Sinopse: Um garoto (Ed Oxenbould) e sua irmã
(Olivia DeJonge) são mandados pela mãe (Kathryn Hahn) para visitar seus avós
que moram em uma remota fazenda. Não demora muito até que os irmãos descubram
que os idosos estão envolvidos com coisas profundamente pertubadoras que
colocam a vida dos netos em perigo.
O que aconteceu com M. Night Shyamalan?
Essa era uma pergunta que abria
uma postagem especial que eu fiz sobre o cineasta há alguns anos atrás. Consagrado
com o já clássico O Sexto Sentido (99) Shyamalan
jamais conseguiu obter tamanho sucesso novamente, nem mesmo em obras até
elogiadas pela crítica como Corpo Fechado e A Vila. Após experiências desastrosas
em super produções como “O Ultimo Mestre do Ar”, o cineasta decide então retornar
a produções de baixo orçamento, tendo mais liberdades criativas e assim nasce o
filme A Visita.
Para a surpresa de muitos, Shyamalan
usa nesse filme um dos gêneros mais desgastados do momento, que é found footage
(ou “filmes perdidos” no Brasil) que teve o seu ápice em filmes como a Bruxa de
Blair e Atividade Paranormal, mas se viu desgastado em O Ultimo Exorcismo.
Porém, Shyamalan brinca com esse gênero levando em consideração o que já foi
feito e criando uma inusitada perspectiva disso através do olhar das crianças. Nesse
caso um garoto (Ed Oxenbould) e sua irmã (Olivia DeJonge) que são enviados pela
mãe para passarem uma semana na casa dos avôs.
Claro que estamos falando de
um filme de terror e, portanto coisas estranhas acontecem gradualmente naquela
casa. Usando a câmera, as crianças começam a gravar momentos estranhos vindo
dos seus avôs, como no caso deles esquecerem certas coisas ou agirem de formas inusitadas.
A situação se torna mais estranha ainda quando eles descobrem que a avó caminha
sonâmbula à noite e agindo das formas mais sinistras possíveis.
É ai que o cineasta brinca e
fazendo referencias a outros filmes como O Grito e Atividade Paranormal. Porém,
não esperem uma explicação vinda do sobrenatural, já que as manifestações vindas
do casal idoso, por vezes, é algo comum quando as pessoas chegam a certa idade, mas
podem ser vistas como algo assustador pelo olhar de uma criança. Mas além da
possibilidade dos avôs estarem doentes, existe a possibilidade de feridas
internas não cicatrizadas do passado, mais precisamente uma conturbada relação
deles com a mãe das crianças.
A questão “família problema”
já era algo explorado em outros filmes do diretor, mas aqui ele explora de uma
forma que soe original, mesmo a gente tendo a sensação de já termos vistos algo
semelhante em outro lugar. Há também momentos forçados no roteiro em querer nos
convencer certa verossimilhança com relação à colocação da câmera para a gente
enxergar determinados momentos chaves da trama. Claro que qualquer momento
forçado visto na tela é compensado pelo fator surpresa, dos quais fará até
mesmo aquela pessoa grudada na poltrona pular dela.
E como não poderia deixar de
ser, Night Shyamalan novamente irá nos pregar uma reviravolta, da qual com
certeza muitos irão gostar, mas outros questionar. Para aqueles que forem questionar
atenção para determinadas pistas no decorrer da trama que, fará que a reviravolta
que soa absurda, pode sim acabar sendo meio que plausível. É um vício meio que incessante
do fator surpresa vindo do cineasta, mas qualquer coisa melhor do que foi visto
no final da Dama da água por exemplo.
Com um final duplo desnecessário,
mas que ao mesmo tempo faz com que o cinéfilo saia mais relaxado do cinema após
inúmeros momentos de tensão no ato final, A Visita talvez venha a ser a
salvação de M. Night Shyamalan na carreira como cineasta, só resta saber se ele
irá se manter nos trilhos ou se haverá um novo descarrilamento.
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