Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Dicky Ecklund (Christian Bale) é uma lenda do boxe que desperdiçou o seu talento e a sua grande chance. Agora o seu meio-irmão Micky Ward (Mark Wahlberg) tentará se tornar uma nova esperança de campeão e superar as conquistas de Dicky. Treinado pela família e sem obter sucesso em suas lutas Micky terá que escolher entre seus familiares e a vontade de ser um verdadeiro campeão. O Vencedor é inspirado em uma emocionante história real onde a maior luta de nossas vidas é a conquista dos nossos próprios sonhos.
Nos últimos filmes em que Christian Bale era o protagonista algo de interessante acontecia: Os personagem coadjuvantes roubavam a cena, mas não tinha como reclamar muito se pensarmos por exemplo em Batman: Cavaleiro das Trevas onde heath ledger roubava a cena de todo mundo mesmo, mas o que dizer quando Bale perde a cena para um ator sem expressão (Sam Worthington) em O Exterminador do Futuro 4?
Isso fora o fato que o ator sofreu por problemas familiares e profissionais entre 2008 e 2009 mas tudo isso se dissipa quando ele surge em O Vencedor. Embora Mark Wahlberg (Os Infiltrados) seja protagonista, Christian Bale apresenta uma atuação impressionante que faz qualquer ator que contracene com ele acaba por desaparecer, principalmente Wahlberg que nunca achei um grande ator. Contudo o filme não vive apenas por ele, duas atrizes de gerações diferentes e indicadas ao Oscar, Amy Adams (Julie & Julia) e Melissa Leo (Rio Congelado) roubam a cena a cada momento que aparecem, principalmente a ultima que faz uma perua e mãe dominadora.
Com inúmeros trejeitos esquisitos, tanto no corpo como no rosto, Bale se torna infalível para fazer o papel de um ex-boxeador viciado em crack, e com isso, o ator perdeu peso de uma maneira assustadora, algo que não se via desde O Operário e ganhando o próximo Oscar seria uma espécie de vitoria contra tudo que ele passou, seja vida profissional ou pessoal.
Se a um ponto falho no filme de David O. Russell (Três Reis) é justamente as cenas das lutas de boxe que não empolgam nenhum pouco mas isso é compensado graças a carismáticos personagens que buscam, acima de tudo, uma segunda chance na vida
Sábado passado, o SBT surpreendeu a todos com a exibição do clássico O Exorcista e surpreendentemente ficou por alguns momentos em primeiro lugar em audiência, provando que o filme ainda atrai seguidores e não seguidores. Mas o que torna essa produção tão contagiante? Seria pelos acidentes e mortes que ocorreram durante as filmagens? Seria pelo fato, em parte, do filme ser baseados em fatos reais? No meu caso o que me atraiu em assistir a trama não foi pelo fato das cenas de terror ou tão pouco pelo tema de possessão e sim pelo fato da trama criar o verdadeiro retrato dos pais perante o sofrimento de seus filhos e simplesmente não conseguirem tirar eles dessa horrível situação. Retrato de situação muito bem liderado pela atriz Ellen Burstyn que aqui tem seu melhor desempenho de toda a sua carreira. É incrível a dor que ela transmite ao encarar os horrores que a filha passa e simplesmente não conseguir compreender porque esta acontecendo isso, ao ponto que não lhe resta mais nada, a não ser recorrer à fé.
A primeira vez
Quando o filme completou 20 anos em 1998, imediatamente foi feita uma matéria especial do filme no programa do Fantástico (esse ninguém se esquece) que fala, não só do filme, mas do caso de possessão real que serviu de base para a criação do livro que por sua vez deu origem ao filme. Claro que com toda aquela divulgação e pelo fato de eu já ser um cinéfilo de carteirinha, não poderia ficar de fora, então fui alugar o filme, escondido alias, já que minha mãe tinha o maior medo da trama.
Assisti, achei arrepiante e consegui sobreviver na sessão toda. Realmente o filme é único pelo fato de ser uma trama com o pé no chão. Na época, quando o filme foi lançado (1973) o publico ainda estava acostumado a ver filmes com casas mau assombradas ou castelos góticos de Drácula, mas no caso desse não. Era um filme que retratava o dia a dia de pessoas normais em um ambiente normal e que de uma hora para outra tudo vira do avesso quando uma simples menina (Linda Blair assustadoramente ótima) começa a agir de um modo estarrecedor e demoníaco. William Friedkin (Operação França) faz aqui seu filme como se fosse o ultimo da carreira e não poupou esforços, tanto que colocava o elenco a beira da loucura e do nervosismo, principalmente quando trazia nos sets armas para disparar no ar e deixar o seu elenco em frangalhos dos nervos. Bom exemplo disso é quando o jovem padre Karras (Jason Miller) leva um susto com a famosa cena do toque do telefone. O rosto dele é de realmente assustado, já que o próprio diretor havia dado um tiro perto da cabeça do ator, um pequeno exemplo do que rolava na produção. Fora o fato que por coincidência ou não, alguns dos que trabalharam na produção morreram misteriosamente o que acabou levantando mais a aura de mistério ao redor do filme.
Mesmo com tudo isso na época, o filme arrastou milhões de pessoas no mundo todo, arrecadando só nos estados unidos mais de R$ 60 milhões de bilheteria, uma quantia exorbitante para época e levou para casa quatro Globos de Ouro (incluindo melhor filme) e dois Oscar (incluindo melhor roteiro adaptado).
Encarando na tela grande
O Exorcista já e um filme assustador na tela pequena, mas como teria sido no telão? Li muito sobre o fato de muitas pessoas desmaiarem ou vomitarem de medo durante a projeção em 1973 e a pergunta que pairava no ar era: Será que teria o mesmo efeito no publico atual? Entre 2001 e 2002, o filme voltou em cartaz no cinema com 11 minutos a mais até então inéditos (como a famosa cena da aranha da escada) e com o som remasterizado. Mesmo tendo o filme em VHS em casa, não resisti e fui assistir no cinema para encarar terror na tela grande e ver como o publico atual (principalmente o jovem) se comportaria atualmente. Durante a projeção eu pude ouvir algumas risadas em cenas nas quais não entendia a graça, como a cena em que ela urinava na festa, ou a cena em que ela vomita na cara de Karras. São momentos que chacoalharam o publico de 1973 mas que pelo visto virou piada para o publico atual, Porem, não importa qual época, há partes que ainda impressionam e marcam a pessoa ao assistir, como a estarrecedora cena do crucifixo, esse foi o momento que todos do cinema ficaram chocados, é aquele momento que o publico fica mudo e simplesmente não sabe descrever o que viu.
Então chega a tão famosa cena do exorcismo, onde acontece de tudo um pouco, desde cabeça girando ou o diabo falando palavrões a torto a direito. O publico em si, continuava rindo em alguns momentos, mas ao mesmo tempo se impressionava com as cenas. Com o termino do filme, créditos sobem, eu levanto e vejo jovens ainda sentados, algumas garotas chorando e nervosas ao lado dos namorados, uns saindo rapidamente arrependidos de ter gastado o dinheiro, mas esses que agiram dessa forma com certeza não estavam prestando atenção durante a projeção. Pelo menos foi assim na sessão que eu fui, na inesquecível sala Imperial do centro de Porto Alegre.
Conclusões
O Exorcista pertence a uma lista de bons titulos dos anos 70 que simplesmente ainda não envelheceram com o tempo e se não impressionam alguns jovens de hoje que estão acostumados a filmes de terror aos montes é porque eles simplesmente não tem noção do verdadeiro significado de qualidade de uma boa trama, e o Exorcista é isso, assustador não somente pelas imagens explicitas mas por saber mexer dentro de nos, nos nossos terrores mais profundos. Entendemos muito bem a mensagem sr Friedkin, pode abaixar a arma.
Sinopse Eles precisam um do outro, mas não conseguem ficar juntos por muito tempo. Susana (Graciela Borges), uma agente imobiliária egoísta, possessiva e dominante, que parece ser incapaz de entender o irmão, Marcos (Antonio Gasalla), que protege a mãe, é bondoso, sensível e amigo de seus amigos.
O diretor argentino Daniel Burman estreou no cinema bem cedo, aos 25 anos em 1988 surpreendendo a todos. Mesmo jovem, surpreendeu pelo olhar maduro em filmes em que explorava muito bem as relações humanas como Leis de Família e Abraço Partido. Em Dois Irmãos ele explora a fragilidade com um bom humor refinado de uma dupla de irmãos de terceira idade.
A dupla formada por dois veteranos do teatro e cinema por lá, Graciela Borges e Antonio Grasalla acabam esbanjando versatilidade e um talento enorme no qual ambos estão em igualdade um com outro. O curioso esta no fato da trama conseguir fazer ambos os personagens se detestarem, mas se darem conta que não conseguem viver um sem o outro mesmo com suas brigas do dia a dia. Atenção para a cena que ambos escutam o visinho através de copos na parede, hilária, inventiva e contagiante. Com um filme como esse, mais O Segredo dos Seus Olhos e Abutres, o cinema argentino definitivamente prova que veio pra ficar.
Nem 007, nem Tarzan, talvez o personagem que mais teve interpretes ao longo da historia do cinema foi realmente Drácula. Do expressionismo alemão ao filme de 1992, o vampiro mais famoso do mundo colecionou uma infinidade de interpretes de altos de baixos, mas qual deles foi o melhor? Essa é uma resposta difícil de ser respondida, mas que eu mesmo tentei responder para mim mesmo. Abaixo solto uma lista dos cinco melhores interpretes desse vampiro que ainda hoje conquista inúmeros fãs com os seus caninos.
Klaus Kinski
Nem Bela Lagosi, nem Christopher Lee, o melhor Drácula até hoje foi realmente Kkaus Kinski em Nosferatu: O Vampiro da Noite (1979) dirigido pelo genial Werner Herzog (A cólera dos Deuses). Mesmo sendo uma refilmagem do clássico Nosferatu (1922) o filme de Werner fala por si graças a sua direção segura e ousada para os padrões convencionais já que o seu filme não tem pressa em agilizar a historia e com isso testemunhamos cenas incomuns como a abertura onde a câmera mostra inúmeras múmias de verdade antecipando o terror que estaria por vir. Contudo o filme não seria nada graças a intensidade quase sobrenatural de interpretação de Klaus Kinski onde faz um Drácula trágico horripilante e inesquecível. Tanto Klaus como Werner se digladiavam durante as filmagens, uma briga de ego não só nesse filme como em outros como Fitzcarraldo (1982), mas por mais estranho que pareça isso, ajudava para que cada um botasse para fora o melhor de cada um e normalmente nestas brigas é que Klaus se sobressaia de tal forma que em muitos momentos parecia ele que estava dirigindo o filme. Portanto muitos momentos de interpretação de Nosferatu (como a morte do vampiro) são idéias do próprio ator que exigia de si próprio, como se o papel fosse o ultimo da sua carreira.
Christopher Lee
Os estúdios Hammer foi sem duvida nenhuma responsável por trazer dignidade ao gênero de terror que estava completamente desgastado, depois de inúmeras bombas que a Universal foi fazendo com os monstros de terror, ao ponto que cada filme se tornou cada vez mais ridículo e não transmitia mais nenhum terror para o publico. Com o Vampiro da Noite de 1958 dirigido pelo veterano dos filmes de horror Terence Fisher, o terror voltou aos bons tempos, revitalizado com a violencia mais explicita, visual gotico e colorido, mas acima de tudo, com interpretes de peso como no caso de Christopher Lee. Um ano antes ele ja havia feito um outro mosntro conhecido do cinema para o estudio que foi A Maldição de Frankenstein, mas foi como Drácula que Lee ficou marcado para sempre. Dono de uma presença magnética (com mais de dois metros de altura), Lee passava medo com a sua cara de mal e olhos vermelhos de puro sangue, nunca Drácula parecia tão assustador como foi naquela época, e com isso, o ator retornaria mais seis vezes para interpretá-lo, isso fora outros filmes que ele atuou para o estúdio, onde na maioria das vezes atuava ao lado do seu companheiro de set Peter Cushing.
Gary Oldman
Para muitos Drácula de Bram Stoker é a melhor adaptação já feita sobre o livro, isso graças ao diretor Francis Ford Coppola que fez mais do que uma adaptação, fez uma verdadeira homenagem ao cinema em si, principalmente se referindo aos anos dourados do cinema. Isso é visto durante a produção onde o diretor usou os recursos antigos da época para criar a historia, até mesmo uma cena onde prestava homenagem ao cinematografo. Pelo fato do filme se destacar mais pela forma que foi criada, muitos dos desempenhos dos atores (principalmente de Keanu Reeves) ficaram em segundo plano, contudo, Gary Oldman foi a grande exceção da produção. Mesmo que por alguns momentos era envolvido por uma pesada maquiagem, o ator roubava a cena de todos a cada momento que aparecia. Alguns até hoje falam que foi injusto ele não ter sido indicado ao Oscar de melhor ator na época e com razão, pois pela primeira vez na historia, sentimos medo, mas ao mesmo tempo pena dele por ter caído na escuridão devido ao seu amor perdido no passado.
Béla Lugosi
Assistir Dracula (1931) atualmente da a nitida impressão de estarmos assistindo a um teatro filmado, mas não é pra mesmo. Para começar os EUA estavam sofrendo a quebra da bolsa e por causa disso a produção não poderia sair cara e com isso, os produtores decidirão que a produçao seria inspirada mais no teatro cuja a trama ja vinha fazendo sucesso. Com isso, era questão de logica então trazer o ator que estava fazendo sucesso como Dracula no teatro, então entrou em cena Bela Lagosi, o primeiro ator oficial como Dracula no cinema. Bela era um otimo ator e sua presensa e olhar penetrante com certeza deve ter assustado muitas pessoas que assistiram na epoca, mas visto atualmente, a interpretação dele soa por vezes um tanto que forçada mas muito longe de ser ridicula como alguns falam por ai.
Max Schreck
Ta certo que o nome do vampiro de Nosferatu: Uma Sinfonia de Horror (1922) se chama Conde Orlok mas esta na cara que o filme é inspirado na obra de Bram Stoker, mas como a viuva não havia vendido os direitos de adaptação na epoca, o diretor Murnau então decidiu auterar os nomes dos personagens principais para nao haver comparação, o que acabou sendo um tiro no pé pois logo apos o filme ter estreado acabou sendo rapidamente tirado de cartaz e quase todas as copias foram destruidas, felismente muitas foram salvas e hoje o filme é de dominio publico. Com isso, temos o privilegio de ver a perfomance intrigante de Max Schreck como o vampiro e diferente dos interpretes posteriores, Max era um Dracula monstruoso, parecendo mais um meio homem e meio rato em alguns momentos, mas que combinava perfeitamente com o visual gotico do expressionismo alemão criado pelo diretor Murnau na época.
E ai pessoal. Chegamos mais um final de semana com poucas estréias infelizmente em nossas salas gauchas, as mais significativas ficam por conta de Não me Abandone Jamais e Reencontrando a Felicidade que com esse filme, parece, que finalmente Nicole Kidman esta colocando a carreira nos trilhos.
Infelizmente boa parte das salas será ocupada com a dispensável continuação de Velozes e Furiosos 5. Confesso que detesto a franquia, ela não precisava existir e poderia muito bem ter terminado a historia apartir do primeiro filme. Nada contra a filme de ação, pois gosto de muitos títulos mas essa franquia, convenhamos, já deu que tinha que dar, e Vin Diesel, faça um favor para a humanidade, volte aos bons tempos de Eclipse Mortal, pelo menos naquele filme você se envolvia em uma boa historia.
Confiram as estréias:
Não me Abandone Jamais
sinopse: Ruth Kathy e Tommy cresceram juntos em um internato na Inglaterra. Já jovens adultos os três são obrigados a encarar a verdade sobre a infância e a vida que levam agora.
Reencontrando a Felicidade
sinopse: Becca e Howie Corbett formavam uma família feliz mas suas vidas viraram do avesso após a morte do filho Danny num acidente de carro. Depois de largar a carreira de executiva para virar dona de casa ela tenta redefinir sua vida se cercando dos amigos e pessoas bem intencionadas. É quando começa uma amizade com o jovem Jason motorista do carro no fatídico acidente. Enquanto isso Howie mergulha no passado buscando apoio em estranhos.
Velozes e Furiosos 5: Operação Rio
sinopse: Vin Diesel e Paul Walker lideram a reunião dos astros de todos os capítulos da explosiva franquia de velocidade em Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio.brDesde que Brian e Mia Toretto (Brewster) tiraram Dom da cadeia eles vivem atravessando muitas fronteiras para enganar as autoridades . Agora encurralados no Rio de Janeiro eles precisam fazer um último trabalho para ganhar sua liberdade. Enquanto montam uma equipe de elite de pilotos de corrida estes aliados improváveis sabem que a única possibilidade de se saírem bem será confrontar o empresário corrupto que quer vê-los mortos. Mas ele não é o único que está atrás deles.O agente federal Lucas Hobbs (Johnson) nunca erra o alvo. Quando é indicado para perseguir Dom e Brian ele e sua equipe de ataque iniciam uma caçada incessante para capturá-los. Mas enquanto seus homens se enfiam pelo Brasil Hobbs descobre que é impossível separar os mocinhos dos bandidos. Agora ele deve confiar em seus instintos para encurralar suas presas... antes que alguém mais o faça
Eu já expliquei inumeras vezes para inumeras pessoas o que significa filme Cult e sinceramente ja estou cançado de explicar. Quer uma explicação bem explicadinha sobre o que é filme Cult? Então toma esse resumo saido do site Wikipédia:
"Filme cult ou filme de culto ou ainda cult movie, é um termo coloquial para filmes que agregam grupos de fãs devotos, mas que não alcançam uma fama e reconhecimento considerável. Eventualmente os fãs se identificam com o filme por um senso do ridículo, ao invés de um mérito artístico. As características em um filme cult podem incluir uma trilha sonora obscura, conceitos e ciências fictícios criados na história, ou personagens estranhos.
Geralmente são filmes de conteúdo original, e de roteiro também original, que tentam passar uma mensagem inovadora, muitas vezes de forma subliminar, de múltipla interpretação e de difícil compreensão pelo grande público (habituado a visões mais convencionais da realidade). Por assim ser, geralmente são enquadrados em filmes alternativos, filmes B e undergrounds.
Esses filmes não se preocupam em agradar ao grande público, não seguem fórmulas holiwoodianas de grande sucesso, não entram nos grandes circuitos, e geralmente não alcançam grandes bilheterias, e portando, na grande maioria das vezes, não interessam às grandes produtoras.
No entanto, agradam um pequeno público de gosto peculiar e mais refinado, que tenta extrair a mensagem que o autor quer passar, e a utiliza como fonte de conhecimento, e as vezes até como filosofia de vida. Pela relativa escassez desse material, esses filmes acabam por serem cultuados e amplamente debatidos por seus fieis “seguidores”.
Logicamente, todos esses critérios de definição são relativos, não sendo possível analisá-los de forma absoluta. Alguns filmes cult podem sim ser "mainstream" nos seus países de origem (são culturas diferentes, e o que é inovador e alternativo para uns pode ser comum e maciçamente atraente para outros), alguns filmes são bem divulgados e possuem elementos (como a violência) que atraem o gosto do grande público e se tornam grandes bilheteirias, e nem por isso deixam de ser cult."
Bem explicadinho não acham? Pois bem, se você pegar uma lista de filmes cult vera inumeros filmes conhecidos que não se deram muito bem na época da estréia mas logo tiveram reconhecimento merecido. Bom exemplo disso é meu filme favorito Blade Runner que foi ignorado pelo publico e massacrado pela critica em 1982 mas que graças ao vídeo cassete e as cinematecas, o filme imediatamente não só se tornou Cult como também esta sempre entre os 100 melhores filmes de todos os tempos, seja americana ou mundial.
Mas essa moda de filme cult ainda existe atualmente? Não só existe como também cada vez maior o numero de filmes cultuados que nascem a cada ano. Abaixo solto cinco filmes que ganharam esse titulo merecidamente:
Sucker Punch - Mundo Surreal
O publico e a critica norte americana simplesmente não entendeu nada ou não quis entender a proposta original vinda da cabeça do diretor Zack Snyder (300). Ao pegar uma simples historia de uma jovem que se fecha no seu mundo imaginário para achar um meio de tentar escapar de um asilo, o diretor aproveita para colocar inúmeros gêneros em um único filme como,vídeo game, luta, manga, HQ e idéias aproveitadas em outros filmes como Matrix, A Origem, Brazil: O filme.
O resultado é uma enorme salada que reúne o melhor do mundo pop atualmente, mas que infelizmente o publico em geral não entendeu, mas até esse momento os que compreenderam estão fazendo de todo o possível para defender esse filme que é sem sombra de duvida o mais novo Cult do momento.
Filme Scott Pilgrim Contra o Mundo
Esse filme já havia se tornado Cult antes mesmo de estrear, pois sua exibição no ultimo festival da Comi com havia feito um grande sucesso. Baseado numa elogiada HQ, o filme foi dirigido pelo Edgar Wright (dos geniais Chumbo Grosso e Todo Mundo Quase Morto) e o filme é mais do que uma adaptação de HQ, mas também o melhor que soube passar o significado de um jogo de vídeo game em filme, onde o protagonista passa por inúmeras fases (ou seja adversários) para então assim ter paz com a sua namorada, em meio a uma montagem de cenas espetaculares e engenhosas que passam uma espécie de HQ em movimento. Infelizmente na época o publico em geral não compareceu aos montes para assistir o filme (estreou justamente no fim de semana do filme Mercenários). Felizmente boa parte da critica via ali um filme no mínimo diferente das demais adaptações das HQ e compraram muito bem a idéia e gradualmente o filme vem conquistando novos fãs
Deixa Ela entrar
Tenho maior pena dessa nova geração que acompanha a saga Crepúsculo e acredita estar vendo o melhor em termos de filmes de vampiros. Infelizmente não temos uma fabrica como o estúdio Inglês hammer que foi ao longo de vários anos responsável por ótimos filmes de vampiros como a cine serie Drácula. Contudo, pelo menos esses vampiros brilhantes no sol serviram para que a mania vampiresca invadisse atualmente, não somente em Hollywood, mas também em outros países e foi justamente na Suécia que surgiu o filme Cult de vampiro do momento. A amizade de uma vampira (Lina Leandersson) com um jovem que sofre de bullyng (Kare Hedebrant) conquistou a simpatia da critica em inúmeros festivais que passou e em poucas salas que foi exibido (como no caso do Brasil). É claro que vendo o culto em volta do filme, Hollywood criou a sua copia (Deixe-a Entrar) mas que nada mais é do que um verdadeiro xerox que jamais superara a obra original.
Grindhouse (A Prova da Morte / Planeta Terror)
Amigos de longa data, Quentin Tarantino e Robert Rodrigues ficavam se ajudando um ao outro em seus projetos. Rodrigues por exemplo dirigiu Um Drink no Inferno e Tarantino fez o roteiro, mas foi em Grindhouse o trabalho mais ousado dos dois juntos. O filme seria um grande longa metragem de três horas onde prestava uma homenagem aos filmes baratos de categoria B que existia em abundancia nos cinemas marginais dos anos 70 onde publico assistia qualquer tipo de filme de baixo orçamento com poucos centavos no bolso para comprar o ingresso. Infelizmente o publico atual não entendeu a proposta e o filme acabou fracassando na estréia, com isso, o filme foi dividido em dois, ou seja, a parte de Tarantino (A Prova da Morte) e a parte de Rodriguez (Planeta Terror) foram distribuídas ao redor do mundo como filmes separados.
Mas como estamos falando de dois dos maiores cineastas que surgiram nos anos 90, não demorou muito para ambos os filmes ganharem seguidores rapidamente, principalmente A Prova da Morte que da de dez a zero para qualquer filme Velozes e Furiosos da vida. E o que dizer de Planeta Terror? Quem curtia Cine Band Trash do nosso saudoso Zé do Caixão sabe muito bem o que esperar de um filme de terror podre (no bom sentido). O legal é que Planeta Terror trazia junto um trailer falso de um filme intitulado Machete estrelado pelo amigo de longa data do diretor, Danny Trejo que atuou como vilão em praticamente todos os seus filmes. O trailer falso logo se tornou uma verdadeiro sucesso e com isso Rodriguez decidiu criar realmente o filme.
CONSTANTINE
Na época do lançamento, o filme foi muito massacrado pelos fãs de carteirinha do personagem da HQ adulta do selo vertigo, acusando o diretor Francis Lawrence (Eu sou a lenda) de ter criado uma visão diferente do personagem para as telas, ao começar pela nacionalidade, cor do cabelo e suas origens. Bom, no meu caso, na época, eu não conhecia direito as historias do personagem em papel e fui assistir o filme sem saber de nada e no final curti bastante. A meu ver Constantine do cinema foi feito para ser assistido para o publico em geral que nunca conhecia a HQ e aposto tudo que, após terem visto o filme, rapidamente foram conhecer o personagem dos gibis e mesmo sendo diferente também gostaram e tudo que precisavam fazer (como eu fiz) foi separar uma coisa de outra, quadrinho é quadrinho e cinema é cinema.
Na época da estréia o filme foi apenas um relativo sucesso nos EUA (perdendo em termos de bilheteria para filme Hitch - Conselheiro Amoroso, hoje um filme esquecido). Ao redor do mundo o filme se saiu diferente, ficando por muito tempo em primeiro lugar nas bilheterias em vários países (no Brasil ficou um mês em cartaz em primeiro lugar). Com arrecadação R$ 270 milhões de dólares mundialmente, sempre se especulou se Constantine voltaria ou não ao cinema. Seja como for, o filme ganhou admiradores e seguidores ao redor do globo, seja fã da HQ original ou não.
SELVAGERIA HUMANA E BULLYING DESAFIAM OS LIMITES DO SER HUMANO
Sinose: O médico Anton trabalha na África e enfrenta sérias dificuldades com um tirano local. Já sua mulher Marianne que permaneceu na Dinamarca alimenta preocupações com o filho mais velho do casal. Elias tem sofrido violento bullying na escola sob o comando de do garoto Sofus. Quando um aluno novo Christian entra na escola Elias forma com ele uma forte aliança e os dois se tornam muito amigos. No entanto Christian que sofre com a perda da mãe torna-se cada vez mais agressivo e a amizade dos dois meninos ganha contornos perigosos.
Em seu mais novo filme, a diretora dinamarquesa Susanne Bier (Depois do Casamento) cria uma analise sobre o comportamento humano perante o horror e a maldade que a vida do dia a dia nos apresenta. O retrato de duas famílias que caminham no fio da navalha, prontas para desmoronar é ligado pela amizade de dois jovens Elias e Christian. Ambos sofrem de bullyng na escola, mas apesar de ambos serem dois lados da mesma moeda, Christian é o que pena mais para o lado sombrio da alma humana ao revidar contra a dor que o aflige. Principalmente pelo passado triste de ter perdido a mãe e seu único refugio é revidar contra a maldade que acredita que precisa ser destruída. É ai que o outro lado da moeda que é Elias, demonstra certa esperança não só para si próprio como também para o seu amigo e isso influenciado pelo pai de Elias, o médico Anton (Mikael Persbrandt, extraordinário) que tenta dar bons exemplos aos garotos em não revidar mas o próprio enfrenta horror ao tentar salvar o maximo de pessoas possíveis em uma guerra civil na África onde ele próprio terá que controlar sua sanidade para não perde-la.
Os melhores momentos da trama com certeza ficam para o personagem Anton em sua guerra particular na África como medico e de um momento angustiante onde os dois garotos criam um ato de vandalismo contra alguém que fechara o destino de ambos. O filme só não é perfeito devido os seus momentos finais onde a diretora tenta dar certo conforto ao espectador no final da projeção e com isso o que presenciamos é uma espécie de anticlímax se comparado o que nos achávamos o que aconteceria. Faltou coragem isso é lógico, mas isso é compensado pela ótima direção da cineasta que soube muito bem em captar toda a emoção que seus personagens passam na tela (em alguns momentos os rostos dos atores enchem a tela) e se isso não foi suficiente para o espectador mais exigente, pelo menos serve como um retrato do comportamento dessa nova geração de jovens para o publico em geral.