Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: O pintor
dinamarquês Einar Mogens Wegener (Eddie Redmayne) é casado com Gerda (Alicia
Vikander) e sempre se identificou com o universo feminino, mesmo de forma
velada. Mas seu instinto fala mais alto e ele decide fazer uma cirurgia de
mudança de sexo. Einar passa a usar o nome Lili Elbe e entra para história como
a primeira pessoa a se submeter a esse tipo de procedimento.
Brooklyn
Sinopse:Nos anos
1950, a jovem Eilis Lacey (Saoirse Ronan) vive na Irlanda e parte em direção
aos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Ela se instala no bairro do
Brooklyn, consegue um emprego e chama a atenção do imigrante italiano Tony
(Emory Cohen). Os dois se apaixonam, mas uma tragédia na vida de Eilis a força
retornar para sua terra natal, onde conhece Jim Farrell (Domhnall Gleeson).
Agora, ela tem de se decidir com quem quer ficar.
Deadpool
Sinopse: O mercenário
Wade Wilson (Ryan Reynolds) é um anti-herói do universo Marvel, conhecido como
Deadpool. Depois de ser submetido a um experimento para ganhar fator de cura, o
mercenário tagarela, armado com suas habilidades e um senso de humor negro, vai
atrás do homem que quase destruiu sua vida.
Rio Cigano
Sinopse: As meninas
ciganas Kaia e Reka são separadas na infância e criadas em mundos distantes.
Durante uma viagem, os ciganos se veem obrigados a atravessar a fazenda de uma
condessa, de onde são expulsos. Em meio à fuga, Reka se perde e a condessa a
mantém em sua propriedade. A menina começa a trabalhar para ela, sem esquecer
as lembranças da vida cigana. Já Kaia continua vivendo com a família, mas
decide abandonar tudo para procurar a amiga.
Um Suburbano Sortudo
Sinopse: O camelô
Denílson (Rodrigo Sant'anna) vive no subúrbio do Rio de Janeiro e trabalha
duro. A sorte dele muda do dia para noite quando descobre que seu pai biológico
desconhecido morreu e que ele era milionário. Denílson, então põe a mão na
herança, mas para isso tem de aturar a família do falecido, que está toda
endividada. Mas ele aguenta e ainda vai tentar usar sua experiência como camelô
para comandar a empresa do pai.
Sinopse: 1822. Hugh
Glass (Leonardo DiCaprio) parte para o oeste americano disposto a ganhar
dinheiro caçando. Atacado por um urso, fica seriamente ferido e é abandonado à
própria sorte pelo parceiro John Fitzgerald (Tom Hardy), que ainda rouba seus
pertences. Entretanto, mesmo com toda adversidade, Glass consegue sobreviver e
inicia uma árdua jornada em busca de vingança.
Nessa altura do campeonato muitas pessoas
estão relacionando ao filme O Regresso
como a obra que pode dar finalmente o Oscar para Leonardo DiCaprio, que
aqui nos brinda com um dos seus desempenhos mais fortes de sua carreira. Porém,
o filme não é para ser lembrado somente pela poderosa interpretação de seu
protagonista, como também por ser uma obra requintada, cujo visual é
arrebatador e inesquecível. Se formos
simplificar, O Regresso é um show visual, onde cada imagem é um quadro em
movimento e fazendo da natureza selvagem um verdadeiro belo inferno. O que surpreende mais
é o fato do filme ser dirigido por Alejandro González Iñárritu que, em menos de
um ano, surpreendeu com o seu inesquecível Birdman, mas pelo visto o diretor
não se sentiu satisfeito. Se no seu filme anterior acompanhamos um ator
decadente em busca de uma redenção em sua carreira, aqui o protagonista abraça
todas as formas possíveis para sobreviver em meio à natureza selvagem, para buscar e
saciar a sua vingança pessoal, nem que para isso corra o risco de perder a sua
própria humanidade.Em quase três horas,
acompanhamos a transformação de um homem, do qual não aceita morrer em meio às
adversidades, mas sim somente abraçar todas as formas de seguir em frente.
Pode-se dizer que a
trama não traga nenhuma originalidade em termos de história, e que as
motivações para a vingança do personagem não são como um todo bem explorado. A
relação de pai e filho que existe trama, por exemplo, e que servirá de estopim para
o início do segundo ato da trama, somente está ali para o personagem se agarrar
no que deseja e não para ser emocionalmente explorada. Se o roteiro não
satisfaz o mais exigente, pelo menos tecnicamente, o filme nos brinda com sequências das quais tão cedo a gente não se esquece e muito se deve isso ao diretor
de fotografia Emmanuel Lubezki.
Premiado já com dois
Oscar pelos seus trabalhos em Gravidade e Birdman,Lubezki novamente surpreende
com imagens arrebatadoras e com planos sequências de tirar o fôlego. Revelado
ao mundo pelo filme Filhos da Esperança, desde aquele filme Lubezki cria
imagens mirabolantes, das quais nos faz ter a sensação de estarmos dentro das
cenas. O Plano sequência do qual vemos um ataque de índios é desde já
espetacular.
Porém, nada daquilo que já
foi mostrado se compara ao ataque de urso que o protagonista sofre no primeiro
ato do filme. Contracenando com um urso real (substituído em alguns momentos por
um digital), Leonardo DiCaprio vira uma espécie de boneco de pano perante o animal
enfurecido, e como a sequência não há cortes, nos cria a sensação de total
impotência perante a possibilidade do personagem ser devorado vivo na frente
dos nossos olhos. Com certeza entrará facilmente como um dos momentos mais
chocantes da história do cinema recente.
A partir daí, o filme
apresenta os dois lados da mesma moeda do ser humano, com a questão da
sobrevivência perante o horror e como determinada pessoa se comporta perante
ela. Glass (Leonardo DiCaprio) usa a
vingança como a sua muleta, para só assim seguir em frente e matar o homem que
o abandonou para morrer na floresta. Já esse homem se chama John Fitzgerald
(Tom Hardy, ótimo) que, já viu o lado ruim muitas vezes na vida, o que faz
reagir de formas imprevisíveis para sobreviver, nem que para isso traia as suas
próprias crenças.
Essa dualidade poderia ser
ainda muito mais bem explorada, mas que infelizmente ela se perde, quando o ato
final se encaminha para o que todos esperam, o que não evita certo desapontamento
que sentimos após o encerramento. A situação somente não termina de uma forma previsível,
graças ao fato dela se enlaçar com as palavras subliminares de um determinado
personagem que havia surgido do nada no segundo ato e que dá a sua lição de
moral a Glass. Parece pouco, mas que faz do previsível se tornar no mínimo algo
genuíno.
Como eu disse acima, O Regresso
não merece apenas ser lembrado como o filme que pode daro Oscar para Leonardo
DiCaprio,mas também por possuir uma produçãovisual arrebatadora, mas que poderia ir
ainda mais longe do que se imagina.
Sinopse: Documentário que tem como
pano de fundo os conflitos na Ucrânia, no período de 2013 e 2014 -
principalmente as manifestações dos movimentos estudantis.
Ano passado eu
havia assistido a um documentário do cineasta Sergei Loznitsa, intitulado
Maïdan na Usina do Gasômetro, sobre uma manifestação pacifica dos ucranianos
contra o seu próprio governo. O que ninguém imaginava é que esse movimento
pacífico viria a se tornar uma verdadeira guerra civil, onde os cidadãos
tiveram que virar praticamente soltados, contra policiais fortemente armados e
obedecendo as ordens de um presidente que fingia que não via o que estava
acontecendo. Diferente desse que eu vi no ano passado, onde a câmera na maioria
das vezes ficava sempre no alto, Winter on Fire: Ukraine's Fight for Freedom
nos coloca no meio do conflito, onde acabamos nos deparando com intolerância,
sangue e até mesmo morte.
Dirigido por Evgeny Afineevsky, o filme não perde tempo em tentar
explicar o do por que ter começado tudo isso, sendo que, rapidamente é
explicado no início da projeção, para logo em seguida nos colocar em meio à
situação. É preciso dar palmas para aqueles que registraram tamanhas
atrocidades que crianças, jovens e pessoas mais velhas passaram em mais de três
meses de protestos contra o governo. A câmera em muitas vezes para friamente
para registrar policias armados e espancando um cidadão idoso e sem nenhuma
arma para se defender.
Uma vez que as manifestações se tornam um campo de guerra, em uma das
principais praças da capital Ucraniana, se tem a criação então de um cenário de
guerra, onde o sangue se mistura com a neve e o inferno toma conta da terra.
Raramente se vê imagens tão chocantes como essas, onde as pessoas mais
sensíveis com certeza irão recuar o rosto. As cenas de pessoas sendo mortas,
unicamente porque prestaram atendimento médico para ajudar outra, é desde já um
dos momentos mais estarrecedores do gênero documentário.
Durante esse percurso, ficamos conhecendo alguns personagens, como no
caso de um menino que decide lutar pelo seu futuro e pelo seu próximo. Mesmo
quando os adultos mandam ele se afastar, a câmera logo o registra desobedecendo
e batendo de frente contra os policiais. Ele, portanto, nada mais é do que uma
representação do futuro da Ucrânia que, se vê ameaçada, perante a criação de
leis absurdas para conter os cidadãos.
No ato final, se percebe que ambos os lados se encontram cansados e, por
vezes, se dão conta que a violência e morte já perderam todo o sentido. Tudo
que resta é carregar os feridos, enterrar os mortos, mas ao mesmo tempo
registrar os crimes contra a humanidade que aconteceram por lá. Embora o terror
tenha se apoderado das vidas daqueles cidadãos naqueles meses, o final pelo
menos dá uma luz de esperança para o futuro, mas isso não tira a dor daqueles
que perderam muito.
Winter
on Fire: Ukraine's Fight for Freedom é documentário não somente chocante, como
também um registro de como é possível que, determinadas atrocidades do homem,
como o holocausto, por exemplo, podem vir a nascer novamente no nosso mundo
atual e cabe então força do povo para que isso não venha mais acontecer.