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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: Boa Sorte, Meu Amor

FILME DE ESTREIA DO CINEASTA DANIEL ARAGÃO, SERÁ LEMBRADO COMO UM DOS MELHORES EXEMPLOS DO NOSSO BOM CINEMA VINDO DE PERNAMBUCO.  
Sinopse: Recife, Pernambuco. Dirceu (Vinícius Zinn) tem 30 anos e vem de uma família aristocrata do sertão nordestino. Ele trabalha em uma empresa de demolição, ajudando nas diversas transformações que a cidade tem passado nos últimos anos. Ao encontrar Maria (Christiana Ubach), uma estudante de música com alma de artista, ele passa a sentir a urgência por mudanças em sua própria vida.

A Globo Filmes que me perdoe, mas é de Pernambuco que está vindo o cinema brasileiro de verdade e que com certeza é a mais nova onda do nosso cinema. Enquanto a Globo Filmes e outros estúdios de porte optam por filmes mais voltados para o lado comercial (vide as comedias descartáveis), os cineastas pernambucanos decidiram ir contra essa maré, ousando mais na narrativa, se arriscando até mesmo no modo de se filmar e buscando algo de original.  Boa Sorte, Meu Amor, se destaca justamente ao convidar o publico em assistir algo fora dos padrões do nosso cinema e surpreendentemente sendo um filme de estréia de Daniel Aragão.   
Todo rodado em preto e branco, o longa-metragem leva o espectador em uma história aparentemente simples, mas graças ao modo de se apresentar a trama, que faz com que ela se torne incomum. O romance entre o arquiteto Dirceu (Vinicius Zinnto) e a estudante Maria (Christiana Ubach, ótima), é apresentado em três atos distintos, o que acabou me lembrando muito os últimos filmes de Lars Von Trier. Curiosamente, não ficamos muito interessados sobre o destino do casal Dirceu e Maria, mas sim durante o seu desenvolvimento, que nos hipnotiza e da à sensação de que alguns momentos estarmos presenciando um sonho ou outro plano de uma realidade dentro da historia. 
A bela fotografia, onde Luz e sombras criam um verdadeiro mosaico de imagens, nos remete aos melhores momentos do nosso cinema como Vidas Secas e Noites Vazias. Por muitas vezes, a trilha sonora soa em alto impacto, trazendo ao filme uma sensação de duvida e sem se preocupar em nos dar grandes explicações sobre o do porque dela surgir em determinado momento. Cabe então o próprio espectador que assiste em tirar suas próprias conclusões, de acordo com as imagens que ele vê na tela. 
Se formos para um lado mais simples para compreendermos, Boa Sorte Meu Amor, é uma obra cuja suas raízes se encontram no Cinema Noir, Cinema Expressionista Alemão e obviamente algo que nos lembra o nosso próprio Cinema Novo. Contudo, o primeiro exemplo é mais fortalecido, principalmente pela primeira aparição de Maria, que mais lembra uma dama fatal dos filmes policiais antigos. Sua primeira cena do filme é com certeza um dos momentos mais lembrados da obra, pois o diretor focaliza somente o seu rosto, com o seu olhar penetrante e sem nos apresentar o que ela esta fazendo exatamente naquele determinado momento.  
Curiosamente, Maria acaba se tornando uma espécie de "Hosebud" do filme de Aragão: quem é ela e de onde realmente veio? São perguntas que nos assombra, não só o espectador como também o personagem Dirceu que se apaixonou por ela.
As perguntas que ficam em torno sobre a protagonista, por muitas vezes se torna uma espécie de pano de fundo para explorar os temas atuais de Recife, cenário onde se desenvolve a trama. A maneira como é apresentado à cidade, me fez lembrar muito as outras obras já conhecidas como O Som ao Redor e Era uma Vez Eu Verônica, que com certeza daqui nos próximos anos serão lembrados como pilares desse novo movimento do nosso cinema.    
O ato final nos reserva momentos primorosos, onde o personagem Dirceu, em busca de sua amada, acaba na realidade dando de encontro com suas raízes e que por sua vez, esse momento de “descubra a si mesmo”, acaba por enlaçando com os primeiros minutos da trama, onde é revelada sua verdadeira origem. De quebra, o diretor aproveita para fazer uma divertida homenagem aos faroestes dirigidos por Sergio Leone, que alias, foi lembrado anteriormente no filme Faroeste Caboclo neste ano. Após a sessão, fica a duvida no que Daniel Aragão irá nos apresentar em seu próximo filme, pois se em sua primeira obra que ele dirige surpreende, imagine o que virá depois. Isso vale também para os próximos filmes Pernambucanos que estarão chegando em breve e nos cinéfilos temos mais que agradecer.

Aprenda como se faz Globo Filmes.    

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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: HOMEM DE FERRO 3


Embora com certo atraso, finalmente destaco aqui o lançamento do DVD e Blu-Ray do Homem de Ferro 3, que se tornou neste ano (por enquanto) a maior bilheteria da temporada. Dos extras do Blu-ray, destaco como eles fizeram a cena de ação envolvendo o ataque ao Força Área Um, em que o nosso herói salva inúmeras pessoas em queda livre, que desde já, é uma das melhores cenas de ação do ano.

Portanto corram para lojas e aproveitem. Leiam minha critica já publicada clicando aqui.

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Cine Clássico: DEBI & LÓIDE – DOIS IDIOTAS EM APUROS

COM O ANUNCIO DA SEQUENCIA CONFIRMADA, RELEMBREMOS UM POUCO DE UMA DAS MELHORES COMÉDIAS DOS ANOS 90.  

Sinopse: Lloyd Christmas (Jim Carrey) e Harry Dunne (Jeff Daniels) são dois homens extremamente estúpidos. Quando Lloyd leva até o aeroporto Mary Swanson (Lauren Holly), uma bela mulher que vai para Aspen, Colorado, acredita que Mary perdeu uma mala. Na verdade ela “esqueceu” no saguão, pois dentro dela está uma grande soma para pagar o resgate do marido, mas antes que os seqüestradores peguem a valise Lloyd a recupera e tenta lhe entregar. Como o vôo já partiu e ele se sente atraído por Mary, convence Harry para irem até Aspen para devolver o dinheiro. Na viagem se envolvem em várias confusões, além de serem perseguidos pelos seqüestradores.

A primeira vez que eu assisti a esse filme foi lá atrás nos anos 90. Naquela época eu tinha somente um vídeo cassete, não alugava muito nas locadoras da cidade (que eram péssimas) e somente esperava um filme inédito para então gravar nas fitas que eu comprava. Já naquele tempo conhecia Jim Carrey, graças ao sucesso gigantesco que foi de O Mascara e já havia assistido O Mentiroso e Batman Eternamente. Mas faltava então a sua melhor e mais divertida atuação no cinema.
Num primeiro momento a historia não tem nada demais: Lloyd se apaixona por uma linda garota (Lauren Holly) no aeroporto, mas ela acaba esquecendo-se de uma maleta e é então que ele convence o seu melhor amigo Debi (Jeff Daniels) a ambos pegarem o pé na estrada e ir atrás dela. O que eles não sabem é que têm assassinos atrás deles, que estão atrás da maleta e é ai que as situações complicam, mas para melhor.  
O grande charme do filme está no fato de ser um verdadeiro road movie, onde a dupla desmiolada (com o seu cachorro móvel), se metem em inúmeras situações para lá de engraças e inusitadas: o sal que deu azar no restaurante, o momento que Lloyd usa garrafas de cerveja para satisfazer suas necessidades, a parição surpresa num banheiro de um posto de gasolina e etc. Mas o ápice de todo o filme está numa situação em que não acontece realmente, mas sim num momento em que Lloyd está sonhando com o seu grande amor e é ai que eu acredito que o publico do cinema não parou de rir.
No sonho, Carrey usa e abusa de caretas, piadas e movimentos de corpo inusitados, que nos surpreende pelo fato de não ser nenhum efeito especial como foi visto em O Mascara. Veja abaixo essa perola que talvez seja o momento mais engraçado dos anos noventa:

Mas com essa cena épica fica a pergunta: o filme pertence todo ao Carrey? Na realidade por pouco sim, mas Jeff Daniels também surpreende com inúmeros momentos com o seu Debi. Na verdade foi até uma surpresa na época, já que Daniels vinha de uma carreira onde ele atuava em papeis mais sérios como em Laços de Ternura. Mas assim como Steven Martim e  Peter Sellers (que na vida real aparentam seriedade), Daniels provou que tem uma veia cômica para dar e vender: a cena em que ele tem uma forte dor no estomago (artimanha feita por Lloyd) é disparado o seu melhor momento em cena.
O filme na época foi dirigido pelos irmãos Peter Farrelly e Bobby Farrelly, que viram o seu filme da noite pro dia se tornar a sexta maior bilheteria daquele ano e fez com que fortalecesse um novo subgênero dentro da comedia, que é a escrachada, que usa e abusam de piadas pesadas, que vão desde há pessoas com problemas de saúde, idosos e até mesmo animais. Eles voltariam a repetir a dose em 1998 em Quem Vai Ficar com Mary?, que novamente se tornou outro grande sucesso daquele ano para dupla. Revendo esse filme, fico me perguntando se essas mesmas piadas seriam usadas, num mundo hoje que o politicamente correto anda por ai, mas acredito que teria o seu publico.
Após os sucessos de comedias adultas como Ted, Se Beber não Case, Quero Matar o meu Chefe, Missão Madrinha de Casamento, que embora sejam inadequados para menores de 18 anos, mas que renderam horrores de bilheteria, os irmãos cineastas com certeza viram que era o momento de trazer a sua dupla de volta as telas. Resta saber se a seqüência que será lançada futuramente irá nos fazer rir até morrer como o anterior fez antigamente. Abaixo, segue as trilhas sonoras do filme, que com certeza embalaram inúmeras festas de muita gente. 

DEADEYE DICK – NEW AGE GIRL

THE SONS – TOO MUCH OF A GOOD THING

THE PRIMITIVES – CRASH

GIGOLO AUNTS – WHERE I FIND MY HEAVEN

THE COWSILS – THE RAIN, THE PARK, OTHER THINGS

CHASH TEST DUMMIES – MMM MMM MMM


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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Minha Mãe é uma Peça

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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Cine Dica: Las Acácias


Sinopse: O filme conta a história de Rubén, um motorista de caminhão solitário que faz o trecho entre Assunção, no Paraguai, e Buenos Aires, na Argentina, há anos. Em uma das viagens, ele se depara com Jacinta e a pequena Anahí, em uma viagem fora da rotina.

Las Acacias faz parte da “nova onda” do cinema argentino, que conquistou grande repercussão em inúmeros festivais no mundo a fora e é presença constante em nossos cinemas. O ponto forte desse filme de estréia do diretor  Pablo Giorgelli está em volta do olhar, em que pouco se fala, mas muito se observa. Ou seja: é um cinema fundado na potência do ponto de vista dos personagens e que molda a historia. 
Aqui, as palavras vêm dos olhares, nos pequenos gestos, que faz com que os protagonistas aos poucos descasquem a imagem em que eles se apresentarão no início do filme, para então apresentarem uma nova faceta até então escondida. A trama acaba então explorando um pouco alguns dos problemas graves do mundo atual, que é da falta da comunicação, de não saber se comunicar ou de simplesmente se refugiar no seu mundo em particular. O personagem Rubén (Germán de Silva) no princípio mais parece uma carcaça durona assim, como o seu caminhão, mas querendo ou não, terá que mudar o seu mundo no momento que dá carona para duas personagens.        
Com isso, a trama se passa praticamente no caminhão do protagonista, onde em planos simples, começa há se criar uma relação entre Rubén, Jacinta (Hebe Duarte) e seu bebê Anaty. A pequena protagonista, aliás, é responsável por nos brindar com momentos inesquecíveis, onde não só faz com que o motorista e a mulher comecem a conversarem como também nos surpreende por ser tão expressiva, mesmo com poucos meses de vida. Com certeza o diretor teve um trabalho árduo (mas compensador), em filmar os momentos em que o bebê passava um olhar no qual serviria de ponto de partida para inúmeros momentos chaves na relação do trio.
Curiosamente, á sensação de claustrofobia que o espectador pode sentir no principio, já que a trama quase toda ela se passa dentro da cabine do veiculo, logo se é dissipada, passando a sensação de que o ambiente se alargou e isso graças à aproximação que o trio começa há ter. Outro ponto a favor da trama foi não se alongar sobre o passado de cada um deles, deixando somente pistas de onde eles vieram, o que eles foram e o que eles perderam no passado. Bom exemplo disso é no caso de Rubén, que com poucas palavras vindas dele (e de imagens de determinadas fotos), se percebe que ele tinha a felicidade nas mãos, mas que por um motivo ou outro acabou que perdendo ela ao longo do trajeto da sua vida.
Com Jacinta e Anaty, ele consegue então enxergar uma possibilidade de redenção, mesmo que no final do trajeto, coloque ambos em caminhos diferentes. Embora torçamos por um final feliz, a trama termina com inúmeras questões no ar e fazendo com que a historia continue em nossas mentes e imaginando qual seria o caminho seguinte para cada um deles. No final das contas  Las Acácias é mais um belo filme road movie, no qual sempre durante uma viagem na estrada, faz com que os protagonistas descubram novas camadas de sentimentos deles mesmos. Muito embora eles acreditem no princípio, que suas vidas já estão mais do que bem definidas.  

NOTA: O filme teve pré-estréia no ultimo sábado no cinebancários e terá estréia oficial na mesma sala a partir do dia 17 de setembro. Mais informações vocês conferem na pagina da sala clicando aqui. 


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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: MAMA

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Cine Dica: SALA P. F. GASTAL EXIBE MOSTRA DE PHILIPPE GARREL, O POETA MALDITO DO CINEMA FRANCÊS


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