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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: OS SUSPEITOS (2013)


Sinopse: Em Boston um pai de família deve lidar com o desaparecimento de sua filha e de um amigo dela. Quando suspeita que o detetive encarregado das buscas já desistiu de procurar pelo culpado este pai desesperado começa a desconfiar de todas as pessoas ao redor. Fazendo sua própria investigação ele encontra o principal suspeito e decide sequestrá-lo.

A trama em si não trás nenhuma novidade para o  gênero policial/suspense,  mas é no seu desenvolvimento é que faz a diferença e o cineasta  Denis Villeneuve é que cria a verdadeira proeza. Consagrado no Canada pelo seu filme Incêndios, Villeneuve  poderia muito bem pegar o roteiro criado por Aeron Guzikowski e criar uma trama redonda, previsível, com começo, meio e fim. Mas em vez disso, ele não só se aprofunda gradualmente nas reações das pessoas com relação a perda de seus entes queridos, como também ele cria uma bela parceria com o fotografo Roger Deakins, onde ambos criam uma atmosfera sombria, pesada e que por vezes representa muito bem o estado de espirito dos personagens em cena.        
Comparado por alguns com o filme Sobre Meninos e Lobos, a trama nos apresenta duas famílias (aparentemente) felizes, mas que logo vêem suas vidas desmoronarem no momento que suas filhas desaparecem. A partir dai se tem inicio a duas tramas em uma: de um lado temos o pai de família Keller Dover (Hugh Hackman, espetacular), que não mede esforços para tentar encontrar sua filha, que para isso, sequestra e tortura o principal  suspeito, Alex Jones (Paul Dano). Do outro lado temos o detetive Loki (Jake Gyllenhaal, ótimo), que vai há fundo no universo dessa pequena cidade para encontrar as duas desaparecidas e acaba dando de encontro com segredos e horrores que alguns escondem daquele lugar. 
Em ambos os casos, a trama testa os nervos da dupla (e do espectador), ao ponto de se surpreenderem com eles mesmos. Embora sejam pessoas comuns, suas ações acabam sendo imprevisíveis e os resultados finais acabam levando eles para um caminho sem volta. Tanto Jackman como Gyllenhaal nos brindam com desempenhos que mais parecem os ultimo papeis de suas carreiras: se por um lado Jackman cada vez nos convence que pode se distanciar muito bem da sua imagem como Wolverine,  Gyllenhaal não tem que provar mais nada que é um dos melhores atores dessa nova safra da ultima década, pois com o seu loki, ele transmite que é uma pessoa que possui demônios interiores, no qual ele se enfrenta a todo momento e isso é muito bem representado pelo cacoete nos seus olhos nos momentos de tensão. 
Com um elenco primoroso que ainda inclui Viola Davis, Maria Bello, Terrence Howard e Melissa Leo, Os Suspeitos somente falha em alguns momentos onde ele se alonga mais que deveria, mas que felizmente tudo acaba sendo bem amarrado num ato final em que termina em aberto e fazendo com que a trama ainda continue nas mentes daqueles que assistiram. Não é um filme para todos, até mesmo para aqueles que buscam um bom suspense, mas que vão acabar encarando um filme diferente, que vai contra as suas expectativas e por isso só já é imperdível. 


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Cine Dica: FILME JARDIM ATLÂNTICO ESTREIA NA SALA P.F. GASTAL



Entre os dias 29 de outubro e 03 de novembro, a Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) promove a estreia do musical Filme Jardim Atlântico, dirigido por Jura Capela, uma das obras brasileiras mais elogiadas dos últimos tempos. 
Filme Jardim Atlântico narra a liberdade e o aprisionamento gerado pelo amor. A obra é um musical em homenagem ao Brasil, a pátria amada, o jardim do Oceano Atlântico. A relação transformadora pela qual passa o protagonista (Pierre), sempre correlacionada à exuberância brasileira, é o fio condutor para falar de sentimentos amorosos utilizando a música como forma de narrativa. A exibição será em blu-ray, no projetor de alta definição do espaço, o que assegura a qualidade da projeção. 
Segundo o crítico Ruy Gardnier, há muitos filmes em Filme Jardim Atlântico: “musical, drama de relacionamento, surrealismo submarino, documentário de carnaval, celebração da pátria (...) estamos dentro de uma montanha-russa sensorial, no mesmo patamar de lirismo delirante, excessivo e caleidoscópico de um Holy Motors (de Leos Carax) ou dos últimos filmes de David Lynch, mas com singularidade suficiente para a imaginação seguir caminhos próprios”.   
A trilha sonora original é assinada por Pupillo e conta com interpretações de Céu, Catatau, Ryan, Mariana de Moraes, Ava Rocha e Emiliano Sette, Junio Barreto, Tomas Improta e Luisa Maita. No elenco, estão os atores Sylvia Prado, Mariano Mattos Martins e Fransérgio Araújo. 
 As filmagens foram realizadas no arquipélago de Fernando de Noronha (novembro de 2008 e julho de 2009), durante o Carnaval de Olinda e de Recife (fevereiro de 2009), nas dependências do Palácio Quitandinha na cidade imperial de Petrópolis/RJ, (agosto de 2009), no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e na praia do Grumari/RJ (julho de 2010).
 Em julho de 2009, a equipe do filme realizou o feito inédito no cinema nacional e na história do mergulho brasileiro ao filmar a 60 metros de profundidade no mar de Fernando de Noronha, registrando imagens na Corveta 17, naufragada em 1984. Por conta do grau de dificuldade do mergulho, poucos são os que se aventuram na submersão, sendo possível observar roupas dos tripulantes, talheres e vestígios detalhados de outros utensílios da Corveta 17.
 O filme foi viabilizado com incentivo do Funcultura (fases de Finalização e Distribuição) e patrocínio da empresa Neoenergia. Foi selecionado para a 36ª  Mostra Internacional de Cinema, em outubro, em São Paulo, e para a IV Semana dos Realizadores, no Rio de Janeiro em Novembro/2012.

 Jura Capela

Diretor, roteirista e produtor do Filme Jardim Atlântico
 Nasceu em Recife, 1976.  É cineasta, videoartista e fotógrafo. Integrou vários grupos artísticos em Pernambuco tais como Canal 03 (1996) e o coletivo Telephone Colorido com o qual co-dirigiu o curta-metragem Resgate Cultural – O Filme (2001), premiado em diversos festivais nacionais de cinema. Também neste contexto realizou as exposições Estéreo / Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ – Recife, 2000), e Quebrem um Ovo no Seu Pau / 45º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (Recife, 2003). Participou no 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (Recife, 2012) com instalação sobre o estado das artes de Recife desde 1930.

 Em sua filmografia soma a direção do curta Copo de Leite (35mm, cor, 2004), co-direção da média-metragem Shenberguianas (35mm, cor, 2005), e a direção do longa-metragem Paranã-Puca – Onde o Mar se Arrebenta, (digital, cor, 2010) - troféu Redentor Novos Rumos de melhor filme no Festival do Rio, 2010. Colaborou na direção de fotografia de muitos cineastas da sua geração. Idealizou e produziu o festival de cinema Sapo Cururu, que contou com oito edições desde 2005 em Olinda e Recife.

Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui. 

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Cine Dica: SERRA PELADA

SERRA PELADA - A LENDA DA MONTANHA DE OURO estreia no CineBancários



O CineBancários estreia dia 25 de outubro, com três sessões diárias, SERRA PELADA - A LENDA DA MONTANHA DE OURO de Victor Lopes, documentário recém exibido no Festival É Tudo Verdade 2013, Festival do Rio 2013 e vencedor do FICA 2013. O filme retrata a situação da "corrida do ouro" na década de 80, misturando imagens captadas ao longo dos anos, arquivos da época e testemunhos das pessoas que realmente participaram do fenômeno. Está sendo lançado no país depois de 10 anos de filmagens e um longo processo de montagem.

Sinopse: Na década de 80, no coração da floresta amazônica, 115 mil homens extraíram 100 toneladas de ouro, carregando nas costas uma montanha de 150 metros de altura. Hoje, Serra Pelada se transformou num lago, cercado por miséria, disputas e lendas.
Em cartaz de 25 de outubro a 10 de novembro no CineBancários, com sessões às 15h, 17h e 19h. Ingressos: R$ 6,00 para o público geral e R$ 3,00 para bancários e jornalistas sindicalizados, idosos, estudantes e clientes do Banrisul.

Ficha Técnica:
Gênero: Documentário
Duração: 100 minutos
Lançamento (Brasil): 2013
Direção: Victor Lopes
Roteiro: Maurício Lissovsky e Victor Lopes
Produção: Produtor executivo: Rodrigo Letier e Roberto Berliner | Direção de produção: Henrique Castelo Branco e Eudes Santos
Co-produção: TVZero
Victor Lopes é diretor, roteirista e professor. Em 1990 dirigiu o média-metragem de ficçãoVênus de Fogo, exibido pela TV Bandeirantes e Channel Four. O vídeo foi premiado no Brasil e na Itália e integra o acervo do MOMA de Nova Iorque. Dirigiu as séries Noções de Coisas, escrita por Darcy Ribeiro, e FreeJazz (direção com Roberto Berliner). Realizou também programas para a TV Futura Multishow, History Channel e Arte-France.

Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui. 

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: DEPOIS DE MAIO


Sinopse: Região de Paris, início da década de 1970. Gilles é um jovem estudante imerso na atmosfera criativa e política da época. Como os seus colegas, ele está dividido entre o investimento radical na luta política e a realização de desejos pessoais. Entre descobertas amorosas e artísticas, sua busca o leva à Itália e ao Reino Unido, onde ele deverá tomar decisões essenciais ao resto de sua vida.


Impressionante como o diretor Assayas conseguiu captar toda a atmosfera setentista da geração "Flower Power" desde o figurino até a acertada trilha sonora e compôs uma obra que se não é genial pelo menos tem a honra de mostrar a juventude atual a força de um grupo de jovens verdadeiros revolucionários que tinham entre seus ideais algo mais que levantar bandeiras em frente as câmeras de tv e bradar frases de ordem sem saber ao certo porque estão lutando. Assayas acompanha a trajetória desses amigos de forma imparcial, apenas mostras os fatos e o rumo de cada um deles que pauta sua luta através do desenvolvimento cultural e intelectual. É exatamente por seguir este caminho que ele acertou em cheio no longa. Merece ser visto, principalmente por esta geração carente de ideais e ídolos!


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Cine Dica: Obra-prima de Fassbinder na Sessão Aurora


A Sessão Aurora apresenta neste sábado, dia 26 de outubro, às 17h, na Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar), o filme Precauções Diante de uma Prostituta Santa (1971), de Rainer Werner Fassbinder. A sessão marca o lançamento do quinto número do fanzine Zinematógrafo. A entrada é franca. 
Lançado em 1971, Precauções Diante de uma Prostituta Sagrada é o décimo-primeiro longa-metragem que Fassbinder exibia desde sua estreia, em 1969, com O Amor é mais Frio que a Morte. Interpretada por nomes de peso como Lou Castel, Eddie Constantine, Hanna Schygulla, Margarethe von Trotta, Ulli Lommel e o próprio diretor, a obra traz um olhar tão visceral quanto lírico às convulsões de um set de filmagem. Não há diretor, não há dinheiro, sobram as intrigas entre operários do cinema e artistas ególatras. São muitos os filmes que retratam o cinema em crise, mas aqui, distante da metafísica de um Oito e Meio ou das soluções agridoces de um A Noite Americana, a crise que Fassbinder explora é a dos nervos e vem da pele, dos corpos, numa aproximação intensa entre violência, beleza e erotismo.   
 Apoiado por canções de Ray Charles, Elvis Presley e Leonard Cohen, Fassbinder aproveita sua trama metalinguística para colocar em cena um domínio absoluto de diversas variantes da linguagem cinematográfica: dos longos planos-sequência à montagem precisa, da mise en scène maneirista aos tempos estilhaçados, poucos filmes encarnam com tanto gosto o cinema moderno, seja pelas escolhas estéticas ou pelo olhar em relação ao próprio fazer artístico.

Precauções Diante de uma Prostituta Santa
(Warnung vor einer heiligen Nutte)
Dirigido por Rainer Werner Fassbinder
(Alemanha/1971, 103 minutos)
Com: Lou Castel, Eddie Constantine, Rainer Werner Fassbinder, Hanna Schygulla, Margarethe von Trotta e Ulli Lommel.

Exibição em DVD com legendas em português.

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Cine Dica: O Melhor do Nosso Cinema: Á Deriva


Sinopse: Aos 14 anos, Filipa (Laura Neiva) passa as férias em sua casa de praia com os pais e os irmãos. Seu pai, Matias (Vincent Cassel) é como um herói para ela. Francês, naturalizado brasileiro, ele é um importante escritor existencialista, mas sente dificuldades para escrever seu próximo livro, sobre separação e confiança. Ao contrário da mãe, Clarice (Débora Bloch), que sempre está preocupada com o lado prático das coisas, Matias prefere levar uma vida tranqüila e se divertir com seus filhos.Quando não está em eventos sociais com os pais, Filipa sai com um grupo de amigos que também passa as férias no local. Lá, eles aos poucos vão descobrindo juntos os sentimentos e a sexualidade. Um dos garotos, Arthur, demonstra estar interessado na jovem, mas ela ainda não se sente preparada para assumir nenhum tipo de relacionamento maior que uma simples amizade. Assim, ela acaba dando esperanças para a amiga Juliana, que está gostando do rapaz.Além dos problemas típicos da adolescência, Filipa faz uma descoberta que a deixa À Deriva. Mexendo na gaveta de seu pai, ela fica sabendo que ele tem uma amante, uma americana que mora em uma casa próxima. A confiança que a menina tinha em Matias vai se tornando frágil, e ela não sabe se deve ou não contar para sua mãe. Quanto mais o tempo passa, mais a perfeita vida em família de Filipa se torna insuportável, com os pais brigando todo o tempo. A relação dela com Arthur e com seus pais faz com que aquele seja um verão que mudará totalmente sua vida.

Mesmo não adicionando a mesma estética ambiciosa, ou uma trama bizarra (e genial) de seus filmes anteriores como Cheiro do Ralo, À Deriva foi reconhecido pelo próprio diretor na época do seu lançamento como o seu trabalho mais maduro, cheio de ambição e fazendo que o inicio da trama soe familiar para o publico em geral que tem passado ou passou por algo parecido em suas vidas. O ator francês Vincent Cassel (Pacto dos Lobos, Irreversível) e amante da trama (atriz americana Camilla Belle) dão toque internacional de um filme que vem abocanhando altos elogios desde  á época que foi exibido em Cannes anos atrás. Como já não bastasse isso, o filme apresentou o mais novo talento, Laura Neiva que havia sido descoberta por acaso em um perfil do Orkut,, vencendo outras 600 atrizes na disputa pelo papel.
Com o sucesso no festival e sucesso de critica tanto aqui como lá fora, Heitor Dália acabou ficando mais do que pronto para criar novos filmes provocadores e diferentes de tudo que se já viu. Á Deriva por mais que seja ótimo, e que seja  somente uma prova que existe normalidade na cabeça do diretor, ele pode sim fazer um filme que possa fazer com que se comunique  com o publico em geral e que acabara encontrando pontos em comum com a historia.

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Cine Dica: CINEMA-ENSAIO DE JÚLIO BRESSANE EM CARTAZ NA SALA P. F. GASTAL


Entre os dias 22 e 27 de outubro, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) exibe Rua Aperana 52 e O Batuque dos Astros, dois filmes-ensaio de Júlio Bressane que foram apresentados em importantes festivais europeus no último ano e permaneciam inéditos em Porto Alegre. 
 Produzido em parceria com o Canal Brasil, Rua Aperana 52 é uma paisagem musical fílmica sobre a esquina de uma rua no Rio de Janeiro que utiliza fotografias dos pais do cineasta (tiradas entre 1909 e 1955) e os seus próprios filmes (realizados entre 1957 e 2005), cobrindo um tempo de ficção de quase um século. Apesar da familiaridade com o material, Bressane defende a ideia de que sua obra pouco tem a ver com o autobiográfico, mas com construção de uma nova paisagem a partir de iconografias e iconologias já existentes, num jogo de xadrez de ficções que se intercalam a partir de fragmentos visuais e sonoros. A estréia mundial do filme ocorreu no prestigiado Festival de Roterdã, em 2012.
 O Batuque dos Astros tem produção de Zelito Viana e se desenvolve a partir de um passeio livre pela herança poética de Fernando Pessoa, com um registro documental da Lisboa contemporânea buscando possibilidades cinematográficas da obra do escritor português. A primeira exibição do filme aconteceu no Festival Internacional de Cinema de Roma, em 2012, na mostra CinemaXXI, programa dedicado às novas tendências do cinema mundial sem distinção de gênero e duração, com apresentação de obras que expressam a redefinição contínua do cinema dentro do continente visual contemporâneo.
 Segundo o crítico mexicano Maximiliano Cruz, um dos curadores do festival FICUNAM, onde a obra foi exibida neste ano, ao lado de filmes de Apichatpong Weerasethakul, Abbas Kiarostami e Lav Diaz, “Bressane hasteia com O Batuque dos Astros aquela alegação com a qual Jonas Mekas definiu para sempre o ofício: faço filmes, logo existo. A obra exibe uma taxidermia documental eminentemente autorreferencial, inclinando-se a partir de estruturas impressionistas de narração – incluindo a música retalhada como batuta dramática – e de uma concepção assíncrona do som como bastão atmosférico”. Após a sessão de O Batuque nos Astros no domingo, dia 27, às 17h, haverá um debate com os pesquisadores em cinema-ensaio Gabriela Almeida e Jamer Mello.  
 Um dos principais nomes do cinema de invenção brasileiro, Júlio Bressane mantém uma filmografia repleta de experiências radicais de linguagem desde a década de 1960, quando foi alçado ao patamar de ícone do Cinema Marginal. Realizados no formato digital, Rua Aperana 52 e O Batuque dos Astros foram criados num intervalo de tempo entre duas produções de orçamento maior, A Erva do Rato (2008) e Educação Sentimental (2013), período no qual Bressane encontrou dificuldades para aprovar projetos em editais voltados à produção cinematográfica, chamando atenção para a discussão cada vez mais atual sobre novos modos de sobrevivência da produção independente brasileira.

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

22 a 27 de outubro de 2013

 Rua Aperana 52 (Brasil, 2012, 80 minutos)

 Uma paisagem musical de longa duração. Montagem de fotos feitas entre 1909 e 1955. E de filmes realizados entre 1957 e 2005, 14 filmes. Aderência ao solo, topologia de um pequeno rincão do Rio de Janeiro. Uma rua de nome evocador, Aperana (caminho falso, caminho provisório, em língua Tupi) revela em tempos heterogêneos um fundo de memória hereditária em montagem inédita. Exibição digital em alta definição.

 O Batuque dos Astros (Brasil, 2012, 74 minutos)

 Tudo começou em uma viagem a Lisboa, a cidade onde Fernando Pessoa, um dos grandes poetas da língua portuguesa, nasceu e viveu por quase toda sua vida. O Batuque dos Astros é um tributo a Pessoa e uma tentativa de descobrir, e talvez revelar, sua visão-sugestão de cinema; como essa estranha semente é transplantada por meio de um vigoroso e alusivo processo de edição. Exibição em DVD.

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