, que nos dá conta da vã e inglória luta pela sobrevivência que um pai, uma filha e um cavalo de carga, teimam em levar por diante, contra a ira de Deus pelo que os homens de mal fizeram. 
Um filme belo como poucos feitos do silêncio, dos quais vale ouro, das personagens e do imenso barulho do vento e do pó que tudo sufoca. Feito também de um ritornello musical, onipresente, mas também feito e sempre daquela extraordinária fotografia em preto e branco, que praticamente só os maiores do Mudo nos souberam dar. Um filme que remete imediatamente para o universo de Dovjenko e para nossa Terra.
Os grandes-planos, as mesmas cenas fotografadas de ângulos diferentes. Os pormenores no detalhe, de um olhar (o pai que interroga a filha com o olhar), de uma encenação (o pai deitado, morto?). A mesma batata comida de forma diferente. O poço que seca sem explicação, as lamparinas que não deitam luz apesar de cheias. Por fim a escuridão, sem hipótese de recurso.
Nada que o cavalo não tivesse pressentido antes (a recusa em trabalhar, em comer, o semicerrar dos olhos), nada que o vizinho não tivesse avisado ao pai e a filha, e nada a que os ciganos não fugissem (pérolas, a referência “não queres vir conosco para a América?”, seguida da oferta da Bíblia à filha). O melhor plano? O rosto da filha à janela, entre cá e lá, de que Lang teria gostado.
Melhor sequência? A inicial, em que cavalo e camponês, regressando a casa, em esforço, são acompanhados pela câmara ondulando, ao sabor do vento, também ela em esforço, abrindo e fechando o diafragma, nunca parando, conseguindo durante largos minutos a proeza de nunca nos cansar, filmando que estão as mesmos personagens, sempre, mas sempre de forma diferente, ora aproximando-se, ora afastando-se, subindo e descendo, avançando, recuando. É uma sequência sublime, de um filme tão sublime quanto pessimista, crú e conformista. É o Zaratustra de Nietzche, só que em vez de 10 anos, em 6 dias. E Deus descansou ao sétimo dia… ou terá ele morrido?




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Cine Dica: George Clooney diz que seu personagem em ‘Ave, César!’ é sem noção. Assista ao vídeo!

DIRIGIDA PELOS IRMÃOS COEN, PRODUÇÃO AINDA TRAZ CHANNING TATUM,
SCARLETT JOHANSSON E JOSH BROLIN NO ELENCO PRINCIPAL
O grande astro do cinema Baird Whitlock está prestes a entrar em apuros. Conhecido pelos estúdios de Hollywood como um ator não muito fácil de trabalhar, Whitlock é do tipo mulherengo e inconstante: “Ele pode ficar fora até tarde e até ficar meio encrencado, mas isso acontece com astros o tempo todo”, brinca George Clooney sobre Whitlock em vídeo promocional de “Ave, César!” (Hail, Caesar!). Para saber mais sobre a história, clique aqui.
Segundo Clooney, o filme dos irmãos Coen trata sobre cinema e, seu personagem, apesar de irresponsável é superprotegido pela equipe dos estúdios que tenta a qualquer custo abafar suas peripécias: “Ele é um ator sem noção”, explica.
Situada nos anos 50, durante a Era de Ouro de Hollywood, o filme acompanha um único dia de um assistente de estúdio (interpretado por Josh Brolin). Cheio de problemas para solucionar, ele descobre que seu maior astro foi sequestrado e trabalha para que a notícia não vaze para a imprensa.
Com distribuição da Universal Pictures, o longa chega aos cinemas brasileiros em 14 de abril com um elenco de peso composto por George Clooney, Josh Brolin, Scarlett Johansson, Channing Tatum, Ralph Fiennes, Tilda Swinton, Jonah Hill e Frances McDormand.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: Para a Minha Amada Morta



Sinopse: O fotógrafo Fernando (Fernando Alves Pinto) não é mais o mesmo desde a morte da esposa. Ele se isolou do mundo, mas ao encontrar uma fita VHS ele se surpreende ao descobrir que a mulher tinha um amante. A partir daí, Fernando começa a perseguir esse homem.


O cineasta Aly Muritiba já demonstrava bastante talento através dos seus curtas metragens como A Fábrica e o inquietante Tarântula. Em sua primeira experiência em longa metragem, Para Minha Amada Morta, traz os mesmos apuros estéticos, visual cru, com a segurança precisa das quais ele filma, sejam nos momentos do qual foca ao máximo as expressões dos personagens, como também os detalhes dos cenários em volta.
Isso se casa muito bem com inquietante trama, do qual muitos irão se identificar e conquistar, não somente a crítica especializada, como também o público e os festivais pelo Brasil e pelo mundo a fora que o filme já vem colecionando. Com uma história bem intimidadora, porém fácil do cinéfilo identificar através de outros gêneros, a trama enlaça elementos de mais puro drama com suspense, dando tempo para quem assiste conhecer e se aprofundar sobre cada personagem que, para o bem ou para o mau, são tão humanos quanto qualquer um. Sendo assim, a trama poderia ser inspirada em qualquer caso real, ou até mesmo bem próximo de você.
A trama se tem início com o fotógrafo (Fernando Alves Pinto, espetacular) que trabalha para a polícia e que está de luto junto com o filho pelo falecimento de sua esposa. Curiosamente, em nenhum momento sabemos quais foram os reais motivos de sua morte e fazendo com que a gente tire inúmeras interpretações sobre o que realmente aconteceu com ela, assim como também não sabermos ao certo como estava à relação do casal nos últimos anos. Em contrapartida, mas somente em parte, sabemos o que ela fazia nas últimas semanas em vida: através de fitas cassetes que o protagonista encontra se descobre que ela tinha um amante e gravava todos os seus momentos íntimos.
De uma hora pra outra, ele se coloca numa investigação furiosa, da qual ele se distancia, tanto do seu trabalho, como também do seu próprio filho. Isso resulta na mudança dele perto de uma família religiosa humilde e conservadora, da qual ele começa a se aproximar compulsivamente. Essa aproximação é inquietante desde o início, pois talvez o protagonista veja neles o desejo em adquirir a família perfeita da qual lhe foi arrancada, ou que mal teve tempo de realmente construí-la. É claro que a todo o momento ficamos perguntando se ele enlouqueceu e nos  provocando uma angustia interior, pois ficamos sempre na expectativa sobre qual será o seu próximo passo na investida contra essa família. 
Em meio a isso, o cineasta Aly Muritiba desenha para nós um clima de suspense, cujo seu cenário, a câmera jamais a ponta para nenhuma direção sem algum significado e não caindo em nenhum clichê do gênero policial por exemplo. Em vez disso, ele criou um drama policial caprichado, do qual não víamos desde o indispensável O Lobo atrás da Porta. Porém, Para Minha Amada Morta já no principio dispensa comparações, pois sua direção é refinada, casada muito bem com o roteiro e tento como trunfo uma bela fotografia criada por Pablo Baião.
Interessante é observar que, através das fitas da falecida esposa, há uma deliciosa referencia a linguagem cinematográfica. Cada VHS e cada imagem vista numa foto, desencadeia um lado obscuro até então desconhecido do protagonista. Fernando Alves Pinto (visto em filmes como Nosso Lar) nos brinda com a sua melhor interpretação da carreira, ao construir um personagem que não cai num lugar comum, mas sim faz com que desejemos cada vez mais e mais sabermos sobre qual será o seu próximo passo da trama, assim como também compreendermos a sua real pessoa.
A imagem de sua esposa perfeita pode ser vista em suas ações, desde como cuidar de suas roupas ou de seu próprio filho. Isso pode ser visto como uma crítica, ou fazer simplesmente cair mascaras da família tradicional brasileira, principalmente através da família religiosa, da qual ele se aproxima. Não existe um final ou solução fácil a ser entregue para nós de bandeja, pois a própria vida real não nos traz para nós, e por conta disso, o filme não é obrigado a fazê-lo e tão pouco nos reconfortar.
Para Minha Amada Morta não nos apresenta somente reflexo sobre as relações humanas contemporâneas, como também uma analise sobre até onde podemos ser tolerantes, tanto com o próximo, como também com nós mesmos. Desde já um dos grandes filmes nacionais do ano.   




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Cine Dica: Cinemateca Capitólio exibe marcos do cinema contemporâneos

 SEMANA COM OBRAS-PRIMAS CONTEMPORÂNEAS NA CINEMATECA CAPITÓLIO

A pedido do público, A Menina Santa, de Lucrecia Martel, O Guardião, de Rodrigo Moreno, e Felizes Juntos, de Wong Kar-wai, os três filmes programados para a 57ª Semana de Porto Alegre, seguem em cartaz na Cinemateca Capitólio até o dia 10 de abril. Também retornam à programação os filmes As Quatro Voltas, de Michelangelo FrammartinoTio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas, de Apichatpong Weerasethakul. O valor do ingresso é R$ 10,00.

O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da Cultura. O projeto também contou com recursos da Prefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização da Fundação CinemaRS – FUNDACINE.

GRADE HORÁRIOS
5 a 10 de abril de 2016

5 de abril (terça)
16h – Felizes Juntos
18h – O Guardião
20h – As Quatro Voltas

6 de abril (quarta)
16h – A Menina Santa
18h – Felizes Juntos
20h – Tio Boonmee, que Pode Recordar suas Vidas Passadas

7 de abril (quinta)
16h –  O Guardião
18h – A Menina Santa
20h – As Quatro Voltas

8 de abril (sexta)
16h – Felizes Juntos
18h – O Guardião
20h – Tio Boonmee, que Pode Recordar suas Vidas Passadas

9 de abril (sábado)
16h – A Menina Santa
18h – Felizes Juntos
20h – As Quatro Voltas

10 de abril (domingo)
16h – Felizes Juntos
18h – A Menina Santa
20h – Tio Boonmee, que Pode Recordar suas Vidas Passadas

FILMES

A MENINA SANTA
(La Niña Santa/ Argentina/2003/110 minutos)
Direção: Lucrecia Martel

Amália (Maria Alche) e Josefina (Julieta Zylberberg) têm 16 anos e moram na cidade de La Ciénaga, na Argentina. Josefina pertence a uma família conservadora, enquanto a mãe de Amália, Helena (Mercedes Morán), é divorciada e dirige um hotel. Certo dia, após um ensaio de coral, as duas garotas se reúnem na igreja local para conversar sobre fé, vocação e segredos sentimentais. Pouco depois Amália conhece o doutor Jano (Carlos Belloso), que participa de uma conferência médica no hotel de sua família. O encontro leva a jovem a descobrir sua verdadeira vocação: salvar os homens do pecado.

O GUARDIÃO
(El Custodio/Argentina/2005/93 minutos)
Direção: Rodrigo Moreno

Um guarda-costas é o responsável pela segurança de um ministro. Ele frequenta compromissos da alta sociedade mas sempre de maneira neutra, apenas para cumprir as funções de seu trabalho. Por outro lado sua vida pessoal é um verdadeiro caos, o que faz com que sua tolerância silenciosa tenha prazo para acabar.


FELIZES JUNTOS
(Chun gwong cha sit/Hong Kong-Japão-Coréia do Sul/1997/96 minutos)
Direção: Wong Kar-wai

Po-Wing (Leslie Cheung) e Yiu-Fai (Tony Leung Chiu Wai) são namorados que saem de Hong Kong e vão passar as férias em Buenos Aires, só que acabam tendo que ficar mais tempo. Po-Wing começa a trabalhar em um bar de tango para guardar dinheiro para sua viagem de volta, e Yiu-Fai começa a trabalhar em um restaurante chinês. Lá, ele conhece um jovem menino de Taiwan, que se torna seu amante, e que o afasta de Po-Wing. Enquanto a vida de Yiu-Fai se modifica, e só melhora, a de seu antigo parceiro está em constante decadência.


TIO BOONMEE, QUE PODE RECORDAR SUAS VIDAS PASSADAS
(Lung Boonmee Raluek Chat, Tailândia, 2010, 110 minutos)
Direção: Apichatpong Weerasethakul

Sofrendo de insuficiência renal, Tio Boonmee (Thanapat Saisaymar) resolveu passar os últimos dias de sua vida recolhido em uma casa perto da floresta, ao lado de entes queridos. Durante um jantar com a família, o espírito de sua esposa falecida aparece para ajudá-lo em sua jornada final. A eles se junta Boonsong, filho de Boonmee, que retorna após muito tempo metamorfoseado em outra forma de existência. Juntos, eles percorrerão o interior de uma caverna misteriosa, onde Boonmee nasceu em sua primeira vida.

AS QUATRO VOLTAS
(Le Quattro Volte – Suíça, Itália, Alemanha, 2010, 88 minutos)
Direção: Michelangelo Frammartino

Em um antigo vilarejo sobre as montanhas da Calábria, um pastor vive seus últimos minutos de vida. Ele morre cercado por suas cabras, dentro de sua própria casa. Entre os animais, nasce um cabrito. Mas um dia o animal se perde dos demais, e fica tremendo de frio, balindo ao pé de um imenso pinheiro. Esta é a árvore escolhida pelos moradores locais para festejar a "Pita", assim ela é cortada e vendida a lenhadores. Ela também servirá para aquecer o lar dos camponeses, queimada junto a imensas extrações de carvão. Através de quatro histórias cruzadas, o filme funciona como uma homenagem ao ciclo de vida em suas quatro manifestações: humana, animal, vegetal e mineral.