Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cine Dica: Em Cartaz: Bravura Indômita

UMA VERSÃO SUPERIOR EM TODOS OS ASPECTOS E QUE FALA POR SI.
sinopse: O filme acompanha o bêbado grosseiro e totalmente destemido comissário Rooster Cogburn. O rabugento Rooster é contratado por uma decidida garota para encontrar o homem que matou seu pai e fugiu com as economias da família. Quando a nova patroa de Cogburn insiste em acompanhá -lo na empreitada voam faíscas. Mas a situação vai de problemática a desastrosa quando o inexperiente mas entusiasmado Texas Ranger entra na festa.
O Bravura Indômita 1969 ficou na lembrança de muitos por ter sido o filme que deu o único Oscar na vida para John Wayne. Assistindo o filme hoje percebo que o prêmio dado ao ator foi uma espécie de tributo pela sua fantástica carreira ao longo dos anos, já que seu papel como Rooster não apresentava muitos desafios e como sempre John Wayne era sempre John Wayne. O que nos leva ao nosso presente, com os irmãos Coen fazendo não só uma refilmagem, mas uma obra bem mais fiel ao livro que deu origem e mesmo com a aura de “nova versão”, o filme fala por si.
Ao começar pela (logicamente) boa direção dos irmãos que novamente exploram um tom de humor negro na trama com personagens humanos mas não menos que excêntricos. Os diretores já haviam namorado um pouco com o gênero em uma espécie de faroeste contemporâneo em Onde Os Fracos Não Têm Vez, mas é aqui que todos os elementos do velho e bom faroeste retornam as telas, mesmo com uma historia já bastante conhecida pelos cinéfilos. O bom é que eles foram ousados em adotar um ritimo lento no filme para dar maior destaque na personalidade e caracteristicas de cada um dos personagens, portanto não esperem algo do gênero como tiroteios e mortes aos montes, elas existem, mas acontecem em momentos certeiros quando o espectador acha que esta faltando algo para acontecer.
Como sempre, os diretores foram felizes na escolha do elenco e o que posso dizer é que Jeff Bridges se saiu muito bem do que o próprio lendário Wayne. Enquanto o veterano ator fazia “mais do mesmo” na produção de 1969, Bridges simplesmente desaparece no personagem. O que vemos não é o ator e sim o personagem Rooster, com todos os seus trejeitos de uma vida marcada pela dor e bebedeira, Bridges esta maravilhoso neste papel e é mais uma prova que sua velhice ao longo dos anos serviu para melhorar mais ainda suas boas performances nas telas. Matt Damon e Josh Brolin cumprem bem seus papeis, esse ultimo alias se revelando cada vez melhor em cada filme que atua. Mas nenhum deles é a grande força matriz da produção e sim a jovem estreante Hailee Steinfeld. Se na versão de 1969 Kim Darby possuía energia o suficiente para roubar a cena, Hailee Steinfeld possui seriedade, energia em dobro, presença e segurança perante aos veteranos em cena e não é a toa que ganhou uma merecida indicação ao Oscar, provando que essa jovem promissora atriz ira mais longe.
Mesmo sendo anunciado como uma versão mais fiel ao livro, o filme na realidade possui praticamente seqüências idênticas se comparado ao original, contudo, o que torna esse filme muito superior a produção de 69 é o seu ato final, onde entrega destinos parecidos mas muito mais corajosos aos seus personagens. E o que dizer do belo casamento da fotografia de Roger Deakins com a trilha sonora de Carter Burwell, cheia de poesia, beleza e tragédia eminente e desde já, uma das mais belas seqüências que eu já vi recentemente no cinema.
Com o maior sucesso da carreira em mãos e com razão, Ethan Coen, Joel Coen provaram que podem continuar sempre mantendo suas visões particulares de fazer seus filmes, seja vindo da cabeça de ambos, seja uma repaginada de algo que já deu certo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Cine Clássico: M, O Vampiro De Dusseldorf

UM RETRATO DE UMA SOCIEDADE PARANOICA
sinopse: Dusseldorf passa por um momento crítico. Assassinatos em série assustam os moradores da cidade. Meninas são abordadas, seviciadas e mortas por um homem que desafia a polícia. À busca de pistas, qualquer pessoa pode ser o procurado e, por vezes, inocentes são acusados.
A polícia vasculha a cidade enquanto os mafiosos, tendo como chefe o poderoso Schränker, montam uma "tropa" composta por mendigos e trapaceiros. O propósito é encontrar o assassino, antes da polícia. Assim, estariam livres para promover seus "negócios"
O primeiro filme falado do diretor austríaco Fritz Lang (Metropolis) e foi baseado em fatos verídicos.. A trama é baseada sobre um assassino de crianças, Peter Kürten, que por volta de 1925 cometeu 10 crimes na cidade de Düsseldorf
O filme é um verdadeiro retrato do clima de terror que se alastrava na Alemanha, na época da ascensão do nazismo e para piorar o cinema alemão estava vivendo seus piores anos, contudo, Anjo Azul e M., o vampiro de Dusseldorf são exceções honrosas .
Rodado do começo ao fim em estúdio, M revela o então ator de teatro Peter Lorre (1904-1968) que, apesar de ter atuado em outros filmes posteriores, ficou marcado para sempre como o homem de olhos esbugalhados e se tornou um dos maiores vilões do cinema..
Não faltam momentos que se tornaram clássicos desse filme,como a parte do cego, vendedor de balões, que tem contato com o assassino. Ele o reconhece através da melodia que o homem assobia. Alertado, um dos componentes da "tropa" escreve com giz um M (Mörder= assassino) na palma da mão, marcando o facínora nas costas. Após uma grande perseguição, os mafiosos capturam o assassino e o submetem a julgamento. Num monólogo, considerado um dos mais expressivos e inesperados da historia do cinema.

Cine Dicas: Estréias no final de semana (11/02/11)

E ai gente tudo bem? Nesta ultima semana retornei ao meu serviço habitual e com isso muita coisa encalhada teve que desencalhar, pois sempre quando fico ausente do meu serviço, sempre quando retorno, tudo esta a maior bagunça. Fora isso existe no momento um certo problema em casa que ando tendo a maior dor de cabeça mas nada que me atrapalhe em deixar esse blog atualizado como agora.
Neste final de semana grandes filmes e favoritos ao Oscar estréiam, como a surpresa pré-Oscar nas premiações “O Discurso do Rei” e o grande sucesso do momento Bravura Indômita que traz novamente o gênero faroeste as telonas em grande estilo. Não podemos esquecer-nos do nosso representante no próximo Oscar "Lixo Extraordinário" que merece uma conferida. Christina Aguilera tenta (mas não consegue) atuar e cantar no musical Burlesque e por fim, nossa Alice Braga faz a lição de casa em mais um filme americano "O Ritual".
Como podem ver,, filmes aos montes estreando em nossas salas, agora dependera de vocês qual escolher em assistir, confiram:

Bravura Indômita
sinopse: O filme acompanha o bêbado grosseiro e totalmente destemido comissário Rooster Cogburn. O rabugento Rooster é contratado por uma decidida garota para encontrar o homem que matou seu pai e fugiu com as economias da família. Quando a nova patroa de Cogburn insiste em acompanhá -lo na empreitada voam faíscas. Mas a situação vai de problemática a desastrosa quando o inexperiente mas entusiasmado Texas Ranger entra na festa.


O Discurso do Rei
sinopse: A história do rei George VI pai da atual rainha da Inglaterra Elizabeth II. Após ver seu irmão Edward (Guy Pearce) abdicar o trono inglês o jovem George (Colin Firth) se vê obrigado a assumir a coroa. Dono de uma gagueira que lhe deixa em maos bocados com os súditos o rei busca a ajuda do terapeuta da fala Lionel Logue (Geoffrey Rush). Em meio a tudo isso precisa juntar forças para comandar o país na Segunda Guerra Mundial.


Lixo Extraordinário
sinopse: Filmado ao longo de quase três anos Lixo Extraordinário acompanha a visita do artista plástico Vik Muniz a um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho na periferia do Rio de Janeiro. Lá ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis. O objetivo inicial de Muniz era pintar esses catadores com o lixo. No entanto o trabalho com esses personagens revela a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugestionados a imaginar suas vidas fora daquele ambiente.


Burlesque
sinopse: Ali (Christina Aguilera) é um jovem cantora do interior que decide se virar na cidade grande. Em Los Angeles consegue trabalhar como garçonete na Boate Burlesque cuja proprietária Tess (Cher) sabe tudo sobre música e dança. Ao fazer amizade com uma bailarina local (Julianne Hough) Ali acaba despertando o ciúme de outra (Kristen Bell) e o interesse de Jack (Cam Gigandet) que é barman e músico. Ali se envolve totalmente com a atmosfera sensual do lugar e dá início ao ambicioso plano de tornar-se uma estrela contando com a ajuda do gerente (Stanley Tucci) para resgatar o período de glória do Burlesque. Mas qual será o limite da ambição de Ali ao receber uma proposta tentadora de um outro empresário (Eric Dane)?


O Ritual
sinopse:  Michael Kovak (Colin ODonoghue) é um seminarista cético e recebeui orientação para passar um período no Vaticano. Uma vez lá ele irá estudar rituais de exorcismo algo que acredita ser somente uma doença. Através da jornalista Angeline (Alice Braga) ele conhece um pouco mais sobre o Padre Lucas (Anthony Hopkins) um famoso exorcista que irá apresentar para ele o lado mais obscuro da igreja e de sua fé. Alguém que o fará refletir sobre o fato de que a descrença no diabo não significa proteção e pelo contrário pode representar um grande perigo na hora de enfrentá-lo porque o terror é real.


O Bom Coração
sinopse: Jacques (Brian Cox) é dono de um bar em Nova York. Fumante inveterado, ele já teve quatro ataques cardíacos mas não quer mudar de vida. Ao ter o quinto ele é internado no hospital, onde conhece o jovem Lucas (Paul Dano), morador de rua que tentou o suicídio há pouco tempo. Determinado em manter seu legado vivo, Jacques faz de Lucas seu herdeiro e passa a tomar conta e lhe ensinar as regras do seu bar: sem novos clientes, sem confraternizações e sem mulheres. Lucas aprende rápido, mas sua amizade é colocada à prova quando a bela e atormentada April (Isild Le Besco) aparece no bar à procura de abrigo e o jovem insiste em ajudá-la.


O Samba que mora em mim‎ 
sinopse: O samba que mora em mim é um documentário ambientado no Morro de Mangueira na cidade do Rio de Janeiro no período do pré-carnaval. O ponto de partida é a quadra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira lugar do reencontro da diretora Georgia Guerra-Peixe com sua própria história. É no inicio do documentário em primeira pessoa que a diretora conta o que o carnaval sempre significou na sua família e na sua vida. Da quadra ela parte para subir o morro pela primeira vez movida pelo desejo de ir alem do samba. Se eu pudesse calar uma escola de samba. O olhar muito particular da diretora conduz este deixar-se ir continuo pelo morro um caminhar que naturalmente vai adquirindo variações melódicas e cadências rítmicas diferentes resultando na composição do que poderia ser chamado de samba enredo documental ou um samba de olhar. Além da quadra mora o samba de Georgia Guerra-Peixe. Um samba que é jeito de ser de viver e também mas não só de cantar e dançar.


Tio Boonmee que pode recordar suas vidas passadas‎ 
sinopse: PALMA DE OURO no Festival de Cannes 2010. Tio Boonmee que sofre de insuficiência renal escolhe passar seus últimos dias na floresta cercado por pessoas que o amam. O fantasma de sua falecida mulher aparece para tomar conta dele e seu filho desaparecido há tempos retorna para casa numa forma não-humana. Refletindo sobre as causas da doença Boonmee anda pela floresta lembrando-se de suas vidas passadas em forma de homem ou animal. Ele chega a uma misteriosa caverna no topo de um monte o lugar de origem de sua primeira vida.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cine Especial: O Melhor de 2001 a 2010: LAVOURA ARCAICA

Sinopse: André (Selton Mello) é um filho desgarrado, que saiu de casa devido à severa lei paterna e o sufocamento da ternura materna. Pedro, seu irmão mais velho, recebe de sua mãe a missão de trazê-lo de volta ao lar. Cedendo aos apelos da mãe e de Pedro, André resolve voltar para a casa dos seus pais, mas irá quebrar definitivamente os alicerces da família ao se apaixonar por sua bela irmã Ana.
Essa ambiciosa adaptação das telas do romance homônimo de Raduan Nassar marca a ousada estréia na direção de longas de Fernando Carvalho, que vindo da TV, assina aqui o roteiro e a montagem. É um exercício formal rigoroso e hermético, uma parábola sobre o filho prodigo que retorna ao lar. Espetáculo para poucos, o filme avança em ritmo lento e contemplativo, com imagens de absurda beleza.
Seltom Mello da um verdadeiro show de interpretação mas Raul Cortes não fica muito atrás como o patriarca da família. Sem duvida um dos projetos mais autorais desde a retomada do cinema brasileiro. Ganhou o premio de contribuição artística em Montreal em 2001 e premio de publico na 25ª Mostra internacional de São Paulo.

Cine Dicas: Em Cartaz: O VENCEDOR

CHISTIAN BALE SE SUPERA EM TODOS OS ASPECTOS
Sinopse: Dicky Ecklund (Christian Bale) é uma lenda do boxe que desperdiçou o seu talento e a sua grande chance. Agora o seu meio-irmão Micky Ward (Mark Wahlberg) tentará se tornar uma nova esperança de campeão e superar as conquistas de Dicky. Treinado pela família e sem obter sucesso em suas lutas Micky terá que escolher entre seus familiares e a vontade de ser um verdadeiro campeão. O Vencedor é inspirado em uma emocionante história real onde a maior luta de nossas vidas é a conquista dos nossos próprios sonhos.
Nos últimos filmes em que Christian Bale era o protagonista algo de interessante acontecia: Os personagem coadjuvantes roubavam a cena, mas não tinha como reclamar muito se pensarmos por exemplo  em Batman Cavaleiro das Trevas onde heath ledger roubava a cena de todo mundo mesmo, mas o que dizer quando Bale perde a cena para um ator sem expressão (Sam Worthington) em O Exterminador do Futuro 4?
Isso fora o fato que o ator sofreu por problemas familiares e profissionais entre 2008 e 2009 mas tudo isso se dissipa quando ele surge em O Vencedor. Embora Mark Wahlberg (Os Infiltrados) seja protagonista, Christian Bale apresenta uma atuação impressionante que faz qualquer ator que contracene com ele acaba por desaparecer, principalmente Wahlberg que nunca achei um grande ator. Contudo o filme não vive apenas por ele, duas atrizes de gerações diferentes e indicadas ao Oscar, Amy Adams (Julie & Julia) e Melissa Leo (Rio Congelado) roubam a cena a cada momento que aparecem, principalmente a ultima que faz uma perua e mãe dominadora.
Com inúmeros trejeitos esquisitos, tanto no corpo como no rosto, Bale se torna infalível para fazer o papel de um ex-boxeador viciado em crack, e com isso, o ator perdeu peso de uma maneira assustadora, algo que não se via desde O Operário e ganhando o próximo Oscar seria uma espécie de vitoria contra tudo que ele passou, seja vida profissional ou pessoal.
Se a um ponto falho no filme de David O. Russell (Três Reis) é justamente as cenas das lutas de boxe que não empolgam nenhum pouco mas isso é compensado graças a carismáticos personagens que buscam, acima de tudo, uma segunda chance na vida

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro

O SISTEMA É FODA!!!!‎
sinopse: Wagner Moura retoma o personagem mais marcante de sua carreira o capitão Nascimento na seqüência de Tropa de Elite filme também dirigido por José Padilha ganhador do Urso de Ouro no Festival de Berlin 2008. Nascimento dez anos mais velho cresce na carreira: passa a ser comandante geral do BOPE e depois Sub Secretário de Inteligência. Em suas novas funções Nascimento faz o BOPE crescer e coloca o tráfico de drogas de joelhos sem perceber que ao fazê-lo está ajudando aos seus verdadeiros inimigos: os policiais e os políticos corruptos que submetem a segurança pública a interesses pessoais. Agora os inimigos de Nascimento são bem mais perigosos.
Nem vou me alongar sobre o primeiro filme, pois o que posso dizer sobre ele é que escancarou o que o povo brasileiro queria e quer justiça, não importa de que forma. O brasileiro está cansado de violência, de uma segurança falida, como esta rolando no Rio de Janeiro e ver o Capitão Nascimento usando métodos pouco ortodoxos para acabar com isso fez o povo brasileiro aflorar a sua vontade e o desejo de dizer que tudo o que ele fez está certo. Afinal, ele foi obrigado a fazer o que fez, pois não havia outra saída doa o que doer.
Passado alguns anos, Capitão Nascimento enfrenta agora outro inimigo e com isso José Padilha surpreende o público escancarando quem é o verdadeiro inimigo da história. Acredito que Padilha só não lançou seu filme um pouco antes porque estávamos vivendo uma época de eleição, mas se tivesse sido lançado durante as campanhas à coisa iria pegar fogo, pois o filme explora a realidade nua e crua sobre as milícias, onde os candidatos que, se dizem prontos para nos governar, têm seus dedos podres no meio e só com isso tudo já torna esse filme o mais corajoso do ano. Apesar de o início dizer que os fatos apresentados na trama são levemente inspirados em fatos reais, ali a pouca realidade já é terrível de se assistir, mas não podemos recuar.
Vagner Moura dessa vez tem mais espaço ainda para seu personagem ser desenvolvido e com isso o ator surpreende ao mostrar Nascimento cansado e meio arrependido com os seus atos do passado, principalmente perante o filho que tenta aflorar ali seu lado paternal que não quer perder. Contudo, de bobo não tem nada e Nascimento responde a altura para aqueles que quase o levaram ao inferno, Nascimento é o nosso Jack Bauer tupiniquim e vendo-o dando uma verdadeira surra em um político que se faz de esperto nos dá uma vontade grande de gritarmos um olé. Capitão Matias (André Ramiro) volta com o seu personagem do filme anterior só que com menos tempo na tela. Mesmo assim Ramiro cumpre bem o se desempenho principalmente em uma sequência de ação em uma perseguição em uma favela que termina de uma forma arrasadora e realista. Lembrando que essa sequência desde já é fantástica, bem dirigida por Padilha e orquestrada pelo montador Daniel Rezende (indicado ao Oscar por Cidade de Deus). 
Se analisarmos os dois filmes, em que cada um retrata um grau de criminalidade que possuem inúmeras fazes piores do que a outra. Portanto é de se esperar algo de muito maior se caso aconteça um Tropa de Elite 3, já que os minutos finais do filme são de uma ousadia inesperada e temos uma ideia do que pode (ou não) surgir em uma eventual sequência e as palavras finais de Nascimento com certeza serão ouvidas nos comentários das pessoas nas ruas. A verdade é dura, mas precisa ser ouvida, pois somos livres ou não??

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cine Dicas: Em Cartaz: CISNE NEGRO

OBSCURO, SINISTRO E MARAVILHOSO
Sinopse: Beth MacIntyre (Winona Ryder) a primeira bailarina de uma companhia está prestes a se aposentar. O posto fica com Nina (Natalie Portman) mas ela possui sérios problemas interiores especialmente com sua mãe (Barbara Hershey). Pressionada por Thomas Leroy (Vincent Cassel) um exigente diretor artístico ela passa a enxergar uma concorrência desleal vindo de suas colegas em especial Lilly (Mila Kunis).
Loucura, obsessão, vicio, queda e redenção, esses são alguns ingredientes que moldam a filmografia de Darren Aronofsky. Desde quando começou a se destacar em PI e se consagrando em Réquiem Para Um Sonho, o diretor só vem surpreendendo e testando os nervos do espectador em que for assistir os seus filmes. Cisne Negro não é diferente, pois é uma verdadeira descida ao inferno para adquirir a perfeição e realizar um sonho, mas a que preço?
Em uma espécie de encontro com A Malvada e O Inquilino, o filme mostra passo a passo os desafios de Nina em realizar seu maior sonho, ser a Rainha dos Cisnes, mas para isso precisa ser não só o cisne branco mas também o cisne negro e transmitir o lado perverso e sensual da sua alma humana. Natalie Portman realiza aqui o que talvez seja o melhor desempenho de sua carreira, pois ela consegue passar todas as transformações de sua personagem, de uma inocente bailarina determina a conseguir realizar seu sonho, para um ser cheio de duvidas e paranoias e que lhe acabam lhe afetando, tanto fisicamente como psicologicamente, mas até aonde é ilusão e realidade no filme? Até aonde é fato que estão querendo destruir ela? Seria tudo fruto de sua imaginação? Ou realmente o mundo que ela vive é um mundo cruel e cheio de disputas?
Muitas perguntas ficam no ar e talvez elas sejam somente respondidas nos minutos finais do filme. Até lá, o publico acompanha a jornada de Nina com uma câmera que jamais deixa de focá-la, isso, graças Darren Aronofsky que pelo visto gostou do estilo documental que criou a si próprio desde O lutador.
O diretor também não poupa o resto do elenco e mesmo sendo coadjuvantes, cada um exerce um papel fundamental na trama. Vincent Cassel (como sempre) surpreende como coreografo que seduz e induz sua bailarina a ultrapassar seus limites, Winona Ryder como uma famosa bailarina decadente arrasa mesmo em poucos momentos em cena, contudo, é Mila Kunis que da um show como a rival da protagonista para adquirir o papel na peça. Mila divide com Portman uma das cenas mais picantes dos últimos anos e com certeza essa jovem atriz ainda vai longe.
Com um ato final que presta uma homenagem grandiosa ao clássico Lago do Cisne, aliado a uma excelente fotografia, edição de arte, figurino e montagem, Cisne Negro é aquele tipo de filme que lhe deixa anestesiado. A projeção acaba na sua frente, mas você continua sentado porque o seu cérebro ainda esta administrando devido o que acabou assistir e seu corpo recusa a levantar porque você precisa respirar um pouco porque esta sem forças para caminhar. Darren Aronofsky desafia nossa mente e corpo e nos cinéfilos agradecemos, pois cinema não se vive apenas de entretenimento.