Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Durante o mês de outubro, a sala
da Redenção de Porto Alegre, irá exibir a filmografia dos irmãos Coen. Vindos
do cinema independente, os dois irmãos cineastas e roteiristas, ganharam
prestigio graças aos seus pequenos, mas imaginativos filmes, em que historias banais (com personagens que beiram
do comum ao imprevisível), ganham contornos de humor negro e com resultados
surpreendentes.
Mais informações, e com horários das sessões,
vocês conferem na pagina da sala clicandoaqui.
Sinopse: O complexo enredo
de 'Looper - Assassinos do Futuro' é ambientado em um futuro próximo, onde um
grupo de assassinos -- conhecidos como Loopers - trabalham para um sindicato do
crime. Eles são enviados do futuro para o presente, para matarem criminosos
antes que os crimes sejam cometidos. Mas quando um deles descobre que foi
enviado para o passado para matar a si mesmo, o sistema começa a ser
questionado.
My Way, o Mito Além da Música
Sinopse:O ídolo da música francesa Claude François, morto aos 39 anos de idade, sempre fascinou os
fãs. Ele conseguiu combinar uma imagem complexa e multifacetada, oscilando
entre o amante ciumento e possessivo, o patrão tirânico da própria empresa de
discos, o filho inseguro e o artista com medo constante de perder a fama.
Internacionalmente, ele ficou conhecido pela canção original "Comme
d'Habitude", que se tornou o clássico My Way na voz de Frank Sinatra.
Sinopse: 'O Legado Bourne' expande o universo Bourne criado por Robert Ludlum com uma história original que apresenta um novo herói: Aaron Cross (Jeremy Renner). Ele passou pelo mesmo tipo de recrutamento de Bourne no misterioso programa conhecido como Treadstone.
A trilogia Bourne é atualmente
uma das melhores coisas que surgiu nos últimos anos no gênero de ação, ao
ponto, que fez o próprio 007 se renovar no cinema antes que ficasse datado ao
extremo. Mas quando foi anunciando, que tanto astro Matt Damon, como o diretor Paul Greengrass não voltariam para uma
eventual quarta aventura, os produtores ficaram com a batata quente nas mãos. Couberam
então, os roteiristas e produtores criarem uma trama, que acontecesse durante
os eventos que ocorreram nos filmes anteriores, para assim (talvez) não se
distanciar do que já foi feito e ser respeitado.
Claro que isso soa um tanto deselegante,
já que da a entender que o filme não sobreviria sem inúmeras referencias da
trilogia (a todo o momento Bourne surge em fotos e é citado), mas o filme pode
ser curtido sim, mesmo para aqueles que não assistiram aos filmes anteriores, e
que cá pra nós, Jeremy Renner da conta do recado em filmes de ação. Se
consagrando em Guerra ao Terror, e fazendo parte de um dos maiores sucessos do ano
(Vingadores), Renner sempre se encaixa bem, tanto como típico herói de ação,
como um vilão com uma aura serena. Aqui, ele representa a concentração total do
que faz, para tentar sobreviver, contra aqueles que o criaram para ser uma
maquina de matar. Porém, Rachel Weisz, que interpreta o ás na manga que irá
ajudar o personagem de Renner em seus objetivos, é protagonista de um dos melhores momentos da
trama, quando acontece um sufocante tiroteio dentro de um laboratório, onde o
diretor Tony Gilroy cria um clima verdadeiramente assustador, fazendo-nos por
um momento, esquecermos que estamos vendo um filme de ação.
Já Edward Norton tem uma
interpretação no mínimo curiosa, num personagem que por vezes soa obvio, mas
que ao mesmo tempo não esconde ter certa ambigüidade, principalmente em cenas
de flashback que revelam uma ligação mais profunda com o protagonista. A
relação só não é mais explorada, pelo fato da produção se entregar a um ato
final cheio de perseguições alucinantes, que felizmente são muito bem filmadas
e não devendo nada as ótimas cenas de ação dos filmes anteriores. Deixando um
final escancarado, de que haverá uma seqüência, O Legado de Bourne foi uma
iniciativa arriscada dentro da franquia, mas que ao mesmo tempo expande mais
esse universo que nos foi apresentado. Se for sobreviver com ou sem Matt Damon,
ai isso é outra historia.
De 1967 a 1980, o cinema americano
viveu o seu período mais criativo, onde era apresentado para o publico,
historias sérias, reflexivas e que espelhasse um pouco que os EUA passavam
naquele período (período pós Vietnam e o escândalo do Waltergate). Com uma nova
e criativa geração de cineastas, Hollywood presenteou para os cinéfilos, algo
que somente se via em outros países, como na França e sua “nova onda” (Nouvelle
Vague).
Hoje, encerro essas postagens, que
falam um pouco desse importante período do cinema americano, com o filme Touro Indomável
que fecha um circulo de um período que jamais se repetiu.
TOURO INDOMAVEL
Sinopse: O pugilista peso-médio Jake
LaMotta (Robert De Niro), chamado de "o touro do Bronx", sobe na
carreira com a mesma rapidez com que sua vida particular se degrada, graças ao
seu temperamento violento e possessivo.
Direção, roteiro e interpretação
extraordinários. Oscar de ator (De Niro, que engordou vinte quilos para fazer o
papel), e montagem. Foi eleito, em muitas publicações, como o melhor filme dos
anos 80. Reconstituição histórica perfeita, com uma belíssima fotografia em
preto e branco, que realça a extrema violência das lutas em cena.
Curiosidade: No roteiro original havia uma cena que
mostrava Jake LaMotta se masturbando na prisão. Esta cena não chegou a ser
rodada, sendo cortada ainda na elaboração da versão definitiva do roteiro.
O Expressionismo
Alemão foi um estilo cinematográfico, cujo auge se deu na década de 1920,
caracterizado pela distorção de cenários e personagens, através da maquiagem,
dos recursos de fotografia e de outros mecanismos, com o objetivo de expressar
a maneira como os realizadores viam o mundo.
O período de 15 anos
que decorreu entre a revolução de novembro de 1918 e a ascensão de Hitler ao
poder, em janeiro de 1933, é conhecido na história alemã como a época da
Cultura de Weimar. Foi um momento muito especial no qual um clima derrotista e
depressivo, resultante do desastre militar de 1918, coexistiu com a extrema
criatividade artística e intelectual. Berlim tornous-e a capital da vanguardas
nos anos 20.
O Expressionismo no
cinema alemão começa em 1919, com o célebre O Gabinete do Doutor Calegari, de
Robert Wiene. O filme nos transporta para um mundo de puro pesadelo que
coincide com a instabilidade política do momento: muros cheios de grafites,
prédios inclinados, cenários desbotados de onde se destacam figuras geométricas
e personagens alucinadas. O horror, o fantástico e o crime eram os temas
dominantes do Expressionismo no cinema. Nosferatu, Uma Sinfonia de Horror
(1922), de Murnau, e Dr. Mabuse, O Jogador (1922) eMetrópolis (1926), ambos de
Fritz Lang, foram outras obras significativas do movimento.
O Expressionismo trouxe uma
nova forma de cinema, com temas sombrios de suspense policial e mistérios em um
ambiente urbano, personagens bizarros e assustadores, uma distorção da imagem
devido a uma excessiva dramaticidade tanto na atuação quanto na maquiagem e
cenografia fantástica de recriação do imaginário humano. A influência dos
expressionistas do cinema se fez sentir em Hollywood, tanto na temática quanto
na linguagem, inclusive porque muitos dos diretores alemães de então migraram
para os EUA e lá realizaram filmes. O Expressionismo influenciou
particularmente dois gêneros, o cinema de terror e o filme noir.
Informações e inscrição para
atividade, se encontram na pagina do CENA UM clicandoaqui.
Sinopse: O juiz Dredd
(Karl Urban) vive na megalópole Mega City Um, um oásis de civilização na Terra
Maldita, cerca de 120 anos no futuro. Bastante temido pelos infratores da lei,
ele acumula os cargos de polícia, de juiz e ainda tem o poder de executar suas
sentenças. Um dia, ele é encarregado de treinar uma candidata a juíza com
poderes mediúnicos (Olivia Thirlby), e neste primeiro dia de teste os dois
enfrentam a maior e mais perigosa traficante de drogas do local (Lena Headey).
A primeira vista,
Dredd parece Robocop, mas diferente do clássico dos anos 80, Dredd não pode
deixar o seu lado humano surgir durante o trabalho, pois se fizesse isso seria
morto. Seguindo 100% do seu dever como policial (e Juiz), Dredd é incorruptível,
sem dó, mas motivos é o que não faltam para manter essa posição imutável: Mega
City Um é uma representação das grandes cidades violentas do mundo atual, no
qual o único meio de colocar controle em meio ao caos, é ser rígido contra o
inimigo (e a si mesmo), para não amolecer perante o inferno.
Baseado numa clássica
HQ inglesa, o filme de Pete Travis é simples: retratar um dia de trabalho de
Dredd nas ruas violentas da cidade. Ao mesmo tempo, ele é recrutado para avaliar
uma novata (Olivia Thirlby), que possui poderes de telepatia e juntos
mergulham dentro de uma favela em forma de torre de babel, onde nos interiores
mais obscuros, é comandado pela mão de ferro Ma-Ma (Lena Headey). É isso a
trama, nada mais, sendo que o espectador é jogado junto com dupla, em meio a
esse inferno de violência do interior do prédio, que em muitos momentos lembra
uma favela real comandada por bandidos irracionais, assassinos, que não existam
em cometer atos terríveis, mesmo colocando em risco os inocentes que vivem no
mesmo prédio.
O filme não perde
tempo em dar lições de moral para quem assiste, sendo que a única que passa, é
de jamais baixar á guarda. Muito embora, a personagem de Olivia Thirlby seja uma
representação de nos mesmos perante aquele lugar, em que ela passa conflitos e
dilemas internos sobre o que ela está se metendo. Entretanto, ela tenta de
todos os meios não fazer com que isso lhe atrapalhe num momento critico, mesmo
quando ela encara o horror de suas ações. Enquanto isso, Karl Urban tem uma
interpretação eficaz interpretando Dredd, mesmo usando a todo o momento um
capacete que cobre boa parte do seu rosto, mas graças a sua voz grave, e gestos
minuciosos do seu corpo, ele passa para o espectador que é uma pessoa segura de
suas ações e que não passa em nenhum momento arrependido no que faz. Pode não ser um
modelo correto para aqueles que são a favor da paz, mas em territórios hostis
como esse (nenhum pouco diferente de outros filmes como Tropa de Elite),
ele é a pessoa certa no lugar certo.
Mas uma das grandes
surpresas do filme fica por conta presença magnética de Lena Headey (vista em
300), que cria uma aura trágica vinda da personagem Ma-Ma, que embora seja um
monstro, nos acabamos por compreender os elementos que a levaram a se tornar.
Com um olhar frio, e uma cicatriz no rosto, Headey se sobressai numa
interpretação certeira, em momentos imprevisíveis e que se sobressai em
momentos chaves da trama. Alias, ela protagonista de cenas inesquecíveis, onde
a sua personagem ingere uma droga chamada Slo-Mo, onde o usuário acaba enxergando tudo
de uma forma mais lenta do que o normal. É neste ponto, que o filme nos brinda
com uma das mais belas imagens em câmera lenta do ano, que enlaçado com um 3D
que explora ao máximo a profundidade dos cenários. Sangue, fumaça, e estilhaços,
são simplesmente jogados na cara do espectador, que embora alguns possam se
chocar, não há como não se maravilhar em cenas tão bem feitas e delirantes.
Cru, direto, e certeiro,
DREDD nada mais é que uma visão barra pesada sobre a violência das grandes metrópoles
atuais. E mesmo que os agentes dos politicamente corretos tentem tapar o sol
com a peneira, é bom eles pensarem em tomar providencias para não chegarmos ao
ponto de precisarmos ter um juiz em cada esquina de nossa cidade.