Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador Christian Petzold. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Christian Petzold. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 5 de maio de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Em Trânsito'

Sinopse: Georg tenta fugir da França após a invasão nazista e assume a identidade de um escritor falecido, cujos documentos ele possui. Preso em Marselha, Georg conhece Marie, uma jovem que está desesperada para encontrar esse autor, seu marido desaparecido. 

A ficção científica, seja ela literária ou cinematográfica, sempre nos brindou com histórias fantásticas e das quais nos fazem pensar. Porém, infelizmente, os últimos eventos do mundo atual fizeram com que qualquer ficção já vista se tornasse datada, ao ponto que o próprio cinema nos últimos tempos nos brindou com filmes que são o mais puro reflexo desses nossos tempos complexos. "Em Trânsito" é um filme que transita entre ficção e realidade e cujo a trama é moldada por ecos dos horrores, tanto vindos do passado, como também do nosso presente.
Dirigido por Christian Petzold, do filme "Phoenix" (2014), o filme conta a história de Georg (Franz Rogowski), que tenta fugir da França após a invasão nazista e rouba os manuscritos de um autor falecido e assume sua identidade. Preso em Marseille, acaba conhecendo Marie (Paula Beer), que está desesperada para encontrar seu marido desaparecido - o mesmo que ele está fingindo ser. Para complicar ainda mais, ele começa a se apaixonar por ela.
Christian Petzold já havia explorado as cicatrizes da guerra em filmes anteriores, porém, decidiu ousar nesta trama que tinha tudo para dar errado, mas surpreendendo pela sua originalidade. O filme se passa em uma realidade alternativa, como se a Segunda Guerra Mundial tivesse estourado nos dias atuais e retratando a França em declínio com uma invasão nazista de hoje. Se por um momento isso possa soar absurdo, devemos lembrar que hoje há um aumento crescente de adoradores do fascismo, pois basta pegar, como exemplo, uma parcela da população brasileira cega que adora fascistas como Bolsonaro.
Polêmicas à parte, o filme nada mais é do que uma metáfora dos horrores de ontem e hoje vindos dessa intolerância e cabendo as pessoas de boa índole agirem antes que seja tarde. Embora com um caráter duvidoso, o protagonista Georg vai aos poucos mudando de acordo com as pessoas que cruzam o seu caminho. Sempre quando tenta de alguma forma escapar dessa realidade, porém, ele acaba dando de encontro com pessoas que passam por mais necessidade do que ele próprio. A partir daí se tem uma análise singela sobre o comportamento humano perante uma realidade, por vezes, sem sentido e fazendo com que o contato uns com os outros se torne a única coisa boa que lhes resta.
Visualmente o filme também nos chama atenção, principalmente por esperarmos um visual imprevisível de acordo com a proposta principal da obra. Ao invés disso, vemos uma França cheia de luz, cuja arquitetura e a maneira de se vestir das pessoas não é muito diferente da nossa realidade, mas não escondendo o medo do que irá acontecer posteriormente. A sensação que nos dá é de que se trata da nossa própria realidade vista na tela e que a qualquer momento ela será invadida pelo horror da intolerância.
O final em aberto não traz nenhum conforto, nem para os personagens e tão pouco para o lado de cá de quem assiste. Porém, é um filme que nos faz refletir sobre onde exatamente perdemos o bom senso e deixamos que os erros do passado novamente aflorassem e ameaçassem o nosso futuro. Como sempre, cabe a cultura vinda sétima arte nos dizer o quanto precisamos agir antes que seja tarde demais.
"Em Trânsito" a ficção vista na tela é mais realista do que nunca e nos amedrontando pelo fato que já estamos dentro dela. 

Onde assistir: Disponível para locação no Google Play Filmes e Youtuber.  

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.