"VOCÊ SÓ ENGORDA SE AS OUTRAS
PESSOAS TE VEREM COMENDO"
Quem sou eu
- Marcelo Castro Moraes
- Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
- Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Cine Curiosidade: PALAVRA DE ORSON WELLES
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Cine Dica: Em Cartaz: "ELA"
SPIKE JONZE NOS BRINDA COM UMA BELA FÁBULA ROMÂNTICA CONTEMPORÂNEA E INUSITADA
Sinopse: Theodore (Joaquin
Phoenix) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema
operacional para seu computador. Para a sua surpresa, ele acaba se apaixonando
pela voz deste programa informático, dando início a uma relação amorosa entre
ambos. Esta história de amor incomum explora a relação entre o homem
contemporâneo e a tecnologia.
Quando eu caminho pela rua,
percebo as pessoas conversando com seus celulares sem ao menos tocar neles e
com isso, tenho a estranha sensação de estarem falando sozinhos. Quando eu vejo duas
amigas se encontrarem, elas ficam colocando a conversa em dia, mas não deixam de
clicarem em seus smartfones para falar com seus amigos, sendo que alguns
deles nem os conhece pessoalmente. Por vezes, eu vejo um relacionamento nascer através das
redes sociais, onde o casal se relaciona muito bem dessa maneira por anos, mas
quando se encontram pessoalmente se perde o brilho.
Tudo isso eu enxergo
atualmente, onde os meios de comunicação estão cada vez mais fáceis graças ao
avanço da tecnologia, mas ao mesmo tempo, me parece que as pessoas estão cada vez
mais preguiçosas em querer se relacionar da forma como era antigamente. Ou
então, me parece que está cada vez mais difícil compreender a pessoa que ama e a
tecnologia, para se conversar a distancia, se torna ainda mais sedutora e sem
dar dor de cabeça. Mas dai eu paro e penso assim: e o que aconteceria se a própria tecnologia criasse uma
forma para a pessoa voltar a saber se sentir como um ser humano de antigamente com relação aos sentimentos vindos do coração?
É mais ou menos isso que
acontece com Theodore (Joaquin Phoenix ótimo), cuja sua profissão é passar
sentimento nas cartas que as pessoas escreverem para outras pessoas pelo
computador. Contudo, ele não consegue com ele próprio se relacionar mais direito com o próximo,
principalmente após ter se separado de sua esposa (Rooney Mara). Certo dia, ele
compra um programa para o seu PC e móvel, capaz de não somente administrar o
seu serviço, como também se relacionar com ele.
Isso somente acontece
graças ao fato do programa ter um sentimento praticamente idêntico de um ser humano. O programa se chama Samantha
(voz de Scarlett Johansson), que no momento que é ativada, imediatamente surge
uma química entre ela e o protagonista, se tornando amigos e até mesmo
namorados. A partir daí, se inicia um relacionamento como outro qualquer, de altos
e baixos e por incrível que pareça nos convencendo que esse amor imprevisível é
realmente real.
Essa relação nos convence,
porque a gente se enxerga nele, pois uma vez ou outra na vida, nós já nos
relacionamos com alguém assim, pelo menos em redes sociais. A diferença está no
fato de eles jamais poderem se tocar algum dia. Mas se pensarmos bem acontece
também com muitos casais que se relacionam a distancia e se tornando impossível
o contato algum dia.
Claro, que fora o
fato de nos identificarmos com a situação, nada funcionaria se a química e
autenticidade do casal não funcionasse, mas ela funciona perfeitamente. Joaquin
Phoenix nos brinda novamente com um grande desempenho, onde ele passa as suas sensações
de conflito, amor, tristeza e até mesmo ciúmes quando Samantha, por exemplo, começa a
conversar com outro programa. Já Scarlett Johansson, ouso dizer que aqui ela
nos apresenta o seu melhor desempenho, mesmo com o fato de a gente somente
ouvirmos a sua voz. Sempre considerei o fato de sua beleza ofuscar por demais os
seus desempenhos nas telas e como aqui nós não a enxergamos, da a entender que ela
se sente completamente à vontade para expor todos os sentimentos que Samanha
sente e vai aprendendo a sentir no decorrer da relação com Theodore.
Além de o casal nos
conquistar, Spike Jonze acerta em cheio ao criar um futuro não muito distante,
mas que facilmente é identificável, pois a tecnologia vista na trama não é
muito diferente do que nós vemos no nosso dia a dia. Não há carros voadores,
tão pouco um visual apocalíptico, mas sim um mundo reconfortante, mesmo com o fato de
retratar uma sociedade que tem cada vez mais dificuldade de se relacionar. Não
me surpreenderia então, se daqui algum tempo "ELA" venha a ser reconhecido como
um dos filmes que melhor sintetizou o que foi a nossa sociedade contemporânea atual.
Com todos esses
louros, o filme ainda nos faz sentir um verdadeiro soco no estômago no ato final
da trama, pois se compramos a idéia de que aquele relacionamento é realmente genuíno,
acabamos por então sentirmos os altos e baixos do casório acaba enfrentando. Os
minutos finais provocam na gente conflitos internos, o desejo de a gente querer
que eles fiquem para sempre juntos e nem mesmo o cinéfilo com o mais duro coração
deixará de escorrer uma lágrima no seu rosto. Com essa montanha russa de
sentimentos e identificação que sentimos pela trama, não me admira que o
roteiro tenha se tornado franco favorito para o próximo Oscar.
Com a participação
ainda da sempre competente Amy Adams (O Vencedor) "ELA" é um filme delicado, que expressa
o que nós somos atualmente e que nos mostra quais os meios de voltarmos a nos
relacionar como antigamente, sem medo e com desejo de vivermos uma boa relação
amorosa e com total plenitude.
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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LUTO: Shirley Temple (1928 - 2014)
Pequena
pessoa, mas com grande talento, que felizmente não decaiu ao longo dos anos e
tão pouco foi mastigada pela vida de gloria e fortuna que tanto o cinema
americano entrega para os jovens que nascem para o estrelado. Shirley Temple saiu
a tempo do mundo do sucesso e conseguiu ter uma vida com dignidade e respeito,
mas deixando um legado que muitos astros mirins seguiram o mesmo caminho, mas
que infelizmente não tiveram a mesma sorte.
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Cine Dica: Em Blu-Ray e DVD: WRONG
Sinopse: Dolph perdeu seu cachorro,
Paul. O misterioso Mestre Chang poderia ser a causa desse desaparecimento. E o
detetive Ronnie poderia ser a solução. Já Emma, a vendedora de pizzas, seria um
remédio, e o jardineiro seria apenas uma diversão? Ou o contrário. Pois Paul
foi embora, e Dolph perdeu a cabeça.
Pode-se imaginar um pneu de carro como
protagonista de um filme?
Foi mais ou menos isso que o diretor Quentin
Dupieux havia apresentado em seu primeiro filme em 2010, chamado Rubber e que
deu o que falar. Como resultado, muitos esperavam que o seu próximo filme fosse
no mínimo mais bizarro do que aquilo, mas no fim das contas ele seguiu pela
formula mais tradicional de se contar uma historia em Wrong, porém não menos inusitada.
Se formos simplificar Wong, seria um
filme que vai contra as expectativas do cinéfilo que assiste. Vejamos: um
furgão está queimando na estrada, mas em vez dos bombeiros fazerem alguma coisa, eles ficam relaxados
jogando a conversa fora e um deles chega ao cumulo de ficar sentado na privada
lendo jornal enquanto o veiculo continua pegando fogo. Mas nada supera quando o
protagonista Dolph (Jack Plotnick) vai para o seu trabalho (área de turismo),
mas quando chega lá, o escritório está sempre chovendo lá dentro.
Talvez essas situações que nos são
apresentadas, faça com que a gente não ache tão absurda o fato de o
protagonista ficar tão dependente do seu cachorro, que por sinal, desaparece no
inicio do filme e culminando numa série de eventos que irá afetar não só o ele como
outros que se encontram a sua volta. No momento que o cachorro some, Dolph age das formas mais
estranhas possíveis, dando a entender que algo talvez esteja sendo conspirado
contra ele. Isso culmina na ligação que ele faz para uma atendente de pizza,
sendo que esta ultima (interpretada por Alexis Dziena) fique perdidamente
apaixonada por ele mesmo sem vê-lo
Através dessa atendente compreendemos
que o diretor quer passar um recado sobre o fato que as pessoas estão cada vez
mais carentes atualmente, mesmo que exista cada vez mais a idéia de cada um querer a sua independência
e não ficar muito prisioneiro da pessoa próxima. Neste ultimo caso, isso é muito
bem representado pelo jardineiro de Dolph, interpretado por Eric Judor, que
embora tenha tal profissão, vai também contra a expectativa do cinéfilo, pois
ele fala francês e fica desenhando a todo o momento com relação ao que vê. Por
ele, vemos a representação do homem que busca diversão rápida e que não deseja
nenhum compromisso, sendo que a própria idéia de se sentir preso a uma pessoa próxima,
lhe faz provocar um pesadelo no mínimo desconcertante.
Tem-se então uma verdadeira teia de
eventos sobre carência, a falta de afeto e o que faz da pessoa querer encontrar
tudo isso através do seu bicho de estimação. O que acaba então se criando até
mesmo um elo mental entre o dono e o animal, que por sinal, é exemplificado
pelo personagem Master Chang (William Fichtner), que se torna peça fundamental
para os eventos que acontecem durante o filme. Tudo isso moldado num humor
negro delicioso, onde os personagens se interagem um com outro de uma forma com
que eles ajam como se estivessem numa realidade que não pertencem a eles e que
fazem desejarem não querer estar ali naquele momento.
Pode-se dizer que até pode ter um
final feliz na jornada de Dolph com relação à busca pelo seu cão, mas ao
termino da sessão, se tem a leve sensação que aqueles personagens estão mais
sozinhos naquele mundo do que nunca. Dando a entender então, que as pequenas
coisas da vida acabem por então se tornando o essencial, para as pessoas terem
num mínimo um pouco de felicidade numa vida confusa que eles possuem e que no
fundo não desejam estar nesta posição.
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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