Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Dentro da programação
da 8ª edição do Festival de Inverno da Secretaria da Cultura de Porto Alegre, a
Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) promove entre os dias 23 e
28 de julho uma mostra em homenagem ao ator gaúcho Walmor Chagas, morto em janeiro
deste ano.
A abertura da Mostra
Walmor Chagas, no dia 23 de julho, às 19h, terá uma sessão de autógrafos do
livro Walmor Chagas – Ensaio Aberto para um Homem Indignado, de Djalma Limongi
Batista (lançado pela Imprensa Oficial de São Paulo), seguida pela exibição do
documentário biográfico Autovideografia, que Limongi Batista dedicou a Walmor.
Cineasta amazonense radicado em São Paulo, Djalma Limongi Batista também
dirigiu o ator em um de seus maiores sucessos no cinema, o longa Asa Branca, um
Sonho Brasileiro, lançado em 1981, também presente na mostra. O cineasta virá
especialmente a Porto Alegre para participar desta homenagem a Walmor Chagas.
Seu documentário Autovideografia, que realizou a pedido de Walmor, inclui
inúmeras sequências em Porto Alegre e também no Festival de Gramado, e conta
com a participação de personalidades como Paulo Autran, José Lewgoy, Paulo
Hecker Filho e Eva Sopher.
Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na
pagina da sala clicando aqui.
Sinopse: Côte d'Azur,
1915. Pierre-Auguste Renoir (Michel Bouquet) é atormentado pela morte da
esposa, as dores da artrite e a preocupação com o filho Jean (Vincent
Rottiers), que luta na Primeira Guerra Mundial. Eis que surge em sua vida
Andrée (Christa Theret), uma jovem bela e radiante que desperta no pintor uma
inesperada energia. Rejuvenescido, Renoir a torna sua musa. Quando Jean retorna
à casa do pai para se recuperar de um grave ferimento na perna, ele se envolve
com Andrée e a torna também sua musa, mas de um sonho ainda distante: o de
fazer cinema.
Existem filmes em que
efeitos visuais, trilha, ou até mesmo o som acabam roubando a cena do filme e
deixando a trama em segundo plano. Contudo, é algo raro de se ver uma parte técnica
que serviu tão bem, para sintetizar o universo do protagonista e a bela
fotografia apresentada no filme Renoir casa-se muito bem com o possível olhar
que o famoso pintor (aqui interpretado pelo ator Michel Bouquet) tinha com
relação ao mundo que vivia. Cada cena que surge na tela é uma obra de arte,
onde representa muito bem a opinião do pintor numa parte do filme, que jamais
usava tinta preta, pois preferia colocar nas telas um mundo agradável e alegre no
qual ele enxergava.
Diferente do que
muitos imaginam não se trata de uma reconstituição de toda a vida do pintor,
mas sim uma parte dela, onde mais precisamente explora a sua relação que ele
teve com o seu filho Jean Renoir (Vincent Rottiers), que naquela altura do
campeonato, estava mais interessado em servir a pátria do seu país na primeira
guerra mundial, do que ser um cineasta de grande prestigio que viria se tornar,
gerando clássicos como A Grande Ilusão e A Regra do Jogo. Embora em nenhum
momento o filme explore os primeiros passos dele como cineasta, como tão pouco
a criação desses filmes citados, a trama vai mais há fundo, no momento que
surge na vida do pintor e filho, a jovem modelo e aspirante em ser atriz Andrée
(Christa Theret), que se torna a musa do pintor e possível paixão do futuro
cineasta. Curiosamente, é a partir da ambição de Andrée em querer ser uma atriz
de cinema, que irá começar há surgir nos pensamentos de Jean à idéia de querer
filmar, mas a trama se envereda para o inicio desse relacionamento, para a inevitável
instabilidade devido às ambições de Andrée.
A interpretação do
trio principal é digno de nota, mesmo quando a beleza das imagens por vezes
rouba a cena: Michel Bouquet é sem sombra de duvida a alma do filme, ao
representar um Renoir em fim de vida, mas que jamais deixa para traz o seu amor
pela profissão. Já Christa Theret por pouco não se torna apenas um objeto de
decoração nas cenas, já que sua beleza (principalmente quando posa para o
pintor) acaba por na maioria das vezes sobrepondo a sua interpretação. Contudo,
o seu desempenho melhora e muito quando contracena com Vincent Rottiers,
formando uma química em cena perfeita e fazendo surgir inúmeras camadas de
interpretação com relação às verdadeiras identidades de seus personagens em
relação ao mundo em que eles vivem.
Embora longo em
alguns momentos, o filme nos encanta por ser uma declaração de amor para aqueles que
amam as pinturas e ao mesmo tempo um pequeno exemplo sobre a força de vontade das pessoas com relação à
sua busca pessoal em encontrar um lugar no mundo em que se vive.
Sinopse: Jordan
(Halle Berry) é atendente do sistema de emergência da polícia americana.
Determinado dia, atende uma ligação de uma jovem assustada com o fato de que
existe um homem tentando invadir sua casa. O caso acaba com o pior final
possível e Jordan fica traumatizada. Anos mais tarde, ela se vê diante do mesmo
criminoso, que agora ameaça outra garota, Casey (Abigail Breslin).
Brad Anderson ganhou
bastante notoriedade a partir do filme O Operário de 2005, mas amargou um
retumbante fracasso com o filme Mistério da Rua 7. Porém, ele faz as pazes com
o sucesso com esse Chamada de Emergência, que embora possua alguns momentos
forçados, prende a atenção do espectador e faz com que tememos pelos
personagens principais a cada segundo. A trama também é uma bela desculpa para
conhecer esse mundo pouco explorado no cinema, que é os atendentes do 911 (aqui
é 190), que no final das contas, possui uma imensa responsabilidade quando
atende alguém que precisa de ajuda no outro lado da linha.
Halle Berry
finalmente tem um papel digno de nota, pois desde que ganhou o Oscar de melhor
atriz pela Ultima Ceia, ela parecia estar condenada a famigerada maldição “pós
Oscar” de nunca conseguir melhores papeis. Aqui, ela interpreta uma atendente
competente, mas que tem os seus nervos virados do avesso quando perde a chance
de salvar a vida de uma garota nas mãos de um psicopata (Michael Eklund de Watchmen). Porém, ela tem uma segunda chance de salvar outra vida das mãos (pasmem) do mesmo psicopata. Vale destacar que a segunda vitima é ninguém menos que a
jovem atriz Abigail Breslin, que o mundo conheceu através do
ótimo Pequena Miss Sunchine e aqui ela possui uma ótima química com Halle Berry,
mesmo que ambas permaneçam boa parte da trama somente se falando pelo telefone.
As cenas que ela fica presa dentro do porta mala do assassino enquanto ela fala
desesperadamente com a personagem de Berry é digno de nota e faz com que nos
prendemos na poltrona a todo o momento. Brad Anderson surpreende ao criar inúmeros obstáculos, tanto
para o assassino, como para os mocinhos que tentam caçá-lo a todo custo na
estrada, criando então uma verdadeira montanha russa de emoções.
Infelizmente nem tudo
são flores para esse filme, pois alem de haver algumas coincidências forçadas, o
cineasta e o roteirista tropeçam feio ao criarem um final digno de comparação
ao clássico Silencio dos Inocentes, mas que destoa completamente de tudo que
foi visto durante o filme. A sensação que se da, que o final mais parece de outro
filme e B alias, fazendo com que a obra por pouco não caia na lista de filmes dispensáveis.
Se não fosse por minutos finais tão falhos, Chamada de Emergência poderia
facilmente estar na lista de filmes indispensáveis desse ano, mas nem tudo é
perfeito.
Sinopse: Colin
(Romain Duris) é um homem rico e despreocupado, que nunca precisou trabalhar.
Tímido, ele nunca teve muito sucesso com as mulheres, até ser apresentado a
Chloé (Audrey Tautou) durante uma festa. Apesar de um primeiro encontro
desastroso, os dois se apaixonam e se casam. O casal está sempre cercado pelos
amigos Nicolas (Omar Sy), um cozinheiro talentoso, oChick (Gad Elmaleh), um
intelectual pobre e fascinado pelo filósofo Jean Sol-Partre, e a extrovertida
Alise (Aïssa Maïga). Tudo caminha bem, até o dia em que Chloé é diagnosticada
com uma doença rara: ela tem uma flor de lótus crescendo dentro do seu pulmão.
O caríssimo tratamento exige o uso de diversos medicamentos e a aplicação de
centenas de flores, levando Colin à falência, e a amizade do grupo à crise.
O Concurso
Sinopse: Dentre os
milhares de candidatos que tentam uma vaga de Juiz Federal apenas quatro
finalistas de diferentes cantos do Brasil (RJ SP RS e CE) se qualificam para a
última fase do concurso: um cruel e dificílimo exame oral na Corte Federal do
Rio de Janeiro segunda-feira às 8 da manhã EM PONTO Apenas um será aprovado. Os
rapazes chegam ao Rio no sábado para o credenciamento e seguindo o conselho de
que é melhor relaxar do que estudar na véspera da prova decidem aproveitar o
final de semana na cidade para estarem descansados e preparados quando a
segunda-feira chegar. Porém as coisas não acontecem como planejado e os quatro
adversários que nesse momento já se tornaram grandes amigos passam pelas mais
hilárias e inimagináveis situações enquanto tentam chegar até a segunda-feira.
Renoir
Sinopse: Côte d Azur
1915. No final de sua vida o pintor Auguste Renoir é atormentado pela perda de
sua esposa pelas dores causadas pela artríte e pela terrível notícia de que seu
filho Jean foi ferido em combate. Mas quando uma jovem milagrosamente entra em
seu mundo o velho artista é preenchido por uma nova e inesperada. De beleza
radiante Andrée se tornará sua última modelo e uma incrível fonte de
rejuvenescimento. Quando Jean volta à casa da família para se recuperar ele
também cai sob seu fascínio - e mesmo em face da forte oposição de seu pai -
ele se apaixona por Andrée.
Turbo
Sinopse: Um caracol
de jardim com sonhos de se tornar o caracol mais rápido do mundo sofre um
acidente que poderá ajuda-lo a realizar seu objetivo.
Por detrás de cada obra artística existe a construção de um olhar, que se particulariza a partir de uma construção íntima do realizador frente a um contexto sócio-histórico, ao seu objeto de registro e em relação a si mesmo como agente de um discurso. Por mais simples ou evidente que este conceito possa parecer inicialmente, seu uso prático pode ser responsável por problematizar ou mesmo ampliar a definição de certas práticas artísticas, como é o caso do cinema documentário. É tomando este princípio que o termo “Documentário de Criação” começa não somente a ser pensado como um paradigma, mas também como uma abertura de novas perspectivas para a produção documental contemporânea.
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No “Documentário de Criação”, está em jogo não somente o “que” está sendo registrado, mas, sobretudo, o “como” registrar. Neste tipo de produção ganha protagonismo as escolhas de abordagem que o realizador decide tomar frente ao seu registro e o “como” se confrontar com o real através da construção de um ponto de vista. Sem restringir-se mais a ideia que tanto o marcou por décadas enquanto “mostrar a realidade como ela é”, o documentário hoje assume um caráter muito mais subjetivo e complexo. Ao transitar em práticas relacionadas a um cunho mais poético, ensaístico e performático, o “documentário de criação” procura problematizar sua própria abordagem documental, conseguindo assim distinguir-se de um registro mais expositivo e jornalístico que tanto o caracterizou nos seus primórdios.
OBJETIVO GERAL
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O Laboratório de Produção – Documentário de Criação, ministrado por Rafael Valles, no Museu da Comunicação (Porto Alegre), enfocará não somente uma análise, mas também uma prática que esteja inserida dentro da produção documental contemporânea. Seja a partir do estudo de documentários e artigos que aprofundem e problematizem o conceito de criação e autor no documentário, assim como a realização de exercícios e projetos dos alunos que coloquem em prática este tipo de produção, o curso se propõe a criar um espaço de reflexão crítica sobre a construção do real no documentário e a problematizar a posição do realizador neste processo.
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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TEÓRICOS
Apresentar e conceituar a especificidade contida no cinema documentário, procurando entender como o “documentário de criação” se insere neste contexto.
Expor as diferentes formas de representação da realidade contidas na abordagem documental.
Analisar os conflitos existentes entre o olhar factual e o olhar poético, aprofundando um estudo sobre a subjetividade na produção audiovisual contemporânea e os limites do documentário enquanto representação da realidade.
Enfocar um estudo sobre o uso de diferentes mídias dentro do contexto do cinema documentário, buscando entender como isso ajudou a redefinir formas narrativas e estéticas dentro do âmbito documental.
PRÁTICOS
Realizar documentários em formato curta metragem (máximo 10 minutos de duração), visando a sua construção integral (elaboração, produção e finalização) ao longo do curso.
Assessorar o processo de escrita de projetos que necessitem um maior período de elaboração, visando postular a futuros concursos dentro do âmbito audiovisual para a sua realização.
Propor trabalhos práticos que procurem exercitar a construção de um olhar do realizador frente ao seu objeto de registro.
PÚBLICO ALVO
Aberto a estudantes, artistas, profissionais do meio cinematográfico e demais pessoas interessadas na realização de documentários e na construção da linguagem cinematográfica. Não existe a necessidade de contar com experiência cinematográfica prévia, pois a participação de pessoas com diferentes tipos de formação e trajetória proporcionará a riqueza da experiência.
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DATAS / CARGA HORÁRIA
O Laboratório de Produção – Documentário de Criação será desenvolvido em 16 aulassemanais, às terças-feiras, das 19h30 às 22h. A atividade terá a duração de 40 horas / aula.
Início:20 de agosto de 2013
Final: 03 de dezembro de 2013
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
A ontologia do cinema documentário;
A questão da representação e da reprodução da realidade contida no documentário;
Exposição e análise dos gêneros no cinema documentário: expositivo, reflexivo, interativo, observacional e poético;
Os problemas narrativos no discurso cinematográfico: transparência e opacidade;
A questão do “dispositivo” no cinema documentário;
A auto-referencialidade como paradigma na representação da realidade;
A representação do “outro” no cinema documentário contemporâneo;
A influência do suporte tecnológico no processo de criação cinematográfico;
A re-significação do arquivo audiovisual. A crise do cinema de compilação.
METODOLOGIA
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O curso se desenvolverá em trabalhos PRÁTICOS e TEÓRICOS relacionados ao cinema documentário, com ênfase no “Documentário de Criação”. Serão realizados ao longo do curso trabalhos práticos, onde se buscarão exercitar dentro do âmbito da produção audiovisual, fotográfica e dissertativa, formas narrativas e poéticas que correspondam ao processo de construção do olhar do realizador frente ao seu objeto de registro.
Paralelamente a estes exercícios, o curso irá se concentrar ao longo do semestre no trabalho de assessoria de projetos de realização propostos pelos participantes, e que estejam dentro do âmbito do documentário. Nesta questão, cada participante também poderá optar por dois caminhos a seguirem durante o curso:
A realização integral de um curta-metragem com no máximo dez minutos de duração e que possua uma proposta relacionada aos conceitos trabalhados no curso.
Desenvolver um projeto escrito para a futura realização de um documentário, visando postular a concursos no âmbito da produção documental.
É importante ressaltar que em ambas opções existem diferentes etapas a serem cumpridas ao longo do semestre, onde serão estabelecidos cronogramas para que cada participante possa concluir o curso com o trabalho finalizado (ou pelo menos, no seu estágio mais avançado de finalização).
Dentro do campo teórico, serão abordados temas que reflitam e questionem a posição do “documentário de criação” dentro de um contexto audiovisual, artístico e sócio-histórico. Serão analisados artigos e conceitos responsáveis por expandir a compreensão sobre o que é documentário, assim como realizar a projeção de fragmentos de filmes paradigmáticos, que procurem aprofundar um entendimento na construção do “saber documental”.
VAGAS LIMITADAS
"LABORATÓRIO DE PRODUÇÃO – DOCUMENTÁRIO DE CRIAÇÃO"
de Rafael Valles
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Início: 20 de Agosto (16 encontros semanais, às terças-feiras)
Horário: 19h30 às 22h
Local: Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre)
Investimento:
À vista: R$ 650,00 (Cartão de crédito ou Depósito bancário)